Amigas e amigos,
É com imenso pesar que anuncio estar passando por problemas operacionais no meu computador e devido a este fato ficarei sem blogar por um longo tempo indeterminado.
Entre um lan house e o empréstimo do computador do marido tentarei passar e passear pelos blogs amigos.
Estarei com vocês no lado de dentro de coração e no lado de fora estarei com guardanapos, moleskine genérica, cadernetas e papeizinhos e lápis preto nº 2 rabiscando inspirações.
Até o tempo necessário para se descobrir como destravar um computador onde o filho inseriu uma chave de segurança com senha e ele não se lembra da mesma...
\Se alguém tiver um palpite... ( ! )
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Caixinha de fósforos
Não dura muito e logo estou com um sorriso iluminando o rosto e os recônditos do que já foi vivido.
O motivo da irritação e do sorriso foi a caixa de fósforos.
Abro-a para aquecer a água do café e demoro a encontrar um fósforo pronto para o uso, um de cabeça ruiva, como diria o poeta Carpinejar.
É que tenho a mania de guardar na caixinha os fósforos usados. Quando ela é nova é divertido olhar um e outro palito destoando de seus semelhantes.
Na metade do uso, uma rápida passada de dedo revirando os palitos e já se encontra o procurado.
Para o final, é um teste para os nervos. Você sabe que existe uns dois ou três ali, mas os queimados são a maioria.
E para que se colocar nesta situação? - você poderá estar me questionando.
Eu também me fiz a mesma pergunta: para quê?
Iluminou-se uma gavetinha da memória, como o abrir vagaroso de uma caixinha de fósforo.
Meu pai tinha este mesmo hábito. Ah! Então está no sangue, você diria.
Mas o sangue que me flui não é o do meu pai da caixinha de fósforos.
Pode ser então fruto do exemplo esse mau hábito que carrego.
E eu lhe asseguro que não pode ser.
Eu repugnava no meu pai cada palito riscado e guardado de volta; ele usava para acender os cigarros que fumava.
Aos 76 anos morreu. O médico disse que foi o cigarro. Qual o que! Morreu foi de vida. Fumava desde os 14 anos...
Ah! O meu hábito de guardar palitos usados?
A cada caixinha, cada vez que abro, guardo, procuro, irrito... eu sinto acender em mim o amor que sinto pelo meu velho pai e o amor que ele sentia por mim.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Presentes
Foram dois presentes que eu recebi na semana passada.
Inesperados, surpreendentes.
Um selo do Chris que reconhece a beleza do blog, seja ela estética ou da escrita. Um livrinho da joaninha querida com ensinamentos para se guardar do lado de dentro do coração.
De pessoas que nunca imaginei ser presenteada. Emocionou-me e me fez pensar muito no que é um presente.
A definição estava no meu corpo, no meu coração feliz, no brilho que foi para os meus olhos.
Mas eu quis saber como os léxicos traduzem essa definição em mim para um dicionário.
E estava assim definido:
"Presente é tudo aquilo que se oferece de forma gratuita a alguém com a intenção de fazer este mais feliz, em sinal de atenção, confiança, amor ou amizade."
Literal tradução para o que eu senti!
Acrescenta-se também:
"Convencionou-se presentear em datas comemorativas: Natal, aniversário..."
E, para mim, essa convenção tira um pouco do brilho, do inesperado, que é ser presenteado, afinal já se sabe que iremos ganhar um presente.
Penso que para as crianças o presente está correndo um risco de extinção.
Extinção de presentes? Não, isso não. Extinção dos sentimentos maravilhosos que ele deveria proporcionar.
Na intenção de agradar, já fazemos a pergunta antecipadamente: o que você quer ganhar?
As facilidades econômicas dos tempos atuais nos permite presentear a todo momento e mesmo quando não temos a intenção de presentear, entramos numa loja, ou lanchonete e saímos de lá com um "Brinde", que vira presente, que perde a definição.
Está chegando a temporada dos presentes. Vamos tentar inovar?
Vamos redescobrir as maravilhas de dar e receber um presente?!
Beijo
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Um super-herói indiano
Na semana passada houve uma blogagem coletiva sobre o tema do trabalho infantil. Eu não participei, não tinha o que dizer, além do sou contra trabalho infantil.
Li algumas postagens que trouxeram a questão de crianças que trabalham na tv, ou como modelos que achei bastante interessante.
Hoje, li uma matéria sobre um ativista indiano que fala do trabalho escravo.
Gostaria de dividir com vocês.
Seu nome é Satyarthi Kailash, 58 anos; ele diz ter salvo 80 mil crianças do trabalho escravo nos últimos 30 anos. É membro da ONG americana Centro de Vítimas de Tortura. Ele não carrega armas.
Em entrevista ( Folha de S.Paulo 23 de outubro de 2012 ) ele disse que ainda temos 215 milhões de crianças trabalhando.
O tráfico de crianças é o terceiro maior mercado ilícito do mundo, perde só para a venda ilegal de armas e de drogas.
"No mundo ilegal está a máfia. Pessoas perigosas. Sou inimigo deles. Já apanhei bastante por isso. Sofri mais de dez atentados. Quebrei as costas, as pernas, a cabeça.
