terça-feira, 21 de março de 2023

Três pulinhos

 Já tive um fiapo de lã ou fio vermelho enrolado com um pouco de cuspe, colocado no centro da minha testa quando eu era um bebê e soluçava. Deve ter ocorrido muitas vezes e por sorte, era uma época favorecida por cobertores de lã, colchas de crochê que sempre tinham em sua composição um quadrado, retângulos na cor vermelha.


Fiz figa, bati em mesa de madeira, batente de porta, comi muita lentilha na virada do ano, pulei as ondas recomendadas.


Dia desses, durante a refeição marido engasgou, aquele engasgo corriqueiro, nada de sério, nada para além de um pouco de tosse e um gole d’água. Mas eu achei prudente mandar o homem erguer os braços e disse um “São Brás”.


Em meio às risadas e garfadas, minha filha indignou-se: de onde vocês tiraram isso de “sombrás”?


Esteve lá com as tias, as avós, as mães do passado. Coisa que fazemos sem pensar, sem questionar e sem nem mesmo saber se há uma origem coerente para tal.


Então eu recordei que outro fato que permeou a minha infância e marido disse que a dele também que era o tal dos três pulinhos para São Longuinho ao nos depararmos com a dificuldade de encontrar um objeto perdido.


Diante daquela indignação um tanto lúdica, ( seria só uma brincadeira de criança dar três pulinhos? ), disse-lhes que qualquer dia desses eu iria procurar na internet algo a respeito desses santos.


Eu nem procurei, fui na verdade encontrada!


O dia era 15 de março e eu gosto de brincar com essas coincidências!





E era dia de São Longuinho! Então uma publicação de uma editora católica, trouxe uma explicação que me encantou: o santo dos pulinhos nos auxilia a encontrar objetos perdidos para que se faça melhor uso de seu tempo, que não se perca tempo procurando e assim se dedique esse tempo poupado para as coisas de Deus.





Achei, no literal sentido de encontrar e também no de pensar, tão bonito, tão poético essa definição par os três pulinhos, que se é oficial ou não, nem me importo vou guardá-la em meu coração!


E você, já deu três pulinhos para encontrar alguma coisa?!


Se quiser mais sobre São Longuinho, aqui um artigo com bastante detalhes.

6 comentários:

  1. Ana Paula, quem não viveu e conviveu com essas simpatias? Fui criada com muitas e criei os meus com elas também!

    O São Longuinho é certo, presente sempre,rs...Adorei a "coincidência"... Muito legal! beijos, aqui descansando um pouco na hora da faxinada geral pós volta...É fooooooooogo! Mas logo estará tudo pronto! Dei uma passada pra refrescar, fazendo de conta que tomava um coco,rs...
    beijos, chica

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  2. Bom dia de outono, querida amiga Ana Paula!
    Adoro quem procura os fundamentos dos santos e das tradições católicas que temos. Muitas têm fundamentos ótimos e vemos que os santos canonizados tiveram outras prioridades do que dar pulinhos ou acharem objetos perdidos. os pobres eram suas preferências.
    Já fiz sim algumas da coisas que colocou aqui. e o soluço era mesmo um papelzinho na testa.
    Gostei muito de ler seu post.
    Tenha dias outonais de reflexões boas!
    Beijinhos

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  3. Achei muita graça a este post, Ana Paula. O que mais me atrapalhavam eram os soluços nos bebés e havia muitas coisas, como trocar a fralda molhada e um sustinho na criança; claro, nada disso funcionava e hoje, a minha netinha de 4 anos soluça quando dá muita risada e , se lhe dou um susto ela ainda ri mais e nada adianta. " São Brás " costumamos dizer quando uma pessoa espirra sem parar. Pedir a São Longuinho quando se perde alguma coisa aprendi no Brasil, quando aí vivi, mas não costumo fazer nada; procuro e depois , quando esqueço o assunto, a coisa perdida aparece, como por milagre ; confesso que nunca dei os três pulinhos, pois sou pouco dada a essas simpatias , e superstições . Obrigada, Ana, por este momento divertido e pela prece a S, Longuinho que desconhecia. Um bom Outono, com dias tranquilos e saúde para todos aí em casa.
    Beijinhos
    Emilia 🍂 🍂

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  4. Sorrrrisssossss...
    Essa do apelo a S Longuinho pelos achados é muito vossa, muito brasileira...
    Por cá temos outras parecidas, lembro-me de Santa Bárbara pelas tempestades...
    Pessoalmente, quando perco algo, chamo logo S José que é meu padrinho!: ))
    Abraços
    ~~~~~~~~

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  5. Oi Ana, recordei-me de ter vivenciado algumas destas superstições!

    Feliz dia mundial da poesia (21)!

    Beijo

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  6. Oi, Ana.
    Gostei da imagem (com a linda data, meu aniversário! :))! Linda postagem!

    Um beijo! 💋
    Bom domingo! 💐🎈

    ~Cartas da Gleize. 💌💞

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