sábado, 31 de dezembro de 2022
Feliz 2023!
segunda-feira, 12 de setembro de 2022
Inspiração
Os Trinta e Três Nomes de Deus
Por Rubem Alves
“De vez em quando perguntam-me se acredito em Deus. Mas é claro. Acredito mais que a maioria das pessoas. Tenho até trinta e três nomes para ele. Esses nomes foi a Margueritte Yourcenar que me contou. Ela foi uma escritora maravilhosa, autora do livro Memórias de Adriano, quem lê nunca mais esquece, quer ler de novo. Pois esses são os trinta e três nomes de Deus que ela me ensinou. É só falar o nome, ver na imaginação o que o nome diz, para que a alma se encha de uma alegria que só pode ser um pedaço de Deus… Mas é preciso ler bem devagarinho…
1.Mar da manhã. 2.Barulho da fonte nos rochedos sobre as paredes de pedra. 3.Vento do mar de noite, numa ilha… 4.Abelha. 5.Vôo triangular dos cisnes. 6.Cordeirinho recém-nascido…. 7.Mugido doce da vaca, mugido selvagem do touro. 8.Mugido paciente do boi. 9. Fogo vermelho no fogão. 10.Capim. 11.Perfume do capim. 12.Passarinho no céu. 13.Terra boa… 14.Garça que esperou toda a noite, meio gelada, e que vai matar sua fome no nascer do sol. 15.Peixinho que agoniza no papo da garça. 16. Mão que entra em contato com as coisas. 17.A pele, toda a superfície do corpo 18. O olhar e tudo o que ele olha. 19.As nove portas da percepção. 20.O Dorso humano. 21.O som de uma viola e de uma flauta indígena. 22.Um gole de uma bebida fria ou quente. 23.Pão. 24.As flores que saem da terra na primavera. 25.Sono na cama. 26. Um cego que canta e uma criança enferma. 27.Cavalo correndo livre. 28.A cadela e os cãezinhos. 29.Sol nascente sobre um lago gelado. 30.O relâmpago silencioso. 31.O trovão que estronda. 32.O silêncio entre dois amigos. 33.A voz que vem do leste, entra pela orelha direita e ensina uma canção…
segunda-feira, 22 de agosto de 2022
Festejando um blog
quarta-feira, 10 de agosto de 2022
10 de agosto
Venta, venta forte na manhã deste dia 10 de agosto. Chove também. Não tenho lembrança de outros 10 de agosto, mas certamente já deve ter chovido, ventado, feito sol, talvez até um arco-íris tenha existido nesta data. Mesmo sendo inverno, deve ter havido dias quentes, céu sem nuvens, ou talhadinho delas. Bem, já são cinquenta e uma vezes que eu acordo no dia 10 de agosto!
É meu aniversário e quero celebrar com vocês também essa alegria de poder estar aqui!
Escolhi um pequeno trecho de Valter Hugo Mãe para inaugurar meus 51 anos:
" Quando a avó trocou o coração por um electrodoméstico, continuou amando. Estava tão acostumada, fazia já do amor uma coisa plenamente racional. Amava por lucidez. Ela dizia: amar é saber. E dizia: amar é melhorar.
Tantas vezes me repreendeu quando rabujei ou abreviei o abraço. Ordenava apenas: melhora rapaz. Melhora."
Não uso um electrodoméstico no coração, e aliás que incrível essa palavra que o autor escolheu para marcapasso! Não trago um electrodoméstico no peito, porém trago nestes 51 anos de vida, imensas alegrias que se traduz em linguagem metafórica, de explodir o coração. Alegrias menores e as muitos pequenas que exigem até certo esforço para serem vistas. E as tristezas foram também muitas e de variadas dimensões. Diferentemente das alegrias de explodir o coração que felizmente não explodem nada, as tristezas, as de maiores dimensões, essas sim fazem grandes estragos. Acho que quando falamos em buraco no peito, mesmo que ele não seja visto em nenhuma máquina moderna, por nenhum eletrodoméstico, ele está lá. E foram muitos buracos neste 51 invernos.
E foi esse o motivo que me fez escolher a poesia acima do Hugo Mãe: entre explosões de alegria e buracos abertos, cicatrizados, esquecidos, latentes, eu sigo amando. Não perdi essa possibilidade.
Amar é melhorar. As explosões de felicidades nos melhoram e as profundas dores, de uma maneira espantosa também.
Aos cinquenta e um anos já não quero abreviar abraços. Amar é melhorar. Quero seguir melhorando.
Obrigada por estar aqui comigo, não importa o dia, se hoje, se depois.
Apenas vamos nos demorar no abraço!
terça-feira, 2 de agosto de 2022
Três coisas boas
“ - Quero que vocês tenham um caderno na mesa de cabeceira - ele disse. - Toda noite, antes de dormir, quero que repassem seu dia. Façam uma lista curta com três coisas boas que aconteceram.
- E se não acontecerem três coisas boas? - alguns de nós perguntamos em uníssono.