Hoje ando com um segurança ao meu lado, mas não o levo para missões de resgate, porque se levo uma arma comigo, os escravocratas chegam com dez...
Todas as crianças que eu e meus colegas libertamos foram marcantes para mim, mas não me lembro o nome de todas, foram 80 mil. Me lembro sempre de uma delas, porque a história é muito comovente.
Ela tinha 6 anos quando foi libertada e trabalhava desde os 4, quebrando pedras. Os pais e avós também eram escravizados...
... fizemos o resgate de madrugada. Era a hora em que o guarda, que ficava armado, ia ao banheiro e tomava banho, em um lugar mais afastado. Entramos e resgatamos todos. As crianças vieram no meu carro.
Em operações muito arriscadas eu mesmo dirijo, porque o motorista pode ser corrompido, me deixar em algum lugar para que me matem ou simplesmente fugir de medo e levar as chaves do carro, como já ocorreu uma vez.
(...)
Pouco depois a menina me perguntou: "Por que você não veio antes?"E aquela pergunta foi tão pesada. Acho que ela vale para todo mundo. Por que não agir agora, se há urgência, se é preciso acabar com isso?
As pessoas comuns podem ajudar sendo consumidores conscientes. Não comprando produtos vindos de mão de obra escrava. Grandes marcas contratam fornecedores que usam essa mão de obra."
Li algumas postagens que trouxeram a questão de crianças que trabalham na tv, ou como modelos que achei bastante interessante.
Hoje, li uma matéria sobre um ativista indiano que fala do trabalho escravo.
Gostaria de dividir com vocês.
Seu nome é Satyarthi Kailash, 58 anos; ele diz ter salvo 80 mil crianças do trabalho escravo nos últimos 30 anos. É membro da ONG americana Centro de Vítimas de Tortura. Ele não carrega armas.
Em entrevista ( Folha de S.Paulo 23 de outubro de 2012 ) ele disse que ainda temos 215 milhões de crianças trabalhando.
O tráfico de crianças é o terceiro maior mercado ilícito do mundo, perde só para a venda ilegal de armas e de drogas.
"No mundo ilegal está a máfia. Pessoas perigosas. Sou inimigo deles. Já apanhei bastante por isso. Sofri mais de dez atentados. Quebrei as costas, as pernas, a cabeça.
Hoje ando com um segurança ao meu lado, mas não o levo para missões de resgate, porque se levo uma arma comigo, os escravocratas chegam com dez...
Todas as crianças que eu e meus colegas libertamos foram marcantes para mim, mas não me lembro o nome de todas, foram 80 mil. Me lembro sempre de uma delas, porque a história é muito comovente.
Ela tinha 6 anos quando foi libertada e trabalhava desde os 4, quebrando pedras. Os pais e avós também eram escravizados...
... fizemos o resgate de madrugada. Era a hora em que o guarda, que ficava armado, ia ao banheiro e tomava banho, em um lugar mais afastado. Entramos e resgatamos todos. As crianças vieram no meu carro.
Em operações muito arriscadas eu mesmo dirijo, porque o motorista pode ser corrompido, me deixar em algum lugar para que me matem ou simplesmente fugir de medo e levar as chaves do carro, como já ocorreu uma vez.
(...)
Pouco depois a menina me perguntou: "Por que você não veio antes?"E aquela pergunta foi tão pesada. Acho que ela vale para todo mundo. Por que não agir agora, se há urgência, se é preciso acabar com isso?
As pessoas comuns podem ajudar sendo consumidores conscientes. Não comprando produtos vindos de mão de obra escrava. Grandes marcas contratam fornecedores que usam essa mão de obra."
domingo, 21 de outubro de 2012
A senhora dos aplicativos
Jovem, bonita, inteligente, bem sucedida financeiramente, independente.
Ah e profunda conhecedora e usuária dos gadgets.
Sim, gadet, que tem por tradução além de geringonça, aplicativos, dispositivos, ferramentas.
São aquelas "coisinhas"que instalam nos celulares para ajudar nas tarefas do dia a dia.
Já não vivia sem os tais aplicativos e achava exagero classificarem-na como viciada em aplicativos.
Facilitadores da vida - rebatia com classe.
Fim de expediente, chega em casa, ou melhor em seu apartamento, deixa os sapatos de salto altíssimo e com o celular em mãos controla a iluminação ambiente, liga o som.
Estirada no sofá, liga a secretária-eletrônica do telefone; difícil entender que sua mãe ainda usa aquilo quando bem poderia lhe mandar uma mensagem no celular, ou um e-mail seria melhor.
Ouve o conselho materno: tem trabalhado demais, precisa de um pouco de vida no campo.
Sua mãe tem razão, um pouco de ares campestres lhe fariam bem.
Um toque na tela do celular e ela vai para o campo, tirar leite de vaca. Precisava mesmo de um pouco da tranquilidade rural.
Era isso o que fazia sobre o sofá, ouvia a água para relaxar quando de repente um aplicativo pisca, soa avisando que dentro de algumas horas seu óvulo estará a caminho de ser fecundado.
Este era um projeto a ser concretizado: já tinha seu imóvel, sua estabilidade, queria agora um filho. O livro escreveria depois de plantar a árvore.
