segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Onca-pintada

Não faz muito tempo que as crianças me perguntaram como se fotografava uma  onca e eu lhes dei uma resposta tola. Absurdamente tola. Até me envergonho do que respondi.
Busquei rapidamente alguma coisa em algum recanto do cérebro e nada encontrando disse: acho que é automático.
Automático? Como pude responder com um "automático"? Nem eu sei o que quis dizer, mas seria cabível para o momento dizer que eu não sabia ou pelo menos refletir um pouco...
Final de semana fomos a uma livraria e passando os olhos rapidamente na sessão das revistas, vi uma foto na capa de uma onca , dei uma rápida folheada, havia lindas imagens e não exitei, trouxe a revista para casa.
redir.aspx.pngLi sozinha a matéria (revista Fotografe melhor/ janeiro 172) que foi um lenitivo para o absurdo que eu havia cometido e foi também um momento incrível de descoberta para mim.
O relato do fotógrafo Luiz Claudio Marigo é riquíssimo em detalhes que nos transporta para uma aventura.
Ambiente preparado, chamei as crianças e comecei a conversa: " Vocês se lembram quando me perguntaram sobre fotos de onca? E então como acham mesmo que é?
Bernardo soltou o "automático, deve ser com controle remoto"
Hora da verdade, hora de redimir uma classe profissional inteira, a dos fotógrafos. 
Comecei a ler o texto, e as crianças se envolvendo na aventura dia a dia: a chegada, o uso de barco com motor de popa, conhecidos como voadeiras, a interação com o piloteiro, que conhece os hábitos dos felinos.
Algumas paradas para observarmos atentamente as fotos, eles percebendo pequenos detalhes - mãe a onca está com um arranhão, dá para ver um pouquinho do sangue!
Alguns trechos são marcados por um relato estritamente profissional, como o tipo de máquina, lentes, regulagens e eu pensei em pular essas partes porque achei que não interessariam. Ainda bem que não o fiz.




redir.aspx.pngA cada relato técnico as crianças tinham uma explicação. Fiquei surpresa ao ouvir: "Mãe essa coisa de velocidade...sabe a nossa máquina que demora até tirar a foto e a gente não pode se mexer? A do fotógrafo tem que ser rápida senão a onca vai embora.!
A Júlia observou que uma das objetivas que aparecem na foto é como o telescópio de irmão por isso a foto fica pertinho, porque o fotógrafo não pode chegar tão perto do 'bichão'!
Outro fato que chamou a atenção dos pequenos, foi o respeito que há com os felinos. As embarcacões não se aproximam quando o animal está caçando.
A cabecinha do Bernardo pensou muito na engenharia dos equipamentos, quando Marigo relata que iria trabalhar num barco em movimento, com a onca também se movimentando e concluiu - o fotógrafo é que sabe em qual parte de todo esse movimento que ele tem que bater a foto.

redir.aspx.png
No final, um pedido: "Mãe vamos começar a procurar livros assim de diários de fotógrafos?"
Adorei a ideia.
Só tenho a agradecer ao sr. Marigo. Descobrimos que não é automático que se fotografa oncas. Descobrimos que com toda a tecnologia existente, o principal é o fotógrafo que sabe em qual momento ele dispara seu equipamento, descobrimos que é a alma do fotógrafo que o leva a ter desejo pelo inusitado e depois ele nos devolve em forma de poesia, de encantamento essas maravilhosas imagens.
A partir de agora, além de nos deleitarmos com belas imagens vamos também sentir através dela o fotógrafo: alma, corpo que se dedica a esta bela arte.





















quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Café filosófico

Há um programa na TV Cultura chamado café filosófico. Bernardo sempre achou engraçado este nome e vivia repetindo quando era pequeno, e agora, quando vamos ter uma conversa gostosa, sem pressa eu, ou ele, chama para um "café filosófico".
Ontem à noite, motivado pelo fim do seu dia de aniversário, acho que o Be ficou nostálgico e começou nosso café me perguntando sobre as datas importantes da minha vida. E como eu me considero um tanto 'desdatada' não me fixo muito em datas, fui discorrendo sobre os momentos especiais, tristes, felizes de minha vida. Disse-lhe que vivendo, aprendi que às vezes não há uma data numérica, mas um viver intenso. Recordei de quando ele ganhou o seu primeiro trem, de madeira, com uma ponte e sua alegria, seu jeitinho de brincar.
Ele desatou um choro que estava segurando durante a conversa, me abraçou e perguntei o porquê daquele choro. Com a voz misturada a lágrimas disse que estes momentos já haviam passado e ele ficava triste.
Abracei-o demoradamente e respondi o que eu sentia: Filho, não passou, não acabou, tudo está aí dentro de você, o seu trenzinho, a sua ponte, todos os minutos brincados; só que eles se transformam. Depois do trem de madeira, veio o trem de motor e quando você for trabalhar, sendo um adulto, talvez, quem sabe, construindo uma ponte, você sentirá que tudo continua aí com você...
Não sei se foi a melhor resposta, se consegui suavizar sua nostalgia, mas hoje acordou feliz e fomos a uma oficina de férias brincar!!!



