Há pouco, na fila do caixa do hipermercado, uma moça finalizando suas compras, um menino de aproximadamente 8 anos, roupas sujas, pés imundos sobre um chinelo tamanho enorme para ele, e eu.
O garoto segurava três limões dentro de um saco plástico.
- Setenta e nove centavos, disse a operadora do caixa.
- Só tenho cinquenta, o garoto.
- Deixa que eu pago, minha fala.
Ele quis me ressarcir com sua moeda de cinquenta centavos.
Neguei.
Paro no semáforo esperando o bonequinho do pedestre esverdear.
Demora.
Esverdeadas esferas flutuam no ar.
Os limões que eu paguei são malabares de semáforo.
Entristeci.
Alegrei.
Alegrei-me tristemente.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
terça-feira, 30 de julho de 2013
Pois não doutora
Entrei na padaria. Entardecia.
De frente para o balcão, olhando as variedades de pães ofertadas ali, ouço meio distraída: "Pois não doutora?"
Imediatamente virei-me para trás.
Será que eu tinha furado a fila sem perceber?
Ninguém atrás de mim. Aquele doutora era comigo?
Sim, era.
Pedi meus três habituais pães franceses e voltei àquela padaria inúmeras vezes enquanto morei naquele bairro.
E depois da quarta vez que o funcionário se dirigiu a mim da mesma maneira "Pois não doutora", eu me irritei e disse a ele que não me chamasse daquela maneira. Eu não sou doutora. De nada adiantou.
Excetuando-se as tardes em que o tal funcionário devesse estar de folga ou quando estava no setor do café expresso, eu era chamada da mesma maneira.
Tirando café expresso da máquina ouvia-o dizer um "pois não doutor".
Em meio a correria e bagunça da mudança, lembrei com certo alívio que estaria a salvo do chato.
Já tem quase dois anos que estes episódios aconteceram. Acredito que ficassem esquecidos, perdidos na minha memória.
Para mim, era apenas uma chateação ser atendida daquela forma.
Mas, quando, na semana passada, eu li uma crônica de Eliane Brum entitulada Doutor Advogado e Doutor Médico: até quando? ( aqui ) é que percebi a dimensão do problema.
Um trecho da crônica:
Aquele funcionário ali trabalhando sorridente, podendo viver com dignidade, tem uma ferida aberta: ele para ele ( e infelizmente para muitos ) não tem valor. É insignificante para a sociedade, é invisível. Sem auto-estima, exalta qualquer outro a sua frente usando a palavra doutor.
Uma realidade que deve ser mudada.
De frente para o balcão, olhando as variedades de pães ofertadas ali, ouço meio distraída: "Pois não doutora?"
Imediatamente virei-me para trás.
Será que eu tinha furado a fila sem perceber?
Ninguém atrás de mim. Aquele doutora era comigo?
Sim, era.
Pedi meus três habituais pães franceses e voltei àquela padaria inúmeras vezes enquanto morei naquele bairro.
E depois da quarta vez que o funcionário se dirigiu a mim da mesma maneira "Pois não doutora", eu me irritei e disse a ele que não me chamasse daquela maneira. Eu não sou doutora. De nada adiantou.
Excetuando-se as tardes em que o tal funcionário devesse estar de folga ou quando estava no setor do café expresso, eu era chamada da mesma maneira.
Tirando café expresso da máquina ouvia-o dizer um "pois não doutor".
Em meio a correria e bagunça da mudança, lembrei com certo alívio que estaria a salvo do chato.
Já tem quase dois anos que estes episódios aconteceram. Acredito que ficassem esquecidos, perdidos na minha memória.
Para mim, era apenas uma chateação ser atendida daquela forma.
Mas, quando, na semana passada, eu li uma crônica de Eliane Brum entitulada Doutor Advogado e Doutor Médico: até quando? ( aqui ) é que percebi a dimensão do problema.
Um trecho da crônica:
Lembro-me de, em 1999, entrevistar Adail José da Silva, um carregador de malas do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, para a coluna semanal de reportagem que eu mantinha aos sábados no jornal Zero Hora, intitulada “A Vida Que Ninguém Vê”. Um trecho de nosso diálogo foi este:
- E como os fregueses o chamam?
- Os doutor me chamam assim, ó: “Ô, negão!” Eu acho até que é carinhoso.
- Os doutor me chamam assim, ó: “Ô, negão!” Eu acho até que é carinhoso.
- O senhor chama eles de doutor?
- Pra mim todo mundo é doutor. Pisou no aeroporto é doutor. É ó, doutor, como vai, doutor, é pra já, doutor....
- Pra mim todo mundo é doutor. Pisou no aeroporto é doutor. É ó, doutor, como vai, doutor, é pra já, doutor....
- É esse o segredo do serviço?
