sexta-feira, 31 de julho de 2015

Livro de colorir da Natureza

Livro de colorir da Natureza.
Já vem pronto.
É para apreciar
Inspirar
Aos pulmões e coração 
Quem sabe, acreditar
e sorrir com o olhar.




quarta-feira, 29 de julho de 2015

Precioso presente

"Mãe, qual foi o presente mais precioso que eu já ganhei?"
A pergunta me fora feita por meu filho Bernardo, que tratou de explicar seu intuito: era uma pergunta absolutamente capitalista, então, eu que não viesse com respostas abstratas como "sua vida é seu bem mais precioso".
Seria essa mesma a resposta, o menino já sabia!
Mas, em se tratando de coisas materiais e mensuráveis, dei-lhe a resposta de imediato.
"Dez reais".

Protestos e muitos. Dez reais, que falácia!
Saiu-se com a bicicleta, o tablet, a estimativa de todos os livros juntos ao decorrer de uma dúzia de anos vividos.
Dez reais, eu afirmei, foi seu presente mais precioso.
Um riso irritado e o pedido de "deixa de zoeira, mãe".
Dez reais.

Você foi, como todos os bebês o são, um bebê fofo.
Olhos vivazes, sorriso fácil, encantamento em todo seu pequeno corpinho.
Eu, que não dirijo, saía com você amarrado a meu corpo, no indumento, que à época, chamavam bebê-canguru.
Numa dessas saídas, fui abordada por um mendigo. Clássico. Várias camadas de roupas que não se importavam  com o verão gritante; paletó por cima de tudo; cabelos e barba desgrenhados, sujeira cada milímetro de sua pele e odor ruim.
Claro que tive a certeza de que me pediria dinheiro.
E foi onde me enganei.
O mendigo se encantou com o bebê. Aproximou-se, falou palavras carinhosas numa doce voz, pediu-me se poderia tocá-lo. Eu assenti. Ele acariciou sua cabecinha e seu rosto. Abençoou-o, desejou tudo de melhor e por fim tirou de um dos bolsos do paletó uma nota de dez reais e entregou-me para que eu lhe comprasse um presente.

Do riso irritadiço que achava que eu estava de zoeira, meu filho não controlou as lágrimas que lhe brotaram nos olhos e falou alto com voz embargada: "aonde você estiver mendigo querido, que tenha uma vida digna, comida, roupas, banho".
Abraçou-me e agradeceu por saber de seu presente mais precioso.


sábado, 18 de julho de 2015

Renascendo das cinzas

Oi pessoal! Sou o Donisete, marido da Ana Paula. E hoje eu que vou escrever aqui. Espero que gostem.
Saí de férias, eu e as crianças. Desta vez com uma missão diferente: tirar o luto e fazer a vida voltar à normalidade. 
Desde o falecimento do Seu Antônio, meu pai, em fevereiro deste ano, dona Sebastiana, minha mãe, relutava em voltar para a sua moradia.
Creio eu que ela tinha até razão, a começar pela cor da casa que parecia um túmulo!
Vejam só:


Então comecei pela pintura.
Foram dias intensos de muito trabalho, mas de muita alegria pois, Sebastiana já havia se comprometido a voltar para o velho lar.
E vejam como ficou:


Infelizmente, não tirei todas as fotos para mostrar como ficou todo o serviço após concluído.
Iluminamos o terreiro, reformamos todo o pomar, inclusive acrescentando diversas qualidades de mudas como laranja, mexerica, lichia, carambola, atemoia, fruta-pão, cabeludinha, amora, embora já tivesse uma boa quantidade de pés.
Os passarinhos agradecem! E nós também!
Fizemos também a limpeza do bananal; limpamos as margens do açude.
Neste período nasceram alguns pintinhos que são presa fácil para o gavião, mas assim é a cadeia da vida.
Júlia e Bernardo, por incrível que pareça, esqueceram que existia o tais eletrônicos. Parece que a mãe ficou para o segundo plano!
Era acordar bem cedo, brincar o dia inteiro, subir em árvore, jogar bola, pescar, brincar de esconde-esconde, além de comer muito. Ficavam tão cansados ao final do dia que até relutavam em tomar banho! Sete horas já queriam estar na cama.
Nem esperava a janta que eu mesmo fazia no fogão a lenha. Sei cozinhar também!



