quinta-feira, 30 de junho de 2011

Manuais

As férias das crianças começaram exatamente às 17h55. E três horas depois eles já estavam na estrada!
Fazenda dos avós em Minas Gerais. Destino sonhado, esperado, planejado por eles.
Lá o bolo, o pão de queijo, o arroz com feijão, tudo com um sabor diferente, muito mais gostoso.
E eu me recordei da fase “bebês”deles, de quantos manuais escritos eu li e tentei seguir. Alguns com sucesso, outros total fracasso e muitas vezes eu recorri aos manuais da vida.
Lembro-me o sono, o dormir do Bernardo, que foi muito exaustivo pois ele não dormia longas ou mesmo algumas horas seguidas.
Depois de camisetas junto ao travesseiro, benzimentos, massagens, luz azul no quarto, passamos a dormir juntos, contrariando todos os manuais.
Como mãe, sentia-me a pior do mundo. Como eu que desejava tudo de bom para o meu filho, estava fazendo tudo errado, estragando a criança?
Os prejuízos para o futuro eram incalculáveis, segundo os tais manuais. Mas era a única maneira que eu encontrei para no dia seguinte conseguir manter-me em pé.
Depois veio aquela fase em que eles não iam no colo de ninguém, a não ser o meu.
Nossa, que pernicioso tal comportamento. Um bebê tão grudado assim com a mãe, só poderia ser fruto da tal cama compartilhada.
Bem, alguns manuais depois...
Eles se despedem nem ouvindo as próprias palavras, mas sentindo os pés apressados para partir.
Dormem felizes em outras casas, sem insegurança mas com imensa alegria e desprendimento.
Não precisava ter me martirizado tanto por sentir aqueles pezinhos quentinhos junto ao meu corpo.

Então, tenho uma semana entre ir resolvendo as situações educacionais, ficando mais tempo pelos blogs amigos e o que mais a vida me surpreender.
Vou aproveitar essa postagem para direcionar a uma leitura maravilhosa.
Uma pessoa maravilhosa se descrevendo em meio “aos manuais" que fizeram parte de seu crescimento, em todos os sentidos.

Helena, sou apaixonada por este texto teu!

Palavras

Um vídeo curto, que dispensa as minhas palavras.


quarta-feira, 29 de junho de 2011

Furos

Consegui descobrir porque TODAS as meias das crianças estão furadas.
E eu  maldizendo o fabricante...


Surpresa

O mundo dos blogs é mesmo permeado de carinho, de trocas que enriquecem, fazem-nos rir e mesmo chorar, seja de emoção, seja de preocupação.
Um mundo que nos faz sentir falta quando percebemos um blog quietinho, que nos faz lembrar de pessoas queridas, e que inesperadamente nos surpreende!
E essa foi a surpresa que recebemos: o texto do Bernardo lá no blog mãe de criança cientista com uma imagem que encheu meus olhos de boas lágrimas.
Obrigada Paula.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Abraço

Este post seria apenas um texto do Bernardo.
Mas este texto me trouxe tantos significados que eu quero postá-lo no contexto no qual ele foi criado.
Emenda de feriado, tempo maior para voarem os pensamentos e no final da tarde o Bernardo fica comigo na cozinha visivelmente angustiado de tal forma que os olhos marejam e a voz embarga.
As perguntas são muitas e as respostas difíceis.
Não era o tipo de pergunta que você pára tudo o que está fazendo e corre no computador para pesquisar.
Eram perguntas que talvez as minhas respostas não estavam servindo naquele momento.
Deixei o que eu estava fazendo ali e o abracei fortemente, acariciei seu rostinho querendo confortar o 'lá dentro' dele.
Então, mais calmo ele me pediu para escrever no computador, porém não queria que eu lesse.
Somente bem depois permitiu que eu lesse. Escrever fez-lhe bem e hoje ele autorizou o meu pedido para a postagem.

