domingo, 29 de junho de 2014

Conectado


A foto retrata um pedaço do revestimento da bola de futebol de meu filho de 11 anos e meio.
É sempre assim: devido ao uso intenso, logo deixa de ser nova a bola e é inevitável encontrar esses pedacinhos pelo quintal.
Então eu não deveria reclamar, diriam muitos, mas é exatamente isso o que vou fazer neste post. Reclamar.

Vou reclamar não sobre o tempo que ele passa jogando futebol no quintal, seja com a irmã, sozinho ou algum amigo que ao passar pela rua, não escapa de adentrar pelo portão.
O tempo que ele passa na internet. O tempo de conexão é o motivo da minha reclamação.
E vou ser sincera: acho que nem é muito tempo que ele passa conectado, já que tem que se dividir em esfolar os pés e a bola de futebol, ir para a escola e dormir.

Talvez o tocar de sinos tenha se dado quando o menino chegou desconsolado da escola dizendo que tinha tirado zero numa prova. Deixe-me ser justa - 0,25.
Zero vírgula vinte e cinco numa prova que valia 3,5.
Contabilizei apenas o zero.
E a indignação dele mesmo.
A prova era sobre um livro de literatura, o qual ele leu e eu o vi lendo.
Max e os felinos de Moacyr Scliar.
Ele me contava empolgado trechos lidos e eu o via em seu quarto lendo, apenas achei normal estar o celular e o tablet ao seu lado...

O culpado estava ali, bem próximo. O professor, é claro!

O "sim" escoou fácil goela acima ao responder a minha pergunta sobre ele ter feito a leitura olhando para alguma tela. Ali estava o culpado. Ler respondendo atualizações que não param de chegar feito sinos a badalar e fogos de artifício a brilhar na telinha.

Este episódio e outros questionamentos que já acontecendo interiormente, fizeram querer iniciar uma reflexão digital. Tudo é ainda tão novo, tão intenso, tão recente em termos de pesquisas, mas foi essa vontade que fez chegar às minhas mãos alguns livros que aprofundam essas questões e eu quero aos poucos trazer aqui.

E já que falamos de pedacinhos, finalizo com uma foto que é um pedacinho de um dos livros que foi maravilhoso ler! 




9 comentários:

  1. Realmente a gente não aprende bem fazendo duas coisas ao mesmo tempo, lendo e ficando na internet, principalmente nas redes onde amigos chamam, convidam pra jogos. Torço que ele logo recupere a nota e leia mais sempre sempre bjs

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  2. Voltei!
    Então, você cortou a conexão do guri!?
    Olha, sinceramente, enquanto temos domínio sobre os filhotes, esta é uma forma certa de agir, energicamente em momentos necessários, afinal os estudos são as coisas mais importantes para eles e para nós que pagamos e esperamos o melhor.
    Dá duro nele, de leve, claro! haha
    Eu sei como é isto, já passei e ainda passo com o meu que é burro velho. haha
    beijos cariocas



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  3. Tive que me rir com a fotografia.
    Mas eu faria o mesmo, certamente. E estou certa de que o menino vai melhorar!

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  4. Muito correta tua preocupação! Realmente fazer as duas coisas, uma vai ficar prejudicada.

    Cortar a conexão total não adianta muito, mas colocar horários. Aqui,neno não tem espaço. Tanto que cada vez menos publica( ainda bem, escreve e deixa guardadas as histórias) mas não pode mais participar dos blogs... O estudo em primeiro, seguindo e décimo lugar!( embora, não me leiam os pequenos, por vezes vemos tantas baboseiras, que dá vontade de levá-lo pra morar em meio à natureza, aprender e lá conviver, na certa aprenderia muito e poderia ter QUALIDADE de vida!!! Me pego pensando se os criamos para vestibulares e maos concursos ou se pra serem felizes. É dose! A idade te faz ver melhor e muiiiiiito mais claro o valor das coisas)

    Porém, por enquanto a vida é na cidade e assim temos que agir: prepará-los, dar estudos , proporcionar o que precisam pra crescer intelectualmente!


    beijos,tudo de bom,chica

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  5. Esses novos apêndices que distraem a garotada são uma preocupação a mais para os pais e mães, né Ana?
    Dá o desconto da idade e dos atrativos que cercam o Bernardo.Escorregões acontecem.Este foi um susto do qual ele irá lembrar-se e não quererá repetir.
    Pense em cortar por limites horários as tais campainhas,rsrs; a tesoura é mais definitiva :)
    Bjkas,
    Calu

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  6. Percebo bem essa preocupação... mas deixa-o também ser miúdo!
    Todos precisamos disso como de pão para a boca.
    Beijinhos

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  7. Infelizmente essa tecnologia que não pára tem nos feito isso. Viramos reféns dela e estamos o tempo todo conectados... Precisamos mesmo prestar atenção nisso!!!

    Beijos...

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  8. Ai Ana,não queria estar na sua pele! Vai cortar a conexão dele? Por um tempo,né? Essa internet atrapalha até a gente,imagina um garoto!Boa sorte,amiga! Bjs,

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  9. Aqui bolas são decoração por parte do dono, criam pó e raízes :(

    Quanto a conexão, é limitada, tem que ser. Limito a do maior também, som do whats retirado fora do horário comercial é lei. Almoço, cinema e algo em que eu esteja falando e que a interação e atenção sejam parte do programa, também.

    Além dos nossos domínios cobrar da escola, dos avós e sem radicalismo eu penso, com diálogo, da autoavaliação, consciência coletiva e individual. Fazer ver, ensinar sobre a necessidade da pausa, das prioridades e até da paz, do silêncio
    Ensinar a pescar, como o conto popular

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