- Tem que ter humildade. Não adianta ser arrogante. Porque, se eu fosse um cara importante, não ia tá carregando a mala dos outros, né? Sou pé de chinelo. Então, tenho que me botar no meu lugar.
Não era chateação. Não era uma pessoa que me irritava. Era a exacerbação da desigualdade social que existe em nosso país. É o gravíssimo problema da educação, das escolas, que embora tenha dado saltos gigantescos em relação ao passado, deixou um fosso na nossa história.- Tem que ter humildade. Não adianta ser arrogante. Porque, se eu fosse um cara importante, não ia tá carregando a mala dos outros, né? Sou pé de chinelo. Então, tenho que me botar no meu lugar.
Aquele funcionário ali trabalhando sorridente, podendo viver com dignidade, tem uma ferida aberta: ele para ele ( e infelizmente para muitos ) não tem valor. É insignificante para a sociedade, é invisível. Sem auto-estima, exalta qualquer outro a sua frente usando a palavra doutor.
Uma realidade que deve ser mudada.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Vovozar
Quando eu for avó
Ainda não sei meu neto ( ou minha neta ) se quando tua mãe anunciar a tua chegada e estiver no auge do entusiasmo visitando lojas e sites ( ah! na minha época só lojas físicas mesmo ) para comprar um berço, eu deva lhe dizer "bobagem, deixe disso, compre só o colchão".
Mas eu quando estava me tornando mãe comprei o berço e foi só usado o colchão.
Então após a compra do berço, ela sonhará com o protetor de berço e meus olhos de avó, diante de todos aqueles babados, bordados, botões, se lembrarão que eu também quando fui mãe, comprei um. Um não, dois. Que era pra não enjoar e ter outro quando um estivesse lavando.
Mas aí o bebê começa a se virar, descobre o protetor, coloca um laço na boca e no primeiro espirro alguém sugere ser ácaros que infestam o protetor. Tira-se o protetor, as cortinas, o tapete.
E toda aquela festa no dia de colocar o protetor no berço fica só nas fotos digitais.
Sendo avó, será que acordo tua mãe desse sonho ou não tenho esse direito de privá-la de tão doce ilusão?
Afinal, eu também já sonhei...
Quando eu for avó, eu saberei que o preço caríssimo do protetor de berço poderia ser trocado por uma caixa de madeira com 150 lápis de cor. Meu neto, isso seria muito mais útil e interessante!
Sendo avó eu também poderia sugerir aos teus pais que pintassem uma das paredes de teu quarto com aquela tinta verde-escuro que transforma a parede em uma enorme lousa ( daquelas de antigamente, não as digitais que você irá conhecer ) e eu poderia comprar duas caixas de giz de professor, uma branca e outra colorida. Passaríamos longas horas desenhando, apagando e desenhando.
Talvez seus pais achem tinta verde- escuro tipo lousa muito destoante da decoração bebê.
É que quando se avó a gente lembra que passa tão rápido os primeiros anos e toda aquela parafernália decorativa - porta-fraldas, porta-pomadas-de-assaduras, porta-lencinho-umedecido, porta-escova-ultra-macia-para-os-cabelinhos que a gente pensa que no lugar de tudo isso poderia haver um palco pra você encenar, declamar, sapatear, brincarmos de teatro de fantoches.
Não sei. Não me decido ainda se devo falar. Talvez eles precisem sonhar.
Sabe, meu neto, eu preciso me cuidar e torcer ( não sei qual é mais importante, porque mesmo me cuidando pode acontecer ) para que eu não tenha diabetes.
Quero te levar para comer algodão doce. Comprarei um branco e um azul. Cores do céu e das nuvens e você escolhe qual vai querer.
E então eu vou te contar uma história de uma amiga que um dia comprou uma nuvem.
Foi assim: ofereceram para ela num anúncio uma nuvem. Estava escrito "Vendo nuvem para encostar a cabeça, único dono"*
O preço era bem maneiro. Porém o moço, dono da nuvem que estava à venda, não aceitava dinheiro. Como pagamento ele queria poesias e uma recita gostosa daquelas que fazer rir o estômago.
Minha amiga trabalhou duro - todos os dias cozinhar e poetar e assim conseguiu comprar a nuvem.
Quando ela recebeu a nuvem e foi recostar a cabeça, aproveitou e deu uma lambida e aí soube que nuvem tem gosto de algodão doce.
Quando eu me tornar avó vou te ensinar, meu neto, a guardar segredo. Algodão doce tem que ser segredo. Mães não gostam que seus filhos comam algodão doce. Ficam muito bravas.
Já as avós, adoram que os netos saboreiem pedacinhos de nuvem. Elas enternecem.
Quando eu me tornar avó, quero levar uma tuba de presente para você lá na maternidade.**
Sei que seu avô vai me alertar que as maternidades tem detectores de metal. Mesmo assim eu levo.
