terça-feira, 12 de novembro de 2013

Medicalização da Educação e da Vida

11 de Novembro - Dia dedicado à luta contra a Medicalização da Educação e da Vida.

Soube somente hoje da existência desta data para São Paulo, que foi sancionada pela lei 15.554/2012 de autoria do vereador Eliseu Gabriel.

O ritmo vertiginoso de diagnósticos para comportamentos que antes eram características de personalidade apenas, embuti algo suspeito. E datas como esta para que se reflita, questione é de enorme importância.

Para se ter uma ideia, em 2005 foram pesquisados em alguns municípios quantos comprimidos da chamada "droga da obediência" foram vendidos - 40.000 comprimidos.
Nos mesmos municípios, em 2012 o levantamento apontava para 1.400.000 comprimidos.

Rosely Sayão escreveu hoje na Folha um excelente texto entitulado Menino Maluquinho.
Para ler clique aqui.

Um alerta, um convite à reflexão ao que está sendo difundido: nossas crianças estão deixando de ser crianças saudáveis, arteiras, sapecas, para se tornarem crianças portadoras de síndromes, transtornos, crianças doentes que precisam de medicação.

Deixo também um convite, especialmente aos pais de filhos pequenos e educadores para assistirem a este vídeo com duração de 25 min sobre os excessos que estão acontecendo nas escolas.

Pandora, nossa menina-educadora-blogueira que celebra 10 anos de educadora, parabéns pela sua escolha e dedicação!



11 comentários:

  1. Maravilhoso o texto da Reseli e fala muita verdade!

    Os meus 4 filhos foram levadérrimos, eu fui TRI danada.

    Como não querer que os netos sejam arteiros, danadinhos do bem?

    Adoro criança sapeca, que brinca, ágil, esperta.

    Claro que sempre ontem e hoje, com os limites normais senão a coisa muda de figura.


    Mas de repente, tantas vezes, as coisas são levadas para o outro lado e fico pensando que seria isso pra alimentar as farmácias que devem seus remédios vender? Ou para encher consultórios? Adorei!

    beijos,chica

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  2. Respirei para não fazer um comentário tipo post, idealizando postar por lá sobre o assunto.

    Eu como vivência tive a experiência traumática da docência.
    Me formei em Letras e meu estágio supervisionado foi numa quinta série de alunos repetentes, revoltados, abandonados, pela professora de Português (que só vi uma vez, supervisão zero), pela diretoria (que fantasma), pelas famílias a maioria (que viviam seus dramas pessoais e sociais).

    Muitos anos depois fui em busca de trabalhar com crianças em processo de aprendizado lúdico, cartazes, colagens, historinhas e numa Escola particular, da diretora, passando pela moça da secretaria, da cantina, as professoras na grande maioria ouvi e vi coisas que são de chocar, desde práticas e comportamentos para com os alunos, pais, colegas, a responsabilidade que tinham nas mãos e a arbitrariedade com relação a ela, como parte da profissão, tudo levado como comercial e logístico.

    Entrei e sai com poucos meses e até hoje sou julgada.
    Não sei calar, aceitar o que é errado, injusto, impróprio baseado nos valores que tenho e peço a Deus que eu nunca aceite.

    Tem um caso por aqui sobre diagnóstico de TDA em massa na Escola, quase uma epidemia, se estendendo para a família.
    Diagnóstico nem mesmo feito em consultório, pela internet e abraçado ao meu ver, como fuga por quem adota essa "moda" como bandeira, geralmente para não ter trabalho e cuidados de mudar as coisas, de corrigir maus passos e práticas, para ter uma resposta clínica aos exageros de ausências e permissividades.

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  3. Assisti ao vídeo e li a matéria de Rosely. Valem super a pena!
    Que sejam compartilhadas, partilhadas, praticadas as reflexões e ponderações.

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  4. Olá Ana Paula!
    Chamo esse tipo de remédio de 'sossega leão'... indicar esse tipo de 'coisa' pra uma criança é perigosíssimo.

