segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Livros de ouvir

 Tenho um amigo que diz que, se a gente topar, esbarrar, encontrar, cruzar com alguma coisa, ou alguém, por três vezes seguidas, num curto espaço de tempo... Ah! Aí tem coisa! Ele passa a olhar com carinho essa "misteriosa" sequência de coincidências, sincronicidades.

Depois que eu ouvi essa declaração dele - meu amigo, por exemplo, escolhe suas leituras exatamente dessa forma: deu de cara por três vezes com um livro, pronto, tem que ler - eu passei a ficar atenta se isso me aconteceria. E não é que aconteceu?!

A primeira vez, quase passou despercebido. Eu estava pesquisando um livro, saber o preço, quantas páginas tinha, a editora, e foi quando me deparei com a palavra " audiolivro" ao lado de "capa comum".

Num segundo momento, eu estava lendo um livro e o narrador descrevia que estava num enorme congestionamento com o filho, que levaria em torno de umas 5 horas para chegar ao destino e assim resolveu colocar um audiolivro para ouvir com a criança. Nessa segunda vez, eu exclamei um "nossa!" de novo o tal do audiolivro.

A terceira vez, foi incrível. Uma matéria inteirinha sobre audiolivros!

A configuração estava formada - três vezes num curto espaço de tempo. Resolvi olhar melhor para isso e assim trago esse assunto aqui para o blog.

A primeira vez que eu soube dos livros de ouvir ocorreu quando fui na inauguração de uma biblioteca que trazia muitas novidades, tecnologias, interatividade e ali estava - poltronas confortáveis e grandes fones de ouvido, porém o uso era restrito a pessoas com deficiência visual.

Então me lembrei que eu já tinha conhecido o audiolivro na minha mais tenra infância! E sei que algumas pessoas aqui também conheceram a coleção "Disquinho".

Eu tinha apenas um: Os três porquinhos.

Uma época em que os vendedores batiam de porta em porta para oferecer o pequeno livro ilustrado acompanhado de um disco, um LP pequeno. E ali diante da também pequenina vitrola, uma portátil, eu ouvia entre o chiado da agulha, o coração acelerado de medo, a parte final - o urro do lobo mal que caía numa banheira de água fervente e saía correndo.

Pelo que li, entre os anos 80 e 90, houve tentativa de alavancar o formato dos livros em áudios, porém sem sucesso.

Agora entretanto, eles prometem vir com muita força! Muito disso tem a ver com o sucesso dos podcasts, os grandes deslocamentos nas cidades, a facilidade de ouvir pelo celular em qualquer lugar, o envelhecimento da população.

E para alavancar as vendas desse formato de leitura, as editoras estão apostando alto. Muitas montaram seus estúdios para gravação, outras contratam atores para ler o livro - há uma preferência pelo pessoal do teatro pois eles têm uma leitura mais enfática, pausada, respirada. Há autores dando voz à própria obra.

O ator Marcos Palmeira emprestou sua voz para Dom Casmurro; Aline Bei, escritora, narra suas próprias obras.

Embora eu tenha me deparado por três vezes com essa novidade repaginada das novelas acompanhadas pelo rádio, eu ainda não comprei nenhum audiolivro.

Estão surgindo várias plataformas oferencendo, como acontece com os filmes, você paga uma mensalidade e tem acesso a vários títulos, ou pode mesmo comprá-los individualmente.

UBook, Tocalivros, Storytel, Skeelo e Audible são algumas dessas plataformas que estão oferecendo catálogo em áudio.


Já teve até prêmio Grammy de melhor audiobook e foi para Viola Davis narrando sua própria biografia  "Em busca de mim".

Meu marido está com muita vontade de adquirir um livro de ouvir. Ele está pensando num dia frio e chuvoso para passar uma tarde inteira ouvindo um bom livro.

Estou com vontade de experimentar mas ainda não formei opinião sobre o " novo " formato. Será melhor para degustar com a entonação de uma voz aveludada? Vai pegar e se tornar a nova febre da moda? Vai ter gente ouvindo o áudio em velocidade aumentada para ir mais rápido?

Se eu ou marido passarmos pela experiência de ouvir um livro, venho aqui contar.

Mas enquanto não experimento a novidade, me conte você: já passou pela experiência de comprar um livro de ouvir? Já assinou alguma plataforma e está ouvindo vários livros em tardes abafadas e calorentas?!