Aos poucos, a alegria e a vontade de viver de Sebastiana foi voltando e com ela toda a família começou a tocar a vida novamente.
Ana Paula tirou férias também. Ficou em casa descansando e fazendo suas coisinhas.
Tenho várias histórias das férias que espero em breve poder compartilhar com vocês.
Espero que gostem. É apenas um relato de umas férias na fazenda em Minas Gerais.
Abraços a todos.






quarta-feira, 15 de julho de 2015

Solidariedade na rede

A Bia do blog Revolta e Romance fez uma postagem semana passada sobre os compartilhamentos na rede. Uma reflexão interessantíssima ela nos trouxe e que foi complementada com os comentários.
E eu quero estender o assunto por aqui.
O que nos faz compartilhar? O que nos faz apoiar uma causa e participar ativamente dela?
O que vemos na rede e que a Bia tão bem colocou é que há uma banalização do curtir e compartilhar. Deixa-se de usar o filtro da reflexão e vai na onda.
Certa vez assisti a uma entrevista, e infelizmente não guardei o nome do entrevistado e nem de sua Ong, que realiza um trabalho no sentido de ajudar a pessoa a descobrir uma causa. Ficou claro ali, que o trabalho dele envolvia pessoas, física ou jurídica, que queriam apoiar com um bom aporte financeiro e para isso precisava encontrar também, além da causa, a credibilidade da instituição que ele apoiaria. Porque com tanta corrupção, até essa ajuda ficou comprometida em termos de confiabilidade...
Acho legal na rede, e os blogs fazem parte mesmo que não pareça (!), a divulgação de projetos, necessidades, causas. Só que sair apoiando tudo e não ter atitude é o que banaliza.
Segundo aquele especialista, as pessoas vão apoiar uma causa, um projeto que tenha algo a ver com a própria vida dela. Por exemplo, se é alguém que gosta de velejar, de mar, fica mais fácil para essa pessoa apoiar causas para salvar baleias, tartarugas marinhas, combater o lixo dos oceanos.
Já alguém que tenha passe o atenha próximo pessoas com deficiência tende a apoiar em prol dessa causa.
E temos ainda um outro problema que é de nossa cultura, claro aliado à crise, à falta de credibilidade aos nossos governantes, aos altos impostos pagos e mal usados, enfim, não temos a cultura de doação comprometida. Doamos quando podemos, doamos, em casos materiais, o que não nos serve mais, o que já é bom e é um começo, mas acredito que podemos melhorar nisso.
Ensinar as gerações mais jovens, nossas crianças e adolescentes, já seria um passo.
Ouvimos a todo tempo: "eles já nascem sabendo tudo de tecnologias; parece que têm um chip; já nasceram conectados". O que é verdade, porém falta acrescentar a toda essa facilidade, polidez, questionamentos, aprofundamentos.
O potencial da web é incrível e tanto se poderia fazer através dessa maravilhosa ferramenta.
E você, o que pensa a respeito?
Não deixe de ler o post da Bia e da sua opinião para que a partilha seja ainda maior!

sábado, 11 de julho de 2015

Cafuné


Escolhi a palavra cafuné para participar da interação proposta pelo blog da Emily e da Tina.
Dizem que cafuné é ainda mais difícil de se traduzir do que a palavra saudade!
A palavra cafuné vem do quimbanda, língua de Angola, da região de Luanda e faz referência aos estalidos produzidos pelas unhas do polegar e indicador, ou do anelar, enquanto se acaricia o cabelo, numa delicadíssima cerimônia de apaziguamento e relaxamento espiritual.
Cafuné de mãe, de pai, de namorados, apaixonados, casados, cafuné no bichinho de estimação. Quem não gosta?!
E para finalizar, um cafuné literário:


Jorge Amado e sua amada!