"Céus"disse para si mesma, tenho que me arrumar logo e sair ao encontro do pai do meu filho.
Lembrou-se que o pessoal do trabalho iria comemorar um aniversário.
Para lá que foi. Pouca luz pôs em ação um aplicativo que identificava futuros candidatos e ainda mostrava na tela como seria o rosto do futuro bebê.
Depois de identificar na tela do celular uns sete candidatos, partiu para cima do moçoiro.
Oi, quantos anos você tem, qual era a sua nota escolar para matemática, e filosofia, gosta?
Enquanto não tirava os olhos da tela e o pobre rapaz respondia acanhado com aquela situação, ela anunciou:
"É você, é você o pai ideal para nosso filho. Além de lindo ele poderá ser um gênio. Vem, vamos ao meu apartamento..."
Já ia arrastando o pobre moço quando este gritou para os seguranças.
O moço fora criado por sua dedicada mãe que lhe mostrou o mundo das princesas que perdiam sapatinhos. Ele não estava acostumado a princesas que corriam atrás dele e quase foi ele perdeu o sapato.
Ufa! Que sufoco.
E que geringonça era aquela que ela segurava nas mãos e não tirava os olhos?
Nem quis saber...
Ah e profunda conhecedora e usuária dos gadgets.
Sim, gadet, que tem por tradução além de geringonça, aplicativos, dispositivos, ferramentas.
São aquelas "coisinhas"que instalam nos celulares para ajudar nas tarefas do dia a dia.
Já não vivia sem os tais aplicativos e achava exagero classificarem-na como viciada em aplicativos.
Facilitadores da vida - rebatia com classe.
Fim de expediente, chega em casa, ou melhor em seu apartamento, deixa os sapatos de salto altíssimo e com o celular em mãos controla a iluminação ambiente, liga o som.
Estirada no sofá, liga a secretária-eletrônica do telefone; difícil entender que sua mãe ainda usa aquilo quando bem poderia lhe mandar uma mensagem no celular, ou um e-mail seria melhor.
Ouve o conselho materno: tem trabalhado demais, precisa de um pouco de vida no campo.
Sua mãe tem razão, um pouco de ares campestres lhe fariam bem.
Um toque na tela do celular e ela vai para o campo, tirar leite de vaca. Precisava mesmo de um pouco da tranquilidade rural.
Após alguns baldes de leite, veio de repente uma solidão, uma ausência.
O namorado que agora já era ex.
Até que durou. Oito meses apesar de toda a reclamação dele de que era insuportável aquela mania que ela tinha de ficar espremendo cravos de seu rosto mesmo nos momentos mais românticos.
Sentia-se melhor. Até já recobrara a vontade de sair.
Hoje foi elogiada no trabalho. Era muito eficiente e intrigava a todos o fato de ser tão rápida quando ia ao banheiro. Como conseguia tal rapidez?
Segredo que não revelava:
Aplicativo com barulhinho de água em três diferentes tons. Além de ser ecológico, porque não precisa manter a torneira aberta esperando a vontade do xixi e gastando água, era muito eficaz.
E podia também ser relaxante.Era isso o que fazia sobre o sofá, ouvia a água para relaxar quando de repente um aplicativo pisca, soa avisando que dentro de algumas horas seu óvulo estará a caminho de ser fecundado.
Este era um projeto a ser concretizado: já tinha seu imóvel, sua estabilidade, queria agora um filho. O livro escreveria depois de plantar a árvore.
"Céus"disse para si mesma, tenho que me arrumar logo e sair ao encontro do pai do meu filho.
Lembrou-se que o pessoal do trabalho iria comemorar um aniversário.
Para lá que foi. Pouca luz pôs em ação um aplicativo que identificava futuros candidatos e ainda mostrava na tela como seria o rosto do futuro bebê.
Depois de identificar na tela do celular uns sete candidatos, partiu para cima do moçoiro.
Oi, quantos anos você tem, qual era a sua nota escolar para matemática, e filosofia, gosta?
Enquanto não tirava os olhos da tela e o pobre rapaz respondia acanhado com aquela situação, ela anunciou:
"É você, é você o pai ideal para nosso filho. Além de lindo ele poderá ser um gênio. Vem, vamos ao meu apartamento..."
Já ia arrastando o pobre moço quando este gritou para os seguranças.
O moço fora criado por sua dedicada mãe que lhe mostrou o mundo das princesas que perdiam sapatinhos. Ele não estava acostumado a princesas que corriam atrás dele e quase foi ele perdeu o sapato.
Ufa! Que sufoco.
E que geringonça era aquela que ela segurava nas mãos e não tirava os olhos?
Nem quis saber...
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Um pouco depressiva
É assim que me sinto hoje: um pouco depressiva.
Comecei o dia bem, o dia estava ensolarado, lavei roupas, fui ao meio dia buscar a filha na escola e recebi muitos sorrisos, mais que o habitual e senti-me de alguma forma importante, reconhecida.
Ainda nem completamos um ano na nova escola e as pessoas já me sorriem assim. Que bom.
Cheguei em casa empolgada com a minha popularidade maternal-escolar em alta e quando fui colocar o avental para preparar o almoço, foi que percebi.