De onde tudo vem?
A água que bebemos,nossa matéria do corpo,o universo,o zinco,ferro,as plantas,os planetas,estrelas,meteoros,cometas,etc...Tudo
As perguntas que temos mas não sabemos as respostas,e tentamos saber delas por tudo,pela física,astronomia,filosofia...Mas só registramos o nascimento de tudo do universo do primeiro pontinho de luz que veio do preto nada que criou tudo.
Quem fez essa luz aparecer?Como e por que o pontinho de luz apareceu?Se não existia nada esse pontinho criou o sol que nos aquece, as células que formam nosso corpo e tudo o que é vivo.
E as perguntas mais simples da filosofia não deciframos elas muito bem ou nem deciframos elas, como essas:De onde viemos?O que somos?Para onde vamos?
Ou a origem de tudo.
Será que um dia ainda na terra saberemos?.Ou teremos que esperar mais um pouco para sabermos essas perguntas.Pense mais.Se nós somos uma coisa nesse universo todo muito(a) será que um dia iremos saber essas perguntas,estando aonde vamos ou não?Talvez nós possamos escolher.Ou vamos ter que esperar o momento certo.Quem sabe um dia saberemos?Provavelmente sim.Estando aqui na Terra ou em qualquer outro lugar.
Fim


Produção:Bernardo Dias.


Quando são pequenos nos angustiamos com as cólicas, com as assaduras, com os tombos, com a primeira vez na escola... e olhando em retrospectiva, vemos que não precisava tamanha preocupação.
Crescem e vamos nos dando conta que não temos lenitivo para todas as dores, que as nossas respostas podem não ser suficientes... que há dores, angústias e sofrimentos que farão parte da vida deles.
Eu e o Bernardo ouvimos muito essa música, que eu colocarei aí embaixo, quando ele era um bebê. Ouvimos para ninar, nos momentos gostosos de massagem ou mesmo quando ele estava brincando. Deixava o cd repetí-la várias vezes.
Depois de muito tempo, fui procurar na internet e encontrei o vídeo com a música.
Não o vejo com frequencia. Sempre choro, é uma emoção forte o que sinto. Prefiro ouvir só a música.
Mas ele relata a angústia, a falta de respostas, os caminhos.
Nosso abraço foi confortante para ambos.
"Mesmo que eu não tenha todas as respostas, e eu não as tenho, terei sempre um abraço para você Bernardo."


segunda-feira, 27 de junho de 2011

Chavear

P1010130 by marten_oosterhoff
P1010130, a photo by marten_oosterhoff on Flickr.


Chavear. A definição no dicionário é simples e clara. Dar volta à chave para fechar.
Por que será que eu tenho enorme dificuldade com este verbo?

Eu não chaveio a porta. Ou talvez eu não chaveava a porta. Porque depois do acontecido, terei de aprender a conjugar este verbo!
Moro em apartamento e não chaveava as portas, são duas: a da cozinha e a da sala.
Um golpe de vento um dia abriu a porta da cozinha e o cachorro latiu tanto que meu coração veio na boca.
Passei então a chaveá-la por conta do vento encanado.
E a da sala sempre aberta. Não, não sempre. Porque quando a prima morava conosco, ela chaveava, eu não!
Mas, então, semana passada eu estava no sofá assistindo ao melhor conto de fadas dos últimos tempos na minha opinião (novela cordel encantado) quando adentra a sala um senhor.
Eu vi a porta se abrindo lentamente.
A mente transcende o tempo, os segundos a pensar – mas nesse horário, não pode ser...
E quando me dou conta, chama-lo-ei respeitosamente de velhinho, estava na minha sala, com o olhar perdido, espantado.
O cachorro não latiu, a Júlia que também estava no local não viu e eu nem levantei do sofá. Apenas disse: - Senhor, acho que está no apartamento errado.

Quando contei para minha amiga o tal fato em meio a boas gargalhadas, ela me fez refletir... E se fosse madrugada, todos dormindo, o velhinho entra e deita na cama... hahaha, melhor nem dar asas à imaginação.
Estou me esforçando bastante para conjugar direitinho o tal verbo.
(Prima querida, viu só a que você estava sujeita?!)
Bem e antes que alguém me pergunte: mas você não tem medo?
Tenho medo sim, mas é de poço!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Poço




