E foi nesse fechar de portas que uma luz alumiou o céu. Eu que já estava sonolenta, despertei!
Desliguei as luzes e fiquei na varanda a olhar para o céu: o contorno das folhas de coqueiro remexendo ao vento forte e repentinamente iluminado por um relâmpago; era certo, era a chuva vindo!
Que dimensão extraordinária apreciar e esperar pela chuva que castiga São Paulo e tantas outras regiões com sua ausência.
Os pingos eram espaçados no começo; moças seguravam as sandálias nas mãos e subiam a rua correndo e sorrindo e naquele final de domingo não importava ficar molhado. Ninguém se importaria com o cabelo, com a roupa.
Fiquei na varanda tentando, apenas tentando imaginar a força do sertanejo que conhece a seca impiedosa. Lembrei da ciência tentando entender o que acontece, qual fenômeno predomina na cidade para causar essa falta de chuva, lembrei de quando criança colocar ovo num pratinho para Santa Clara para que parasse de chover na praia que a gente aguardava tanto para se divertir nas férias e não podia chover. Ali na varanda lembrei de uma amiga qua ao conhecer São Paulo, notou que o céu era de um azul tão desbotado, tão diferente lá da sua Bahia.
A chuva que veio não trouxe o alívio para as torneiras, para as lavouras. Trouxe alívio para o coração.
Amainou a angústia. Juntou ciência e fé. E numa corrente de bons pensamentos, como índios ancestrais de mãos dadas dançando sua dança da chuva, recebo com carinho os versos de uma menina nascida no Dia do Índio:
São Barnabé dá jeito de chover
Molha nossa terra
Manda água aí do céu pra modi molhar os chapéus
Aqui dos tabaréu de Sampa
E os paletós dos bacana
As sandálias das moça
Pra modi com gosto eu poder lavar minha louça
Menina é elogio por demais de bom
ResponderExcluirQue a chuva caia e seja farta como nossa amizade
Oi Ana Paula
ResponderExcluirQue emoção ao ler o seu texto viu? Essa chuva redentora também chegou aqui mansinha e tímida mas trouxe de volta a alegria ao sentir na pele as primeiras gotas de uma chuva abençoada. É sempre lindo ler o que escreve e me emociono sempre.
Beijos no coração
Pois sei bem o que é esperar ansiosa pela chuva vivemos no sertão sempre poupando água, orando a Deus que encha os açudes, e vejo ainda tanta gente achando que o problema da seca é só do governo e não economiza o pouco que se tem. Agora SP deve tá entendendo o motivo de que os nordestinos são tão gratos pela água doce.
ResponderExcluirQue coisa maravilhosa que a chuvinha chegou por aí enovando esperanças!" Estava nessa torcida. Adorei a imagem e as palavras ofertadas pela menina querida !!!bjs às duas e boa chuvinha! chica
ResponderExcluirOi Ana Paula, eu torço por mais chuva, essa fraquinha que chegou não dá prá nada…
ResponderExcluirAdorei a imagem, que coisa mais fofa…
Bjs
Oi Ana Paula, já disse que adoro te ler?
ResponderExcluirNão?
Então saiba que adoro!
Vi toda a cena e fiquei aqui na espera dessa chuva que aqui em Caçapava tá difícil de chegar.
Amei os versos, coisa deliciosa por demais.
Beijos com carinho.
Enfim a tão esperada chuva chegou! Gostinho de esperança ao ouvir o seu gotejar no telhado.
ResponderExcluirMuito bom ler você, e a menina passarinha!Bela a imagem!
Ana, estou adorando,e lendo pela segunda vez,amei a fitinha azul!!
Beijos
Amara
E vamos cantando modinhas,
ResponderExcluiraguçando a esperança,
que do céu caiam gotinhas,
chuva boa regadeira
pra alegrar a vida inteira.
Meninas cirandeiras rodopiem suas saias pra mover as boas nuvens e fazer chover com largura.
Bjos Ana.
Calu
Lindo poetar cantante Calu :)
ResponderExcluirOxalá que chova \o/
Que Sampa volte a ter suas reservas cheias e por aprendizado na secura q passam e que muitos tem com os nordestinos, reguem seus corações para serem mais sertão, mais pela preservação ambiental, mais contemplativos do céu, da chuva, de poças, menos previsões e mais orações.
Esta seca veio para nos ensinar que devemos respeitar a água porque ela pode faltar. Há mais de 24 horas tenho por aqui uma chuva mansinha, molhadeira e criadeira que nos dá um pouco de alento.
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