Percebi a depressão se instalando.
Eu estava com três pregadores de roupas grudados na minha camisa.
Eu fui para a escola com a camisa cheia de pregadores pendurados em mim mesma.
Caso eu demore para voltar aqui, compreendam sem sorrir, por favor.
Comecei o dia bem, o dia estava ensolarado, lavei roupas, fui ao meio dia buscar a filha na escola e recebi muitos sorrisos, mais que o habitual e senti-me de alguma forma importante, reconhecida.
Ainda nem completamos um ano na nova escola e as pessoas já me sorriem assim. Que bom.
Cheguei em casa empolgada com a minha popularidade maternal-escolar em alta e quando fui colocar o avental para preparar o almoço, foi que percebi.
Percebi a depressão se instalando.
Eu estava com três pregadores de roupas grudados na minha camisa.
Eu fui para a escola com a camisa cheia de pregadores pendurados em mim mesma.
Caso eu demore para voltar aqui, compreendam sem sorrir, por favor.
Dia do médico
Aos médicos, parabéns pelo dia que os lembra. A um médico em especial, parabéns pelo seu dia!
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
À meia luz
Eu sei que é feio escutar conversa alheia, mas eu o fiz.
Por uma fresta no telhado, talvez um pequeno desencaixe duma telha, eu pude ver um passarinho conversando com uma estrela.
O relógio de ponteiros fluorescentes no meu pulso, marcava 2:14 na alta madrugada.
"Pequeno passarinho, quanta aflição. Tome um fôlego, descanse um pouco no colo da lua minguante. Longa foi tua viagem."
Resfolegando ainda, conseguiu fazer a pergunta que lhe conduziu a tal distância:
"Admirada estrela, como vocês, delicadas constelações, conseguiram se fazer ouvir pelos humanos e eles concordaram em deixar a cidade à meia luz? A pedido de meus semelhantes penosos urbanos, preciso levar dessas alturas luminosas uma resposta. Já não dormimos e pouco antes das três horas da madrugada, estamos cantando sem saber o quê. Há um segredo?"
"Crianças, velhos, apaixonados e poetas - dentre os humanos, procure por estes. Talvez também um cientista ou ambientalista. Eles ainda se maravilham com o firmamento. Eles ainda desejam um manto de estrelas na noite para que possam alvorecer ouvindo o cantar de passarinhos. Eles ainda se maravilham... e são eles que podem apagar interruptores ou colocar a cidade à meia luz. É só encontrar essas pessoas. São eles que ajudarão a transformar."
Inflando o peito com ar brilhante e com a expectativa de encontrar os maravilhados poetas, crianças, velhos, apaixonados...
Tenho realmente acordado cedo com a cantoria de sabiá. Pensei, a princípio que a proximidade do verão, que vai clareando mais cedo o dia, fosse a explicação. Acordei e olhei o relógio imaginando ser por volta das cinco da manhã e me surpreendi com o 2:54.
Cantar tão cedo? Virei para o lado, já que tinha boas horas de sono e nem ousei pensar no assunto. Achei, sei lá, que fosse normal. Coisas da natureza.
E então me deparei com uma crônica de Ruy Castro onde ele relatava que uma amiga sua reclamava da cantoria de galos ( por incrível que pareça na cidade ) às três da manhã. O que estaria provocando o furor dos galos - ele indaga. E depois uma matéria sobre o Observatório Municipal de Campinas que juntamente com a prefeitura está implantando um projeto para a diminuição da "poluição luminosa" uma vez que esta impede algumas observações e interfere nos hábitos dos animais. O projeto visa orientar a iluminação dos quintais e da entrada das casas no entorno do observatório, sem interferir na segurança, ou seja, tudo à meia luz.
Ainda é possível ver estrelas aí onde você mora? E o galo, a que horas tá cantando?!
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Professores parabéns
Vocês sabem por que o dia dos professores é tão pertinho dos dia das crianças, que até se juntam numa ponte de brincadeiras?
Abaixa aqui que eu vou te contar um segredo ( é que tem professor que está disfarçado de dar aula, mas olha só: aula de bolinha de sabão, ou melhor bolinhas gigantes de sabão! ).
Professores, parabéns pelo seu dia (atrasado, desculpa).
Quando se exerce o seu dom, o trabalho é como uma gostosa brincadeira!
sábado, 13 de outubro de 2012
Parar
"É que um dia a gente tem que ter coragem de desgarrar. A gente tem que ter coragem de partir".
Esta frase linda é de alguém ( vou preservar seu nome ) que decidiu parar com o blog. Fim.
Achei respeitoso com seus leitores, assim como tantos amigos que avisam sobre uma pausa passageira ou longa.
E como esta semana eu "tropecei" em três situações diferentes sobre o parar o blog, quero refletir aqui com vocês.
A primeira situação foi esta citada aí em cima de finalizar, encerrar, fechar a página do blog.
É mesmo um ato corajoso, é uma decisão diferente de você diminuir o ritmo, as postagens. É uma coragem de partir, e independente dos motivos, é fato que se faz amigos e a gente acaba sentindo falta e esse partir não deve ser fácil.
