sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A tranquilidade das manhãs

A tampa da chaleira trepidava e expelia vapor e gotículas de água.
Marido pedia a loção pós barba, a de embalagem verde que é mais suave, hoje não pode ir trabalhar com cheiro de perfume muito forte.
Despejo a água no coador com pó, corro apanhar a loção e dou beijo de bom dia na menina que já vai pedindo banana amassada com canela.
Arrumo o lanche e vou ouvindo o pedido da menina enquanto bebe aos golinhos seu café: "mãe, faz macarrãozinho com legumes para o almoço, faz, vai, tem tanto tempo que a gente não come."
Pegou o lanche? Não esquece de mostrar o bilhete para a professora.
Que bilhete? - pergunta o marido.
Que ela não vai no passeio.
Outro?
Pois é, acabou de ir em um e já veio bilhete para outro; R$180,00. Num vai não.
É, diz marido, a escola tem que se virar para pagar o décimo terceiro. Vamos que já está em cima da hora.
No portão, um beijo, um afago no cabelo e o carinho de um bom dia. "Vamos sentir falta de tudo isso".

Tomo o meu café já pensando no macarrão com legumes do almoço e decido ir àquela hora mesmo ao mercado. É mais vazio.
Enquanto caminho, vou pensando que as crianças crescem tão rápido e logo estarão voando, ganhando o mundo e a correria cederá lugar para manhãs tranquilas.

Paro em frente às cenouras e enquanto escolho e aguardo desocupar o lugar das abobrinhas, onde duas senhoras conversam, vou me inteirando do assunto alheio.

"Dona Glória, a senhora corta no meio e raspa o miolo e depois põe a carne moída, que tem que fazer sem nenhuma gota de óleo. Ah, e não compra aqui no mercado não, porque precisa ser carne bem magrinha; tem que ser do açougue. Pede para cortar um pedaço que tem que ser começo da peça, porque no meio já tem mais gordura.

A minha Míriam também tá num regime danado. Eu venho cedo no mercado porque ela só come peito de peru fresquinho e tem que tirar aquela casquinha, senão fica tão irritada a coitada. Eu venho cedo e peço pra mocinha, com jeitinho, para ela cortar a casquinha pra mim antes de fatiar. Dona Dirce, quantos anos o Raulzinho ficou casado?

Quase dois, mas a senhora não faz ideia de como aquela maldita, Deus que me perdoe, disse erguendo as pestanas e batendo na boca, me devolveu o Raulzinho. O colesterol lá nas alturas, com depressão e eu tenho que emagrecer ele pelo menos uns vinte quilos.

Minha Míriam também tá numa depressão a coitadinha, só come peito de frango desfiado bem miudinho na mão, mas deixa eu correr que se ela acorda e o café não tá na mesa fica tão irritada a pobre. Quantos anos a senhora tá dona Dirce?

Sessenta e oito.
Eu faço setenta mês que vem."

Um mal estar percorreu meu corpo. Pode tudo isso acontecer? Devolver um raulzinho e uma míriam e minhas manhãs tranquilas virarem naquilo?
Saí tão transtornada após ouvir aquela conversa que bati o carrinho com tudo numa pilha de panetones. Amassei algumas caixas.
Nem me senti culpada.
Panetones, em setembro? Ainda nem começou o horário de verão e querem nos enfiar panetones goela abaixo?
Acho melhor o Raulzinho comer panetone só em novembro, por causa do colesterol lá nas alturas.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Propostas sobre a infância

Este post é um convite.
A Alê, do Menina das Ideias, traz uma proposta interessante para esses dias que se aproximam do dia das crianças: uma série de postagens abordando diversos temas entre os dias 27 de setembro e 12 de outubro.


1-São Cosme e Damião;
2- Conto(ou mini conto) sobre a infância,
3-Brincadeiras de infância,
4-Inocência;
5- Programas de tv,
6-Dia da Criança.


O que eu acho muito interessante nesta proposta é que ela não fica restrita aos blogs maternos. É uma maneira abrangente, já que teremos o olhar de quem tem filhos, da própria infância, de quem não tem filhos, mas tem sobrinho, ou tem o trabalho focado nas crianças.
Os que forem participar, deixem o link lá no blog da Aleska.
Bora comer pé de moça pra se inspirar!




terça-feira, 24 de setembro de 2013

Futebol - duas situações

Foi erro de digitação.
Quando se soube, era tarde demais.
A folha tamanho sulfite foi distribuída minutos antes de bater o sinal da saída da escola.
Em casa, a menina eufórica falava saltitando
"Agora pode, mãe!"

