Deparei-me com este poço no meu caminho durante à viagem.
Deparei-me com emoções contraditórias por causa deste poço.
Uma casa numa avenida movimentada, tudo muito urbano. Acho que a última coisa que eu imaginaria ter ali era um poço. Aliás acho que eu nunca imaginaria tal.
O fato é que fiquei de frente para ele. E a primeira sensação que me ocorreu, veio lá da minha infância.
Medo.
Durante muitos finais de semana da minha infância, íamos para uma chácara de uma tia minha. Crianças eram eu e o meu primo, 4, 5 anos.
Havia um poço no local, que vimos sendo escavado e depois pronto. E para brincarmos soltos pelo imenso espaço de terra e grama, ouvíamos antes o sermão amedrontador do poço. Histórias horríveis de criancinhas desobedientes que caíram lá dentro, sem contar os episódios sombrios passados em castelos, torturas, etc.
Além de não chegarmos nem perto do tal poço da nossa infância, creio que o efeito foi alcançado pois quase quarenta anos depois eu senti o mesmo pavor!
Convivi com este poço urbano por três dias. E numa manhã fria mas ensolarada, tomei coragem e pedi para abrir o portão que o mantinha seguro de qualquer criança arteira, e fotografei.
Depois sob o sol, olhando as fotos começou a vir tantas percepções diferentes sobre o poço que se sobrepujaram àquele medo infantil.
O fundo do poço, o qual já fui algumas vezes, ganhou uma boa reflexão.
Neste poço aí da foto há uma corda, pronta para içar qualquer alma desacorçoada. Há flores para suavizar qualquer período de mergulho úmido, escuro.
Água fresca para saciar a sede da garganta, do nosso interior.
Há um poço de sabedoria, há um poço de alegria.
Deixei para trás o poço de lamentações, o poço de sofrimento.
Um poço pode ser fonte de tantas coisas boas.
Da vida faz parte momentos difíceis, os outros são maiores e contínuos. Basta olhar com olhos renovados.
Qual é o seu poço?!
LIndas tuas reflexões sobre esse poço lindo que encontraste.
ResponderExcluirSempre me assustaram em relação aos poços, na infância, pois podia cair dentro, que era o lugar onde as bruxas lavavam os pés e tantas coisitas...
Foste sábia ao reverter a situação trazendo outros sentidos ao poço; Tomara possamos retirar desse poço muita alegria e que venha balde a balde, assim, a saborearemos melhor! beijos,lindo fds,chica
Queri,
ResponderExcluirtb tinha um poço na fazenda do meu avô, e minha mãe não deixava a gente chegar perto...hj não tem mais!
Eu já fui ao fundo do poço algumas vezes, mas sempre tinha uma cordinha amiga para me trazer de volta...
um poço de beijos para vcs
Oi Ana, voltei!
ResponderExcluirMenina, tenho até hoje pavor de poço! parece que em toda a minha vida esse medo me acompanhou.
Também já estive lá no fundo, e ME resgatei. Não é fácil.
Hoje meu poço é de lembranças, de saudade e também de alegrias.
Vez ou outra eu mergulho, mas volto correndo, tenho medo ainda.
Beijos querida, bela postagem.
Tbm gostei muito da reflexão e da lembrança que tbm me trouxe, minah infãncia foi vivida perto de muitos poços. ah! saudades
ResponderExcluirAdorei a metáfora!Li um livro uma vez que a capa eram duas garotinhas no fundo de um poço olhando a claridade,ñ me recordo o nome,mas falava justamente isso de achar uma mola no fundo do seu poço.Ah e tb depois de assitir "O CHAMADO" certamente eu tem mto medo de poço rs
ResponderExcluirbjs
Ana Paula, logo quando vi a imagem, mesmo antes de ler seu texto, lembrei da infância, fui longe... lá no sítio dos meus avós, e nada por lá foi diferente do seu conto, sermões e mais sermões nós (as crianças) ouvíamos dos nossos pais e avós... cuidado cuidado, se cair no poço morre!!! Engraçado, hoje não senti medo ao ver o poço aqui, senti foi muitas, mas muitas saudades mesmo daquele tempo, daquele cheiro, daquele lugar que hoje, talvez, o poço ainda esteja lá guardando todas as lembranças do tempo que as crianças sentiam medo dele...
ResponderExcluirUm beijo moça querida e obrigada pelo seu carinho! Su.
Quantas lembranças ao ler essa postagem!
ResponderExcluirPra mim, um poço sempre teve uma imagem "romântica".. rss
Acho que prefiro assim, poço de sabedoria, de reflexões, de água fresca, de matar a sede...
Adorei, Aninha!
Um beijo e meu carinho sempre!