Outras situações foram expressas nestas duas frases:
"parece que perdi a mão, não consigo escrever nada que eu goste".
"parecia que não saberia mais voltar aos blogs... foi mais fácil do que imaginei".
Há inúmeras situações que nos forçam a dar uma parada; profissional, pessoal.
O tempo é um deles: falta, corre demais, precisava se esticar, dá vontade de parar o tempo para poder fazer tudo o que queremos, enfim, o tempo, um grande vilão.
Meu filho, dia desses também me perguntou: mãe parece que o pessoal dos blogs está meio parado, por que será?
Será que é a falta de tempo? Compromissos momentâneos que requerem uma pausa? Falta de inspiração que naturalmente, vez por outra ocorrem? Será que é o desejo de se aventurar em outras plataformas? O que vocês acham?
Numa página de jornal que eu estava separando para reciclar, data de 20 de agosto, encontrei aquela notinha instigante que não sei quem escreve e qual seria a fonte das ideias.
Está assim:
Já era O apogeu de blogs só com texto e comentários
Já é O "hype"do Pinterest e do tumblr, expandindo a ideia de blog
Já vem O "hype"do Branch.com e do App.net, querendo ir além
Será também que o anúncio: 1 bilhão de usuários no facebook, tem a ver com a "esfriada"de algumas pessoas com os blogs?
Vários amigos já me falaram que estão passando mais tempo no facebook, outros falam que o "hype"( o que todo mundo está fazendo, a sensação do momento) é atrelar o face ao blog.
E tem uma turma participando de um projeto bastante interessante que é passar 100 dias sem facebook.
Li alguns relatos de pessoas que falaram que o seu blog melhorou imensamente depois que está no projeto sem faceebook, pois há mais tempo para se dedicar às postagens, aos comentários.
Quem está participando de outras redes sociais? O que vocês imaginam do futuro dos blogs?
Ah! Quer espiar os depoimentos de quem está 100 face?
Clica aqui 100 face e depois é só clicar em cima dos bonequinhos para ler os depoimentos. Tem muita coisa interessante.
Eu?
Para sempre, como dizem, é muito tempo. E o futuro, quem saberá?
Gosto de trocar, de jogar conversa fora, de brincar nos comentários, de escrever. Hoje não tenho coragem de partir, amanhã não sei.
Meu blog ainda está na primeira infância. Sei lá quando ficar adolescente, será que vai querer por a mochila nas costas e ganhar o mundo?
Só ele, o tempo, dirá!
Beijo
Esta frase linda é de alguém ( vou preservar seu nome ) que decidiu parar com o blog. Fim.
Achei respeitoso com seus leitores, assim como tantos amigos que avisam sobre uma pausa passageira ou longa.
E como esta semana eu "tropecei" em três situações diferentes sobre o parar o blog, quero refletir aqui com vocês.
A primeira situação foi esta citada aí em cima de finalizar, encerrar, fechar a página do blog.
É mesmo um ato corajoso, é uma decisão diferente de você diminuir o ritmo, as postagens. É uma coragem de partir, e independente dos motivos, é fato que se faz amigos e a gente acaba sentindo falta e esse partir não deve ser fácil.
Outras situações foram expressas nestas duas frases:
"parece que perdi a mão, não consigo escrever nada que eu goste".
"parecia que não saberia mais voltar aos blogs... foi mais fácil do que imaginei".
Há inúmeras situações que nos forçam a dar uma parada; profissional, pessoal.
O tempo é um deles: falta, corre demais, precisava se esticar, dá vontade de parar o tempo para poder fazer tudo o que queremos, enfim, o tempo, um grande vilão.
Meu filho, dia desses também me perguntou: mãe parece que o pessoal dos blogs está meio parado, por que será?
Será que é a falta de tempo? Compromissos momentâneos que requerem uma pausa? Falta de inspiração que naturalmente, vez por outra ocorrem? Será que é o desejo de se aventurar em outras plataformas? O que vocês acham?
Numa página de jornal que eu estava separando para reciclar, data de 20 de agosto, encontrei aquela notinha instigante que não sei quem escreve e qual seria a fonte das ideias.
Está assim:
Já era O apogeu de blogs só com texto e comentários
Já é O "hype"do Pinterest e do tumblr, expandindo a ideia de blog
Já vem O "hype"do Branch.com e do App.net, querendo ir além
Será também que o anúncio: 1 bilhão de usuários no facebook, tem a ver com a "esfriada"de algumas pessoas com os blogs?
Vários amigos já me falaram que estão passando mais tempo no facebook, outros falam que o "hype"( o que todo mundo está fazendo, a sensação do momento) é atrelar o face ao blog.
E tem uma turma participando de um projeto bastante interessante que é passar 100 dias sem facebook.
Li alguns relatos de pessoas que falaram que o seu blog melhorou imensamente depois que está no projeto sem faceebook, pois há mais tempo para se dedicar às postagens, aos comentários.
Quem está participando de outras redes sociais? O que vocês imaginam do futuro dos blogs?
Ah! Quer espiar os depoimentos de quem está 100 face?
Clica aqui 100 face e depois é só clicar em cima dos bonequinhos para ler os depoimentos. Tem muita coisa interessante.