Inscrição feita no horário comercial na secretaria do colégio.
E a menina assim se apresenta perante o professor



Apresentação breve da filha pela mãe e entrega da ficha de inscrição.
Cara de espanto do professor:
Ah sim, eu não sabia. Acho que escreveram errado aqui - feminino - mas tudo bem, já que ela está assim... Ela sabe chutar?

Mãe fiz dois golaços hoje no treino. Tô com a maior moral lá com os meninos!

***

Passava das oito da noite quando o telefone tocou.
Parei em frente ao visor: número estranho, nunca vi.
( Estranho é isso agora, ver e decidir se atende ou não; antes era só o toque e a gente corria para atender )
Alô.
Oi é a Cíntia.
(                   )
Cíntia, Cíntia, Cíntia, não conheço nenhuma Cíntia.
Ah é a dentista do Bernardo.
( Nossa nunca uma dentista ligou aqui em casa, só secretárias ).
Ah oi doutora Cíntia!
Eu estou ligando porque vou mandar fazer o aparelho do Bernardo e queria saber qual é a cor que ele vai querer.
Qual cor que tem?
Ih tem muitas.
Então azul.
Sabe, dá até para misturar duas cores ou mais.
Ah então azul e branco que são as cores do time dele.
Dá pra por também o símbolo do time; qual time é o dele?
Cruzeiro.
Ah Cruzeiro do Sul, nunca ouvi falar.
Não, não, é só Cruzeiro. Então faz só azul celeste e branco.
Ah que lindo vai ficar ele gosta de constelações? Então fica azul com estrelas brancas?
Não, doutora, é o Cruzeiro, o primeiro da tabela!
Nem se preocupe com isso; não vou cobrar preço de tabela, já que você vai fazer também o da Júlia, vou dar um bom desconto.
( Pensei em falar para ela da raposa, símbolo do Cruzeiro, mas fiquei com receio de aparecer ali um Pequeno Príncipe ).
Obrigada pela gentileza de ter ligado, até outubro.

E o Bernardo que não me abra a boca para reclamar.

domingo, 22 de setembro de 2013

Domingo pode?

Domingo pode passarinho cantar?

No início desta semana já era possível perceber a aproximação da primavera.
O sol já faz contornos diferentes ao re

dor da casa e o escuro que havia na janela do quarto de dormir, deu licença para um clarão que adentra as frestas e anuncia o amanhecer de tempos mais quentes.
Anúncio este feito em cores e também melodias de passarinhos.
A passarinhada está assanhada. As pessoas estão irritadas.

No mesmo início da semana, foi publicado uma matéria no jornal falando do sabiá-laranjeira, o cantador oficial da nova estação, e foi surpreendente o que aconteceu depois: redes sociais, programas de tv, telejornais mostraram o ódio dos paulistanos ( generalizo, mas claro há exceções e muitas ) para com os passarinhos.
Fico feliz de viver numa época em que cidadãos urbanos não têm destreza nenhuma no manuseio de budoques, ou como eu conhecia na infância, estilingues.

Não se trata de querer que todos os paulistanos amem os passarinhos, mas foi uma reação, na minha opinião tão desmedida que talvez mostre o quanto nos distanciamos da natureza externa e interna em nós.
Até as conversas de elevador, mudaram do se chove ou que calor, para o ataque aos pássaros.
E me pergunto se essas pessoas falam porque a maioria está falando, se pensam no que pronunciam ou escrevem, por exemplo: "Impossível, insuportável dormir em Higienópolis".
Higienópolis é um bairro nobre. Essa pessoa então aceitaria ir dormir em Ferraz de Vasconcelos, periferia onde há funk pancadão e tiros?

Outra atitude que é de difícil compreensão, estamos em campanha para uma cidade mais verde, porque como disse uma amiga turista pernambucana, até as árvores tem um verde cinzento em São Paulo.
Ela está certa. Tudo aqui é cinza, temo que haja concreto até nos corações...
Então vem um feriado e as estradas se entopem porque precisamos relaxar, ir para o verde, ouvir passarinhos, ter contato com a natureza.

