Como assim? Pera lá! Eu tenho velas em casa!
Está aí a fotografia que não me deixa mentir! Guardadas num copinho plástico, que só no momento da foto eu percebi que precisa de substituição, estão minhas velas. Admito, há muito tempo sem uso.
Ficam no armário da cozinha, juntinhas a uma caixa de fósforos.
Velas são marcadores de idade. Provavelmente já compramos, já assopramos, já acendemos, participamos de algum aniversário com velinhas sobre o bolo. Eu, aliás, já lambi o pé de vela ao retirá-la deliciosamente melecada de chantilly. Velas em forma de números, as mais comuns para crianças. Já para quem se distanciou de algumas dezenas de aniversários, socorre-nos as velinhas em miniaturas, bem pequeninas, só mesmo para simbolizar. Claro há aqueles que insistem em colocar noventa velinhas pequeninas preenchendo quase a superfície total do bolo!
O que eu não imaginava é que essas velas, como da minha foto, também simbolizam idade. Quem ainda tem velas em casa?
Nós, os antigos, os já velhos.
Porque como diz o texto, ninguém mais tem vela em casa. O autor, um jovem rapaz, passa por uma falta de luz e lembra que apenas na casa da mãe e da avó encontraria tal objeto. Mas não passa aperto, afinal, o celular tem a função lanterna. Só tem que torcer para ter bateria suficiente até que a energia se restabeleça.
À luz de velas
Não, nunca tive um jantar romântico à luz de velas ( sempre há tempo! ).
Acho que primeiro veio o deslumbre: a mãe correndo para pegar um, ou melhor, vários pires, e riscar o fósforo, pingar a vela, grudá-la ali.
Ah! Como eu gostava que faltasse eletricidade na minha infância.
Uma coisa era certa naqueles longínquos anos: demoraria muito a voltar a eletricidade. O sono chegaria antes. E eu adorava aquela penumbra da casa.
Mamãe se desesperava. Além das velas, já corria buscar os panos de chão para a geladeira. Afinal toda a demora da energia, faria derreter o nosso congelador.
A chegada abrupta da energia punha fim também à chama da vela, que mamãe insistia que não deveria ser soprada, como eu e qualquer criança gostava de fazer. Ela preferia que fosse apagada entre os dedos polegar e indicador devidamente ensalivados. Assim não ficava com cheiro de velório em casa. É... coisas lá do passado.
Mamãe tinha um controle excepcional das velas. Sabia exatamente quando era hora de comprar um novo maço, para não ficarmos em apuros. E em algumas listas de mercado, que eram sempre feito no dia 10 de cada mês, podia-se ler - um pacote de velas.
Acho que foi assim que aprendi a comprar e ter em casa, mas devo confessar que esse nunca foi um ensinamento que passei a meus filhos. Acho que nunca falei que sempre é bom ter um uma velinha em casa.
Dizem que é coisa de gente antiga ter velas em casa, mas há uma moda agora entre "gentes novas"com filhos pequenos - fazer uma noite por mês à luz de velas. Desligar todos os eletrônicos e ficar ali papeando, contando histórias, brincando de sombra, de fazer bichinhos com as mãos aparecerem na parede.
Alíás é tão lindo o simbolismo de uma vela, o significado da luz.
Dia desses, marido lembrou-se do falecimento de seu pai e disse-me: "ainda bem que minha irmã estava com ele; ela correu, acendeu uma vela e pôs nas mão do papai, e ele foi em paz."
Uma criança vem ao mundo com as belas palavras "Ela deu à luz um lindo bebê!"
Nem coisa de velho, nem coisa de jovem. Uma vela e seu significado tão luminoso, tão grandioso é simplesmente de todos nós, humanos.
Que sempre tenhamos luz para atravessarmos as noites longas, que não escolhem idade e vez por outra nos visitam. Mas a luz é certeza.
Bom, nada mais justificado: com 70 anos, tenho que ter velas em casa,rs Não gosto de saber que não as tenho...
ResponderExcluirRi muito ao te ler, me diverti, me emocionei, me vieram belas lembranças com as sombras feitas através da luz delas... Adorei! beijos, tudo de bom,chica
Boa tarde de paz, querida amiga Ana Paula!
ResponderExcluirEu tenho velas e apesar de ter aquela luminária atual, gosto das velas . Uma caixa dura séculos e séculos... rs...
Já brinquei também assim.
Que a luz da vela sirva para nos ajudar numa emergência.
Você questiona coisas interessantes.
Tenha dias felizes e abençoados por Deus!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
🙏🌷😘
Também tenho velas em casa, não suporto escuridão, por aqui é só vir chuva que falta energia rsrs. Ótimo texto e reflexão
ResponderExcluirAH! por falar em chuva e luz, nasceu meu livro veja lá
ResponderExcluirUma delícia ler-te agora, aliás, como de costume, adoro ler-te mas, esta cálida e luminosa lembrança que também povoa meus dias de infância acendeu a chama; bom demais da conta, Ana.
ResponderExcluirPois sim, tenho velas em casa. Não fico sem,vai que precisa...Costume arraigado e muito oportuno.
Gostei de saber deste novo e bom hábito que vem sendo praticado pelas famílias com pequenos e grandinhos.
" Que a luz se faça em cada lar!"
Bjo,
Calu
Ana Paula querida,
ResponderExcluirseu texto é lindo!
Tem humor inteligente, tem nostalgia...
Sobre velas; eu tenho em casa sim.
Ficam guardadas em uma gaveta. Em noites de temporais, nunca se sabe. se a energia elétrica acaba,
acendemos logo uma velinha.
Um abraço, deus esteja com você.
Oi Ana Paula
ResponderExcluirTenho velas comuns e também aquelas que deixam o ar aromatizado. E se ter velas é coisa de velho então... não dá nem pra contar rsrs. Amei o texto crônica e o riso fluiu solto e leve
Um abraço
Gostei muito do texto. Quanto às velas, eu tenho sim, para quando a luz falta. Também acendo na noite de Natal.
ResponderExcluirUma boa semana e uma Páscoa feliz, minha Amiga Ana Paula.
Um beijo.
Olá Ana Paula, que lindo!
ResponderExcluirNossa, eu sou muito antiga....rsrsrs
Aqui em casa não faltam velas, mesmo com lanternas, as velas nos dão uma sensação de aconchego na hora da precisão.
Será nostalgia? Também me lembro da minha mãe colocando as velas nos pires e não nos deixando assoprar no final!
A luz da vela me dá sempre uma sensação de algo sagrado. Que continue assim
Bjs