Eu?
Para sempre, como dizem, é muito tempo. E o futuro, quem saberá?
Gosto de trocar, de jogar conversa fora, de brincar nos comentários, de escrever. Hoje não tenho coragem de partir, amanhã não sei.
Meu blog ainda está na primeira infância. Sei lá quando ficar adolescente, será que vai querer por a mochila nas costas e ganhar o mundo?
Só ele, o tempo, dirá!
Beijo
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Dia 12 de outubro
Algazarra festiva de criança
se espalha pelos parques
pipoca algodão doce
brinquedos
presentes
Silêncio
reflexões
orações
se espalham entre os romeiros
No calendário
12 é o número
Estou sendo amarga e destoante da doçura deste dia.
Para mim um dia descaracterizado, um dia tão cheio que esvaziou-se de significados.
É "obrigatório"presente, brinquedos, passeios. Agenda cheia.
No jornal um pedido de boa ação: leve seu filho para doar um brinquedo e ele ganha outro no estande de uma grande incorporadora imobiliária que receberá muito bem os pais. Há vários espalhados para sua comodidade.
Não se esqueça que hoje também é dia da Padroeira do Brasil e Dia Nacional da Leitura.
Desculpem a falta de açúcar. Isso passa.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Caminhos da vida
Queria nunca
nunca
ver-te chorar
quero que saibas
que por muitas vezes
choro por dentro
quando assim te vejo
Desejaria somente sorrisos
somente alegrias
Mas desejo-te vida
E em vida
há lágrimas
água que lava
dores tocáveis
intocáveis
lágrimas lavam o olhar
e os caminhos se tornam cristalinos
porque o coração limpou
a tristeza
Queria nunca que chorasses
mas quero que vivas
com toda intensidade
e beleza
Não tenhas medo das lágrimas
apenas permitas
que seja pelo tempo necessário
que elas passem por ti
Os grandes rios
oceanos
de um olho d'água surgem
Um bonito caminho
na vida
também necessita
de lágrimas que brotam
da alma
e percorrem a face
e se vão
e confirmam o que há
lá dentro
Felicidade
ainda que chores por vezes
o caminho
é vida
Desejo-te vida
Vida sempre
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Sugestões para presentes
Sugestões para presentes de Rita Apoena
Amor
Bolinhas de sabão
O som de copos com água
O som das gotas no chão
Um sorriso tímido
Um coração encostado no outro
Um ou dois para sempre
Um avião nas mãos de um menino
Um barquinho de papel
Uma pipa atravessando as nuvens
Uma sementeira de tulipas
Um mingualzinho de aveia
Um par de meias listradas
Dois ou três cataventos
Uma palavra inventada
A poesia dos passarinhos
Mergulho a pena no tinteiro
e pouso-a com a suavidade
de pouso de um pássaro
no papel
Espero um horizonte de
palavras, sonhos
surgir em minha mão
como surge para a
grande ave
o horizonte
plumagem na envergadura
de suas grandes asas
Temo nunca mais conseguir escrever com suavidade sobre os passarinhos.
Logo agora que estava quase conquistando o meu diploma de Ornitólogo Jabuticabal Juramentado, vem a ciência e transforma e transforma meus frágeis e adocicados passarinhos em dinossauros?
Aquelas peninhas que avoam e se dependuram ou pairam ali no seu computador e aqueles biquinhos que tão delicamente trinam melodias matinais são dinossauros encolhidos?
A ciência assim diz: os pés de um dinossauro se parecem com os de um periquito; o bico é um par de unhas facial...
Não estou mais na escola, então posso tirar zero em biologia. Nem vou estudar esta matéria de título: "Aves são descendentes diretas dos dinossauros".
Quero esquecer isto.
Quero passarinhar por aí e ouvir os trovadores dos bosques, florestas, ipês-amarelos das cidades.
Alguém passarinha comigo?
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Um gorila
Eu não fui ao zoológico. Aliás, faz muito tempo que não vou.
Fui à escola de música levar a minha filha para sua aula de violão.
Não, lá não tinha um gorila.
Não no sentido literal da palavra, da semelhança do peludão com o homem.
Quando o professor foi com a menina para a sala de aula e eu estava ali parada pensando no que faria nos próximos sessenta minutos, resolvi tomar um café porque aquele cd que fica tocando baixinho solos de piano, acaba por me causar bastante sonolência.
Assim que eu terminei de bebericar no copinho descartável, entra uma mulher.
Corri para ela e abracei-a.
Abracei-a com a intensidade de uma noite de ano-novo (embora eu não comemore noites de reveillon, isto é apenas para dar a dimensão da intensidade do abraço).
Sabe, quando a gente retorna para uma cidade que já morou anteriormente e encontra uma pessoa daquela época, algo fantástico acontece.
Foi o que aconteceu comigo.
Acho que dei um abraço de gorila na mulher. Mas, ela nem se mexeu.
Percebi que ela se sentiu desconfortável com meu gesto. Ah, eu sou muito perspicaz.
Palavras. Eu apenas precisava das palavras certas para que dentro de alguns segundos ela me retribuísse um novo abraço selando a volta de nossa amizade ( bem, não chega a ser assim uma amizade, mas era um contato próximo, onde cabia um forte abraço).