No mesmo jornal, só que no final da semana, publicou-se locais no litoral onde é possível ver e apreciar passarinhos. Valores para todos os bolsos.
Por que na cidade irrita e ficar parado quatro ou mais horas para descer a serra e pagar para ouvir passarinhos não irrita?

Marido acha que a qualidade do sono das pessoas está péssima, o que se reflete em irritação.

Traga a nova estação aconchego nas palavras e no coração, aproximação com a natureza da qual nunca deveríamos ter nos afastado.
Hoje também é o Dia Mundial Sem Carro. Reflexões sobre mobilidade urbana são urgentes.

Trago uma curiosidade, uma pergunta e poesia.

Uma espécie de pássaro que constrói moradia para mais de 100 indivíduos.
Os ninhos são tão complexos que podem ser mais resistentes que uma árvore.
Foto de Dillon Marsh


Gostaria de saber como é aí na sua cidade a relação ser humano/ passarinho.
Da Chica já sei que são os passarinhos que pedem para ela não acordá-los!

E, seja sincero, você se incomoda com a passarada?

Poesia pra combinar com as árvores, com a primavera com a pesquisa da Universidade de Liverpool que constatou que poesia faz bem para o cérebro.


Gorjeios

Gorjeio é mais bonito do que canto porque nele se
inclui a sedução.
É quando a pássara está enamorada que ela gorjeia.
Ela se enfeita e bota novos meneios na voz.
Seria como perfumar-se a moça para ver o namorado.
É por isso que as árvores ficam loucas se estão gorjeadas.
É por isso que as árvores deliram.
Sob o efeito da sedução da pássara as árvores deliram.
E se orgulham de terem sido escolhidas para o concerto.
As flores dessas árvores depois nascerão mais perfumadas.

Manoel de Barros

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Tragicômico



Dia de prova. Três provas. No mesmo dia.
Professores antevendo ações ilícitas que podem ocorrer nestas situações, adotaram a prática de misturar as turmas. Alguns alunos do sétimo ano deslocam-se para a sala do sexto e alguns do sexto se misturam lá na sala do sétimo ano. Os maiores chamam os do sexto de “pequenos”.
Na hora do intervalo, um colega chamou os alunos, pequenos e grandes, que estão "pendurados" com notas vermelhas e provável recuperação e ofereceu um comprimido que o médico havia lhe receitado para que tivesse mais concentração e fosse bem nas provas.
A curiosidade aproximou meu filho da roda que se formou e ele perguntou o que era aquilo.

 - Bernardo, sai daqui porque você não precisa. Você vai passar de ano direto.

 -Mas que é isso?

 - É um comprimido que faz ir bem nas provas.


Foi distribuído uma cartela inteira; o inspetor percebeu a movimentação estranha e descobriu o ocorrido. A professora veio chegando vendo aquela confusão e tão logo conseguiram explicar, a coitada quase precisou de um comprimido para se acalmar.
No meio da confusão, o inspetor perguntava: quem engoliu?
Os pequenos assumiram sem pestanejar. Já os maiores, sempre tentando sair pela tangente disseram: eu não engoli, guardei debaixo da língua, mas quando fui jogar fora, tinha derretido.
(Achei ótima essa!)

Desceram todos os que haviam ingerido e derretido e o distribuidor dos comprimidos para a sala das diretoras. São duas, ambas donas do estabelecimento.
Tremiam tanto os alunos, que acharam por bem tirar uma das diretoras da sala. A que é mais má.
Ficaram somente com a boazinha, porém como não pararam de tremer, deduziu-se que o problema não era medo e sim efeito colateral do medicamento.
Não foi necessário ambulância. Apenas os pais saíram em caráter de emergência até a escola. Tudo ficou bem, após passar a ação do medicamento pararam de tremer.


Bernardo, depois me falou que, um dos amigos que tomou, estava na aula totalmente "brisado", gíria que eu traduzi como "estar alheio a tudo o que ocorre ao seu redor".

- Mãe, não sei se ele estava brisado por algum efeito do remédio ou estava imaginando como seria a surra que levaria ao chegar em casa.