Deparei-me com este poço no meu caminho durante à viagem.
Deparei-me com emoções contraditórias por causa deste poço.
Uma casa numa avenida movimentada, tudo muito urbano. Acho que a última coisa que eu imaginaria ter ali era um poço. Aliás acho que eu nunca imaginaria tal.
O fato é que fiquei de frente para ele. E a primeira sensação que me ocorreu, veio lá da minha infância.
Medo.
Durante muitos finais de semana da minha infância, íamos para uma chácara de uma tia minha. Crianças eram eu e o meu primo, 4, 5 anos.
Havia um poço no local, que vimos sendo escavado e depois pronto. E para brincarmos soltos pelo imenso espaço de terra e grama, ouvíamos antes o sermão amedrontador do poço. Histórias horríveis de criancinhas desobedientes que caíram lá dentro, sem contar os episódios sombrios passados em castelos, torturas, etc.
Além de não chegarmos nem perto do tal poço da nossa infância, creio que o efeito foi alcançado pois quase quarenta anos depois eu senti o mesmo pavor!
Convivi com este poço urbano por três dias. E numa manhã fria mas ensolarada, tomei coragem e pedi para abrir o portão que o mantinha seguro de qualquer criança arteira, e fotografei.
Depois sob o sol, olhando as fotos começou a vir tantas percepções diferentes sobre o poço que se sobrepujaram àquele medo infantil.
O fundo do poço, o qual já fui algumas vezes, ganhou uma boa reflexão.
Neste poço aí da foto há uma corda, pronta para içar qualquer alma desacorçoada. Há flores para suavizar qualquer período de mergulho úmido, escuro.
Água fresca para saciar a sede da garganta, do nosso interior.
Há um poço de sabedoria, há um poço de alegria.
Deixei para trás o poço de lamentações, o poço de sofrimento.
Um poço pode ser fonte de tantas coisas boas.
Da vida faz parte momentos difíceis, os outros são maiores e contínuos. Basta olhar com olhos renovados.
Qual é o seu poço?!

Silenciar

Poderia escrever-te:
um beijo
ou talvez me valesse do plural:
mil beijos
Estaria enganando a mim mesma
pois hoje não quero escrever
Quero silenciar as letras
são meus lábios que querem levar
o beijo até a tua boca
Hoje não preciso das palavras nem da escrita
Quero ser inteira silêncio
Quero ser silêncio espalhado em tua pele
Não, não vou pousar meu lápis na folha branca
Pousarei meu corpo silenciosamente na cama
para que venha o sono
e carregue em sonho o beijo
guardado em meus lábios
que emudecidos pousarão em tua boca
tão silenciosamente que talvez não percebas
que a ti o meu beijo chegou

Ana Paula

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Cheiro de bebê

A partir de hoje
vou me perfumar
com cheiro de bebê
Quero que o meu interior
fique inebriado de aroma pueril
O bebê nos surpreende
com seu sorriso puro
Quem sabe exalando cheiro de bebê
eu volte a sorrir despreocupadamente
Ao bebê não é dito:
você tem até o final da semana
para engatinhar.
Quero como o bebê engatinhar
seja para trás ou para frente
sem prazos nem regras
apenas quero exercer a fé do bebê
confiante que um dia ele acordará engatinhando
Seus passos cambaleantes
não são julgados como errôneos
e ele segue em frente
mesmo caindo
Quem sabe cheirando a bebê
eu pare de julgar os passos alheios
e apenas e tão somente caminhe junto
Ainda que eu seja como os bebês especiais
que talvez nunca irão engatinhar ou andar
ainda assim quero ter o mesmo cheiro deles
Porque além do cheiro,
eles exalam amor
capaz de transformar corações.

Ana Paula

Noiva esparramada

A noiva intrigou muita gente!!!
Tenho uma história para narrar sobre ela, mas não é nada que elucide o fato dela estar esparramada ali no chão nos braços de seu amado!
Ficaremos para sempre curiosos. A não ser que um dia destes ela descubra este blog e se reconheça na foto e venha aqui nos comentários... hahaha!



Quando de longe avistei aquele branco, de imediato me chamou a atenção. Perguntei à amiga que estava comigo se ela sabia o que era aquilo, ela respondeu que não.
Fomos então caminhando para nos aproximar e quando mais perto eu vi que era uma noiva, achei tão inusitado que quis logo fotografar. A ansiedade foi tanta que a máquina travou! Tirei a primeira foto e quando ia acionar o zoom para capturar a cena mais de pertinho...
Simplesmente a objetiva não abria.
Bem naquele momento a máquina pifar...
Meu momento paparazzi foi estragado pela objetiva emperrada.
Então ficamos com uma foto assim ao longe e a cabeça fervilhando indagações!

