sábado, 2 de fevereiro de 2013

Caçamba!


Logo cedo, enquanto desperta o coador de pano para passar o café, marido me faz uma pergunta difícil:
  • Você sabe aonde está um papelzinho com o número de telefone da caçamba?
  • Provavelmente dentro de outra caçamba sendo transportado para a reciclagem...
  • Tudo bem – ele diz – depois entra na internet e pega uns dois ou três números pra gente pesquisar. Vamos precisar de uma caçamba para o fim da semana.
Marido sai, eu boto um avental por cima da camisola e inicio a labuta doméstica.
Cerca de meia hora depois, ouço um estrondo daqueles que dispara o coração e por cima do muro vejo uma espécie de guindaste e entre o susto e a preocupação com o barulho, saio em disparada para ver o que está acontecendo.
Quase caio de costas quando vejo isto:



Como pode? Marido acabou de sair daqui e já pediu uma caçamba?
Mas desse tamanho? Cabe a casa inteira aí.
Entre me recuperar do susto e conseguir raciocinar, comecei a gritar para o motorista do caminhão que já estava saindo.
Por sorte na barra do avental eu tinha alguns pregadores de roupa.

Obrigada Tina
 E fui logo correndo e atirando pregador no caminhão, até que o motorista me viu e disse:
  • É só por dez minutos senhora. Já volto pra tirar isto daí.
Os vizinhos também saíram e se solidarizaram comigo. “Que absurdo uma coisa dessas”. “E pra quem que se reclama?” dizia outro indignado e no meio da vizinhança já mais calma é que eu me percebi de camisola, avental e pregadores. Um vizinho gentilmente recolheu alguns que eu havia jogado no caminhão e estavam espalhados pela rua.
Entrei o mais rápido que pude e tomei um café morno e amargo para me recompor.
Já vestida e sem pregadores pregados em mim, fui passear com o cachorro. Mas nem conseguia andar. As pessoas me abordavam querendo saber porque nós havíamos contratado caçamba tão enorme quanto um transatlântico.
E eu explicava, explicava, porém depois de uma dúzia de satisfações eu já estava é aborrecida.
Os dez minutos do motorista?
Tive certeza que Einstein para falar de relatividade do tempo teve um problema com caçamba como o meu.
Foram 10 horas. Isso é que é relativismo...
O fato é que já era de noite, eu estava novamente de camisola, agora sem pregadores e uma mulher toca a minha campainha pra perguntar o que era aquilo na minha casa.
Ouviu uma resposta...
“ Sabe o que é? É que eu faço carros alegóricos para escola de samba. Vamos colocar uma parte de um aí dentro pra levar pro sambódromo. Sabe como é, não queremos que ninguém fique vendo pra não estragar a surpresa.”
E não é que a mulher ficou me olhando com cara de surpresa?

16 comentários:

  1. rss...Nooossa!!Que curiosidade das pessoas,heim? E conseguiste saber do que teu marido pretende se livrar?rs beijos,chica

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  2. Adorei!
    ADOREI TUDO!
    E quanto a relatividade a melhor definição que conheço é que tudo é relativo, um fio de cabelo por exemplo, para um careca é pouco, na sopa é muto :)

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  3. Oi Ana!!!

    Adoro essas histórias! São essas " quebradas " na rotina que tornam a vida colorida... Eu vez outra morro de rir dos meus micos, das situações inesperadas... Adoro!

    Seu mimo já está a caminho.
    Beijos!!!

    Selma

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  4. Ana Paula, kkk! Ainda bem que a mulher não pediu para ajudar na manobra do carro alegórico.
    Li a história imaginando a sena e rí muito.
    Ana, você é terrível, rs...rs.
    Beijo
    Manoel

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  5. Ana Paula, que pena que o Einstein não conheceu e fez parceria com a Tina.
    Simplesmente adorei a tirada dela, kkk!
    Desculpe a invasão do espaço, mas não dava para passar batido essa originalidade.
    Beijo

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  6. Texto e história ótima.Engraçado vc escreve tão bem que a gente se esquece do tempo. bjs

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  7. Hahahaha, que bacana o texto! Às vezes, queria escrever sobre situações do dia-a-dia de uma forma bem simples assim.
    Parabéns! ^^
    E obrigada por passar no Primeiros Esboços. :)

    Anna OliveiraPrimeiros Esboços

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  8. Ana fiquei imaginando você de camisola jogando prendedores de roupa no caminhão, imagine eu correndo atras do meu cachorro fujão de pijama, pois é quando fui perceber estava na frente da prefeitura, pensei que só eu fazia estas coisas malucas,kkkkkkkk.
    Imagino a curiosidade dos vizinhos, não é diferente dos meus.kkkkkkk
    Um belo domingo. Beijinhos.

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  9. Divertido o texto..não posso negar!! Mas as pessoas se preocupam demais com a vida dos outros. Abraços.Sandra

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  10. kkkk.
    Realmente essa caçamba é gigante demais.
    Adorei a resposta.


    Já estamos com o tema do mês de fevereiro no blog Fotos de Quinta.
    Te espero por lá.

    Bjo.

    Ana Virgínia

    http://fotosdequinta.blogspot.com.br/2013/02/tema-de-fevereiro-amarelo.html

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  11. kkkk Ana, é cada coisa que te acontece, mas o melhor é o senso de humor que vc não perde nunca, imagina uma caçamba desse tamanho na porta de casa, mas achei interessante como eles escondem as alegorias da escola! Bjooooss

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  12. Carinhosamente venho desejar um feliz e abençoado Domingo.
    Uma semana de Realizações. sonhos realizados,
    pois a vida é um constante recomeçar.
    Beijos paz e luz,Evanir.

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  13. Agora fiquei curiosa... pra que a caçamba... e os grampos de roupa? :-))))))))))

    Abração
    Jan

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  14. Caçamba!
    Me peguei várias vezes hoje lembrando de seu post e sei que vou pensar qd ver os carros alegóricos nos desfiles de SP, será que foi algum desses o da caçamba na porta de Ana?

    Bom resto de domingo e ótima sema por ai.

    Que tal pendurar os primeiros desenhos e tarefas da escola das crianças com esses pregadores e fazer um varal da volta as aulas?

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  15. E foi o marido quem contratou a caçamba? Já foi embora? Dá para colocar nela toda a curiosidade da vizinhança

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