quinta-feira, 7 de novembro de 2024

A tia Nazaré

 Depois de ter escrito sobre o colar da tia Nazaré, algo muito especial aconteceu!

Mas antes eu quero me desculpar pela ausência de notícias sobre meu tratamento, quero também agradecer a compreensão e as mensagens tão carinhosas e encorajadoras que recebo. Saibam, elas são muito importantes para mim e incrivelmente me trazem forças.

Eu estou bem, dentro do possível de um tratamento tão exigente para o corpo, e agora próxima a finalizar a fase da quimioterapia - faltam quatro sessões - depois virá a radioterapia e, acredito, que ao terminar as químios, o organismo vai aos poucos se restabelecendo.

Estou bastante animada e esperançosa!

Mais uma vez obrigada a todos 💚


Logo depois de ter escrito sobre a tia Nazaré, algo muito bom aconteceu!

Minha filha, que mora em outra cidade por conta da faculdade, veio passar uns dias comigo e assim meu marido pode fazer uma curta viagem para visitar os familiares e se encontrou com tia Nazaré!



Juju e eu 

Antes da visita, num outro dia, parada numa das vendas típicas da região.
Marido bem que quis comprar o banco, esse mesmo em que aparece sentado para a foto.
Hoje porém, não tá querendo nem saber o tal banco...  O time do coração vai mal da pernas...
Vou aqui chamar Toninho, também um cruzeirense para opinar nessa má fase do time!



Marido abraçadinho com tia Nazaré


Tia Nazaré e seu marido, tio Lázaro


E claro não poderia faltar o colar da tia Nazaré que ela mesma confecciona e está lá no seu pescoço, reparem bem, além do sorriso lindo de quem já passou dos 90 anos!


Que vocês estejam bem! Vou me empenhar para aparecer por aqui com mais frequência.
Fiquem em paz!





sábado, 3 de agosto de 2024

O colar da Tia Nazaré

 Há textos em que apenas as palavras bastam. Há fotografias que dispensam palavras e também há a junção de imagem e texto que se entrelaçam, se complementam.

Para esta publicação tentei fazer uso apenas de palavras e nada ficava bom ou claro. Então vou colocar a foto.

Antes porém, vai um alerta e um pedido - não faça como eu, que fui tão pequena e me envergonho por minha atitude.

Os adjetivos foram ágeis saltando de minha mente, parecia até que todos ao mesmo se mostravam: brega, exagerado, esquisito, espalhafatoso, inútil, engraçado, chique, ridículo.

O colar da Tia Nazaré.



Não conheço a tia Nazaré e ela também não me conhece.
Tudo se deu da seguinte forma:
Embora todos soubessem que minha sogra não estava nada bem e que o fim de sua jornada por aqui se aproximava, houve a ligação telefônica determinante.
A voz embargada do outro lado da linha dizia que se quisessem ver dona Sebastiana com vida, que não demorassem a chegar.

A distância que separa nossa cidade e o recanto lá em Minas Gerais onde ela morava, é extenso. Avião? Não, não há realmente encurtamento de caminho, é chão e chão e chão.

Meus filhos queriam se despedir da avó, um sobrinho iria conosco e então, um dos filhos de dona Sebastiana chegou aqui em casa e desesperado disse - "lá está chovendo, meu carro não passa na estradinha, preciso ir com vocês".

Cedi meu lugar. Era mais importante os filhos dela, os meus e o sobrinho que foi criado por ela se despedirem. Minha despedida seria de outra maneira.

Foram. E talvez a chuva tenha acentuado ainda mais a tristeza deles.

Minha Júlia, quando voltou relatava todo o sofrimento da avó, seus gemidos, sua angústia, as horas que se arrastavam. A casa cheia de corações partidos, olhos inchados, choros silenciosos e estampados. E a tia Nazaré.

Tia Nazaré é aquele familiar que só se encontra nesses momentos difíceis ou em algum casamento.
Minha filha descreveu com muito encantamento os passos de tia Nazaré.

Ela chegou, meneou a cabeça e foi para o doloroso leito. Pegou na mão da Sebastiana, acariciou sua face, disse palavras, disse rezas, chorou muito, beijou sua mão e saiu.