Mas esta viagem me rendeu outra surpresa inusitada.
Num final de tarde em que o tempo havia melhorado, olhei para o céu e parecia ter uma cordinha, um varal esticado lá no alto. Lembrei-me da querida Chica e suas poesias e pensei: essa cordinha é pra Chica pendurar poesias! Cliquei, mandei a foto para ela por e-mail e qual minha surpresa ao descobrir que além de poesias, ela tem um blog de céu!
E a foto foi parar lá! Que delícia!
Olhem se não é perfeito para pendurar coisinhas pra todo mundo ver e se sentir melhor?!



terça-feira, 21 de junho de 2011

Diário

E tem mais “causos” no meu diário de viagem.
Um deles refere-se aos artistas de rua.
Sim aqui em São Paulo há muitos deles espalhados, mas para mim eram invisíveis, talvez pela pressa que me acompanha nestes momentos.
Já lá em Curitiba, paramos para vê-los demoradamente. Apreciamos cada talento: violino com rapp, os mímicos-sombra.
Não só apreciamos como também participamos. As crianças se encantaram com os palhaços mímicos que imitam quem passa ali pelo calçadão, que eu resolvi passar ali no meio para ser imitada. E eles vieram e brincamos de roda-roda ali em meio a muita gente nos olhando e rindo daquele momento. Eu adorei a experiência!
Minha filha Júlia disse: mãe, sabe que eu te adoro porque você é uma mãe muito rigorosa mas também uma mãe muito divertida.
Obrigada filha pelo rigorosa e divertida. Boas qualidades para uma mãe!
Mas as risadas continuaram.
Como não estava muito bom ficar no hotel... retardávamos a nossa volta ao máximo e utilizamos o telefone público por várias vezes.
Foi um problema.
Todos os orelhões do centro da cidade pareciam leques.
Sim eram adornados em formato de leque com cartões de garotas de programa e eram nádegas para todos os lados.
A primeira vez, depois da surpresa, saí em busca de um orelhão mais límpido. Não havia! Todos eram daquele jeito, lotados dos tais cartõezinhos.
As crianças ficaram envergonhadas, mas depois tiveram um acesso de riso que também me pegou e eu não conseguia falar com quem estava do outro lado da linha!
Cada vez que tínhamos que usar o orelhão, as gargalhadas das crianças começavam e claro que eu ouvi a pergunta que eu não gostaria que viesse – o que era aquilo, por que tantas nádegas de fora?
Não escapei da resposta. Consegui driblar a Júlia e disse para o Bernardo que somente quando a irmã dormisse eu explicaria o significado daquilo. Ele foi paciente e esperou a noite chegar.



Queríamos celebrar toda aquela alegria, aquelas risadas comendo pipoca doce. E fomos em busca dos pipoqueiros. Encontramos vários, mas nenhum com a nossa doce pipoca vermelha.
Fui perguntar aonde eu encontraria a pipoca vermelha e fiquei sabendo que era proibido por ali por causa do corante.
Achei isto muito interessante. Eu não tenho problemas com as crianças relacionado à alergias, nem me preocuparia com a cor da pipoca. E ali existe uma determinação em relação a isto.
Comentei com as crianças que acharam bem legal essa preocupação com a pipoca e elas queriam uma solução para os cartõezinhos dos telefones públicos!
E antes de vir embora, um passeio pelo cartão postal da cidade: o Jardim Botânico.
Muito bonito, porém o que mais me chamou a atenção foi este detalhe branco na grama.
Não conseguia nem imaginar o que era e fui chegando perto.
Uma noiva! Nunca tinha visto uma noiva tão descolada deitada assim no chão. Também adorei isto!



segunda-feira, 20 de junho de 2011

Limonada

E fomos com o nosso limão fazer limonada em Curitiba!
Por conta dos problemas educacionais envolvendo minhas crianças, fomos em busca de laudos, relatórios, gráficos, enfim, essa parte foi feita; ainda estamos longe de resolver a situação, mas está tudo em andamento.
E já que a vida nos deu um limão... é fazer o melhor possível.
Só não imaginávamos quanta limonada iríamos tomar!
As avaliações das crianças foram feitas por pessoas que aliam profissão e amor, e claro esta combinação resultou em alegria, bons momentos, entusiasmo. Nem sentiram cansaço.
Aproveitamos o tempo livre para visitar pessoas queridas que não víamos há cinco anos, passeamos um pouco e bebemos literalmente muita limonada.

