segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Adeus sono bom

Júlia e Bernardo, com três dias de vida

Ah esse soninho!
Antes mesmo de engravidar, eu já lia sobre como proporcionar o melhor dos repousos para meus futuros rebentos.
Já iluminei algum texto deste blog com luz lilás e azul, além de borrifar nas suas páginas, aroma de camomila e lavanda.

Nos primeiros dias de vida do Bernardo, já em casa, seu sono causou reboliço geral.
Havia uma "segunda" porta na cozinha, metade tela, metade madeira que separava os animais no quintal e permitia a entrada de luz e ar no ambiente. Seu trinco consistia em uma pequena esfera retrátil que a fechava com suave pressão.
Ocorre que ao fechar, fazia clek.
E foi esse clek que colocou as mentes engenheiras de avós, dono da venda da esquina, tio em terceiro grau, a buscar uma solução. A cada clek, um sobressalto incomodava o sono do recém nascido.
Sinto vergonha por isso até hoje, uma dúzia de anos depois.
Calaram o clek.

No recente novembro, fui sobressaltada na madrugada pelo celular do meu filho. Entre a sonolência e o susto, achei que o menino tivesse deixado, por engano, algum alarme. Mas, nem foi preciso que eu me levantasse, o silêncio voltou.
Na manhã seguinte, indaguei-o sobre o tal alarme por volta da meia-noite.
Ah não, mãe. Era mensagem do grupo da escola no WhatsApp, duas e cinco da manhã. Poxa e eu nem acordei para ajudar meus amigos. Eles ficaram de recuperação e queriam que eu ajudasse a resolver uma equação.

Nem esperei o fim da explicação e berrei todo o silêncio que busquei durante muitos anos, sufocando inclusive cleks cleks.
Eles estão de recuperação, querem que você resolva problemas às duas da madrugada e eles terão que levantar-se às seis da manhã e estão acordados e estão de recuperação e os pais deles...
Bem, não importa a ordem de relevância dos fatos. O fato é que isso não é hora de mandar mensagens, estão de recuperação, deveriam estar dormindo para renderem melhor na aula.

Vejo pais desesperados para oferecem o melhor dos sonos e sonhos aos pimpolhos e sinto realmente vontade de falar - esqueçam tudo isso, logo ele terá um celular e um grupo, e qualquer coisa que seja similar a um whatsaap e aí, clek pra você.

E por falar em aulas, a Paula Belmino preparou uma postagem muito interessante sobre volta às aulas. Confere lá!

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Amor de avó


Foi a capa que me fez comprá-lo.
Entrei no site da livraria para pesquisar um outro livro, e na página inicial estavam as sugestões e lançamentos em imagens pequenas.
Essa me chamou a atenção e o comprei.
Até hoje fico pensando na capa...
A história é dessas que não aparecem muito na literatura: temos os amores, as paixões de gente jovem e as separações,  divórcios e seus enredos de superação como em Comer, Rezar, Amar.
Aqui é uma avó que se apaixona.
Uma avó que leva sua netinha ao parque em algumas tardes da semana para ajudar a filha que trabalha. Nesse parque ela encontra um também avô a passear com o neto.
Entre os conflitos que ela está passando em seu casamento, a dúvida em mudar-se de cidade para levar uma vida mais pacata e de repente, naquele corpo de sessenta e poucos anos a paixão reacende por outro homem.

Nos tempos em que vivemos, onde uma mulher de sessenta anos pode estar tão bem quanto uma de quarenta, e tempos esses que vivemos mais e com muita lucidez, vivacidade por que não o amor, a sensualidade, o sex, a paixão?
Um livro que merecia estar nas listas dos mais vendidos e lidos e cinzentos títulos.
Beijo!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

52/52

Faltava uma foto para eu concluir o projeto que fiz durante o ano passado de uma foto por semana.
A foto de número 52 referente à ultima semana do ano e que fecharia o projeto, eu queria que fosse especial. Mas não sou fotógrafa! Nem tenho foto de lugares incríveis.
E com a mudança de cidade, também posterguei a postagem que deveria ter sido feita realmente na última semana de dezembro, mas isso resultou em algo que eu realmente queria!
A foto virá acompanhada de um vídeo. Esse sim é incrível, com uma mensagem para guardamos porque dias cinzentos são inevitáveis, porém podemos passar por eles.
São cinco minutos. Sei que parece muito tempo a perder quando se tem tantos outros blogs para interagir. Insisto mesmo assim.

