Neste
final de semana, minha filha Júlia, de 7 anos, não está em casa.
Foi para um sítio a convite dos pais de sua amiga da escola. Ontem à
noite, telefonou para dizer boa noite. Era quase impossível ouví-la:
a alegria borbulhava em suas palavras e outras quatro amigas
“algazarreavam” ao fundo!
Queria
escrever sobre este momento e não encontrava as palavras, nem sabia
exatamente o que eu queria dizer.
Fui
passar roupas... ( Tina eu gosto muito de passar roupas! ) e me
ocorreu uma palavra que descreve inteiramente este Final de Semana no
Sítio.
Embevecer.
Acho
que especialmente os bebês causam embevecimento. Filhotes também.
A
gente fica ali apenas a olhar. Não é preciso mais nada. É como ser
absorvido para dentro daquela cena, daquele momento.
Quando
são bem pequenos, que ainda não precisam de intervenção, podemos
ficar a admirar um bebê: seus gestos ainda sem tanto controle, seus
sons, risadas, “conversas”... são momentos de embevecimento.
Nesta
fase dura pouco. Os movimentos passam a ser cada vez mais elaborados
e aí começamos o tempo todo a ficar atentos e passamos a cuidar o
tempo todo: o que se põem na boca, o que quer puxar do alto, a
cabeça que pode bater. Não há como relaxar.
Uma
outra fase chega, que é a do educar falando a maior parte do tempo:
já escovou os dentes, fez a lição de casa, arruma a postura, vamos
na casa do seu primo e não quero brigas...
Isso
é ser pais. Valores, caráter, boas maneiras. Só que o tempo, os
momentos para embevecer se tornam cada vez mais escassos.
Talvez
numa apresentação da escola. Sentamos lá na plateia e apenas
observamos. Entre embevecer e filmar com o celular.
Se
eu estivesse com ela lá no sítio, certamente estaria mais falando
do que embevecendo.
Mas
ela está sozinha, quero dizer, sem a minha presença falante. E eu
estou sozinha aqui.
Posso
olhar de longe e imaginar suas risadas, sua maneira de pedir o que
precisa.
Espero
que chegue o momento em que eu possa mais me embevecer com os filhos.
Sentar a uma mesa para um café ou uma cerveja e falar pouco e olhar
embevecida para aquele adulto à minha frente e simplesmente apreciar
sua companhia.
Deve
ser difícil talvez.
O
mesmo gostaria um dia que os filhos fizessem comigo. Apenas olhassem,
sem ter que criticar, confrontar, desafiar.
Quero
em minha vida muito cada vez mais momentos de embevecimento.
Beijo
e bom final de semana.
Embevesseremos amiga e o gostinho será bom, será prazeroso.
ResponderExcluirQto a passar roupas, definitivamente não gosto.
Beijos e meus carinho :)
Realmente quando chega a fase de apenas se embevecer, estamos velhos..Podes crer.
ResponderExcluirSão fases que passamos!! Lindo texto,faz pensar!!beijos,chica
Ana: Adorei mas não queiras embevecer mas mesmo assim se embeveceres espero que fiques sempre bela.
ResponderExcluirBeijos
Santa Cruz
Que palavras lindas Ana! Seu texto me deixou embevecida! rsrs
ResponderExcluirQue venham vários momentos de embevecimento para você.
Um beijo e ótimo fim de semana.
:)
Essa vida de ser pais educadores não é fácil!
ResponderExcluirAcho que vamos passar mais tempo embevecidos quando tivermos nossos netos, já pensou?
Ficaremos lá, olhando e relembrando quando os pais daquele pequeno ser também era um bebê.
Bom final de semana!!
bjs
Vivo as fases do crescimento da Alice um a um com ternura,, medo, serenidade e ansiedade, é o mal de ser mãe, e o bem de apensar o ser. bjs tem novidades vem ver?
ResponderExcluirque lindo amiga!
ResponderExcluirSeu texto me fez relembrar esse tempo de encantamento que se vive com os filhos e que passa tão rápido.
O bom, é que Deus nos dá uma segunda chance, e hoje posso embevecer-me com os netos!
Abraços e um final de semana abençoado pra ti.
Lindo, lindo, lindo! Compartilhei...
ResponderExcluirChorei. Foi demais.
ResponderExcluir