Eu já tinha me esquecido das aulas na escola onde eu aprendi sobre homônimos, quando fui parar num hotel homônimo. Nunca mais vou me esquecer desta lição.

Reservas e pagamento feito pela internet, achei estranho logo na entrada o hotel. No quarto quando abrimos o guarda roupa, os cobertores estavam todos embolados e socados lá dentro. E eu fiquei pensando: será que uma nova maneira adotada pelos hotéis, sei lá para ventilar as cobertas. Sério mesmo que eu pensei isto.
Minha filha Júlia, já foi mais ousada no pensamento. Ela me disse que estava muito preocupada e com medo de pegar alguma pulga porque aquelas cobertas pareciam cobertas de pessoas em situação de rua. De trágico ficou cômico porque eu não conseguia parar de rir.
Havia uma solução, claro.
Dormiríamos com o ar condicionado ligado e assim não usaríamos a coberta.
Liguei e o frio só fez aumentar. Desci na recepção pedi para que olhassem o ar que eu não conseguia colocar no quente, quando fui informada que não havia ar quente no hotel, em nenhum dos quartos.
Era três horas da tarde e fazia 7 graus. Perguntei então sobre a nova forma de guardas as cobertas. Foram verificar e me informaram que aquilo era um horror. Iriam ver quem fez a arrumação do quarto.
Dormimos com três cobertores cada um, a janela do banheiro que não fechava, mas dormimos. Melhor nem saber a temperatura da madrugada.
Café da manhã: não tinha nenhum suco de fruta natural. Sim mas tinha limonada de pozinho. Sabe que estava bom!
Sim, decidimos mudar de hotel, mas não havia tempo de pensar nisto agora, porque bem cedinho tinham as avaliações. Voltamos sete horas da noite do hotel, exaustos. Ninguém teve pique nem de pensar para onde iríamos. E assim o tempo foi passando, fomos bebendo bastante limonada, vimos um grupo de jovens atletas franceses, depois chegou um ônibus com o pessoal da melhor idade para dividir a limonada e nesse tempo todo me deu uma baita saudade dos blogs. Como não tenho note,net, nada portátil fui numa salinha usar o computador do hotel.
A vontade de ler, comentar, escrever era imensa, mas passou como num passe de mágica depois que eu vi umas criaturinhas ressecadas pelos cantos.



Fui na recepção solicitar que removessem as tais criaturinhas para não impressionar as crianças.
E não é que na hora de ir embora ganhei um desconto de duzentos reais!
Eita homônimo bom! Mas não me pega mais!!!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Menino assoprador




Assopro bolinhas de sabão
Suspiro suave
sussurrando invisíveis palavrinhas

Não posso colocar ali dentro
o dinheiro necessário
a cura da doença
porque sou apenas
menino assoprador

Suspiro e sussurro levinho
para longe chegar as bolinhas
que parecem frágeis
vazias em sua transparência
mas um planeta inteiro
flutua em desejos escondidos
que a fé não se perca
o amor traga igualdade
e nunca se deixe de aprender

Sou apenas menino assoprador


Ana


Estarei ausente nesta semana resolvendo os problemas educacionais.
Deixo um poeminha. Beijo. Até a volta.

sábado, 11 de junho de 2011

Coraçõezinhos


Meu amor acostumado que está
a pendurar bandeirinhas na noite de Santo Antônio
pendurou coraçõezinhos em meus cílios
e meus olhos agora estão inebriados de amor

Pesados por um peso leve e gostoso
deixo meus olhos assim
pousados na lembrança
do primeiro olhar
do sabor do primeiro beijo
das tantas estradas que já percorremos

Meu olhar acostumado que está
a encontrar o teu
se alegra em reencontrar
em tantas maneiras diferentes
o mesmo sentir
nas difíceis estradas
nas exuberantes paisagens


Esta foto foi tirada na festa junina da escola das crianças. Tudo tão lindo. Mãos habilidosas que amam o que fazem, tornaram cada cantinho especial.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Roda da leitura