Enxugou suas lágrimas com as próprias mãos, suspirou longo, estufou o peito levando os ombros bem para trás, o pescoço também, alinhada e recomposta  começou então a abrir armários, geladeira, torneira.
O aroma do chá de cidreira com o dos bolinhos de chuva iam invadindo narinas que antes só fungavam tristezas.
Tia Nazaré achou também que para aquelas barrigas vazias um pouco de pipoca ajudaria. A angústia foi dando espaço para o chá e o bolinho, vieram as recordações com um leve sorriso nos lábios com algum açúcar grudado e foram assim substituindo o som dos soluços e dos choros por  relatos do chá, dos bolinhos, do café que Sebastiana sempre tinha para oferecer.

Um casal chegou entrando ali pela cozinha. Tia Nazaré bateu o olho e soltou:
 - Esse é o Edvânio?
Ao som afirmativo, os elogios saltaram de sua boca!

 - Meu Deus como você se tornou um homem formoso, era tão mirradinho. Olha só, gordo, vermelho, bonito!

O rosto vermelho do Edvânio que é ruivo, ganhou tonalidades complexas de se descrever, acho que foi próximo ao roxo!
As risadas vieram espontâneas!

Num determinado momento ela se pôs a conversar com minha filha Júlia e se disse encantada com a simpatia dela. Na sua opinião eu deveria ser uma mãe muito agradável e por isso ela iria me mandar um presente, feito por ela mesma.

Foi em busca de sua bolsa e tirou de lá um colar. O colar da tia Nazaré. E pediu que Júlia me entregasse.

Conversaram longamente minha filha e ela. Foi Júlia que ficou encantada com o jeito de olhar para a vida que tia Nazaré demonstrou.

Silenciosamente pedi desculpas por ter olhado para o colar e despejar nele vários adjetivos.

O colar da tia Nazaré traz consigo um pouquinho da vivacidade, da alegria, da força em atravessar tantas dificuldades que ela já passou.
Obrigada pelo presente Tia Nazaré!

Notinhas sobre mim

Estou, dentro do possível, bem. Os efeitos da quimioterapia são intensos, desagradáveis, tenho muita fraqueza, enjoo, não consigo ficar no celular, computados, nem mesmo televisão. Tenho ainda mais dois ciclos dessa medicação que é bem agressiva e tóxica e depois começarei uma outra que parece ser mais branda.
Peço desculpas por não estar interagindo nos blogs. Em breve conseguirei passear por eles!
Um beijo e fiquem em paz.
Ana Paula





quinta-feira, 30 de maio de 2024

Fotografias e sorrisos

 " E, de repente, toda a felicidade volta. E como uma bolha de doce loucura, uma bolha de alegria que sobe até a garganta, acaricia minha boca, agita meu ventre de felicidade e me faz cair na gargalhada. Eu não sabia que esse som existia, que tinha aquela nota dentro de mim. Eu me sinto como um instrumento musical com uma tecla a mais. Um saudável defeito de fabricação." 

Valérie Perrin


Escolhi o trecho acima, retirado do livro "Água fresca para as flores" porque ele reflete o que eu desejo para nossos irmãos lá do Rio Grande do Sul. Que as águas possam baixar e que em algum momento chegue, assim, de repente essa alegria que faz sorrir.

Um mês dessa tragédia, tudo tão desafiador mas que aos poucos os sorrisos possam voltar.


Por esses dias fui fazer caminhada em um horário diferente do habitual, que é bem cedinho, e encontrei um espaço chamado de berçário, aberto.

Ali cultivam-se mudas que são doadas e também replantadas em outras áreas do parque.

Deixo algumas fotografias que fiz e o desejo de um bom feriado prolongado!





















terça-feira, 30 de abril de 2024

Um apanhado do mês

 Abril, para mim, iniciou tão cheio de simbolismos, tão cheio de inícios!

Abriu-se o quarto mês exatamente um dia depois da Páscoa. A festa da ressurreição do domingo para iniciarmos a segunda num novo mês.

