Nas
grandes cidades, quando o olhar encontra uma paisagem onde pode se
alongar, onde há espaço para correr sem ter que se desviar, o
coração já avisa: pedaço assim de horizonte que faz correr os
olhos, não demora a surpreender com suas construções.
Os
mais antigos moradores dos arrebaldes já disseram ter visto menino
com bola de meia correndo descalço por aquele chão e o marcaram com
alegria de infância.
Os
poetas acreditam que essa mesma alegria pode se infiltrar pelas
paredes do arranha-céu ainda embrião que ali nascerá.
Os
filósofos me contaram que ali um casal começará a vida e terá
dois filhos. Um outro, depois de decorar os espaços e cantos e
quinas, verá que algo dentro deles ruiu. Um senhor ficará viúvo e
vai querer doar a sua cadelinha. Pelos últimos andares alguém que
celebrará a vida com música e vodca e vai incomodar com sua felicidade
barulhenta.
Eu?
Eu vou apenas olhar enquanto houver tempo para o meu olhar se
alongar.
Verdade mesmo. Moamos num 7º andar e a cada vez mais vemos prédios ao longe se erguerem e roubarem um pouco mais de nossa visão! beijos,chica, lindo dia!
ResponderExcluirMenina, pior que é verdade, cada canto do horizonte tem ganhado uma nova construção e aqueles que acharam que a vista seria eterna deveriam ter observado que havia espaço suficiente para levantarem novas vistas, limitando as dos que vieram antes. Pena!
ResponderExcluirBeijos!
Minha cidade está no meio das montanhas e os prédios foram subindo encosta acima. às vezes, pagam um preço alto por isto porque os desabamentos não são tão raros assim. Acho que gosto mais desta paisagem ao anoitecer porque as luzes das janelas e ruas vão formando colares de "pérolas iluminadas" e o sol se pondo fica muito bonito.
ResponderExcluirOlhe amiga, veja, repare e que qd não houver por onde seu olhar se alongar olhe para dentro de vc, nesse espaço infinito que abrigas.
ResponderExcluirAntes eu tinha uma bela vista da serra e minha rua era tranquila...
ResponderExcluirHoje a vista foi tirada pelos apartamentos e minha rua ficou movimentada...
Perdeu a essencia da calma, da tranquilidade, da natureza, de ver o sol nascer!
Bom final de semana!
Bjs
Ana Paula, eu ia dizer que a vida é assim mesmo, que o progresso interfere em nossa qualidade de vida...
ResponderExcluirDe repente leio o comentário genial da amiga Tina e fico com vergonha de comentar. Todos devemos praticar esse alongamento de olhar. Valeu e é lição de vida.
Beijo
Manoel
Bom dia Flor!
ResponderExcluirConcordo com a Tina!
Beijos!
Ana,
ResponderExcluirolharei com você!
Carol
Gostei da foto que vc escolheu, transmite a mesma sensação calma e alegre de alguem que pensa no passado que o seu texto passa. Falei que comprei o ebook do seu livro? só tenho que esperar meu irmao trazer o pendrive de volta rss.
ResponderExcluirSuper verdade... isso é tão triste!
ResponderExcluirEspero que tenhas um ótimo final de semana! :)
Lindas suas divagações Ana Paula!
ResponderExcluirDizem que para descansar bem a mente devemos olhar para bem longe, de preferência onde houver o verde.
Tô indo agora subir a serra de Petrópolis e procuro exercitar este pensamento quando estou no carro, gosto de olhar bem distante.
Tenha um ótimo final de semana com sua querida família!
um abraço, carioca
Gostei do texto e como expõe, para meu entendimento,a urbanização em todos os lados..procuro verde e não acho mais..Abraços.Sandra
ResponderExcluirAna, eu vejo encanto nas grandes cidades... Mais nem vou dizer, que a Tina, no comentário que deixou (05:37), já disse muito! (Muito obrigada pelo link que você me deixou. Adorei o texto! Obrigada por compartilhar.) Um belo final de semana pra você! Bjs.
ResponderExcluirQuerida ANa, saudades de prosear por aqui.
ResponderExcluirEsse é um conto que retrata a vida interiorana, onde posso afirma que vivemos na calmaria, em relação as metrópoles.
Beijo grande.
Um lindo e maravilhoso fim de semana.
Lorena Viana
Que triste isso, por este motivo que não vamos tão cedo embora da ilha, mas não quer dizer que já não a prédios por aqui, mas aranha céus acho difícil de existirem nesta cidade, ainda bem. Quando vamos a Belem é bem rápido, dois a três dias no máximo e já fico com saudades daqui.
ResponderExcluirBeijos.
hey, é isso... uma pena ne? tbm lembro, e nao sou tao "mais velha" assim, que havia mts meninos brincando na rua, e eu era um deles.
ResponderExcluirSabe, qd vi tua foto lembrei de como eu vejo o ceu aqui, na Alemanha, menina,ele é tao amplo, a gente vê o céu quase de um angulo de 180°, acho tao diferente
Que texto lindo Ana Paula.
ResponderExcluirVira e mexe eu escuto frases assim aqui por onde eu moro.
Nosso bairro era uma antiga fazenda e agora está crescendo rapidamente.
Meu avô e outras pessoas sempre dizem isso... "Ah, antigamente aquilo ali era só pasto".
Ainda vemos ou conhecemos alguem que viu os pastos... Virão aqueles que só conhecerão mesmo os edificios..
bjo
Texto poético que cabe na imagem! Só não te invejo, amiga, porque moro numa cidade privilegiada, escolhida pelo arquiteto que soube escolher a melhor moldura. Horizontes nos inspiram, não? Beijos!
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