Hoje as crianças não tiveram aula.
A Júlia me disse que iria brincar de roda da leitura.
Fiquei imaginando que seria uma escolinha com as bonecas e alguns livrinhos.
Olha só como é uma roda de leitura por aqui.
Achei bem criativo...




quinta-feira, 9 de junho de 2011

Vicejar

Um título numa folha de jornal antigo, chamou-me a atenção. Diz assim: “Investigador almeja explicar o complicado conceito da felicidade”.
E eu almejo que ele consiga!
Por que é algo difícil falar da tal felicidade. Tão relativo este conceito, tão amplo, tão cheio de questionamentos...
E nessa matéria aparece uma palavra relacionada com o assunto que é a palavra vicejar.
Como eu gostei desta palavra! Tomara que sempre tenha lá na grande fábrica de palavras!
Vicejar – viço – exuberância de vida.
Muito bom para se traduzir, aproximar de felicidade.
Mas eu estou achando que uma boa parte dos seres humanos têm dificuldades em vicejar.
Hoje, por exemplo, ouvi uma crítica àquela banda curitibana (tem o vídeo aqui no blog), que teve mais de 5 milhões de acessos na internet, que é piegas, que durante semanas nos infernizou com aquele hit, que só falta as pessoas colocarem flores no cabelo e saírem se abraçando... e por aí vai. Esse crítico não gostou e está no direito dele. E por que não deixar que os milhões que gostaram, coloquem flores no cabelo e saiam a vicejar por aí? Por que se incomodar com os que gostaram?
O mesmo já li em alguns blogs. Quando está tudo bonito, cheio de viço em seu blog, chega alguém para lhe dizer que você está usando óculos cor de rosa, o mundo não é assim.
Se eu pudesse sugerir ao investigador, diria para ele descobrir porque a felicidade incomoda, porque ainda há a crença que se tudo vai bem, prepare-se para o ruim.
Eu quero vicejar muito!!! Altos e baixos sempre existirão porque são ingredientes da vida, mas se a vida tá cor de rosa debaixo desse céu cinzento, chuvoso e frio... vamos compartilhar!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Pintor apressado

O pintor que todos os dias
pinta a tela céu
acordou hoje apressado
Parece que seus desenhos
estão todos borrados
As pinceladas saíram longas
espalhaaaaaaadas pelo céu
e quando vou olhar...
já se foram seus desenhos

O que está acontecendo seu pintor?
No alvorecer e no lusco-fusco
sua tela céu é primorosamente colorida
Ah! Como você mistura bem suas cores
sobre aquele fundo azul!
Durante o dia
prefere pincelar de branco
e eu esparramada na verde grama
fico a admirar seus desenhos

Ele me diz que hoje
está apressado pelo vento
que faz sua mão balançar
e nada desenhar
só espalhar sua alvura

Ei! Seu pintor
também vou me apressar
porque este vento maroto
foi chamar a chuva para brincar
e eu não quero me molhar...
Tchau!

                                                             Ana

terça-feira, 7 de junho de 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O blog

Tenho lido em várias postagens o porquê de se ter um blog ou o nascimento do blog.
Registrar o dia-a-dia, registrar as lembranças vividas, escrever como terapia, reunir familiares, amigos. Estes são alguns dos principais motivos de se ter um blog.
Quero falar do nascimento do meu blog.
A verdade é que foi, comparativamente, uma gravidez inesperada.
Eu não tinha a intenção de ter um blog. Ele apareceu de repente... Um susto danado.
Depois me acostumei com a ideia e comecei a pensar o que iria fazer dali pra frente.
Contar para os familiares? Ainda era cedo demais.
Esperei o blog crescer para aparecer!

