segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Fios que nos tocam

 A inspiração para este texto veio do comentário carinhoso que a Maria Luiza, do blog Casa da Alquimia , deixou na postagem anterior - Uma nova janela.


Para mim, esse é o tesouro dos blogs! Esses desdobramentos, os detalhes, as conexões, as coincidências, ou tão apenas o carinho de saber que alguém nos oferece um pedacinho do seu tempo para nos ler e nos escrever ali na janela dos comentários!

Assim que vi o comentário da Maria Luiza, eu quis responder-lhe longamente e colocar na resposta, uma foto. Como não é possível fazer isso com foto, vou transformar a resposta em postagem! E claro que é um texto para todos os amigos aqui no blog!


Resposta à Maria Luiza


Querida Maria Luiza,

Eu quero te agradecer os votos para o meu novo ninho.

"Que a sua velhice seja amparada fortemente na fé em Deus Pai e que sejam dias de alegrias e muitas conquistas!"

É meu desejo também!

Assim que fui lendo aquele recorte pequenino da tua história e soube que você se casou na igreja que eu tinha visitado e me encantado - ah! que alegria senti! Acho que são fios delicados que nos tocam. Mesmo que a gente nunca se encontre lá fora, esses encontros aqui dentro - do lugar que chamamos blogosfera - é tão especial.

Então eu senti vontade de te perguntar se, quando você se casou já tinha lá o crucifixo? Depois pensei que eu poderia perguntar à inteligência artificial de quando era aquele crucifixo, mas não. Não quero respostas prontas. Vou aguardar. Talvez você me fale alguma coisa. Talvez os outros amigos que lá moram, ou que já passearam por ali possam me dizer - "eu também estive lá!"

Contarei a minha história de como fiquei sabendo desse esconderijo!

Há dias em que adoro o Instagram; tantos outros dias que o acho deplorável. É uma enxurrada de patrocinados, sugeridos, enfim. Uso, depois fico tempos sem acessar, mas confesso que apesar... eu tiro proveito.

E foi assim, num desses vídeos intrusos, sugeridos, querendo nos empurrar para seguir, que eu, seduzida, assisti.

E assisti diversas vezes. Salvei. Depois peguei papel e caneta e anotei direitinho. Aliás no vídeo falava "à direita" e eu ainda corro o risco de me confundir ( não se preocupem, eu não ofereço risco; não dirijo ).

E foi repetindo mentalmente as informações, que eu entrei na mesma igreja onde você se casou.

Fui puxando o marido pela mão, mas pelos passos pesados de quem resiste, eu percebi que ele estava receoso de adentrarmos assim o recinto na lateral do altar, parecendo ser algo errado.

Antes de abrir a porta eu tive que parar e dizer a ele que era permitido, que não se preocupasse.

E assim chegamos na saleta "escondida" e nos deparamos com a imagem em tamanho real que pode ser tocada.




Não havia ninguém além de nós. O que me faz pensar se as pessoas conhecem esse lugar. É bastante comovente todo o símbolo que a imagem nos traz. 
Foi uma experiência muito bonita. Para meu marido a surpresa foi total. Ele não fazia ideia do que encontraria e gostou tanto que já planeja levar os seus irmãos lá!

Cadê meus amigos cariocas?! Os que passeiam por aquelas bandas para me contar se conhecem esse cantinho escondido na Igreja São Paulo Apóstolo em Copacabana?!



sábado, 1 de novembro de 2025

Uma nova janela

 


Não sei precisar em qual tempo da minha vida adulta aprendi ser possível, tristeza e alegria, estarem juntas.

A fotografia, essa que abre a postagem, abarca o feliz e o triste porque é uma foto que tem um cabeçalho:
"Rio de Janeiro, quarta-feira, 29 de outubro de 2025." Um dia depois... um dia de muita, muita tristeza.
E também foi a primeira fotografia feita da nossa nova janela. Um sonho, um projeto para a nossa velhice. Tínhamos acabado de pegar as chaves - um momento muito feliz.

Os documentos, as assinaturas para a compra do imóvel havia sido marcado num cartório em Niterói/RJ na data de 28 de outubro. E assim saímos de casa ainda de madrugada para a viagem que foi feita de carro. Estávamos alheios às notícias. Acho mesmo que se soubéssemos, tudo seria adiado. E assim seguimos. Apenas quando chegamos ao destino e fui olhar as notícias é que soubemos do que estava acontecendo, mas ainda sem ter a dimensão.

No cartório, as etapas e burocracias foram feitas com pressa pois havia ordem para fechar antes do horário. O tempo, entretanto, foi suficiente para tornar o nosso sonho realidade.

E no dia seguinte, com a tristeza e alegria palpáveis, visíveis, fomos abrir pela primeira vez nossa nova janela. E antes ainda da foto que abre o post, teve uma outra, inusitada! Aquele toque de alegria naquela imensa tristeza.


Meu marido abriu a janela e estava tentando desgrudar o adesivo de "Vende-se" no canto da janela, quando uma vizinha acenou para ele e iniciou uma conversa! ( olhem lá a cabecinha dela! ).
Perguntou se ele tinha conseguido vender. " Não, não. Eu comprei."
"Ah seja muito bem vindo! Aqui é tranquilo, a vizinhança é muito boa! Logo a gente se encontra por aí na praça, nas ruas!"

A mudança vai demorar bastante. Marido ainda tem uns anos de trabalho antes de se aposentar.
O apartamento é antigo e vai exigir reforma. Vamos fazer tudo aos poucos, aos pedaços.

Essa foi uma semente que foi sendo cultivada, cuidada há bastante tempo. 
Sempre conversávamos, marido e eu, sobre onde gostaríamos de estar na nossa velhice. E dentre as muitas variantes, sair do frio era requisito básico, assim como colocar o pé na areia!

Os problemas do Rio de Janeiro?...
Temos também aqui em São Paulo, infelizmente, e acho que é o país todo que sofre com a violência.

Essa era a novidade que que queria partilhar com vocês, depois de um período ausente!
Que a gente não perca a esperança 🤍