Ritmos, dança, expressão corporal. Eles adoraram.
Foi divertido a atividade de tentar adivinhar os sons, com o que eram produzidos, estando de olhos vendados e depois brincaram com os instrumentos que produziram os sons.
Café, filosofia, música e muitas brincadeiras. Que infância gostosa!

Mensagem

Toda manhã quando o sol comeca a brilhar ele nos mostra que nada se interrompe e tudo é uma continuidade; só precisamos aprender a viver a continuidade.

                                                            Atair

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

8 anos



Hoje é aniversário do Bernardo e teve brigadeiro às 10h da manhã! Há tempos queríamos conhecer uma dessas lojinhas de brigadeiro, fomos então comemorar com nosso menino. Feliz aniversário Be!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Cambalhotas

Minhas crianças sempre adoraram cambalhotas. Numa noite de inverno, mês de agosto, eles me pediram que tirasse fotos das cambalhotas, no ar. Suei naquela noite de inverno, senti inveja das mães fotógrafas porque não conseguia ajustar a máquina para flagrar crianças no ar. Bem, foram quase duas horas de muitas cambalhotas e gargalhadas que nos aqueceram. Isso foi em agosto de 2007. E eles continuam adorando cambalhotas.





Mais artes

Encontrei alguns CDs "não identificados"e qual foi minha surpresa ao encontrar fotos que eu nem lembrava mais!  No post anterior, eu fiz uma foto da foto e recebi comentários tão carinhosos que resolvi colocar mais umas fotos de artes, continuação daquele momento gostoso de carinhas pintadas, e também  de uma fase do Bernardo em que ele só desenhava mapas.






segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Artes

Definição do dicionário: atividade criadora humana voltada para o belo; travessura, traquinagem.
Aqui, a união de todas as definições em um momento único!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Mãe tartaruga

Existe um tempo que é imensurável. Tão marcante, tão cheio de significados, que deixa de existir como minutos, horas ou segundos.
Tive um tempo desse hoje à tarde com o Bernardo.
Uma conversa para mim surpreendente. Conversa não. Foi um ouvir. Um ouvir com todos os meus sentidos. Parei tudo o que estava fazendo e o que pretendia ainda fazer para ouvir.
Crianças tem uma naturalidade para expressarem a alma, que apenas precisam que adultos não as interrompam com experiências de vida.
Apenas ouvi o meu filho dizer que as mães deveriam ser como as tartarugas - apenas colocar seus ovos e confiar que em pouco tempo as tartaruguinhas iriam rumo ao mar que é a vida delas. A mamãe tartaruga sempre teria amor pelos filhotinhos em qualquer parte do imenso oceano. Falou que eu sou uma mãe tartaruga e nesse momento seus olhos ousaram marejar diante dos meus e antes que eu pudesse questionar se era uma boa mãe, se isto estava parecendo um tanto despido de sentimento, ele continuou...o filho nasce  
da mãe e ele sempre vai amá-la mesmo que esteja longe. A mãe é como uma tartaruga, você nasce dela e depois a aventura da vida te espera. Você não vai ficar sozinho porque a vida é sempre em equipe, você sempre vai encontrando pessoas. Uma mãe é apenas uma mãe.
Mais um mergulho em olhos marejados, agora os meus e o dele. Um abraço demorado e forte.
Sim eu entendi tudo o que meu filho me disse, não precisei questioná-lo em momento algum.
Frio, despido de sentimentos? Não, de jeito nenhum. O mar em seus olhos me mostraram isso.
Quando nos tornamos mães, queremos que nossos filhos durmam sozinhos em seus quartos, queremos que ao deixá-los na porta da escola, entrem sem chorar, queremos que sejam capazes de passar uma semana no acampamento de férias, sem termos que buscá-los antes do tempo. Queremos filhos empreendedores, queremos filhos que falem inglês para viajarem o mundo. Quanta independência, quanta liberdade queremos para os nossos filhos.
E hoje quando ouvi o meu filho, soube que ele já sente dentro de si que o mundo o espera.
Li em alguns blogs, orkut, uma frase já conhecida que diz "que filhos queremos deixar para o mundo?" No momento em que os tive em meus bracos sabia que não podiam me pertencer.
Por um tempo, daquele que é imensurável, meu ego urdiu alguma coisa como você é uma mãe tartaruga?
Sou sim e continuarei sendo.
No imenso mar que vi nos olhos do Bernardo estava impregnado todo o meu amor por ele. Amor que ele aprendeu a sentir no cuidar, no beijar, na bronca e principalmente, o que eu sempre ensinei: que os amor está além da presença física, do corpo. Uma mãe sempre sentirá o amor por sua tartaruguinha e a tartaruguinha carregará para sempre este amor, onde quer que esteja.
Aprendi muito com você, meu filho, hoje simplesmente te ouvindo.