Não é uma brincadeira. Foi assim mesmo.
Eu não entendia muito bem o que era um blog. Conheci primeiro os de assuntos específicos.
Então achava que não era para mim porque eu não teria um assunto específico para postar.
Deparei-me então com os blogs maternos. Encantadores  ao primeiro clik.
Ver fotos de bebês, crianças, cheios de novidades a cada dia, parecia até faltar espaço para tanto assunto.
Nesse tempo minha filha Júlia estava chorando antecipadamente e diariamente porque sua prima querida iria morar em outra cidade por conta da faculdade. Sugeri à “prima”(assim que a Júlia a chama!) que fizesse um blog da sua nova vida, assim a Júlia poderia acompanhar e quem sabe a saudade amenizasse. Ela fez; a Júlia adorou e começou a me pedir para fazer um blog para ela.
Respondi prontamente que teríamos que esperar a prima vir para cá para nos ajudar a fazer um, pois para mim parecia tarefa impossível.
Tanto a Júlia insistiu que eu fui parar sem querer no crie um blog. Sem acreditar fui clicando, clicando; tudo parecendo fácil demais e quando me dei conta ele estava ali bem na nossa frente!
Demorei para acreditar que tinha conseguido tal proeza.
E agora? O que exatamente colocar ali?
Comecei colocando algumas coisas das crianças, porém logo depois a Júlia me disse que queria um espaço só dela para se expressar. E agora com mais prática, foi tranquilo fazer o blog para a Júlia.
E enquanto começava timidamente a escrever, fui lendo sobre o assunto blogs.
Era para ser um diário, desses que muito de nós já tivemos um dia de papel, talvez com  cadeado. Mas acredito que a maioria,  mesmo os que postam diariamente, saíram um pouco daquele ritmo de escrever literalmente o que se passa durante o seu dia inteiro.
Eu mesma tive vários diários, depois eram agendas. Ali eu começava escrevendo como estava o tempo, a cor do céu. Relatava o que fazia no dia, o meu humor, as angústias, decepções, enfim era um retrato fiel, porque afinal a ideia era de que ninguém lesse.
Já nos blogs é diferente. Haverá algum leitor. Sempre te descobrem; mesmo que sejam poucos os leitores.

E como não tenho um assunto específico, fui mesclando um pouquinho do que acontece, com lembranças, com crianças, com poemas que às vezes me arrisco a escrever.
Além de ficar uma recordação para os mais próximos, vamos fazendo amigos, conhecendo leitores, blogueiros, seus estilos e esta troca é muito prazerosa.
Passado o susto inicial de não saber bem o que fazer com um blog, agora estou  passando agradáveis momentos por aqui.
E misturando, uns dias mais, outros em falta, foi algo surpreendentemente bom que me aconteceu.
Ao contrário do meu preconceito com a internet de ser fria, sem emoção, para mim o blog veio como uma lição: é o oposto disso. É cheio de energia, de risadas, tristezas também. Enfim é uma troca deliciosa. Ainda bem que eu tenho um blog, mesmo sem ter planejado!

sábado, 4 de junho de 2011

Lembranças

Fiquei de tal forma embevecida com uma lembrança boa que me chegou de maneira inesperada, que não consegui postar na hora.
Acho que fiquei enamorada com as lembranças... e foi muito bom!
Há muito que eu não assistia ao programa Sr Brasil, da tv Cultura.
Quinta-feira passada, saindo do habitual, resolvi ligar a tv e enquanto o sono não chegava, fui ficando.
Nem sabia que o programa tinha mudado de terça-feira para quinta. Gosto demais deste programa. Dos causos contados pelo Boldrin, da boa música nas belas vozes de talentos às vezes desconhecidos, gosto do cenário adornado pelo artesanato produzido por mãos tão habilidosas.
E foi ali, numa conversa do Rolando que me chegou a surpresa. Ele estava relatando que o nome de alguns artistas que havia conhecido no passado, quando disse mais ou menos isto: “Eu ia numa barbearia ali na rua Tupi, quando conheci...
Nem ouvi o resto. A barbearia da rua Tupi era de meu pai!
Imediatamente me lembrei de meu pai falando do Rolando, falando do Raul Cortez que também era freguês da barbearia.
Durante muitas décadas ali fora, além do local de trabalho de meu pai, uma parte de sua vida.
Lamento ser na época uma adolescente que não dera a menor atenção àquele fato, contado com tanta discrição pelo meu pai, que estivera em seu estabelecimento o respeitado Rolando. Era uma época em que eu estava interessada nos Menudos.
Já vai para mais de vinte anos que ele morreu e para mim, o tempo foi transformando dor em lembranças, mas também apagando muitas coisas da memória.
Ouvir “a barbearia da rua Tupi”, reviveu em mim o homem austero, sempre de paletó, manuseando sua navalha e tesoura que depois se transformou no homem engraçado, cozinheiro que tinha um galo garnisé sempre ao colo como bicho de estimação!