    Abração
    Jan

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  5. Oi, Ana!
    Sou professora e posso comentar o assunto através da pouca ainda experiência que tenho com crianças. Concordo que grande parte daqueles com diagnóstico não precisam de tratamento ou medicamento. Porém, coloca-se uma carga grande demais de responsabilidade sobre a postura da escola.
    O que vejo, pessoalmente, é que as crianças andam carente demaaaais de atenção, isso sim. Também não sabem ser persistentes, respeitosas e curiosas, características que são desenvolvidas na educação, com amor, carinho, limites e incentivos.
    Vejo famílias tratando filhos como se fossem brinquedos, ou como se não fossem sua responsabilidade. E a escola, carregando a responsabilidade de ensinar e ainda, educar (papel dos pais), acaba encaminhando sem necessidade.
    Ótimo post.
    Um abraço!

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  6. Ana Paula, perfeita essa postagem. Foi muito bom ter essa sua publicação. Está na moda dar remédio para tudo. Não vou me alongar para não ficar cansativo o comentário, mas não podemos desanimar e precisamos rapidinho criar dispositivos para entendermos o que é ser criança e também sermos pais e mães de verdade. Se queremos filhos educadinhos, nós é que temos que educá-los, mas a energia que eles tem independe da educação. Acho que dá para entender isso.
    Um lembrete especial também para os idosos. Conheço uma senhora (forte e saudável) que está tomando 12 remédios por dia. Ela vive fazendo tabelinhas para calcular os horários.
    Isso é um absurdo, não acham?!
    Beijo,
    Manoel

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  7. Posso confessar uma coisa? Eu era uma menininha Maluquinha e ninguém achava realmente que eu tinha alguma anormalidade! Falava demais durante as aulas porque já tinha estudado antes, em casa, na biblioteca. Então podia ficar brincando, conversando. A escola precisa desafiar os alunos. Vejo pouco isso desde aquele tempo... Criança parada demais é sintoma de problema! Boa reflexão nos trouxe! Boa noite, Ana!

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  8. Ana Paula,não sabia desse dia e vejo como é importante alertar para uma vida saudavel para as crianças,com direito a traquinagens e tudo mais! Bjs e boa semana,

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  9. Aaaah Ana, obrigada pela lembrança!!! Obrigada também por sempre está me apontando coisas interessantes que me ajudam a pensar e repensar minha pratica pedagógicas, você é muito ajudadora para comigo e acaba colaborando com essa coisa eterna que é nossa formação docente.

    Sobre essa questão relacionada ao comportamento das crianças e a recente pratica de transformar comportamentos em síndromes medicáveis é assustador.

    Lembro que meu irmão foi um menino impossível e há vinte anos atrás foi parar na psicologa por indicação da pediatra, mas não saiu de lá com nenhuma receita ou diagnostico. Muito pelo contrario, hoje minha mãe lembra dessa psicologa como uma pessoa que abriu os olhos dela para coisas que ela não percebia sozinha e ajudou ela a compreender a faze do meu irmão e derivativos. Ela ajudou nossa família sem precisar de medicação alguma, tanto que a primeira coisa que eu "quis ser quando crescer" foi psicologa.

    Aliás, percebo que muitos dos problemas de comportamento das crianças, quando não são apenas o excesso de energia e criatividade NATURAIS da idade, são coisas nascidas de conflitos dentro de casa e para essas "coisas" não há medicação que de jeito. 10 entre 10 "crianças/adolescentes problemas" que já encarei na vida tem famílias problemáticas e são carentes de ajuda e atenção e isso não é questão de renda, estado de fragilidade social é um problema que não precisa de pouco dinheiro para acontecer.

    Para mim, boa parte das crianças diagnosticadas com mil síndromes e sendo medicadas - envenenadas - são crianças gritando por socorro. Os remédios são tipo uma solução fácil para pais, educadores e médicos. Em vez de procurarem meios de interferir e oferecer o socorro necessário a criança pegam o caminho mais fácil calando os gritos delas com os, nas palavras da JAN "sossega leão".

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  10. Olá Ana Paula!
    Sou contra essa medicação.
    Acredito que nossas escolas não estão preparadas para atender crianças com potencial diferenciado infelizmente.
    O remédio ideal seria tanto na família, na sociedade em geral o amor.
    Um belo entardecer para vc!
    Bjsssssssssssssssssssssss

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  11. Tema atual e assunto comum quando mães se encontram e ficam meio que perdidas diante de situações assim. Já encaminhei...

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