" Uma coisa é certa: a Ressurreição de Jesus não é sobre ressuscitação". Um cadáver não ganha vida aqui e espera novamente para morrer. Um corpo não se levanta para sangrar novamente. Não, a Ressurreição de Jesus não é sobre a revitalização de uma vida antiga, é sobre experimentar um novo tipo de vida inteiramente. E ninguém sabe como aconteceu; só sabemos que aconteceu". - essas são palavras da irmã Joan Chittister, uma freira beneditina. Recebo a newsletter dela toda segunda pela manhã. E essas palavras compuseram o início do novo mês!

O céu estava típico de outono e enquanto escrevo ( comecei a escrever sobre o mês, no primeiro dia de abril para ir acrescentando e publicar no final do mês ) e o sol vai se pondo, uma brisa mais fria, daquela que nos faz fechar a porta e o vidro da janela, vai anunciando a despedida do calor e assim aos poucos, nosso corpo vai entrando no ritmo da estação.

Comi o primeiro pinhão da temporada! E a flor de gengibre se abriu.







No meu e-mail chega gratidão da Rosélia! Olha a delicadeza:



Também chegou uma cadeira, dessas de escritório. Usávamos um banquinho de madeira na escrivaninha e ele não estava mais combinando com o avançar da nossa idade!
A parte mais difícil será a montagem! Deu certo, não era tão difícil assim.

Passei por uma cirurgia da qual estou me recuperando bem. Os movimentos do meu braço estão bem mais amplos e consegui voltar a digitar esse texto que comecei a escrever tão antes. Ainda não devo ficar muito tempo no computador pois ainda há um pouco de inchaço, então peço desculpas por não comentar nos blogs amigos. Creio que mais um tempinho e já poderei voltar.

Fecho esse mês de abril, agradecendo com emoção e presença a cada um de você de deixaram palavras tão importantes nos comentários da postagem anterior.

Vai muito além das palavras... Eu senti e acolhi todo esse carinho, essa vibração tão cheia de alegria e esperanças pela minha recuperação. Quero que vocês tentem imaginar e sentir o quanto isso é grande, importante e faz a diferença. Meu muito obrigada, minha gratidão a cada um.

Maio irá se abrir feito flor. Terei uma consulta para definir o meu tratamento.
Que todos nós tenhamos um bom início de mês e que nossos dias dias sejam repletos de presença, amor e vida!


domingo, 21 de abril de 2024

Mãos

 Eu deveria começar esta carta com o clássico cabeçalho - nome da cidade, uma vírgula seguida pelo número corresponde à data, o mês, o ano. Poderia tentar ser poética e descrever o céu, nublado, azul, ensolarado ou simplesmente dizer, céu de outono.

Escolhi começá-la desta maneira:


Você me ofereceu a tua mão num gesto que jamais esquecerei e sempre honrarei.

Você me ofereceu a sua mão e eu a segurei por um tempo em que os cálculos se desfazem. Eu a segurei enquanto meu corpo nu estava coberto por panos estéreis, enquanto os sons da máquinas anunciavam minha pressão arterial, meus batimentos cardíacos, minha saturação. Eu apertava a tua mão enquanto ouvia "respira, respira bem fundo".

Eu respirava e apertava minha mão na sua para dizer que era tão importante esse cuidado que você estava tendo comigo. Poder tocar a tua mão era expressão de gratidão.

Não havia palavras, a máscara tomava-me o nariz e a boca. Eu segurava a tua mão porque em mim misturavam-se o medo, a insegurança, a fé, a alegria de ser cuidada, a esperança. A sala de cirurgia, o câncer em meu seio, a anestesia geral.

Você me ofereceu a tua mão e eu a segurei com força pelo tempo que os anestésicos não me adormeceram. E depois suas mãos ofereceram ao meu corpo suas habilidades cirúrgicas. Eram as suas mãos e as da sua esposa, vocês me operaram juntos. Eram as mãos do anestesista, das enfermeiras, das faxineiras que deixam todo o ambiente limpo.

Sou grata a todos. A todas essas mãos.

Fico preenchida de alegria por saber que você já ofereceu a tua mão para tantas outras pacientes e oferecerá ainda para tantas outras do futuro. Passado, presente, futuro, todas cuidadas, com carinho, com amor. Algo difícil de encontrar.

