Pensei em transcrevê-lo naquelas semanas de compras, correrias, para refletirmos sobre o significado de um presente.
Desisti.
Eu não estaria sendo verdadeira, uma vez que não faria nada daquilo que teria escrito.
Entrei no meio da correria, da confusão das ruas e lojas, do consumismo.
Presentear é algo que eu desejo realmente melhorar.
Não quero presentear a partir de listas, ou como tenho feito aqui em casa, a partir de necessidades - um tênis de presente porque assim já fica para a escola...
Quero presentear como o texto que me chegou.
Quero presentear como o presente que me chegou e já já conto sobre ele!
[...] Os americanos construíram uma base no próprio polo Sul. Cientistas e equipes de manutenção moram ali por meses a fio, completamente isolados do mundo. Houve um ano em que noventa e nove pessoas comemoraram o Natal na base. Uma delas tinha levado noventa e nove pedras e as distribuiu como presentes de Natal, guardando uma para si. Ninguém via uma pedra havia meses. Alguns não as viam fazia mais de ano. Nada além de neve, gelo e objetos criados pelo homem. Todos ficaram parados, sentindo a pedra entre os dedos. Segurando-a na mão, sentindo o peso, sem dizer nada. *
E foi de maneira surpreendente que chegou um recado avisando-me que, ela, uma blogueira querida havia se deparado com algo que tinha tudo a ver comigo, era a minha cara. Não hesitou em comprar e me presentear, assim sem motivo, sem datas especiais.
O carteiro seria o responsável por trazer-me a preciosidade!
Ah! Que especial foi abrir aquele pacote!
Fui presenteada com significado! E amei cada detalhe, do recado, a espera do correio, a vontade de abrir tudo rasgando pacote feito criança, mas queria fotografar para dividir a alegria aqui!
Então com essa alegria quero celebrar com vocês o sétimo ano do blog.
Nestes sete anos tanta coisa se transformou. Aqui já foi uma varanda, uma sala cheia de visitas no meio da tarde, e eu oferecendo café, chá e suco. Correndo nas vizinhas também para um dedo de prosa, ou uma escuta demorada.
Seguidores, comentários, blogagens coletivas, polêmicas, incômodos, alegrias maiores que tudo.
Desanimei, parei um tempo por motivos além de minha vontade, percebi que parando, a gente vai perdendo a mão.
Já fiz críticas aos que trocaram essa agradável praça por outras. Hoje compreendo, e hoje também vejo o quanto gosto desse ambiente, desse formato, dessas pessoas que aqui perseveram.
Os anos nem importam mais. Importa a continuidade ( mesmo que minha frequencia aqui seja descompassada! )
Quando comecei com o blog, sentia realmente que aqui era um espaço virtual, apenas isso.
A convivência foi me enriquecendo. Aprendi a aplaudir ideias de afinidade, a respeitar e refletir nas ideias divergentes. Fui aos poucos percebendo o jeitinho de cada um e o que era virtual, expandiu-se para um calor, uma vontade de abraçar!
E as costuras que nos unem de um blog a outro são incríveis!
Meu presente foi feito à mão por um outro blog que eu adoro estar!
Nunca imaginei que o mundo é pequeno aqui entre os blogs também, e hora dessas a gente se esbarra e se abraça e celebra a alegria que os blogs nos proporcionam!
Leitores queridos, é muito bom essa partilha por aqui!