quarta-feira, 30 de julho de 2025

Saruê

 ♥ Vamos brincar com a chica ♥


Com o termo dado ,
forme UMA FRASE com 7 palavras...

Saiu esgueirado tamanha balbúrdia em seu habitat.


O bichinho aí da fotografia é um "saruê", uma espécie de gambá que fotografei de esgueira e não ficou tão bom!
Mas é com esse saruê que participo da interação proposta pela Chica no seu blog Sementes da Chica.

E quero aproveitar essa mesma postagem, esse mesmo contexto para escrever sobre a balbúrdia que fez o saruê sair esgueirado.

Faço caminhadas num parque próximo de casa, porém cada dia tem sido mais custoso, menos prazeroso. Vou na base da disciplina, do esforço, da recomendação médica.

Não era assim. Era agradável estar lá nas primeiras horas da manhã, muitas vezes entre as passadas, eu admirava o sol nascendo, a luz suave tocando as folhas no alto das árvores. Tudo isso com os gorjeios dos passarinhos.

Então numa manhã, o som vindo de uma caixa de som com o volume alto, para motivar um grupo que fazia exercícios, estava bem ali. Achei que fosse ocasional e no dia seguinte, percebi, ou melhor, ouvi novamente o som estridente que veio para ficar.

Tudo bem, era apenas um trecho. Eu apressava o passo deixando a música para trás. Como o caminho é oval, levaria uns tantos passos para novamente estar nas proximidades da caixa de som. A música já era outra; a altura, os decibéis, os mesmos.

Foi questão de tempo, e outras "caixas de som" se instalaram em outros pontos do parque.

Foi questão de tempo que, além das caixas de som, outros eventos foram se esparramando pelo parque, pela grama, por entre as árvores.






Os espaços vão se encolhendo, o barulho cresce, os eventos pululam. A grama, o lago, -  a cada chá revelação com estouros que desprendem papel luminoso picado - ficam sujos, com riscos de ir parar na barriga dos peixes.

Gera-se empregos, rendas, mas realmente questiono se o local é adequado.

Faz um tempo ouvi um podcast em que o entrevistado trazia esse mesmo questionamento. Lembro-me de pontos de sua fala - "perdemos o sentido de ir a um parque para o contato com a natureza, o verde, os pássaros, um local para relaxar; estamos conseguindo imundar nossos parques com a nossa agitação das cidades".

Precisamos tanto dos locais de lazer em meio à natureza, só que estamos transformando esses locais em algo totalmente diferente do que era para ser - um parque, árvores, barulho de pássaros. Estamos urbanizando o que era para ser natureza.

Como está isso na cidade de vocês? Estou bem curiosa para saber. Parques ainda são parques, com árvores, insetos, pássaros ou a roda gigante já tomou conta?

Conta aí nos comentários e já vou desejando um bom final de semana!
Beijos




8 comentários:

  1. Olá, querida amiga Ana Paula!
    Muito boa sua participação aproveitando um casual encontro com o bichano.
    Quanto às Praças. aqui, não tenho muitas, mas bem perto temos uma onde só tem uma vez na semana uma seresta.
    No mais, é para se apreciar a natureza estupenda do arredor.
    Na capital, temos um parque que gosto muito de frequentar quando posso que é um colosso.
    Barulhos perturbadores devem ser banidos de locais verdes para se restaurar os ânimos com paz.
    Ótima abordagem a sua.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos fraternos

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  2. Aninha, que relato forte e necessário. O saruê, mesmo saindo de fininho, já disse muito com a simples aparição: algo está errado. E você traduziu isso lindamente. Parques são nossos refúgios verdes, mas estão virando vitrines de barulho e consumo. Triste ver que a serenidade do nascer do sol e o canto dos passarinhos estão sendo abafados por caixas de som e eventos que, embora bem-intencionados, esquecem da essência do lugar. Fiquei pensando: será que estamos mesmo "visitando a natureza" ou só querendo impor a ela nosso ritmo urbano e agitado?

    Aqui na minha cidade, os parques também estão virando mini-shopping centers ao ar livre... e os bichinhos? Estão todos virando saruês: fugindo, escondidos, espantados.

    Obrigado por levantar essa reflexão tão necessária. Que bom seria se a gente ouvisse mais passarinhos e menos playlists.

    Um beijo e uma linda quinta-feira!
    Do amigo
    Daniel

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  3. Até o saruê se esgueirou... Linda frase e partiicipação...Obrigadão!
    Fico com pena desses sons, desses juntamentos ,gritarias, que estragam ossilêncios dos parques e lugares onde queremos com a natureza nos encontrar. Uma pena! Aqui ainda temos parques tranquilos, mas outros, uma balbúrdia só! Outros ainda tomados de fotógrafos com seus clientes para álbusn de 15 anos, festividades várias e ocupam os melhores espaços para guardarem suas tralhas, malas com roupas, uma coisa!
    Esquecem de quem ali está só querendo a natureza!!!

    beijos, tuuuuuuuuudo de bom,chica

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  4. Bonita participação. O meu aplauso e elogio
    .
    Deixo saudações poéticas
    ..
    “” Se eu soubesse cantar ““
    .

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  5. Mas que texto lindo, parabéns!
    silvioafonso

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  6. Há tempos não visito os parques aqui onde moro, mas eu não sabia que estão assim por aí. Lamentável, não, Ana? Sinto tanto essa gente movida a barulhos, a selfie, estragando o sagrado de um parque. Sua participação com o saruê foi show! Memorável! Que agosto lhe traga mais paz, harmonia e alegrias! Besitos!

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  7. Bom fim de domingo Ana. A poluição sonsora tem invadido os campos, parques e praças. Os bichos e pássaros fogem. Salvador uma cidade do barulho, é identica a esta situação descrita no seu parque.Na orla as caminhadas tem sido animadas com estes auto falantes em veiculos, bicicletas. A gente tem recebido noticias de surgimento de animais silvestres nas casas e condominios proximos das areas verdes agredidas.
    Uma lástima o que estamos fazendo em nome de moradia e outras coisas mais, ceifando o verde.
    Um abração amiga e ao cruzeirense que hoje estamos rindo atoa.
    Feliz semana com paz e alegria.

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  8. Os espaços estão ficando cada vez mais invadidos ora por caixas de som, ora por predios imensos e nós vamos nos encolhendo. Pena não é!
    Abraço, boa semana!
    Sonia

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