terça-feira, 3 de janeiro de 2023

eu, semivelha

 Queria mesmo ter escrito "eu, velha", mas já antevejo, já ouço antecipadamente falas carinhosas: não, imagina, você velha? que isso? tantos anos ainda pela frente; ah, vá, uma menina ainda.

Eu mesma teria dito todas essas frases a uma querida minha que ousasse mencionar esse outono da vida se aproximando. Acho mesmo que é um carinho, um afago.

Para evitar questionamentos, vou me valer desse adjetivo que colhi num livro ( aliás, ótimo livro que abordarei aqui em breve ) - semivelha. Eu semivelha.

É interessante notar que eu não me sentia semivelha aos 50. Agora, porém, aos cinquenta e um e meio, já me sinto.

A data exata em que deixei de usar o banquinho feito cume de montanha, não me recordo. Mas era assim: precisava alcançar algum utensílio na parte mais alta de um armário, banquinho. Limpar os vidros das janelas, banquinho.

Havia sim uma escada portátil com travas seguras, mas esta ficava mesmo para escaladas altíssimas - a troca de uma lâmpada. Para todo o resto, o banquinho.

Em dado momento, sem aviso nenhum o banquinho me recusou, ou talvez tenha sido meu joelho que entre um dobra e impulsiona, recusou-se a ir. Cabe-me bem o adjetivo agora de semivelha.

Mocinha, já não sou. Quarentona? Coisa do passado. O tal do semi, sério, caiu-me bem, muito bem.

Não vou me restringir ao episódio do banquinho, não. Há outros sinais, vários aliás.

Tenho me interessado por livros sobre envelhecer, séries e filmes sobre o envelhecimento, os perfis que sigo no instragram tratam do assunto longevidade, viver melhor na velhice... E ainda me peguei escrevendo uma carta onde aconselhava uma jovem de quarenta anos a começar a se informar sobre menopausa.

Não fica dúvidas. Os sinais falam por si.

Eu que já escrevi tanto sobre os meus fofos filhos quando eram pequeninos, agora quase não tenho muito assunto sobre eles, o primogênito prestes a completar 20 anos e a caçula prestando seus vestibulares.

Acho realmente que vocês terão que me aguentar com meus assuntos de semivelhice.

Afinal, esse blog completará 12 anos no próximo dia 09 de janeiro!

Tem coisa melhor que avançar no tempo, com uma dúzia de anos de um blog?! Isso é estar vivo minha gente!

E eu adoro viver!!!

4 comentários:

  1. Que legal ,Ana e tive que rir...
    Se tu és semivelha, eu com 74, já estou no ferro velho,rs...Sou sucata!!!
    O tal do banquinho Nem vou falar!!!AFFF...Ele me chama, pois a preguiça de buscar uma escadinha em outra peça, tantas vezes é muito maior do que meu bom senso !!!

    Que bom que esse lindo blog está quase fazendo 12 anos! Tantos escritos lindos, quantas fotos, reflexões legais ele guarda! Bom mesmo é saber que estamos juntas desde o início e tomara eu possa te acompanhar muito, muiiiiiito tempo! beijos pra ti e as crianças que acompanhamos e estão envolvidos pela vida já! chica

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  2. Vim aqui só pra rir da tua semivelhice! hehehehe Concordo com a Chica. Se o banquinho está ali ao lado e só temos 1,58cm, que é o meu caso, ou subimos nele ou calçamos uma sandália alta que deve andar solta pela área de serviço, de quando fomos ao cinema no dia anterior. hehehe Quanto ao niver do teu blog, em Junho do ano passado fiz 12 anos do meu e nem me lembrei, porque o havia "abandonado" à própria sorte". Somos resilientes, cara Ana Paula, mas não deixaremos de escrever porque o que anda por aí e chamam de blogueira, valha-me Deus!!! Beijinhos pitangueiros!

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  3. Feliz 2023, querida amiga Ana Paula!
    Está velhinha nada... De 50 para 70 falta muito a percorrer... Vai com calma! A estrada é longa.
    Parabéns pelos 12 anos do blog e voltarei a comemorar no dia...
    Deus meninos cresceram rápido e você com eles...
    Tenha dias inaugurais abençoados!
    Beijinhos

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  4. O passar dos anos as vezes surpreende, eu que contei anos para chegar aos 30 me pego absurdada com a proximidade dos 40! Já não sou mais jovem adulta! Eu gostei do adjetivo semivelha, sempre ouvi de minha família que "velha é a estrada" e sou daquele tipo de pessoa que quando ouve alguém de 50 se chamar de velha retruco. esse adjetivo é uma resposta para gente como eu que tem receio de aceitar que as pessoas que admiro envelhecem, talvez pq o envelhecimento esteja perto da ideia da morte... faz lembra das aulas sobre o ciclo da vida onde a professora dizia: "os seres vivos nascem, crescem, reproduzem, envelhecem e morrem.".

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