Eu já tinha feito de um tudo: tomei café, dei voltinha pelo corredor, mexi no celular, olhei a rua.
"A senhora realmente nos desculpe, o doutor está bem atrasado, mas já já ele vai chamar a senhora."
Eu estava em outra cidade, então demorar pouco ou muito para ser atendida, não significava coisa alguma. Foram quase 150 km, então o jeito era mesmo esperar.
E foi nesse ponto, tentando não deixar a impaciência ganhar espaço, que eu comecei a ouvir uma conversa entre um homem e uma mulher.
Eles estavam em pé. Vi o momento em que um cumprimentou o outro, pareciam se conhecer. Nitidamente não eram pacientes.
Poderiam ser representantes de laboratórios, ou outra coisa.
Conversavam sobre comida. O homem gostava de cozinhar e foi na pandemia que começou a fazer pães de fermentação natural.
Ele então falou de um pão azul que fez muito sucesso.
Ela riu e retrucou - "ah mas é com corante né?!"
Nesse momento eu me lembrei de um pão azul da minha infância ou adolescência.
Era um saco de pão de forma que tinha sido esquecido no fundo de um armário e saiu de lá um autêntico pão azul!
O homem ao corrigi-la revelou o segredo mostrando-lhes as fotos de seu pão azul.
Seus olhos fitavam a tela do celular incrédula. Ela estava de queixo caído, ela mesma o disse para o homem. Ele cada vez mais orgulhoso do seu pão azul.
Tive tempo de ouvir o segredo para produzir tal iguaria antes do doutor me chamar, ainda bem!
Jenipapo.
Eu não sabia como se escrevia jenipapo, com gê ou jota? Lembrei das provas primárias que vinham assim: _enipapo para a gente completar. Acho que desde os tempos escolares eu nunca mais escrevi jenipapo!
Por uma coincidência do destino, o Toninho colocou no comentário da postagem anterior sobre as festas juninas lá para as bandas do nordeste, que tem muito licor de jenipapo. Vou aproveitar e perguntar para ele se custa muito caro um jenipapo, porque o homem do pão azul falou que por aqui ( São Paulo ) é muito difícil de achar, só no mercado municipal e é bem caro, uns cinquenta reais.
Cheguei em casa e fui procurar na internet sobre pão azul feito com jenipapo.
E, uau!!!
Não é que tem mesmo?! E o segredo é ferver jenipapo com leite que depois, em contato com a farinha deixa essa coloração.
Quem fizer vem aqui me contar. Se um dia eu esbarrar no jenipapo, compro e tento fazer o pão!
Vou deixar o link da receita:
Ana,
ResponderExcluirQue lindo esse pão azul!
Adorei ler aqui hoje.
Fiquei com vontade de
fazer aqui em casa.
Sei que o sabor do jenipapo é
forte, será que o gosto
é também?
Bjins de bom domingo.
CatiahôAlc.
Olá, querida amiga Ana Paula"
ResponderExcluirNão me admira o pão ser modificado pela cor do jenipapo.
Vou lhe contar algo que fiz hoje para você rir também.
Já viu um arroz carreteiro roxo?
Pois o meu saiu porque era a meu gosto e pus repolho roxo, ficou uma delícia mesmo sendo roxo.
Imagino que o pão azul deva ficar uma delícia porque o licor de jenipapo é uma gostosura, um dos que mais gosto.
Conversa de espera de médico sai de tudo, já fiquei 5h acompanhando minha vizinha. Tomei uns cafezinhos e leite queimado que gosto.
Vi no google e varia de 6 a 230 reais o kg... Uau!
Também é rico em oxidantes... Nunca comprei a fruta.
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos fraternos