Quem aí se animou com a "novidade"?




10 comentários:

  1. Ana Paula, como tu, minha única forma de contato com essa modalidade foi o DISQUINHO!
    Eram coloridos e tive vários.Boas lembranças,adorei!
    Pelo jeito, logo teu marido comprará um e assim virás contar! beijos, linda semana, chica

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  2. Olá, querida amiga Ana Paula!
    O Clube dos Autores já disponibiliza a modalidade e estou me inteirando melhor.
    Sempre recebo informações sobre.
    Na época dos disquinhos, os filhos se fartavam...
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos com carinho

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  3. Olá, Ana Paula.
    Creio que é uma boa experiência para quem gosta de ouvir, mas, penso mesmo que ficarei sempre com a versão do livro físico, que amo tê-lo na mão.
    Um bj. Obrigada pelo carinho na minha volta em 24...

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  4. Querida Ana Paula,
    São tantas as novidades que temos hoje em dia e com certeza o audiolivro é uma delas, muito em função do sucesso dos podcasts como você mesma citou. Tem pessoas que vão dizer que preferem o audiolivro por preguiça de lerem um livro escrito, mas acredito que seja apenas uma nova forma de ler um livro. O mais importante é curtir essa nova forma de leitura, me lembro que o jornalista Cid Moreira gravou salmos da bíblia em áudio, é uma questão de se acostumar com esse tipo de novidade. Se você ouvir um audiolivro venha nos contar como foi a experiência.
    Um beijo!

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  5. Oi, Ana
    Que legal e inspiradora a sua postagem! Adorei a parte sobre o ator Marcos Palmeira, que agora volta como protagonista da nova novela das 09:00, o Remake de Renascer, que estreou nessa semana.
    Eu já conhecia o audiolivro, conheci quase na mesma época em que conheci o e-livro, e audiolivro propriamente eu nunca li ainda, mas já li e acompanhei alguns anos atrás a leitura nesse formato do livro de Gênesis, da Bíblia, que no site oficial das Testemunhas de Jeová é disponibilizada em texto com alguns livros (não todos ainda, eu acho) em áudio para acompanhar a leitura do texto ou somente ouvir mesmo quem tem deficiência visual.
    Não sou da época da Coleção Disquinho, talvez os meus pais e/ou as minhas irmãs mais velhas sim, sejam, mas tenho pelo menos um livro aqui em casa assim, da história de um certo gato azul...

    Um abraço e votos de uma boa semana! 💐🎈

    ~Cartas da Gleize. 💌💕

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  6. Olá, Ana Paula, a sua postagem mostra-nos uma grande novidade, pelo menos para mim: Livro em áudio.
    Acho que vai pegar pois, além dos deficientes visuais, as pessoas acostumadas com novelas, também
    passarão para o livro.
    Votos de uma ótima semana,
    um abraço.

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  7. Oi, Ana, há tempos, haviam os disquinhos com histórias para crianças, o tal do Chapeuzinho
    Vermelho e o Lobo Mau e tantas outras, talvez volte alguma coisa, e será a maior novidade, bem que poderia!
    Quanto a mim, prefiro pegar o livro, folhar...ler, refletir no momento...
    Porém, será muito bom, servirá para quem não tem visão boa, acho que será maravilhoso!
    Uma boa semana, beijinhos, Ana Paula.

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  8. Essas situações fazem parte da Lei das Séries.

    Como, por exemplo, estamos muitissimo tempo sem ver uma pessoa e , de repente, vemo-la umas quantas vezes seguidas.

    Deixo meus parabéns pelo aniversário do blogue e voto de feliz 2024.

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  9. O audiolivro tem seu público, certamente, principalmente para as pessoas com dificuldades para ler. Para mim, acredito, não seria interessante, e falo isso sem nunca ter 'ouvido um livro". Os disquinhos de histórias sim, ouvi muitos, dezenas deles, e eu era doido por eles, isso lá com os 9 - 10 anos (já faz tempo...!!). Sem dúvida, me ajudaram a alimentar minha imaginação. Agora, em um engarrafamento, eu preferiria ouvir música do que um livro.

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  10. Eu tenho curiosidade de escutar um audiolivro.
    Tem também os podcast né?
    Beijos! :)

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