Mas não é preciso se valer de um tiquinho de pena. Tenho a liberdade de escolher qualquer origem genética. Por exemplo, no momento, sinto meu DNA pulsando em origens espanholas e com tal carga genética é impossível me desvencilhar da hora da siesta.
É mais forte que eu. Vai chegando o horário e meu sangue espanhol me avisa - hora da siesta.
Esta semana eu estava justamente neste momento siesta quando escutei um barulho alto de batidas fortes na frente de casa. Ouvia o barulho e não conseguia abrir os olhos.
Cutuquei o cachorro para que fosse ver o que se passava na frente de casa, mas ele também me disse que era espanhol.
Com imensa dificuldade consegui chegar até a sala a tempo de ver um sujeito de uniforme cinza indo embora.
Um pouco mais tarde, naquela hora do lusco-fusco, marido chegou e nem entrou, já foi gritando lá de fora: "Paula, você viu isto?"
Ai, ai - pensei. Ainda bem que exercito a escrita criativa porque terei que ter uma resposta criativa para a situação.
"O que marido?". Falei e fui me dirigindo lá para fora.
"Você viu isto?"
"Não".
"Mas onde você estava?"
Não poderia dizer das minhas origens espanholas, porque marido insiste em origens lá das arábias, coisa que não gosto. Já pensou se sou justamente da Faixa de Gaza? Eu, hein. Prefiro a Espanha.
"Marido, eu estava lá em cima lavando a claraboia".
O que será isto?
Antes de esperar para ver se ele acreditou na história da claraboia, perguntei se ele estava bravo porque seria a calçada, o passeio, nosso, ou seria público?
Ele apenas queria saber o significado daquilo.
Bem, o cara que eu vi de costas indo embora, com uniforme cinza poderia ser funcionário do gás encanado, da energia, da água, da tv a cabo, da internet de fibra ótica, ou mesmo o cara que vende sonhos fresquinhos tem de creme e doce de leite.
Sugeri que fôssemos andar olhando as outras casas.
Fomos nós e o cachorro. Só fiz piorar a situação.
Nenhuma casa com esta marca tipo letra escarlate escandalizando o portão. Só a nossa.
Com mais calma, analisando bem, marido conseguiu ler a inscrição PÉ.
Teria algum agente secreto descoberto sobre o pé de meia que foi parar no meio da rua?
Quer saber de uma coisa? Nem precisa se valer de um tiquinho de pena, porque essa situação não me fez perder os sono.
Continuo tirando a minha siesta com total tranquilidade!
( Quando descobrir do que se trata, vou contar aqui! )
rssss...Fiquei curiosa agora e gostei de ver as patas do cachorro se enfronhando da situação!
ResponderExcluirE a siesta? Não poso nem pensar em faze-la; Levanto como um limão:azeda, nem eu me aguento então! Melhor não!
beijos,boa noite!chica
Ana Paula, você é uma figura, kkk! Você está certa. O seu efeito siesta não deve ser incomodado. Nem interessa a nacionalidade dele, mas é a melhor horinha do dia, rs...rs.
ResponderExcluirQuanto à coleção de setinhas no chão, não se preocupe. Se for importante o homem uniformizado volta. Nem vou ficar curioso por saber de que se trata. O mais importante é o "cuxilar" (siesta made in Taubaté,kkk) gostoso da querida amiga.
Beijo
Manoel
Isso não é justo, fiquei curiosa e tenho que esperar também...
ResponderExcluirQuanto á siesta, tenho que discordar de você.
Sou de origem metade Espanhola e não sinto necessidade de siesta, nunca senti. Será que a outra metade, a Italiana, é mais esperta?
Pode ser.
Nunca parei para pensar. Só sei que em matéria de música, ganha a italiana. Em matéria de comida, idem.
Mas na hora da dança, ganha a espanhola. Adoro!
Aguardando noticias da seta.
beijos
Ana Paula, tudo bem?
ResponderExcluirVocê escreve de uma forma muito descontraída e criativa, adorei este texto! E com certeza não me deu vontade algum de tirar uma siesta quando estava lendo ele, muito fluente.
A ideia da claraboia foi ótima! :)
Beijos!