Minha foto do Projeto 52 Semanas





domingo, 25 de janeiro de 2015

Ginasial

Ela quer acelerar as horas para que não se demore o amanhã.
Eu, para alcança-la, peço ao tempo que corra de marcha à ré.
Nosso encontro se dá entre nomes, nomenclaturas, denominações diferentes.
Amanhã cedo, minha filha inicia o ensino fundamental II; em alguma manhã do passado eu fui para o ginásio.
Quinta série, sexto ano. Numerais diferentes para épocas diferentes e uma certeza: mãe e filha com a mesma emoção!
Uma das marcas, que não se sabe de onde saiu, quem inventou e isso não importa, era levar os cadernos universitários no braço, à frente do corpo.
Ah! Para trás, eu e minha geração, deixávamos os caderninhos brochuras encapados com esmero pela mãe com plástico xadrez. Minha menina levará nos braços, à frente do corpo um fichário.
Ela põe e tira lápis, caneta, estojo da mochila. Eu fazia o mesmo.
Eu rolei na cama com o sono que não vinha e ela já avisou que está tão ansiosa que vai demorar a dormir.
Não usará meias 3/4, mas serão brancas suas meias.
Talvez sinta como eu que não é mais uma criancinha do primário.
A cada professor ou professora que entrar na sala no primeiro dia de aula, seu coração vai disparar. Aconteceu com o meu.
Algo mágico acontecerá dentro de sua cabecinha a cada sinal soado do lado de fora. Troca o professor? Ou será uma aula "dobradinha"?
Justamente o mais chato tem aulas todos os dias? E aquela super legal só uma vez na semana?

Muitas vezes eu me pego dizendo "no meu tempo era tão melhor", só que olhando naqueles grandes olhos negros, tudo acontece igual, igualzinho!
A diferença é que eu cheguei em casa e anotei tudo numa agenda-diário e devo ter desenhado flores com canetinha na borda da folha. Ela chegará e usará alguma plataforma digital para registrar que é uma ginasial. E não é que rimou?!



Júlia, minha filha, desejo que seja especial essa nova etapa em tua vida!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Festival Brasil-Japão

Se tem uma coisa de que eu gosto muito nesta vida são os festivais de amizade Brasil/Japão!
Estão cada vez mais animados e mais amigos! Já misturaram até a costelinha.
( Nunca consegui chegar nesse tal buraco quente, se alguém souber o que é, por favor me fale! )



Passeei com as crianças, comemos e de repente, ouvi anunciarem um show com o cantor Joe Hirata.
Ah! Não perderia por nada!
Quer dizer, quase perdi.
Esqueci que meu filho Bernardo tem sensibilidade auditiva e não consegue ficar em ambiente com som muito alto.
Quase chorei porque eu queria muito ficar! E ele não aguentando a altura do som.

Costumamos, eu e uma amiga, a falar que ele tem ouvido de cachorro: escuta a quilômetros o que não deve!


Então, algo mágico aconteceu. Joe, a estrela da festa, anunciou que faria um show com prêmios e tinha bolas para as crianças que dançassem animadamente!
A vontade de ganhar a bola fez o Bernardo até esquecer o desconforto que estava sentindo e ele foi lá para a frente do palco dançar.
Dançar?
Mas o Bernardo não dança. Não leva jeito nenhum.
Bem diferente da irmã.

Começou o show animadamente.


Antes da bola porém, Joe queria que os adultos pulassem e o mais animado ganharia um avental.