Sua mãe vai empalidecer e assim que eu sair, vai sussurrar que eu deva estar com Alzheimer. E vai dizer que sonha que você seja pianista de um piano de cristal.
E sabe aquelas noites em que você ficar chorando até a madrugada e ela insistir que os manuais dizem que faz mal pegar bebês no colo, dormir juntinhos com eles? Sabe o que eu vou fazer? Vou sugerir que eu te leve pra minha casa para que ela leia os manuais tranquilamente ou participe de fóruns na web que tratem de como tratar bebês chorões da madrugada.
Ficaremos juntinhos, eu, você e o vovô deitadinhos na mesma cama, quentinhos e eu vou te contar outra história. Era uma vez uma mãe que chorava porque os manuais não funcionavam e o filhinho dormia algumas noites com ela num colchão colocado no chão. Todos falavam que aquilo era errado. Que ela iria prejudicar o bebê de tanto pegá-lo no colo. Sabe o que aconteceu com aquele bebê? Ele cresceu, ficou forte, colocou mochila nas costas, foi dormir na casa da tia, da madrinha, depois viajou para outras cidades, foi sozinho morar em outro país e nada de ruim lhe aconteceu por ter dormido juntinho com os pais, ter tido duas chupetas e comido algodão doce colorido.
Hoje aquele bebê cresceu e é pai de um outro lindo bebezinho que está aqui quentinho...
*Frase de Alexandre Reis/escrevendosemeando
**Inspirado em Vou tocar tuba no meu livro de crônicas, Crônicas Gris.
Ainda não sei meu neto ( ou minha neta ) se quando tua mãe anunciar a tua chegada e estiver no auge do entusiasmo visitando lojas e sites ( ah! na minha época só lojas físicas mesmo ) para comprar um berço, eu deva lhe dizer "bobagem, deixe disso, compre só o colchão".
Mas eu quando estava me tornando mãe comprei o berço e foi só usado o colchão.
Então após a compra do berço, ela sonhará com o protetor de berço e meus olhos de avó, diante de todos aqueles babados, bordados, botões, se lembrarão que eu também quando fui mãe, comprei um. Um não, dois. Que era pra não enjoar e ter outro quando um estivesse lavando.
Mas aí o bebê começa a se virar, descobre o protetor, coloca um laço na boca e no primeiro espirro alguém sugere ser ácaros que infestam o protetor. Tira-se o protetor, as cortinas, o tapete.
E toda aquela festa no dia de colocar o protetor no berço fica só nas fotos digitais.
Sendo avó, será que acordo tua mãe desse sonho ou não tenho esse direito de privá-la de tão doce ilusão?
Afinal, eu também já sonhei...
Quando eu for avó, eu saberei que o preço caríssimo do protetor de berço poderia ser trocado por uma caixa de madeira com 150 lápis de cor. Meu neto, isso seria muito mais útil e interessante!
Sendo avó eu também poderia sugerir aos teus pais que pintassem uma das paredes de teu quarto com aquela tinta verde-escuro que transforma a parede em uma enorme lousa ( daquelas de antigamente, não as digitais que você irá conhecer ) e eu poderia comprar duas caixas de giz de professor, uma branca e outra colorida. Passaríamos longas horas desenhando, apagando e desenhando.
Talvez seus pais achem tinta verde- escuro tipo lousa muito destoante da decoração bebê.
É que quando se avó a gente lembra que passa tão rápido os primeiros anos e toda aquela parafernália decorativa - porta-fraldas, porta-pomadas-de-assaduras, porta-lencinho-umedecido, porta-escova-ultra-macia-para-os-cabelinhos que a gente pensa que no lugar de tudo isso poderia haver um palco pra você encenar, declamar, sapatear, brincarmos de teatro de fantoches.
Não sei. Não me decido ainda se devo falar. Talvez eles precisem sonhar.
Sabe, meu neto, eu preciso me cuidar e torcer ( não sei qual é mais importante, porque mesmo me cuidando pode acontecer ) para que eu não tenha diabetes.
Quero te levar para comer algodão doce. Comprarei um branco e um azul. Cores do céu e das nuvens e você escolhe qual vai querer.
E então eu vou te contar uma história de uma amiga que um dia comprou uma nuvem.
Foi assim: ofereceram para ela num anúncio uma nuvem. Estava escrito "Vendo nuvem para encostar a cabeça, único dono"*
O preço era bem maneiro. Porém o moço, dono da nuvem que estava à venda, não aceitava dinheiro. Como pagamento ele queria poesias e uma recita gostosa daquelas que fazer rir o estômago.
Minha amiga trabalhou duro - todos os dias cozinhar e poetar e assim conseguiu comprar a nuvem.
Quando ela recebeu a nuvem e foi recostar a cabeça, aproveitou e deu uma lambida e aí soube que nuvem tem gosto de algodão doce.