Comecei a palavrear: você não está se lembrando de mim não é!? Não lembra? A Eliza, japonesa lá no Gopoúva nós passávamos as tardes conversando.
"Nunca fui ao Gopoúva"- ela me disse num tom de voz meio sufocado.
Nossa, será que eu abraçei tão forte a ponto de sufocar?
Faz um esforço, eu insisti. Eliza, japonesa, Gopoúva.
(................................................................................................................................................................)
A memória dela não vinha.
Pensei em utilizar as palavras que eu proferia quando trabalhava num centro obstétrico - vai, força, força, tá quase lá.
Mas aí a minha memória veio com toda força.
Numa das tardes nos sentamos para conversar e ela estava calada e com a mão cobrindo a boca. E eu, que sou bastante perspicaz, não parava de falar e fazer-lhes perguntas, quando ela discretamente tirou a mão da boca e mostrou-me uma banda inteira sem os dentes. Havia extraído toda uma metade para colocar uma prótese.
Mas eu achei melhor não falar sobre isto para que ela se lembrasse de mim porque ela poderia não gostar e me dar um soco de gorila e quebrar meus dentes.
Todos me desferiam olhares. As três moças bem a nossa frente no balcão, as pessoas na sala de espera. Acho que até as pessoas do ponto de ônibus do outro lado da rua tinham percebido a situação.
Pensei em dizer que pudessem ter colocado algo no café, mas como sou perspicaz, lembrei que poderia prejudicar a copeira.
Retirei-me de cena depois de um sufocado "desculpas".
Ainda teria que ficar ali por mais cinquenta minutos. E aquilo não fora um mico. Era um gorila mesmo.
Mas como eu acho que tinha alguma coisa no café, eu me sentei e comecei a rir. Claro que fiquei com receio de me acharem um tanto confusa. Então me vinha na mente aquele movimento em que você distribui abraços grátis a estranhos e isso me fez sentir melhor.
Os olhares foram aos poucos se dissipando, os ponteiros se arrastaram, algumas pessoas foram embora e eu fiquei ali sentada sozinha.
Quando escuto a voz dela "Tchau Uriel, depois tua mãe vem te buscar."
Claro! É isso! Eu tinha certeza que conhecia aquela mulher. Da escola de natação.
Tudo bem que não tinha nada de Eliza, japonesa, Gopoúva. Era durante as aulas de natação que a gente ficava conversando enquanto as crianças nadavam.
Poxa. Custava ela se lembrar.
Pensei eu me levantar e ir correndo ao seu encontro e falar da escola de natação...
Não conseguia me mexer. Parecia que tinha um gorila sentado em minhas costas.
Fui à escola de música levar a minha filha para sua aula de violão.
Não, lá não tinha um gorila.
Não no sentido literal da palavra, da semelhança do peludão com o homem.
Quando o professor foi com a menina para a sala de aula e eu estava ali parada pensando no que faria nos próximos sessenta minutos, resolvi tomar um café porque aquele cd que fica tocando baixinho solos de piano, acaba por me causar bastante sonolência.
Assim que eu terminei de bebericar no copinho descartável, entra uma mulher.
Corri para ela e abracei-a.
Abracei-a com a intensidade de uma noite de ano-novo (embora eu não comemore noites de reveillon, isto é apenas para dar a dimensão da intensidade do abraço).
Sabe, quando a gente retorna para uma cidade que já morou anteriormente e encontra uma pessoa daquela época, algo fantástico acontece.
Foi o que aconteceu comigo.
Acho que dei um abraço de gorila na mulher. Mas, ela nem se mexeu.
Percebi que ela se sentiu desconfortável com meu gesto. Ah, eu sou muito perspicaz.
Palavras. Eu apenas precisava das palavras certas para que dentro de alguns segundos ela me retribuísse um novo abraço selando a volta de nossa amizade ( bem, não chega a ser assim uma amizade, mas era um contato próximo, onde cabia um forte abraço).
Comecei a palavrear: você não está se lembrando de mim não é!? Não lembra? A Eliza, japonesa lá no Gopoúva nós passávamos as tardes conversando.
"Nunca fui ao Gopoúva"- ela me disse num tom de voz meio sufocado.
Nossa, será que eu abraçei tão forte a ponto de sufocar?
Faz um esforço, eu insisti. Eliza, japonesa, Gopoúva.
(................................................................................................................................................................)
A memória dela não vinha.
Pensei em utilizar as palavras que eu proferia quando trabalhava num centro obstétrico - vai, força, força, tá quase lá.
Mas aí a minha memória veio com toda força.
Numa das tardes nos sentamos para conversar e ela estava calada e com a mão cobrindo a boca. E eu, que sou bastante perspicaz, não parava de falar e fazer-lhes perguntas, quando ela discretamente tirou a mão da boca e mostrou-me uma banda inteira sem os dentes. Havia extraído toda uma metade para colocar uma prótese.
Mas eu achei melhor não falar sobre isto para que ela se lembrasse de mim porque ela poderia não gostar e me dar um soco de gorila e quebrar meus dentes.