Evidente que o assunto foi tratado com toda a seriedade entre os alunos, pais e direção.
Mas, como eu estou sob efeito dos embargos infringentes que dilaceraram minha veia cômica, permitam minhas elucubrações:

Esse garoto que distribuiu seus comprimidos é de uma generosidade imensurável, quer dizer, mensurável apenas para o bolso de seu pai: o preço do comprimido que concerta notas baixas e divagações é de trezentos reais ao mês.
E já que ele descobriu a maneira de se livrar da recuperação, quis ajudar todos que se encontravam na mesma situação.
Zero egoísmo ele tem. Generosidade mil!

Por outro lado, penso que tudo não passou de um mal entendido: o menino deve ter se consultado com um médico cubano e das duas uma: ou ele não entendeu o que o médico falava ( meu filho disse que o amigo está muito mal na disciplina Espanhol ) ou o médico cubano, dado a socializações, instruiu a criança a dividir.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Na ausência de estrelas


Fazendo faxina, encontrei algo do qual nem mais me lembrava.
Uma calcinha.
Mas, não é qualquer calcinha. Não, não.
É a calcinha da Rainha.
Estava perdida em algum arquivo aqui do computador e durante a minha limpeza à base de “delete”, eis que a encontrei!

Tem uma história essa calcinha, então vamos lá:
A ausência de um céu estrelado acarreta carências a um indivíduo.
Um céu estrelado convida em primeiro momento à poesia, ao romantismo, ao outro, no sentido mais enamorado que possa existir, às divagações.
Já os que sofrem de carência severa de estrelas, precisam sobreviver como podem. É mais ou menos aquele ditado popular da vida que lhe dá limão.

Eu sofro de carência dos astros brilhantes. À noite quando fico abraçadinha com marido na varanda olhando para o céu, o que vemos?
Aviões.
South African Airways, AeroMexico, Lufthansa, TAP, Gol, Tam...
E assim, na falta de estrelas e na sobra de aviões, para quem reside bem próximo ao aeroporto internacional, temos outros tipos de pensamentos, digamos assim, não tão poéticos.
Imaginamos os que chegam de outros continentes, de repente, o vento sopra diferente e a rota muda e eles, os aviões, passam a decolar, passando bem pertinho da nossa varanda.

Nesse movimento aeroviário, observando um Bristish Airways, que pelo horário, nosso filho que sabe horários e destinos de todas companhias internacionais ( viu só que o a ausência de estrelas faz nas crianças? ) afirmou-nos que aquele pousaria em Londres.
Conversa vai, avião decola, Londres, Rainha, e chegamos enfim ao assunto: quem lava as calcinhas da Rainha?
Marido acha que devem incinerar. Fogueira todo dia pra calcinha?
Sei não. Não me convenceu.
A camareira? Pode ser.
Controle absoluto das peças com chip eletrônico?
O fato é que rimos muito imaginando o destino das peças íntimas da Rainha.

Fiquei tão curiosa que fui procurar alguma informação na internet e tudo o que encontrei foi essa imagem de um engraçadinho que conseguiu surrupiar uma peça e fez leilão com ela!


Chamo à conversa Kellen, do Trilha Marupiara que recente pousou nas terras da realeza.
Alguma notícia Kellen do que e de como fazem com as peças íntimas?
Quem dá mais uma opinião?!
Beijo.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

As regras femininas

No post passado eu citei o livro A menina do tempo, que comprei para minha filha e antes de lhe entregar, resolvi ler.
Depois da leitura, fiquei hesitante se ela deve ou não ler, e se decidir pelo sim, creio que será necessário alguma conversa antes.
A criativa história da menina que vai representar num telejornal elaborado pela escola, a menina do tempo, que na vida real é filha da moça do tempo da tv, é uma leitura agradável, onde além de curiosidades sobre o tempo meteorológico, há uma abordagem e reflexão sobre a anorexia, quando uma amiga está internada sobre rigoroso tratamento para que se alimente, traz o tempo em sua passagem ritualística quando a menina se torna mulher.
No decorrer da história, a primeira menstruação pontua o crescimento, o deixar de ser criança, os dilemas da adolescência.
E esse não é o problema, afinal desde os idos da extinta cegonha, nossas crianças sabem muitas coisas que nós demoramos bem mais tempo para começar a pensar!
O que eu identifiquei como problema foi a maneira que a autora usou para abordar esse assunto.
"Desgraça pouca é bobagem"; "um desastre"; "é repugnantemente nojento isso" são algumas das frases utilizadas para indicar como a protagonista encara o assunto.