Quando eu me tornar avó vou te ensinar, meu neto, a guardar segredo. Algodão doce tem que ser segredo. Mães não gostam que seus filhos comam algodão doce. Ficam muito bravas.
Já as avós, adoram que os netos saboreiem pedacinhos de nuvem. Elas enternecem.
Quando eu me tornar avó, quero levar uma tuba de presente para você lá na maternidade.**
Sei que seu avô vai me alertar que as maternidades tem detectores de metal. Mesmo assim eu levo.
Sua mãe vai empalidecer e assim que eu sair, vai sussurrar que eu deva estar com Alzheimer. E vai dizer que sonha que você seja pianista de um piano de cristal.
E sabe aquelas noites em que você ficar chorando até a madrugada e ela insistir que os manuais dizem que faz mal pegar bebês no colo, dormir juntinhos com eles? Sabe o que eu vou fazer? Vou sugerir que eu te leve pra minha casa para que ela leia os manuais tranquilamente ou participe de fóruns na web que tratem de como tratar bebês chorões da madrugada.
Ficaremos juntinhos, eu, você e o vovô deitadinhos na mesma cama, quentinhos e eu vou te contar outra história. Era uma vez uma mãe que chorava porque os manuais não funcionavam e o filhinho dormia algumas noites com ela num colchão colocado no chão. Todos falavam que aquilo era errado. Que ela iria prejudicar o bebê de tanto pegá-lo no colo. Sabe o que aconteceu com aquele bebê? Ele cresceu, ficou forte, colocou mochila nas costas, foi dormir na casa da tia, da madrinha, depois viajou para outras cidades, foi sozinho morar em outro país e nada de ruim lhe aconteceu por ter dormido juntinho com os pais, ter tido duas chupetas e comido algodão doce colorido.
Hoje aquele bebê cresceu e é pai de um outro lindo bebezinho que está aqui quentinho...
*Frase de Alexandre Reis/escrevendosemeando
**Inspirado em Vou tocar tuba no meu livro de crônicas, Crônicas Gris.
Este post participa da comemoração de aniversário de quatro anos do blog Pensando em Família. Parabéns!
E parabéns também a todos os avôs e avós!
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Um lápis cotoco
Estava caído no chão.
Titubeei, confesso.
Num rompante ele estava dentro de meu bolso.
E repentinamente, deixou de ser um lápis para ser ponte e eu seguindo pela ponte cheguei até os bolsos do paletó de meu pai.
Paletó azul escuro. Pesado. Muito pesado. Motivo de muitas desavenças entre ele e mamãe.
Quinquilharias miúdas recolhidas em sua maioria do chão povoavam os compartimentos de tecido. Vez por outra mudavam para a caixa de ferramentas.
Eu só ouso falar os nomes mais fáceis e comuns: porcas e parafusos.
Havia mais, muito mais. Tenho vaga lembrança de um lápis como este, só que vermelho, já cotoco.
Demorei vários solstícios para compreender que todo aquele peso que meu pai carregava em seu corpo era afeto.
Bolsos pesados de afeto.
"Seu Zé, o portãozinho de madeira está caindo".
Mão no bolso e elegantemente o portãozinho ficava empertigado.
Era assim que José Augusto distribuía seu afeto.
O olhar pousava em uma bugiganga acho que imaginando sua serventia. Ia pro bolso.
O lápis do qual eu me lembro, ponta feita na faca, ficava apoiado na orelha. Riscava alguma tábua para que a furadeira não errasse o endereço do furo a ser feito.
Retornando por esta mesma ponte, lembrei de alguém que já escreveu por estes planetas virtuais que gosta tanto de escrever e tem preferência por lápis cotoco. Gosta também de lápis de marceneiro, carpinteiro, pedreiro. Este mesmo aí de cima.
Talvez um dia eu o coloque numa caixinha e envie pelo correio para esta pessoa. Assim mesmo feio, descascado.
Porque agora sei que afeto não é só um objeto lindo, cheirando a novo.
Um lápis quadrado, de pedreiro, marcineiro, tão usado, tão surrado deve ter muita poesia, muitas histórias dentro dele.
Obrigada papai por me ensinar.
Uma curiosidade: vocês sabem por que o lápis de pedreiro/marcineiro é quadrado?
Além de ser mais reforçado, quando se está trabalhando num telhado, o lápis não pode cair. Os redondos são mais propensos a rolar e cair!
sábado, 20 de julho de 2013
Paçoca de carne
Quando penso que já vi de tudo, vejo aqui o maridão com um pilão a sua frente. Com força e precisão lá está ele a socar uma carne bem cozida de costela no fogão à lenha juntamente com a farinha de milho e sal a gosto formando a famosa "Paçoca de carne", que para alguns é mais do que uma refeição, é um alimento da alma, porque além de saciar a fome enche a alma de alegria!