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Poetisa

O que é chorar?

De vez em quando
a mamãe e o papai
brigam comigo
Mas eu sei que não é nada de mau.
Mas de vez em quando 
a minha lágrima sai do olho sem parar
Dentro da lágrima tem o amor
O amor é a esperança
de que tudo dê certo.


Júlia em 17/01/2011




quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Bom humor

Bom humor é um dos adjetivos que definem a Júlia.
Pedi a ela que limpasse o cocô do cachorro. Olhem como ela apareceu para a tarefa!
Em meio às minhas gargalhadas,disse para não se mexer que eu iria buscar a máquina para fotografá-la!
Ainda bem que estava perto, porque o nariz começou a doer...Ah! Sim. Ela realizou a tarefa direitinho.
Depois, perguntei de onde  surgiu esta ideia?
O Gildo limpa o cocô da irmã assim...

Gildo de Silvana Rando, ed. Brinque-Book - seu livro favorito atualmente.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Esculturas em tecido

   Na hora em que vi esta exposição, já fui lembrando das mãos habilidosas que recém conheci!
   E também para trazer cor e alegria a todos nós!
   Exposição no Shopping Paulista assinada por Suzy Giheler.






segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Poema

   Escrevi que minha próxima palavra-virtude seria harmonia.
   Escolhi-a diferentemente da anterior. Não pela beleza, pela poesia, mas pela urgência em que tome forma e modifique atitudes em nós.
   Bernardo e Júlia sempre viveram com cumplicidade, cuidando um do outro (quando eu dava bronca no Be e ele começava a chorar, a Júlia corria pegar um paninho para enxugar-lhe as lágrimas e ainda pedia para não rigar com o irmão). Há pouquíssimo tempo começaram a se desentender - do amanhecer ao anoitecer, passando pelo clássico "queria ser filho(a) único, você gosta só dele(a), ali é o meu lugar e por aí vai.
   Exercício de paciência que as vezes rareia!
   Hoje pela manhã, lembrei-me de ter dado um poema para o Bernardo levar para a aula de filosofia. Lembro-me também que ele disse que o professor gostou muito e estava usando nas aulas.
   Fui em busca do caderno de filosofia e lá estava.
   Postei e eles acabaram lendo depois.
   O melhor veio agora a noite, quando a Júlia me perguntou se eu queria ouvir um poema que ela mesma fizera.
   Diluí minha aspereza...
   Sei que são coisinhas, fases de irmãos e que vai passar.

   O poema


   As palavras foram fluindo de sua boquinha com uma suavidade que me surpreendeu. Pedi que repetisse para eu anotar. Ficou assim:


          Quando o sol amanhece
          você tem que estar com harmonia
          Quando anoitece e o sol se põe
          você também tem que estar com harmonia
          No meio do dia também tem que estar
          Os minutos do dia passam rápido porque é uma flor que vai desabrochando em cada pedacinho que se junta a harmonia
          Porque harmonia dá paz a todo mundo



                                                       Meu poema  Júlia

Paz

   Um dia de amor e paz começa com um minuto por dia de amor e paz.
   Que evolui para um acordar em paz, um dormir em paz, fazer as refeições em paz.
   A paz é uma flor que desabrocha aos pouquinhos.