Conte sim, fiquei curiosa... rsrs
ResponderExcluirBeijocas
Mas como você é chic!! Tem claraboia na casa e pode curtir uma siesta (em espanhol). No Kinder Ovo não tem estas belezuras e é difícil arrumar tempo para "tirar uma pestana" depois do almoço.
ResponderExcluirOi Ana!!
ResponderExcluirMenina, agora eu fiquei curiosa. Kkkk
E o que teria sido o barulho? Qual será a ligação do barulho com a marcação na calçada? Como dizia dona Milú: mistééééério!!!
Kkkkkk
Beijos, linda!
Desejo um final de semana maravilhoso!!!
Selma
Esse negócio de origem é coisa de se escolher, já desconfiava, agora tenho certeza.
ResponderExcluirMinhas origens, de pai, mãe e tds os parentes de idade acima da minha é espanhola e eu tirando siesta é coisa rara, depois que levanto de manhã, pareço um móbile solto em um furacão. Gosto de dormir até tarde, de que descendência é isso?
Sem falar que detesto empanada, acho enlouquecedor ouvir e ver taconeados de sapateado e não gosto do tom Argentino de somos melhores dos espanholitos.
Tenho certeza de ser italiana, por falar alto, adorar massas e ter necessidade e gosto por "Dulce far niente" (a doçura de não fazer nada).
Além de falar cheia de gestos. Tenho tb um tiquinho de pimenta mexicana e drama em forma de gente.
Quanto as inscrições no chão eu imaginei mil coisas, podemos desenvolver teorias de decifragem ou quem sabe fazer um bilhete em um oficio e colocar no portão: Por favor, quem fez essa pintura, diga-nos o que significa.
Agradecemos e oferecemos um copo de suco como recompensa.
O cara de uniforme pode ter buzinado para avisar do feito de algum outro cara ou mocinha.
Ou ele mesmo após não ter sido atendido uma hora daquela, revoltado, as pessoas andas revoltadas com e sem uniformes, fez a sigla SN, que significaSE NÃO, a seta para o lado indicando a setona para dentro do portão, que quer dizer: ABRIR PARA EU ENTRAR (ou falar), no canto o que vai acontecer da próxima vez: VOU METER O PÉ NO PORTÃO
:)
Nossa,que coisa mais intrigante!Morri de rir com seu cachorro de origem espanhola tb!...rss...bjs,
ResponderExcluirMenina, tô curiosíssima!! rs
ResponderExcluirToda dona de casa deveria ter o direito a ter origem espanhola. rs
bjs e bom final de semana
Geeeeeeeeeente, pensa numa pessoa curiosa! Sou eu. Como assim rabiscaram uma coisa assim na porta de sua casa? Affff, espero que descubra logo e venha nos contar... rsrs. Quanto ao soninho básico posso garantir que não tenho origem espanhola, se durmo durante o dia fico péssima, mas confesso que queria... rsrs
ResponderExcluirBeijos e bom fim de semana!
Como boa escritora que é, deixou um "to be continued" para instigar os leitores.
ResponderExcluirMeu avô falecido era madrileño e quem me dera atualmente poder retornar as minhas "siestas". Tenho dormido o mínimo, porque sou insone e estudo em tempo integral, tá foda...
Abraço e bom fim de semana.
Hum Ana Paula, então agora entendo porque o espanhol leva muito a sério isto, eu penei para comer em algumas cidadezinhas da Espanha porque chegava bem na hora da bendita siesta.
ResponderExcluirMas, se fosse aqui no Rio uma coisa destas, deixaria a gente preocupado, este negócio de marcar no chão, na frente de uma casa particular, sei não, mas é esquisito.
Bem, espero que você fique de olho da próxima vez que aparecer outro cara de uniforme cinza e nada de cochilo viu, mesmo que a natureza castelã a tente. rsss
beijos cariocas
Gostaria muito de ter essa origem espanhola. Eu não consigo tirar uma
ResponderExcluirsiesta!
Bem que eu queria mas não posso!
Beijos
Amara
Kkkkkkk Você é muito engraçada Ana! Pé de pé de meia! srsrs
ResponderExcluirMas essa pintura é estranha mesmo viu, eu hein.
Adorei a tradução de Tina.
Conte depois viu, estamos aguardando.
Beijos e ótimo fim de semana!
Ana, suas histórias são tão interessantes e reais..acho que é algum órgão público ou vandalismo mesmo!!
ResponderExcluirAbraços.Sandra