Até meus filhos dizem que é uma comida maravilhosa.
Pena que não sobra nada nem para os cachorros, porque a gente come de lamber os beiços!
Eita comida boa!
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Meios de comunicar
Você, assim como eu, fala ao celular? Usa o celular para falar, fazer ligações?
Que absurdo.
Pois saiba que nós somos ultrapassados, praticamente somos considerados pré-históricos.
Onde já se viu usar celular para falar...
Eu não estou brincando. Eu também achava que celular servia para falar!
Uma matéria recente tinha como chamada a seguinte frase "Brasileiros são os que mais usam celular para falar".
E eu fiquei ali pensando, ué, e não é para falar?
Ah! Você é descolado e não usa celular para falar. Você se comunica usando WhatsApp, Vibe, Snapchat e escreve, manda mensagens.
Pois saiba que você também está ultrapassado.
Vamos por partes.
Eu que jurei que não teria um celular, afinal para que eu ia permitir que me encontrassem em todo lugar?
Já não consigo sair de casa sem ele.
Participei de inúmeras promoções do tipo recarregue e ganhe 50 mensagens de texto e atualmente percebi que essas promoções e publicidades estão em baixa.
Com a modernização dos aparelhos móveis, os smartphones, o uso da internet se popularizou e as pessoas estão deixando de falar para escrever na hora da comunicação.
Sobre a pesquisa em questão, de que ainda falamos muito ao celular, vieram duas questões à tona, que eu achei bem interessantes para se refletir.
Por que falamos tanto ao celular?
Temos aí duas respostas. A internet que é ruim, lenta, falha e sobretudo cara.
E falamos muito porque a péssima escolarização não incentiva a escrita ( ? ).
Nunca tinha pensado sobre este ângulo, mas é uma possibilidade...
E já está na "moda" uma nova maneira de se comunicar.
Esqueça o longo post de 140 caracteres no Twitter.
Estamos nos aproximando do dia em que tudo será dito por imagens.
"A turma da vanguarda está descobrindo que se comunicar com uma simples imagem, quer seja uma foto do vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo 'ei, estou esperando por você aqui' é mais fácil do que se dar ao trabalho de usar palavras" ( New York Times para Folha de S. Paulo 16/07/2013 ).
Esse é um momento divisor de águas. Estamos nos afastando da fotografia como maneira de registrar e de armazenar um momento passado e convertendo-a em um meio de comunicação.
O que você acha dessa "vanguarda"? Só uma imagem basta? Para que palavras?
Acho que nós blogueiros, ainda os amantes da fotografia, sempre temos palavras, gostamos de nos comunicar assim, senão não teríamos um blog?
Mas o que você acha disso tudo? Estamos chegando a isso, só imagens?
Aqui na roça, apesar de ter chegado sinal de internet, tem um meio de comunicar inusitado.
Fogos! Quando precisa chamar um filho que mora lá pras ribas, sai no terreiro e solta um "fogos". Em cinco ou dez minutos aparece o filho!
Que absurdo.
Pois saiba que nós somos ultrapassados, praticamente somos considerados pré-históricos.
Onde já se viu usar celular para falar...
Eu não estou brincando. Eu também achava que celular servia para falar!
Uma matéria recente tinha como chamada a seguinte frase "Brasileiros são os que mais usam celular para falar".
E eu fiquei ali pensando, ué, e não é para falar?
Ah! Você é descolado e não usa celular para falar. Você se comunica usando WhatsApp, Vibe, Snapchat e escreve, manda mensagens.
Pois saiba que você também está ultrapassado.
Vamos por partes.
Eu que jurei que não teria um celular, afinal para que eu ia permitir que me encontrassem em todo lugar?
Já não consigo sair de casa sem ele.
Participei de inúmeras promoções do tipo recarregue e ganhe 50 mensagens de texto e atualmente percebi que essas promoções e publicidades estão em baixa.
Com a modernização dos aparelhos móveis, os smartphones, o uso da internet se popularizou e as pessoas estão deixando de falar para escrever na hora da comunicação.
Sobre a pesquisa em questão, de que ainda falamos muito ao celular, vieram duas questões à tona, que eu achei bem interessantes para se refletir.
Por que falamos tanto ao celular?
Temos aí duas respostas. A internet que é ruim, lenta, falha e sobretudo cara.
E falamos muito porque a péssima escolarização não incentiva a escrita ( ? ).
Nunca tinha pensado sobre este ângulo, mas é uma possibilidade...
E já está na "moda" uma nova maneira de se comunicar.
Esqueça o longo post de 140 caracteres no Twitter.
Estamos nos aproximando do dia em que tudo será dito por imagens.
"A turma da vanguarda está descobrindo que se comunicar com uma simples imagem, quer seja uma foto do vai haver para o jantar ou uma imagem de uma placa de rua indicando ao amigo 'ei, estou esperando por você aqui' é mais fácil do que se dar ao trabalho de usar palavras" ( New York Times para Folha de S. Paulo 16/07/2013 ).