Ao estender a tua mão você cuidou da minha fragilidade, do meu medo, da minha gratidão. Você se fez presença. Tuas mãos, expressão de cuidado, de afeto, de precisão cirúrgica.

Jamais me esquecerei que naquele domingo, 14 de abril de 2024, sua mão foi um bálsamo que acalmou o meu ser. Obrigada. Meu sempre, muito obrigada.


No dia 13 de março de 2024 fui diagnosticada com um câncer de mama, no dia 14 de abril fui operada. Hoje faz uma semana. Estou me recuperando bem e é preciso aguardar resultados de exames para que seja definido o tratamento.


Na minha primeira caminhada curtinha após a cirurgia, o encantamento por essa luz, o verde, o dentro, o fora da folha, me fez parar e pedi para meu marido que fotografasse.


quinta-feira, 18 de abril de 2024

Retrato na parede

 Fizemos um passeio analógico. Deslocamo-nos da nossa cidade para a capital com um único objetivo: revelar uma fotografia.

A verdade é que não fomos "revelar" e sendo assim o tal passeio analógico também não se encaixa aqui. Acho que foram os tempos saudosos ou o filme " Dias Perfeitos" que me inclinaram a começar esse texto usando as palavras revelar e analógico.

Não havia filme, negativos, 12,24 ou 36 poses.

Houve uma visita que recebemos em casa com alegria e no entusiasmo do café coado, risadas, um deles tirou o celular do bolso e anunciou que havia encontrado fotografias do "padrinho e da madrinha" num site de linhagem familiar.

As xícaras e copos ( as visitas gostam mesmo é de beber café no copo de bar ) eram pousados; óculos foram necessários. Vez por outra a tela do celular apagava, era preciso passar o aparelho, feito brincadeira de passa-anel até o dono estabelecer novamente o retrato.

Então eu me lembrei que meu computador também abrigava um retrato, em condições melhores do que aquele encontrado por nossos visitantes.

Não tinha certeza se encontraria. Admito que há considerável bagunça em meus arquivos.

Retornei para a cozinha com o notebook em mãos, aberto, a fotografia ocupando toda a tela.

O entusiamo foi geral e tão grande que acharam não caber ali na cozinha e todos se deslocaram para a sala.

Os copos americanos e as xícaras se acomodaram na pia, as visitas se acomodaram nos sofás e o retrato foi acomodado sobre  joelhos e pernas. Até as lembranças tristes tinham traços de alegria.

Enquanto lavava as xícaras e os copos, meu marido foi invadido por pensamentos analógicos.

"A gente precisava dar um jeito de revelar essa foto, fazer um quadro bem grande, precisava encontrar um lugar bom que fizesse isso".

A foto em questão foi tirada em 2014 com um celular que, comparado com os de hoje, deixava muito a desejar.

Lembrei-me de um local, entrei em contato, explanei a situação e perguntei se era possível.

Fiz tudo em segredo e quando ficou pronto anunciei que precisaríamos ir à capital para buscar o retrato.

Encantou-nos o resultado! E também encantou à moça que nos atendeu.

Ela vestiu luvas para tocar na fotografia e enquanto percorria os dedos, percebeu algo ali e indagou: "nessa fotografia, são todos irmãos?"

"Doze. E estamos todos vivos. O casalzinho aí no centro, é o papai e a mamãe, eles já se foram, e nós seguimos aqui.

"Doze?!" A moça misturou a pergunta e a admiração.

Seus dedos deslizavam suaves dentro do tecido branco indo de encontro às orientações que meu marido lhe falava.

"80 anos a mais velha, ali, ali à direita lá em cima"

"Você é o caçula dos homens? Sou sim. Me fala a ordem em que nasceram. Nossa! Nossa!

O lugar que nos fez o excelente retrato é muito procurado para serviços de museus e galerias e fotográfos profissionais.

Há fotos lindas espalhadas pelo ambiente.

Mas aquela foto tão caseira, tão café preto no copo de vidro de uma família que conseguiu se reunir e se abraçar, encantou o coração até de quem está acostumado com obras de arte!