                         Lama Gangchen Rimpoche


domingo, 16 de janeiro de 2011

Acordar com passarinhos

   Nas férias, eu acordo com passarinhos. Não, não estou em nenhum cenário bucólico. Em casa mesmo, com barulho de muitos carros e aos domingos, a sinfonia é outra: tem feira aqui na rua.
   Os passarinhos são os meus pequenos, que me acordam com voz mansinha, fazem massagem e depois perguntam - mãe, você já levantar? A gente tá com fome.
   Então eu imagino um ninho no alto de uma árvore com aqueles passarinhos feios, sem penas, bicos desesperados abertos e a mamãe passarinho voando num vai e volta apressado alimentando seus filhotes.
   Levanto e começo a passarinhar entre a cozinha e a sala. Praparo o leite e levo, aqueço pão para um e o outro já pede a fruta. "Mãe quero iogurte com granola"e asssim segue uma rotina gostosa.
   Passarinhos alimentados, depois é a minha vez. Feliz por terem um hábito saudável que eu sempre quis que tivessem: começar o dia com um bom café da manhã.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Dedinhos


   Nem sempre nossos planos saem como queremos, como tão bem planejamos.
   No primeiro filho, convicta a não dar chupeta. Aos dois meses pôs o  dedo na boca e só tirou perto dos cinco anos.
   Já experiente, com a Júlia, dei chupeta. Até o dia em que ela tirou e levou o dedo na boca. Levou cinco anos para parar de chupá-lo.

                                                                  foto da foto - dica da Tatiana - obrigada!

Contentamento

   Esses dias a mãe da Tonton postou uma frase em seu blog (antonellaesuaboneca.blogspot.com) curta, porém cheia de reflexões. Falava que fazemos o layout de nossos filhos e eles próprios fazem a arte-final. E recebeu um comentário, também curto, que se encaixou como uma peca de um quebra-cabeca (comentado por Nine) "sem um bom layout a arte-final fica uma porcaria".
   Um dos pedacinhos do meu layout tem nome: contentamento.
   Palavra que abracei e trouxe para a alma. Ter alegria, satisfação é o seu mais simples e completo significado.
   E desde muito pequeninos, meus filhos ouviam esta palavra. Quando bebês, eu lhes dizia que estavam com carinha de contentamento. Um pouquinho maiores, eu a usava no contexto de cobrança. "Mas e o contentamento?"Para aqueles momentos em que queriam ficar mais um pouco, queriam repetir o sorvete, ou a galinha do vizinho era mais amarelinha que a nossa!
   Bernardo vai fazer 8 anos. São oito anos convivendo com esta palavra, agora porém quase sem o tom de cobrança.
   Ouvi uma conversa entre ele e a Júlia em que ela disse assim "Bernardo, vamos pedir para a mamãe pra gente não sair hoje, eu tenho tanto contentamento em ficar em casa".
   É um projeto que deu certo. Uma virtude interiorizada e vivida.
   Depois de ouvi-los, senti que, em meio a tantos outros projetos, vou começar com mais uma palavrinha-virtude. Agora será a vez da harmonia.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Presentes

Li este livro na gestação do Bernardo, e depois o reli na da Júlia: 100 promessas para o meu bebê de Mallika Chopra.
Lembrava-me de alguns trechos e especialmente da sensação boa que me trouxe no momento em que eu aguardava a chegada dos meus filhos e fazia projetos para eles e porque não dizer promessas.
Hoje organizando muitas coisas, reenconrei-me com o livro e todas as sensações boas. Passando pelas páginas com cheirinho de livro guardado, relembrei algumas "promessas"que quero deixar registrada aqui e também renová-las em mim.

Prometo dar-lhe presentes que construam seu caráter, seus valores e seu espírito

   No mundo inteiro, as mães colecionam objetos especiais para dar às suas filhas quando se casarem. Na Índia, a mãe com frequencia começa a colecionar joias e sáris antes mesmo de a filha nascer. Na tradição americana, as mães colocam objetos especiais em baús que serão presenteados às filhas. Esses baús tornaram-se símbolo do amor que os pais sentem por elas e dos desejos e esperanças para o seu futuro. Tradicionalmente, os baús contêm roupas de cama, tecidos, colchas, loucas e todas as coisas que possam ajudar as filhas a se tornarem boas esposas.
   Preparar esse baú cheio de esperancas para minhas filhas será uma das minhas tarefas mais especiais e emocionantes como mãe. Levarei anos para encontrar objetos que representem a esperanca, o sonho, o amor e o orgulho que desejo para elas. Percorrerei esse caminho com calma, dedicação e empenho.
   Pretendo encher esses baús de otimismo, forca, liberdade, curiosidade, aventura, paz, espiritualidade e energia ilimitada. Quero dar-lhes histórias famosas, objetos de arte que colecionei, a filosofia de grandes pensadores, a poesia através dos tempos, passagens para explorar os cantos da Terra, mantras para impregnar suas almas, receitas para alimentar seus corpos e  lembranças para que se recordem de sua família e daqueles que as antecederam. Quero escrever histórias de suas infâncias, contar visitas ao jardim zoológico e viagem durante as férias. Quero guardar os desenhos que fizeram durante esses anos e montar colagens de fotografias dos nossos momentos especiais juntos. Quero dar tesouros que farão delas seres humanos conscientes que cuidam e amam a Terra e as pessoas que lhes são próximas.
   Quero que seus baús representem o nosso amor e os laços que nos unem. Quero que aprendam a mergulhar nesses  baús para encontram novos tesouros em diferentes momentos de suas vidas, quando estiverem felizes ou tristes, confiantes ou necessitando de ajuda. Por meio desses presentes, quero que minhas filhas saibam que são para mim os meus bens mais amados do mundo.