Esse é um momento divisor de águas. Estamos nos afastando da fotografia como maneira de registrar e de armazenar um momento passado e convertendo-a em um meio de comunicação.
O que você acha dessa "vanguarda"? Só uma imagem basta? Para que palavras?
Acho que nós blogueiros, ainda os amantes da fotografia, sempre temos palavras, gostamos de nos comunicar assim, senão não teríamos um blog?
Mas o que você acha disso tudo? Estamos chegando a isso, só imagens?
Aqui na roça, apesar de ter chegado sinal de internet, tem um meio de comunicar inusitado.
Fogos! Quando precisa chamar um filho que mora lá pras ribas, sai no terreiro e solta um "fogos". Em cinco ou dez minutos aparece o filho!
terça-feira, 16 de julho de 2013
Açucarados
Foi nos blogs que eu conheci as avós mais doces, seja através de narrativas emocionadas de netos e netas, seja pelas próprias avós que escrevem.
Memórias no ranger dos assoalhados, dos banhos de chuva com bolinhos de chuva depois, com avós cibernéticas que presenteiam netos com blogs, de avós que poetizam o viver, lembranças no cheiro do pó de arroz.
Aos poucos a memória de meus filhos vai acomodando sorrisos, cheiros, histórias de sua avó.
Memórias no ranger dos assoalhados, dos banhos de chuva com bolinhos de chuva depois, com avós cibernéticas que presenteiam netos com blogs, de avós que poetizam o viver, lembranças no cheiro do pó de arroz.
Aos poucos a memória de meus filhos vai acomodando sorrisos, cheiros, histórias de sua avó.
Sebastiana e Júlia
Sebastiana e Bernardo
Estamos passando as férias aqui em Passos, na fazenda dos avós.
O silêncio recortado por grilos e sapos e a absurda escuridão que nos ilumina com um céu coalhado de estrelas, é um bálsamo para os cosmopolitas como eu!
E agora neste mundão velho sem porteira tem internet!
Não é assim nenhuma super conexão, mas eu ainda acho que é a melhor das internets. Sabe por que?
Só pega da janela de um dos quartos. Então a gente coloca o notebook no parapeito, que é daqueles antigos e bem largos, perde o olhar na paisagem, no verde, no azul, na galinha com os filhotes, nos cavalos e inspira um ar puro e se inspira a escrever. É ou não é muito boa?!
Olha o cachorro Budha!
Todas as fotos foram feitas pelas próprias crianças.
domingo, 14 de julho de 2013
Momentos de Inpiração
Sabia que este dia chegaria. E ela queria que chegasse porque significava estar viva.
Significava muitas superações, muitos medos vencidos. Mas, chegar a este dia também significava que poderia ser alçada a um abismo.
Tinha HIV/aids. Era soropositiva e ele tinha que saber.
A primeira relação sexual, ou como ela preferia dizer "a primeira noite" foi exatamente um conto de fadas e agora enquanto esperava ele chegar para a conversa que não poderia ser adiada, relembrava as suas duas décadas de vida.
Um casal, que ela acreditava serem anjos vestidos de humanos, levou-a do hospital onde havia sido abandonada pelos pais biológicos numa internação para tratar uma pneumonia. Seus pais eram filhos do crack e das ruas. Ela já nasceu infectada.
Foram inúmeras internações na infância, mas a cada melhora, a cada alta, a ciência avançava e a esperança coletiva daquela família se fortalecia.
Chorou junto da mãe cada recusa de matrícula escolar. O pai a ergueu bem alto quando ganharam o campeonato de vôlei. Machucou-os com a sua rebeldia adolescente por não querer mais engolir os muitos comprimidos.
Arrumou excelente emprego e a boa desculpa da anemia para cada convite à doação de sangue quando ouvia "todos do setor vão".
Inteligente, bonita, financeiramente independente. Ninguém poderia imaginar que fizesse parte de uma população invisível de soropositivos.
As pessoas ainda imaginavam os aidéticos da década de 80. Ossos recobertos por pele de cor indefinida. Um bando de drogados, ou homossexuais promíscuos.
A ciência avança. Não se diz mais aidético. A vida é quase normal.
Quase.
Porque há um coração ali que se apaixona, que tem desejos afetivos e sexuais.
Daqui a alguns instantes, o carro vai parar ali diante dela. Ela entrará e a bomba sem ruídos explodirá no colo de ambos.
Ele quererá sonhar o sonho dela? O sonho de uma vacina, de um medicamento de cura, o sonho de uma vida de cumplicidade, o sonho de um filho?
Minha participação no projeto da Irene: Momentos de Inspiração/ edição 2.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
A lista dos meus desejos
Recebi da Verinha, que é o coração do blog Eternamente VV, um meme literário, cuja finalidade é incentivar a leitura.