Todos me desferiam olhares. As três moças bem a nossa frente no balcão, as pessoas na sala de espera. Acho que até as pessoas do ponto de ônibus do outro lado da rua tinham percebido a situação.
Pensei em dizer que pudessem ter colocado algo no café, mas como sou perspicaz, lembrei que poderia prejudicar a copeira.
Retirei-me de cena depois de um sufocado "desculpas".
Ainda teria que ficar ali por mais cinquenta minutos. E aquilo não fora um mico. Era um gorila mesmo.
Mas como eu acho que tinha alguma coisa no café, eu me sentei e comecei a rir. Claro que fiquei com receio de me acharem um tanto confusa. Então me vinha na mente aquele movimento em que você distribui abraços grátis a estranhos e isso me fez sentir melhor.
Os olhares foram aos poucos se dissipando, os ponteiros se arrastaram, algumas pessoas foram embora e eu fiquei ali sentada sozinha.
Quando escuto a voz dela "Tchau Uriel, depois tua mãe vem te buscar."
Claro! É isso! Eu tinha certeza que conhecia aquela mulher. Da escola de natação.
Tudo bem que não tinha nada de Eliza, japonesa, Gopoúva. Era durante as aulas de natação que a gente ficava conversando enquanto as crianças nadavam.
Poxa. Custava ela se lembrar.
Pensei eu me levantar e ir correndo ao seu encontro e falar da escola de natação...
Não conseguia me mexer. Parecia que tinha um gorila sentado em minhas costas.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
As cercas
Tenho acordado cedo. Muito cedo.
A verdade é que tenho madrugado depois do Estatuto dos Passarinhos.
E não, não é para retratá-los com a minha ruim máquina e minha péssima técnica.
Tenho acordado cedo para que eles, os passarinhos, não morram.
E por favor não me chamem de pretensiosa antes de terminarem a leitura.
Ah! Como gostaria de poder salvar todos os pássaros das turbinas dos aviões e principalmente das cercas elétricas...
Ao menos da minha cerca elétrica.
Eu não resido em nenhuma paisagem bucólica, campestre; eu não resido em nenhuma cidade arborizada e por isto, ter um passarinho na varanda, ainda que seja do tipo mais comum, é motivo de exaltação.
Mas também de preocupação. Preocupação em desligar a cerca elétrica bem cedinho, no momento em que o anoitecer se vira, se espreguiça e segue para o outro lado do mundo, para que eles não morram.
Há algum tempo, ouvi uma notícia que falava do aumento do número de passarinhos mortos, ou seja, da diminuição das cantorias matinais, por causa da sensacional tecnologia, que aos olhinhos dos passarinhos são pautas musicais, onde podem de assentar e iniciar o concerto. É a pausa da morte.
Aqui não tinha essa enganação para as avezinhas, mas "eles"entraram aqui dentro, ignorando que aqui era palco da passarinhada popular, tão urbana.
Foi preciso o artefato para que gente sem pena não pulasse mais aqui para dentro.
Como eu explico isso para aqueles passinhos saltitantes?
Acordo cedo, muito cedo e desligo a cerca, que poderia ser como aquelas que eu desenhava quando era criança: de madeira, bem baixinha, rodeando a casinha no meio do terreiro, com um portãozinho que range ao abrir.
Um dia ainda teremos uma cidade para homens e pássaros.
A verdade é que tenho madrugado depois do Estatuto dos Passarinhos.
E não, não é para retratá-los com a minha ruim máquina e minha péssima técnica.
Tenho acordado cedo para que eles, os passarinhos, não morram.
E por favor não me chamem de pretensiosa antes de terminarem a leitura.
Ah! Como gostaria de poder salvar todos os pássaros das turbinas dos aviões e principalmente das cercas elétricas...
Ao menos da minha cerca elétrica.
Eu não resido em nenhuma paisagem bucólica, campestre; eu não resido em nenhuma cidade arborizada e por isto, ter um passarinho na varanda, ainda que seja do tipo mais comum, é motivo de exaltação.
Mas também de preocupação. Preocupação em desligar a cerca elétrica bem cedinho, no momento em que o anoitecer se vira, se espreguiça e segue para o outro lado do mundo, para que eles não morram.
Há algum tempo, ouvi uma notícia que falava do aumento do número de passarinhos mortos, ou seja, da diminuição das cantorias matinais, por causa da sensacional tecnologia, que aos olhinhos dos passarinhos são pautas musicais, onde podem de assentar e iniciar o concerto. É a pausa da morte.
Aqui não tinha essa enganação para as avezinhas, mas "eles"entraram aqui dentro, ignorando que aqui era palco da passarinhada popular, tão urbana.
Foi preciso o artefato para que gente sem pena não pulasse mais aqui para dentro.
Como eu explico isso para aqueles passinhos saltitantes?
Acordo cedo, muito cedo e desligo a cerca, que poderia ser como aquelas que eu desenhava quando era criança: de madeira, bem baixinha, rodeando a casinha no meio do terreiro, com um portãozinho que range ao abrir.
Um dia ainda teremos uma cidade para homens e pássaros.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Tem sido assim
E depois que eu emoldurei e pendurei o Estatuto dos Passarinhos ( de Marcílio Godói ) na minha varanda, tem sido assim: