domingo, 20 de novembro de 2016

Para uma joaninha

Essa postagem é muito especial!
É a de número 1000 e é com esta postagem que quero convidá-los a celebrar o aniversário ( que é no final do mês ) da mais querida joaninha aqui dos blogs - Chica!
Como vi hoje que ela está saindo de férias dos blogs, resolvi antecipar a homenagem.
Chica, meu, nosso amor a você que faz parte das nossas vidas de maneira tão carinhosa, presente, afetuosa.
Você é um exemplo na blogosfera. Um exemplo de interação, inspiração, amizades, persistência.
Muitas vezes desanimo, mas logo penso em você que mesmo em momentos difíceis não deixa a peteca cair!
Feliz aniversário! Desejamos saúde e paz em primeiro lugar.
Inspirações, artes, clics...
Família, abraços, peraltices...
Nosso abraço virtual aqui com o calor de um abraço real!

Um jardim de joaninhas para você!














terça-feira, 15 de novembro de 2016

Sinal vermelho

Aceitei a carona.
Diz o ditado que para baixo todo santo ajuda, mas descer a ladeira de carro, foi providencial!
Mel é minha vizinha de andares abaixo. Nossas meninas e meninos são amigos, mas nossas conversas ainda estão incipientes.
Meio sem jeito, sentei-me no banco da frente naquela sexta à noite.
Falando rápido, Mel relatou-me que seu dia havia sido tão corrido pois ao ir fazer a matrícula de seu filho, percebera que tinha perdido a carteira de identidade dele.
Prazos, correrias, poupatempo e a pergunta que ela disparou: "Ah Ana, você tem jeito de ser organizada, não deve perder papéis, né?"
E foi com a face iluminada pelo reflexo da luz vermelha do semáforo que eu dei aquela resposta evasiva do tipo, é, não.
Nem houve tempo para estendermos o assunto porque bem rápido chegamos.

Na manhã seguinte, aquela luz vermelha me incomodava.
Abri a gaveta da secretária ( jeito português que li por aí para significar escrivaninha! ).
Estavam lá os papéis.
Eu não perco papéis.
Eu simplesmente me perco nos papéis...

Bugungun lerden bugun está num pequeno pedaço de papel retangular.
Olho fixo tentando buscar o que me fez anotar aquelas palavras. Nada encontro.
Vou para o google.
Você pode no acreditar, mas, às vezes, o próprio google fica confuso.
Nesse caso, ele me indica uma série de palavras com trema e cedilha debaixo da letra s que não me levam a lugar algum.
Ou melhor, vou para o lixo reciclável e deixo o tal bugun ali.

Nesse outro papel sou mais bem sucedida!

"Uma das dádivas de ser escritor é que a profissão lhe dá uma desculpa para fazer certas coisas, ir a alguns lugares e explorá-los. Outra vantagem é que escrever nos motiva a olhar a vida mais de perto"- Anne Lannott.

Esse eu me lembrei porque anotei! Era o trecho de um livro sobre escrita criativa e a autora falava que frequentemente, sob a desculpa de ter que escrever, ia para algum café e passava manhãs e tardes lá a escrever.
Ah, poder trocar o chiado da panela de pressão por uma mesa próxima a uma árvore que farfalha, um café e um papel...
Mas sempre penso se não vão desconfiar de alguém que pede um café e passa a tarde inteira ocupando uma mesa? Ou será que tem que pedir um café atrás do outro? Deixa pra lá e vamos ao próximo papelzinho.

"Compotas de pêssego e tangerina, drops de melancia, trufas de chocolate, barras de menta, biscoitos amanteigados, bolos, pirulitos e outros doces, todos enriquecidos em sua preparação com uma calda de maconha". ( Ruy Castro ).

Por que diabos eu anotei isso?

Não precisa se preocupar, caro leitor.
Meu desempenho culinário não vai além de bolinhos de chuva que não necessitam de calda alguma; é só fazer uma chuvinha de açúcar misturada com canela e pronto.

Mais um para reciclagem. E assim abri um bom espaço na escrivaninha e na mente.

Sinal verde agora para novas anotações! Com esforço e dedicação para escrever de onde tirei aquilo e com qual finalidade. Será que consigo?!

Alguém mais com papeizinhos?

E antes de finalizar, anota aí em algum papel: archetier - fabricador de arcos de violino. Vai que você precise para alguma postagem, não é?!

Beijos!

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Muito mais que tolerância

Esse texto deveria ter sido escrito no dia da Padroeira do Brasil, o dia 12 de outubro.
Passou e não o fiz.
Agora, após o tema da redação do Enem, retorno a ele.

Tolerância é uma palavra necessária, mas eu, particularmente, não gosto dela.
Lembro-me com nitidez de uma aula de filosofia que tive em minha adolescência ( faz tempo e já falávamos sobre isso ) em que o professor nos conduziu o pensamento para dentro da "tolerância"e na raiz dela encontramos "coisas" negativas.
Infelizmente não consigo me lembrar de cada palavra tão bem colocada àquela época, porém ficou todo aquele esboço.
Tolerar é suportar. É como uma visita detestável: você não gosta da pessoa, do seu cheiro, dos seus modos, da sua conversa, mas tem que tolerar. Talvez só por algumas horas, alguns dias. E enquanto você está ali tolerando, os seus sentimentos, hermeticamente fechados dentro de você, estão vendo todos os defeitos, criticando, até quem sabe odiando e desejando que aquilo acabe o mais rápido possível.
Você não faz nenhum esforço para encontrar o lado bom, algo agradável, algo que acrescente. Você apenas tolera.
Essa é a minha implicância com a tolerância. Ela nos coloca numa espécie de paralisação, até que tudo passe, termine. É por pouco tempo. Eu exerço a tolerância sob o manto da boa educação, mas ela não me modifica.

Respeito envolve admiração, reconhecimento de que há algo bom ali. Uma abertura para que eu olhe para o outro, para que eu encontre no outro, nas suas ideias, palavras, ações algo positivo que possa me acrescentar.

Claro que num mundo onde se arrancam cabeças literalmente, caso se pense diferente, caso tenha-se outra religião que não a estabelecida, tolerância é mais do que adequado e necessário.
Onde pedras são jogadas contra quem expressa a sua crença que é tão diversa da minha, tolerância é de extrema importância.
E daí a importância do tema da redação que envolve, em sua maioria, os jovens.

Fiquemos atentos quando começarem a ser divulgados trechos ou as redações na íntegra para conhecermos o que vai dentro desses jovens. Pode até ser que sejam apenas politicamente corretos para terem boa nota no exame, mas certamente teremos aí um panorama e espero que seja positivo.

E quando eu quero falar de um passo a mais que a tolerância, volto lá atrás no dia da padroeira, no dia de Nossa Senhora Aparecida.

Moramos na região que é caminho para o Santuário de Aparecida e nessa época do feriado há muitos romeiros que caminham distâncias enormes numa expressão de sua fé.
Por morar na região, as notícias locais são mais abrangentes do que as que passam nos noticiários nacionais e talvez por isso muitas pessoas nem ficaram sabendo da tamanha grandeza que aconteceu por aqui.

É comum, devido a esta peregrinação a pé pela principal rodovia que leva ao santuário encontrar barracas que são montadas ao longo do caminho para um apoio a esses romeiros. Água, sombra, descanso. Muitas pessoas das igrejas católicas locais se revezam no voluntariado.

O que dizer de um acampamento estruturado por evangélicos para acolher esses peregrinos?

Eu digo que é algo para além da tolerância.

Em entrevista, os evangélicos de determinada linha, declararam que eles não acreditam em Nossa Senhora, mas eles respeitam a crença dos católicos, eles admiram a força de vontade de quem faz a longa e difícil caminhada e por isso estavam lá na sombra da tenda armada porém num calor insuportável na beira da estrada. Recebiam os fiéis com um abraço, ofereciam massagem nos pés, nas costas, cuidavam das bolhas e os incentivavam a prosseguir.

A tolerância é um necessário começo. O respeito é esse abraço lindo onde você não precisa abrir mão da sua religião, mas pode acolher o outro sem querer muda-lo, sem julgá-lo pela maneira como expressa a sua fé.

Cada vez mais comum encontro de líderes de diversas religiões.
Possamos reconhecer essa diversidade e tudo o que de melhor cada um tem a oferecer.