Fazemos uma resenha de um livro que lemos e assim talvez, mais pessoas se interessem em lê-lo!
Não sei fazer resenhas, mas vou me esforçar para falar um pouco do livro escolhido: A lista dos meus desejos.
Fazemos uma resenha de um livro que lemos e assim talvez, mais pessoas se interessem em lê-lo!
Não sei fazer resenhas, mas vou me esforçar para falar um pouco do livro escolhido: A lista dos meus desejos.
Eu gostaria simplesmente de escrever: compre este livro e leia sem mesmo ler as orelhas; vá direto para a história, sem saber nada dela e surpreenda-se.
Só que, de repente sair e comprar um livro que nem sabe sobre o que se trata, nem todos gostam.
Eu fiz exatamente isso! E não me arrependi.
Então se quiser uma agradável surpresa, pare a leitura aqui e vá em busca do seu!
O livro aborda valores, com o foco no material.
Quem já não pensou em ganhar uma enorme quantia em dinheiro? Poucos são os que responderão "eu não". Eu conheço duas pessoas que não querem...
Jo, a personagem principal do livro, vê-se com uma enorme quantia de euros e a partir disso, muitas reflexões sobre os seus desejos, o que o dinheiro compra ou não e um desenrolar inusitado.
O livro nos conduz a pensar que talvez nossos desejos sejam tão simples, tão ao alcance.
Fazendo uma lista de desejos materiais, podemos por exemplo querer ou precisar de uma frigideira nova, um perfume, um sapato, uma capa de chuva bem fotográfica*, ou...
Em meio a tudo isso, a pacata personagem francesa, também mantém um blog, tema costura. E ela nem imagina a dimensão que tem o seu blog. Aliás até o subestima. Até que ouve de uma jornalista:
"Fixa os olhos nos meus. Esmaga minha mão na sua e diz: minha mãe vive sozinha há mais de dez anos. Acorda às seis. Prepara um café. Rega suas plantas. Escuta as notícias no rádio. Toma seu café. Faz uma pequena toalete. Uma hora mais tarde, às sete, seu dia terminou. Há dois meses, uma vizinha lhe falou de seu blog e ela me pediu para comprar uma geringonça - uma geringonça, na linguagem dela, é um computador. Desde então, graças às suas passamanarias, suas borlas e suas fivelas de cortina, ela recuperou a alegria de viver. Então não venha me dizer que não tem respostas."
O meme sugere que indiquemos dez blogs para participar. Deixo em aberto o convite.
Quem quiser nos falar um pouquinho sobre um livro e nos despertar a vontade de ler, esteja à vontade. Se quiser deixe depois o link aqui para a gente conferir!
A lista dos meus desejos
Grégoire Delacourt
Editora Alfaguara
E então, quais são os seus desejos?!
* Tina, você poderia nos elucidar o que significa uma capa de chuva bem fotográfica? Dependendo o que for, entrará na lista dos meus desejos!
terça-feira, 9 de julho de 2013
Momentos de inspiração
Recebi o convite da Irene Moreira do blog Mamyrene para participar do Momentos de Inspiração - 1 edição.
Analisamos a imagem postada e podemos escrever em forma de carta, conto ou poesia. Venha se inspirar também!
Mariefleur
Volta e meia, retornava àquela rua onde tivera um lar, uma família.
Três anos após o devastador terremoto no Haiti, ainda era possível encontrar pelas ruas poeirentas, algum objeto, alguma coisa que tinha sobrevivido.
Mariefleur não exitou em remexer no entulho e resgatar de lá o que parecia ser um livro.
Voltou correndo ao seu lar, que agora era um orfanato, que dividia com outras dezenas de meninas órfãs e foi olhar as páginas, muitas rasgadas, outras totalmente rabiscadas daquele livro e encontrou uma gravura, que mesmo com sinais de amassado, imundou-a de uma emoção quase inexplicável.
Mergulhou os olhos naquele silêncio da imagem e depois de tanto tempo conseguir sentir algo diferente da raiva, do abandono, da falta de inocência que começava a habitar sua alma.
Claro que a moça da gravura não era em nada parecida com sua mãe. A alvura da pele coberta por tecidos delicados era diferente das roupas amarfanhadas que cobriam a pele negra de sua Josephine.
Mas a delicadeza, a ternura na voz suave quando lia uma história bonita, de final feliz com o corpo bem junto ao da filha. Sim, aquela gravura era sim o retrato de momentos de amor que elas passaram juntas até a laje desabar e esmagar sua mãe.
Havia já se acostumado com o cheiro das ruas, com as cores monocromáticas, com a ausência de flores e então aquela imagem lhe resgatou dos próprios escombros.
Reviveu o toque, o afeto da mãe, as palavras boas que um dia ela lhe falou.