Saímos de lá e fomos escolher a moldura:






Marido em estado de encantamento!

Logo será colocado na parede.

" Para não esquecer, para voltar de vez em quando, pelo tempo de um olhar" Valérie Perrin






quinta-feira, 4 de abril de 2024

A história da medalha

 Popô era o carinhoso nome que demos para o nosso carro. O Popô ficou conosco muito tempo. Era surradinho e sendo assim, nós o poupávamos de grandes esforços. De casa para o trabalho, do trabalho para casa e idas ao mercado.

"Nossos sobrinhos nos convidaram para irmos viajar, vamos?"

"Ih, o carrinho não aguenta, tadinho do Popô é muito puxado para ele pegar estrada; ele é mesmo só de andar por aqui".

Assim foi por vários anos, até que recentemente chegou-nos um outro carro - ainda sem nome carinhoso - e nós nos despedimos do Popô, desejando que faça seu novo condutor tão ou mais feliz do que fomos com ele!

Inauguramos o carro novo ( que na verdade é usado ) fazendo uma pequena viagem, duas horas e meia até Aparecida.

Embora não houvesse muito o que planejar, eu quis incrementar um pouquinho o passeio sugeri a marido que passássemos na ida numa cidadezinha próxima ao nosso destino para conhecermos o Mosteiro da Sagrada Face.

Nunca tínhamos ouvido falar desse mosteiro, e ele tem uma história bem peculiar. Ao final da postagem colocarei o link para quem quiser conhecer de maneira correta a história porque ela é bastante interessante.

Bem resumidamente, freiras pediram a um padre que pintasse para elas num tecido a face de Cristo pois elas fariam uma procissão. 

Sem habilidade artística nenhuma e sem jeito de falar não para as irmãs, ele aceitou a tarefa.

Bem, bom não ficou! Mas é aí que a história se torna interessante. O padre fez o desenho e o deixou lá paradinho. Quando as freiras vieram para buscá-lo e ele levantou o pano para mostrar-lhes, foi uma surpresa geral. Do outro lado do tecido, surgiu uma face muito melhor que a do padre.

Questão de fé ou não, mistério ou não, isso vai de cada um.

Chegamos ao local que é bonito, muito silencioso, lá dentro apenas nós e a moça que fazia a limpeza.

Vimos o tecido exposto e já saindo, havia uma pequena lojinha. Falei para marido que eu iria entrar e comprar algo para ajudar o local, que é bastante simples.

Olhei, olhei e peguei uma vela. Como eu iria pagar com dinheiro/nota e não tinha muito, peguei uma vela baratinha.

Nisso marido apareceu e riu - " como você quer ajudar e pega a vela mais barata?! Vou levar uma para mim também". E ele pegou a mais cara.

Levei uns dias ainda depois do nosso passeio para acender a minha vela. Fiz minhas preces perante a chama acesa e segui meu dia.

Lá pela tarde, entrei no quarto e passei um olho para ver se estava tudo tranquilo com minha vela queimado. Mesmo com prato grande por baixo dela, é prudente cuidar.

Nesse olhar de soslaio eu percebi algo escuro e estranho junto ao pavio, a cera derretida e o fogo. Quando me aproximei, uma surpresa!

Havia uma medalha ali imersa na cera derretida. Gritei para que marido trouxesse um palito de dente. Ele veio na hora e entre uma estranheza, interrogações, resgatou a medalhinha da cera.

Na hora nem lembramos de fotografar. Ele estava bem " cabreiro". Nossa, a sua vela era a mais baratinha e veio com essa medalha? Então a minha vai ter além da medalha até a correntinha!


E assim marido pôs a vela dele a queimar. Era uma vela bem elaborada, para ser queimada dentro da caixinha. Levou dias para terminar e durante esses dias ele ia e vinha do quarto! 
"É, até agora nada".

Nada surgiu da vela do marido!

Fica tudo pela interpretação que cada um quiser dar ao fato!
Fato é: ganhei uma medalhinha de uma maneira bem inusitada!


Bom final de semana a todos!

Aqui o link para saber mais sobre o Mosteiro da Sagrada Face.