A classificação indicativa é a partir de 10 anos, ou seja, muitas meninas que lerão ou leram o livro ainda não menstruaram, e será saudável que encarem essa transição, esse momento dessa maneira?
Creio que a maioria feminina sente que esse período tem sim seus desconfortos, leves ou intensos que necessitem até de intervenção médica/medicamentosa, especialmente na adolescência é um empecilho para a praia, piscina e depois com o tempo, vem a experiência, aprende-se a conhecer o próprio corpo e a lidar melhor com a situação.

De assunto proibido no passado, as regras femininas ( assim era o termo utilizado ) "evoluíram" deixando de ser tabu.
Mas o que vocês meninos e meninas amigos virtuais, acham do assunto?
Ainda que se concorde com todos os aspectos ruins, transmitir esse conceito para a menina que acaba de se tornar uma mocinha, é legal? Ou é isso e pronto? Gostaria de conhecer a tua opinião!
Beijo.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Vai chover rãs

Não perca o seu tempo tentando achar que é alguma expressão do tipo "amarrar meu burro na sombra", ou qualquer outra.
É literal. Literalmente chuva de rãs.
E nem tente achar que eu estou toda trabalhada na sexta-feira treze ( adoro essa expressão, estava mesmo querendo uma ocasião para utilizá-la! ) porque sexta treze, vinte, sete, para mim é tudo a mesma coisa.

Comprei um livro para minha filha e estou com o péssimo hábito de ler antes de entregar o presente! Justifico-me dizendo que é uma espécie de controle de qualidade antes de entregar.
O livro é: A menina do tempo, de Eva Piquer.


Uma garota, filha da "moça do tempo"da tv, vai fazer uma apresentação na escola durante uma semana, um telejornal, e ela é escolhida para fazer os boletins sobre o tempo. Pede algumas aulas para sua mãe, porém decide fazer suas próprias previsões e surpreende-se ao perceber que tudo o que fala durante a gravação na escola se concretiza.
Para tirar a dúvida, ela decide fazer uma previsão que sua mãe havia citado quando lhe ensinava que era um fenômeno raro: chuva de rãs.
"Quando um redemoinho de vento passa por um tanque onde existem rãs, o vento chupa a água e as rãs, transportando tudo a centenas de metros ( ou até mesmo quilômetros ) de distância do tanque. E, mesmo que pareça estranho, chove rãs vivas do céu."( página 96-97 ).
Como fiquei na dúvida se a tal chuva existia mesmo, fui pesquisar e descobri que além de rãs, pode chover aranhas, cobras, peixes e outras coisinhas. Aqui a matéria.
Só espero que não aconteça numa sexta-feira treze, senão eu terei que rever meus conceitos. Se é que fico viva arrancando cobras e lagartos do meu guarda-chuva!

Sobre o post passado, isso aqui


é a pata do meu cachorro.
Adorei a sugestão de Alf!


Já caiu alguma rã na tua cabeça?!
Beijo.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Lenços que curam

Trinta anos atrás, receber o diagnóstico de câncer, era receber a pior das sentenças.
Para as mulheres especialmente, a beleza, a vaidade se esvaíam junto com o otimismo e a auto estima.
Há trinta anos eu vi minha mãe sem brilho, sem cores. Hoje eu vejo além de possibilidades médicas, pessoas engajadas em levar beleza, alegria, melhora da auto estima.
E é com essa energia boa que nasceu o projeto Lenços que Curam: arrecadar lenços para homens, mulheres, crianças que estão passando por tratamento e também para idosos em lares, hospitais, para que tenham cores, alegria com um gesto carinhoso.
Os lenços devem ser encaminhados para a Tina, neste endereço:


Cristina Couto
Caixa Postal 5814
Agência Sumaré
Salvador  Bahia
41820-920

Bora participar! Alegrar, embelezar uma pessoa num momento difícil.