Encheu-se de vontade de ter uma roupa bonita com chapéu e sentar-se em um banco deixando o silêncio trazer um cheiro de flor.
Tinha flor em seu nome, tinha uma imagem a lhe inspirar e força para buscar um futuro com outras cores e texturas.
Boa sorte Mariefleur. Boa sorte órfãos do Haiti.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Faz de conta
Faz de conta que as estrelas não têm pontas
São redondas, emitem luz
nascem
habitam galáxias
morrem
Faz de conta que as estrelas têm pontas
e podemos encontrá-las
em qualquer chão
pequeninas, juntinhas
ramalhete de estrelas
Se soprar
elas voam de volta para os céus
encontram uma galáxia qualquer
para renascer
chão de céu a brilhar
sonhos nossos a iluminar
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Intensas cores
O sol, quando às vezes fica vários dias seguidos sem esparramar, deixa em nossos olhos, em nossa pele, aquela saudade da intensidade de cores, do seu calor.
Hoje ele alvoreceu exuberante!
Aproveitamos e também clicamos bastante.
Hoje ele alvoreceu exuberante!
Aproveitamos e também clicamos bastante.
Eduque seu coração
Eduque o coração e teremos pessoas melhores.
Encontrei esse vídeo que é bem curtinho, aproximadamente 2 minutos.
Vale a pena.
Clique aqui para ver Eduque o Coração.
Beijo!
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Vale a pena.
Clique aqui para ver Eduque o Coração.
Beijo!
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Intervenções humanas
Admiro a arte, a ciência e a técnica de alinhar a dentição humana - a ortodontia.
Eu mesma, em minha adolescência, dela me vali para a correção de uma semelhança com o personagem de quadrinhos Mônica. Só não consegui me livrar da semelhança com Magali.
Com árvores, já declarei não ter muita intimidade, mas sei que o uso de uma pequena estaca onde se amarra o fino tronco, favorece o seu crescimento.
Agora, essas ortodontias vegetais em árvores já grandes e formadas, nunca tinha visto.
Não gostei dessa intervenção humana, porém há de haver uma boa explicação para isto.
Já viram por aí?
terça-feira, 2 de julho de 2013
Geografia das manifestações
Hoje, segundo dia de julho, acho que a maioria não suporta mais ouvir falar em protestos.
O segredo está na dose, diria alguém da antiguidade, já os excessos...
Ainda assim abordarei o tema.
Aqui em São Paulo, a Avenida Paulista é o grande palco para manifestações, e foi assim que ocorreu mês passado.
Outras manifestações tomaram o chamado Centro Velho que abrange a região da Praça da Sé e a que já foi glamurosa Rua Direita.
Quem atualmente passa por aquela região, nas primeiras horas da manhã ou ao anoitecer, sabe que aquelas ruas são verdadeiros "albergues" a céu aberto, cobertura de algumas marquises.
O odor nauseabundo revela as condições daquelas pessoas.
E aonde estavam aquelas pessoas fétidas nas noites enevoadas de gases de efeito moral?
Errou se você está respondendo que elas estavam badernando, pichando, saqueando.
Reportagem da Tv Folha do dia 23/06 ouviu a opinião de uma dessas pessoas.
"O povo tão certo mesmo, tipo, eles tão tipo uma família lutando por um direito que é deles mesmo".
Eles não têm energia, seja calórica, seja motivacional para protestar, lutar, saquear. No ponto em que chegaram, não se consideram nem parte do povo. Estavam sentados em qualquer chão frio somente olhando.
Uma geografia que foi mencionada em dois segundos.
O segredo está na dose, diria alguém da antiguidade, já os excessos...
Ainda assim abordarei o tema.
Aqui em São Paulo, a Avenida Paulista é o grande palco para manifestações, e foi assim que ocorreu mês passado.
Outras manifestações tomaram o chamado Centro Velho que abrange a região da Praça da Sé e a que já foi glamurosa Rua Direita.
Quem atualmente passa por aquela região, nas primeiras horas da manhã ou ao anoitecer, sabe que aquelas ruas são verdadeiros "albergues" a céu aberto, cobertura de algumas marquises.
O odor nauseabundo revela as condições daquelas pessoas.
E aonde estavam aquelas pessoas fétidas nas noites enevoadas de gases de efeito moral?
Errou se você está respondendo que elas estavam badernando, pichando, saqueando.
Reportagem da Tv Folha do dia 23/06 ouviu a opinião de uma dessas pessoas.
"O povo tão certo mesmo, tipo, eles tão tipo uma família lutando por um direito que é deles mesmo".
Eles não têm energia, seja calórica, seja motivacional para protestar, lutar, saquear. No ponto em que chegaram, não se consideram nem parte do povo. Estavam sentados em qualquer chão frio somente olhando.
Uma geografia que foi mencionada em dois segundos.