Desulpe-me Joe, mas eu á pulo miudinho durante toda a semana pro feijão sair a tempo de eu buscar criança na escola, não vou pular não pra ganhar avental.

E então começou a distribuição das bolas.
Olha lá o Bernardo saindo do chão!


Pulou por quase hora e meia e Joe anunciou então a última bola.
Eu já estava agoniada. O menino dos ouvidos sensíveis que nunca dança, pulando, chacoalhando, e não ganhar a bola?

Finalmente Joe entregou a bola em mãos.
Nas mão da Júlia, minha filha, que tratou logo de presentear o irmão!
Ufa...

Voltamos felizes com a bola autografada!
Obrigada Joe, obrigada Júlia!







quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Eu tenho saudade

Recebi por e-mail um convite do Carlos Ferreira, deste blog aqui, para contribuir com um texto sobre saudade, que será o título do livro a ser lançado por ele.
Compartilho aqui minha saudade:

Eu tenho saudade da minha caixa de e-mail com o número 3 em entrada. Era um e-mail de corrente, desses que a gente vai repassando para vários amigos, que eu, a depender do humor do momento, lia de imediato ou deixava para outro dia, mas nunca deixava de ler.
Os outros dois eram mesmo pessoais.
Puxa! Que saudade de e-mails pessoais! Esses, eu os respondia de imediato.
Um antigo prefeito da antiga cidade onde eu morava colocou em prática a lei da "cidade limpa"contra publicidade espalhadas  em postes, fachadas, outdoors. Tenho certeza que todo aquele emporcalhamento descontrolado veio parar na minha caixinha de e-mail.
De meia-calça em spray ( sério mesmo que isso existe? ) à zerar os pontos na minha carteira de habilitação ( mas eu nem dirijo ) à dar mais prazer à minha companheira aumentando o tamanho do meu, deixa pra lá (ei, mas eu sou mulher ). E-mail pessoal, nenhum. Esses outros aí, mais de cinquenta.

Ah que saudades de ligar do celular e falar "oi,tudo bem?", colocando uma exclamação na voz. Hoje eu ligo e falo entre cochichos e colchetes [ oi, você pode falar?].
E é interessante, a pessoa nunca pode falar porque está ou no trabalho ou no trânsito, mas ela pode digitar...
E essa é outra saudade: apertar a tecla número um do meu celular três vezes para aparecer a letra c.
E você ainda manda mensagem? Não acredito. Não tem WhatSapp? Vem então a saudade de colocar crédito no celular e ganhar de bônus 20, 30, 99 sms, torpedos, lembra?
Do orkut nem vou falar, porque faz tanto tempo que nem me lembro mais.
Tenho saudade daquele conceito que era disseminado: o virtual veio para facilitar a vida e dar mais tempo a cada um de nós.
Saudade do tempo em que eu acreditei nisso...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Feliz aniversário blog!


O blog está comemorando quatro anos.
Assim mesmo: silencioso e sem ponto de exclamação.
Escolhi para a comemoração a nova moda que se espalha, o bolo de pote.
Bolo de pote na moda para contrastar com os blogs que, cada vez mais ouço, já estão fora de moda.
Diferentemente do facebook que avisa a existência de um aniversariante, ou mesmo do instagram, onde podemos "chamar" alguém para que chegue mais perto, aqui impera um certo silêncio.
Férias? Ficou fora de moda? Não sei dizer.
Há algum tempo colhi um comentário da Luma deixado em outro blog que deixei anotado num pedacinho de papel porque chegaria a hora de utilizá-lo.
Nas palavras da Luma:

"Ficaram aqueles que realmente gostam de blogar. Antes eram os blogues que cumpriam o papel de rede social, mas com opções, aqueles que não gostam de escrever ou que preferem apenas saber os acontecimentos partiram para essa nova opção de interação. A vida corrida também contribui para o fechamento de muitos blogues, afinal esses precisam de momentos de introspecção."

Então, se você vier, pega um potinho, vamos sentar e prosear!