domingo, 8 de setembro de 2013

Pátria e cultura

A semana da Pátria é comemorada de maneira bem diferente na escola dos meus filhos.
Os alunos do ensino fundamental II ( sexto, sétimo, oitavo e nono anos ) realizam oficinas e teatro com os alunos menores ( de um aninho até o quinto ano ),  e fazem apresentação à noite para os pais e convidados.
O tema escolhido para este ano foi "Paixões Nacionais".
Tudo começa no palco com três amigas que se reúnem para fazer um trabalho escolar sobre as paixões nacionais. 
Primeiro surge a ideia dos gibis e assim elas nos convidam a assistir a peça com o pessoal do sexto ano.
Em cena, Mônica, Magali, Cascão e Cebolinha que se veem numa história onde aparece a Cuca, Bruxa, Lobo Mal, Saci e a confusão está armada!



Simplesmente adorei este lobo!


Foi preciso chamar o Maurício de Souza para resolver o perrengue. No final, tudo certo, apesar das coelhadas da Mônica no Cebolinha.

Voltando ao trabalho escolar, as meninas colocam o futebol como outra paixão nacional.
E agora é a vez da turma do meu filho Bernardo encenar a história do Pelé e seu primeiro time até se tornar um craque.
Para meu filho, aqui a arte se confundiu com a vida! Ele nem precisou representar, era ele mesmo no palco!





Bernardo é o que está na ponta, no papel de Bala, um jogador incansável que corria o campo várias vezes, enquanto todos estavam exauridos. Diziam que o campo era curto para ele.

Após debate entre as meninas, veio a dúvida se novela era ou não paixão nacional. E claro que é!
Mesmo quem não assistiu, tem a lembrança do tema, dos atores.
Então vimos ali no palco pequenos fragmentos das nossas mais marcantes novelas.


Viúva Porcina e Sinhozinho Malta


Quem aí teve uma meia dancind days? ( Pinicava até! )

Irmãos Coragem, Escrava Isaura, Tieta...
Nossos grandes autores, como Jorge Amado, levando cultura, hábitos, épocas. lugares, através da tv.

E para finalizar, carnaval, outra paixão nacional.


Uma família guarulhense cedeu os instrumentos de percursão, veio um mestre de bateria ensaiar os alunos e o resultado vou descrever em uma só palavra: arrepiante!





Júlia e Bernardo com os professores Valtinho e acima, Gilmara.

O brilho nos olhos dos alunos, o envolvimento nas pesquisas, na apresentação, no preparo de tudo é impressionante!
Mas...

Trago para cá a polêmica que deixou os professores envolvidos no projeto chateados. Para alguns pais o tema novelas não deveria estar presente. Questionaram sobre este tipo de cultura.
Quero utilizar este espaço para conhecer a opinião sincera de vocês sobre isto: novelas e cultura.

Eu adorei tudo. Meu filho chegava em casa perguntando, pesquisando, achando o máximo alguém conseguir transformar um livro em novela; falamos de hábitos, do sucesso de Escrava Isaura na China.
Para mim cultura.
Beijo

Marisa Monte

E quem não se lembra do fim do mundo que estava programado para o final de 2012?
Vamos colher um bom fruto do seu não acontecimento!
À época, os cantores Marisa Monte e Arnaldo Antunes, viajaram juntos e no meio daquela "onda" final do mundo, conversaram, refletiram muito e surgiu uma música nova.
Ouvi essa história ontem, no show da Marisa aqui em São Paulo.
A música sairá no disco do Arnaldo e ela cantou e eu amei a letra que fala de vivermos num mundo melhor, sem medos, sem violência.
Encontrei a letra e a canção na voz do Arnaldo.
Vale ouvir! (clica em Srnaldo Antunes - Disco)


DIZEM (QUEM ME DERA)
(Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Dadi Carvalho)

o mundo está bem melhor
do que há cem anos atrás, dizem
morre muito menos gente
as pessoas vivem mais

ainda temos muita guerra
mas todo mundo quer paz, dizem
tantos passos adiante
e apenas alguns atrás

já chegamos muito longe
mas podemos muito mais, dizem
encontrar novos planetas
pra fazermos filiais

quem me dera
não sentir mais medo
quem me dera
não me preocupar

temos inteligência
pra acabar com a violência, dizem
cultivamos a beleza,
arte e filosofia

a modernidade agora
vai durar pra sempre, dizem
toda a tecnologia
só pra criar fantasia

deuses e ciência
vão se unir na consciência, dizem
vivermos em harmonia
não será só utopia

quem me dera
não sentir mais medo
quem me dera
não me preocupar
quem me dera
não sentir mais medo algum





terça-feira, 3 de setembro de 2013

Rejuvenescimento por e-mail

Remocei vinte anos.
Como? Milagre?
Não.
Recebi um e-mail.

