sábado, 29 de março de 2014

11/52


Dia outro, era um menino
corria pelo terreno baldio a brincar com o vento
com o que o chão ofertava
pedrinhas, minhocas, caramujos, folhas e gravetos.

Acordou vestido
Imponente.
Já não mais brinca
apesar da insistência do vento
em sacudir suas vestes.

O sol onipresente
talvez ache inadequado
o seu plantar-se;
talvez não.

Onipresente
a tudo ilumina:
o vento, os gravetos, a edificação vestida.

Ilumina minha indignação
e meu desejo de que as habitações
tenham coração.


9 comentários:

  1. Que lindo Ana Paula, é preciso trazer alma também para nossas moradias.
    Bjs

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  2. Ilumina
    Alumia
    Irradia
    Faz milagres
    Sopra pra cá e por ai essa poesia, esse desejo, esse pesar

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  3. Linda foto e palavras que emocionam de tão profundas! beijos,chica

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  4. Que a gente tenha sempre vento na face, cores no dia, flores em cada canto. E que não percamos nunca o encanto apesar do vento ao contrário, cores pálidas, flores que lutam contra a falta de espaço.

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  5. Fantástico!
    Um feliz domingo amiga!
    Bjssssssssssssssssssssssssss

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  6. Coração parece ser a coisa mais difícil de encontrar nesse mundo!!! Edificações monstruosas pesam...

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  7. Ola Ana
    Uma Santa semana para você!
    abraço amigo!
    Alice

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  8. Puxa vida, ontem estava pensando onde posso levar meu filho para que ele visse lesmas e caracóis, tatus bolinha... assim como eu já vi um dia! Estava pensando em levá-lo para correr num campo gramado sentindo o vento bater em seu rosto... Estava com saudades da minha infância que não volta mais! Querendo que ela fosse maravilhosa para o meu filho e com brincadeiras, animais e natureza e quase não vemos mais... Lindo poema!!! Beijos!!!

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