- Bem, essa é exatamente a questão - ele disse. - Esse exercício desafia vocês a descobrirem três coisas boas todos os dias. Não precisam ser coisas grandes. Na verdade, não serão coisas grandes a maior parte do tempo. Coisas grandes, importantes, não acontecem todos os dias. Conquistar um prêmio, casar, arrumar um novo emprego, sair de férias. São os grandes espaços de tempo entre esses eventos monumentais que formam a vida. Certo? A ideia aqui é que as pequenas coisas têm poder. A interação com alguém no elevador, ou com um vendedor de loja. Pequenas vitórias, como consertar alguma coisa que nos incomoda em casa. Quero que vocês façam com que três coisas boas aconteçam todos os dias. Isso vai ajudá-los a descobrir que o que é bom já existe à nossa volta.”
Trouxe esse trecho de um livro que li recentemente ( Rádio Sangri-lá de Lisa Napoli ).
É algo que já sei, que já fiz com meus filhos, que exercitei aqui mesmo nos blogs e que de tempos em tempos eu preciso recordar.
Por vezes o desânimo ronda, por vezes entra e quer ficar. Foi e ainda é a pandemia, guerra, inflação, eleição, fome e violência pelas ruas. Às vezes me pego olhando tanto para as notícias que dificilmente são boas que vou me distanciando do que traz leveza ao olhar e ao coração.
O simples nem sempre é fácil, muitos já disseram isso de inúmeras maneiras.
Tenho colocado um esforço alegre em procurar, ao final de um dia, essas pequenezas que nos fazem atravessar as adversidades com mais leveza, sem perder o ânimo.
E você, encontra fácil três coisas boas todos os dias na tua vida?!
terça-feira, 26 de julho de 2022
Gostinho de blog
Como foi difícil escolher o título para este post!
Era preciso definir uma experiência tão agradável, tão gostosa, como aquelas vividas na infância, num passado e que agora se reproduzia.
Os blogs também já tiveram ( outros blogs, mesmo que poucos, conseguem ainda manter isso ) aqueles momentos em que eram comuns os encontros entre os blogueiros. E como era gostoso olhar nos olhos, abraçar e conhecer quem só “víamos"pelas telas, pelas palavras, as vezes fotografias.
Vivi vários desses encontros! Foram muitos abraços e mergulho no olhar do outro. Então, é com essa sensação de algo tão especial, que escrevo.
“Estou na tua cidade, será que conseguimos tomar um café?!"
O coração se alegra, vamos ajeitando a logística, as agendas, os horários e ali estamos: no calor dos afetos, da admiração, da alegria partilhada!
Ana Virgínia, ou como a chamo AnaVi, foi um dos muitos presentes que os blogs me trouxeram. No blog dela, o Filha de José que nos conhecemos, avançamos para cartas, trocas de e-mail, redes sociais. Muitas vezes com grandes espaços no tempo, mas as raízes do carinho e amizade estavam lá, sempre brotaram.
Ela conheceu meus filhos ainda pequenos, meu marido e agora foi a minha vez de conhecer o marido dela, rever e abraçar essa pessoa tão querida. Um crescimento também. Dores, tristezas, alegrias, enfim, o viver.
Celebrar num abraço o primeiro ano do matrimônio deles e uma lição preciosa que a AnaVi me ensinou: toda a caminhada, extremamente difícil da mãe dela durante o aguardar numa fila de transplante. Eu lhe confessei “achei que sua mãe não conseguiria”. Dona Ruth ensinou-me, através das postagens das palavras da filha, dos registros em imagens, que a paciência, perseverança, generosidade e sobretudo amor são as bênçãos do caminho.
Quantas vezes, em situações tão adversas, elas tinham forças para amparar quem estava também em momento tão desafiador.
Enfim, o tempo de um café é pouco e magicamente é tão grandioso!
Que a gente possa seguir semeando as tantas coisas boas que os blogs nos trazem!
segunda-feira, 27 de junho de 2022
A graça de ser surpreendida
terça-feira, 21 de junho de 2022
Bom dia!
" 75 milhões de pessoas no mundo são analfabetas. Sinta sua boa sorte ao ler isso e ao ler qualquer coisa hoje."
Eu havia prometido a mim mesma que quando tivesse novamente um computador, assim que o abrisse, viria aqui no blog escrever.
Não honrei a promessa. Já tem dez dias que o computador está em minhas mãos e eu simplesmente não sabia como retornar aqui, o que escrever. Esperei por alguns dias a inspiração chegar. Algo forte, tocante e nada veio.
Mais de um ano desde a última vez que escrevi aqui. É um tanto como "perder a mão", mas ao mesmo tempo, dizem, "é como andar de bicicleta, não se esquece".
Pela manhã, ainda bem cedo, deparei no celular com a frase que abre esta postagem. Estava num site de gratidão com o título: Sinta sua boa sorte.
Demorei-me um tempo na mensagem e na sua contemplação. Ler e escrever é mesmo algo tão natural para nós que não nos damos conta dessa boa sorte.
Deixei de lado a expectativa de ficar aguardando uma imensa inspiração, um texto arrebatador e abracei essa maravilha que é poder escrever e ler.
Ler e escrever um bom dia, ou boa noite é o meu passo inicial para voltar aqui.
Senti a ausência, senti falta de vocês, desejo que estejam bem. Vou, ainda que nos passos mais lentos me inteirando desse canto tão gostoso que são os blogs!
Obrigada pela sua visita! E por favor escreva nos comentários se está tudo certo com a visualização do blog. O tamanho da letra está adequado? Pode fazer sugestões!
Bom dia!