Domingo, fomos visitar um parente e chegando lá, deu-se como a música "Arnesto nos convidou pra um samba ele mora no Brás, nós fumos não encontremos ninguém..."
Ainda bem que não no Brás, era bem pertinho de casa, tanto que nem bolsa levei, apenas peguei o celular e coloquei no bolso da calça.

Como, devido aos hábitos do parente, ele não deveria demorar, resolvemos dar uma caminhada num parque ali pelos arredores.
Sol, calor, domingo, todas as excelentes condições para o parque estar lotado.
Foi quando meu filho olhando-me indignado falou:
 - Mãe, o celular.
 - Tá aqui filho no bolso da calça.
 - Mãe, ele está tocando, você  não está ouvindo?

Atendi, era o parente avisando que havia chegado e eu realmente não ouvi o celular tocar.
Caminhando para o portão de saída, meu filho mostrou-se indignado ou talvez preocupado.
 - Mãe você está mal hein? Não está conseguindo ouvir o celular tocando...

Visitamos o parente, esbocei sorrisos, evitei falar de doenças e voltei cabisbaixa para casa.
Deitei mais cedo. Eram sete da noite.
Meus ouvidos estavam moucos, nem celular eu ouvia. Restava-me aproveitar que as vistas ainda me permitiam ler. 
E assim me recolhi no silêncio que o tempo nos impõe.

Os filhos ligaram o computador, a televisão, a matraca, o cachorro latia, os aviões subiam por cima do nosso telhado roncando turbinas e eu lá no meu recolhimento ouvi:
Tlim

Um som de uma nota só, rápido, curtinho, baixo.

Sem nenhum entusiasmo, esforcei-me a fazer a voz sair tamanha tristeza que me tomava, afinal eu sofria de mouquice, sequer o toque do celular escutava.
 - Filho, lê pra mãe o e-mail que chegou.
 - O que? Você ouviu? Como você conseguiu ouvir que chegou um e-mail daí do seu quarto?

Estava salva! Não tinha mais surdez. Adeus ouvidos moucos.
O e-mail da Beth Lilás deixando um comentário no post anterior me remoçou vinte anos.

Viu como blog faz bem?

domingo, 1 de setembro de 2013

Desutilidade de um post

Refleti muito antes de escrever este post. 
Ele é inútil e dispensável.
Porém, apesar da louça por lavar manualmente, resolvi escrevê-lo.

Demorei muito tempo a começar usar palavras abreviadas como pedia os tempos de torpedos pelo celular e internet. Como era difícil simplificar o você por vc. Eu resistia muito e acabava cedendo quando queria escrever muito e o celular avisava que seriam duas mensagens. Na necessidade de economizar nos créditos ou nos bônus eu reduzia para apenas uma mensagem.

Demorei outro tanto de tempo para compreender o que significava aqueles dois pontinhos com um parênteses do lado. Começaram a aparecer nos comentários do meu blog, até que um dia eu entendi que era uma carinha feliz.
E quando eu resolvi usar a tal carinha me senti estranha fazendo isso :)
Superei e já consigo colocar a caretinha em comentários e e-mails.

Hoje eu me deparei com outras carinhas e tive a paciência de copiá-las e ficar pensando onde eu usaria algo assim:

:-? que significa uma pessoa fumando cachimbo.

Ou o símbolo para uma pessoa atordoada de felicidade. Precisa mesmo a felicidade ser atordoante?
Se for, é assim *_*

Em caso de aborrecimento @_@

Carrancudo? Mostre-se desta forma :-#  acho que isto deve ser um cenho, uma testa franzida.

Está gripado? Então finalize os comentários com :-˜

E para não ter tanta inutilidade, vamos aprender o símbolo para passarinhos.
Porque desejar um amanhecer assim, é especial!
(*V*)

Tem mais aqui!
Beijo ^o ˆ