Choro do bem

Já tem uma semana que a Júlia tem chorado todos os dias. Olhos marejados, lágrimas suaves que descem lentamente por sua delicada face.
A voz também embarga quando ela diz: eu não entendo porque tem que ter tantas férias... eu queria que a escola começasse logo.
É um choro do bem! Ela quer voltar para a escola.
Todos os dias então pegamos o calendário e fazemos a contagem e hoje saímos da casa dos vinte e poucos e entramos em dezenove dias. "Oba! Já tem o 1 na frente, acho que vai chegar logo!
Abraço, beijo, converso muito tempo sobre a escola, enquanto enxugo uma pequena lágrima e tento confortar seu coração.

Viver

Viver é uma eterna supresa, por isso precisamos gostar de surpresas pra podermos gostar de viver

  twitter atairsantos

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Um cachorrinho





A Júlia lá pelos 3 anos tinha tanto medo de cachorro que eu não conseguia andar com ela pelas ruas do bairro. Via um já se apavorava, sem contar que andávamos ziguezagueando - mamãe atravessa a rua porque ali naquela casa tem um cachorro. A  solução veio junto com o Theo. Sem medo e muito carinho e brincadeiras.

Reduzir, reciclar

O Jornal da tarde trouxe uma matéria sobre uma família do Reino Unido que produziu apenas uma sacola de lixo em 2010.
Reciclam praticamente tudo, transformam restos de alimentos em adubo, plantam grande parte da comida que consomem, compram produtos diretamente de produtores locais, quando vão ao acougue levam os próprios recipientes.
Na pequena sacola de lixo havia alguns brinquedos quebrados, lâminas de barbear, canetas e negativos fotográficos.
Questionamentos a parte sobre a veracidade, a possibilidade, a questão é que o lixo deixou de ser "lixo", deixou de ser assunto para ecologistas, para 'naturebas' e virou parte importante de nossas vidas, para o bem e para o mal.
A cultura da reciclagem já faz parte de muitos de nós; para alguns já se tornou um hábito tão espontâneo, que não exige esforço ou sacrifício.
Agora é reduzir.
Para a minha realidade comparada com a dessa família, há um abismo, sem dúvida alguma.
Mas é possível, com esforço no início, com boa vontade, começar a jornada rumo a reducão de resíduos.
Aqui em casa vamos iniciar com uma mudança no lanche das crianças: sai as caixinhas de suco e entra uma garrafinha que promete não deixar cheiros e nem passar gosto de um para o outro.
Já é um começo...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Igualdade

Tive que vencer a minha resistência para fazer um blog quando a Júlia me pediu. Exposição demasiada foi uma delas. Passeando por muitos blogs, especialmente os de mães e pais, fui sendo envolvida por uma atmosfera que percebi na grande maioria deles, acho mesmo que em todos os blogs que visitei, uma atmosfera de igualdade. Ninguém mostrando para se sobressair, simplesmente compartilhando. A mesma sensação por todos os blogs: todas as crianças são lindas, todas são especiais, todas são iguais nas suas diferenças. E esse compartilhar me fez perder o medo, fez-me querer dividir a mesma igualdade que senti.
Um desses momentos que acalentam a alma, o coração eu senti no blog Maria todo dia. Passei momentos deliciosos ali. Carinho e simplicidade que alimentaram a minha coragem em se aventurar a blogar (como se diz por aqui!)

Lado de fora do coração


Júlia, 5 anos, há algum tempo vem me pedindo um blog. Demorou um pouquinho, esperei a inspiração chegar e ele surgiu. O nome veio daquelas conversas que são "pérolas "em nossas vidas. Ela me disse que era diferente das pessoas porque ela não amava do fundo do coracão, porque lá do fundo o amor nem aparece, tá tão escondido... então ela ama do lado de fora do coração! Sou apaixonada por eles, agora pelo lado de fora...
E para ilustrar esse nascimento do blog - uma tela pintada pelo Bernardo (quase 8 anos, chegando)