domingo, 12 de maio de 2019

A doçura das mães

É final de domingo, dia das mães, e eu queria muito escrever algo aqui no blog. Durante o dia, chegaram-me mensagens de pessoas queridas, olhei um pouco as redes sociais inundadas desse carinho lindo para com as mães. Tudo já foi escrito, pensei. E talvez já tenha mesmo e isso é tão bom!
Então, lembrei-me de algumas coisas que queria escrever já faz algum tempo.

Uma fotografia:


A data em que foi tirada esta fotografia foi dia 11 de fevereiro de 2015.
É um quadro e me lembro exatamente do que senti ao me deparar com ele: uma simplicidade, uma ternura; eu realmente enxerguei ali, não a santidade que talvez fosse a expressão maior da pintura. Mas enxerguei uma maternidade tão delicada, tão presente.

Aproximei o máximo que pude o celular da tela para fotografá-la e tentar capturar algum detalhe.

Eu mantive durante todos esses anos a fotografia em meu celular pelo encanto que ela me proporciona toda vez que a admiro.

Há presença ali. Há uma mãe, com feição cansada, mas inteiramente presente ao segurar o seu bebê e ele, o bebê completamente aconchegado nesse colo de amor.

Lembro de quando eu olhava para o quadro e pensava na mãe cansada, porém serena, livre para ser mãe e confrontava o pensamento com o que estamos a viver hoje nas grandes cidades especialmente:
mães que não estão presentes porque é preciso dividir a atenção com tantas outras demandas, incluindo o celular ( sim, vejo muitas mães empurrando carrinhos de bebê com uma mão e a outra grudada no celular ), uma presença fragmentada.
Muitas mães seguindo regras tão rígidas, tão desnecessárias - não pegar o bebê no colo para ele não se acostumar...

Há tantas imposições para as mães... que pode nos faltar coragem para seguir o nosso coração.

E a ternura da pintura lembrou-me também de um texto que li há muitos anos que falava da simplicidade das pessoas que viviam na área rural do Vietnã. Essas pessoas não entendiam quando se dizia "uma mãe é um tesouro".
No Vietnã, as pessoas do campo comparam suas mães às melhores qualidades de banana ou mel, arroz-doce ou cana-de-açúcar.
"Para mim, mãe é como uma banana ba huong da melhor qualidade, como neo mot, o melhor arroz-doce e como mia laua, a mais doce cana-de-açúcar.

Ter a delicadeza e simplicidade de uma mãe, não é sobre falar baixinho e ter gestos comedidos. Eu não falo baixo, nem tampouco tenho delicadezas nos gestos!
Mas são tantos rótulos e exigências que a sociedade quer que sigamos para criar filhos dessa maneira que é a melhor, ou a outra que tanta gente seguindo e fazendo no instagram...

O amor é tão simples como apenas um colo de mãe que pode ser silêncio e calor que acolhe e serena o coração.

À todas as mães, às avós, às filhas e filhos de mães que estão aqui e também daquelas que já se foram mas que sempre estarão em nós - que a gente nunca deixe de oferecer e sentir um abraço demorado.
Feliz Dia das Mães.