sexta-feira, 10 de julho de 2015

Matemática e poesia

A escola de meu filho fez um projeto muito interessante nesse semestre. Além dos clássicos da literatura que leram, foi acrescentado livros "da moda,  populares especialmente entre os jovens, o que eles adoraram, e ali foi adicionado uma boa pitada de matemática e geometria, tudo trabalhado em separado e depois tudo juntado. E aqui o resultado em fotos!


















quarta-feira, 8 de julho de 2015

Gentileza para inspirar


Assisti a um programa com a cantora e compositora Leila Pinheiro, que, ao falar de seu novo trabalho  , pediu uma licença para a apresentadora porque a música que ela cantaria a seguir tinha uma pequena história. E contou que estavam num camarim para participação num show, ela, Marisa Monte e Adriana Calcanhoto e a Adriana não estava bem. Momentos difíceis, um dia difícil, enfim, desabafou. Marisa, tirou de um arranjo que usava em seu cabelo, uma flor e a colocou na lapela de Adriana.
Leila achou a atitude de uma gentileza tão bela que escreveu, compôs uma música.
Ela foi inspirada por um ato de gentileza.

Essa semana eu recebi uma gentileza igualmente bela em meu blog: uma pessoa passou por potagens bem antigas e deixou comentários em todas elas! Encheu-me de alegria!
Fiquei pensando nas pequenas e belas gentilezas que podemos fazer nos blogs. Há blogueiras (os) que estão quietinhos, escondidos e talvez uma flor na lapela, um comentário gentil possa inspirá-lo.
Claro que temos que respeitar os que optaram por não mais blogar. Outros, se não se inspirarem a voltar a escrever, poderão simplesmente  sentir esse carinho.
Pense então em alguém da blogosfera que você tem sentido falta, vá lá e leve a sua flor, ou melhor, seu comentário.
Uma gentileza pode não curar, porém pode iluminar!


terça-feira, 7 de julho de 2015

Giz


Dizem que, uma grande rede de café com lojas espalhadas mundo afora, tem um ingrediente que guarda um segredo do seu sucesso: no interior das lojas, sempre há uma lousa, das antigas, verde-escuro ou negro seu fundo com escritos em giz. O segredo seria remeter os clientes a uma lembrança, memória agradável da infância - a escola e a lousa.
Bem, pelo menos para os mais velhos!
Porque há escolas que já nasceram no quadro branco e canetão para escrever.



Mas, para quem se lembra, o giz, a lousa exercem mesmo um fascínio gostoso.
Eu me lembro de quando a professora atrasava e havia uns pedacinhos de giz por ali. Que algazarra colorida ou somente branca mesmo!
E quando a professora pedia para um de nós apagar a lousa?
Ah, devia ter o mesmo efeito de uma barra de chocolate!
Era inebriante. Quando era a minha vez, eu me demorava e voltava ao mesmo lugar várias vezes.

Há um trecho no livro A mala de Hana, do qual postei aqui, que nos faz perceber essa mágica sensação de uma lousa e um giz:

"Todas as manhãs, Hana encontrava-se com sua professora na mesa da sala de jantar. Ela era uma mulher bondosa e fazia o possível para encorajar Hana com a leitura, a redação e as contas. 
Ela levava uma pequena lousa, que ficava apoiada numa cadeira. De vez em quando, deixava Hana escrever com giz na lousa e limpar o apagado nos arbustos".

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Deixe espaço



"Não preenchas todo o espaço com verduras comestíveis, mas deixa livre uma parte da terra para que cresçam ervas espontâneas que, no devido momento, produzirão as irmãs flores".

recomendação de Francisco de Assis ao frade hortelão

sábado, 4 de julho de 2015

Leite em saquinho


Leite em saquinho é a saudade que penduro no varal!
Ainda existe sim; olha esse aí da foto: está fresquinho!
Minha saudade do leite em saquinho vem lá da minha infância.
Havia um tempo, um tempo de relógio, em que era possível ir todos os dias até a venda ou padaria e comprar pãozinho e um litro de leite.
Tarefa essa que eu, assim como as crianças do bairro, podiam fazer sozinhas.
O leite a gente trazia "carregado pela orelha" a balançar pelo caminho. A depender da situação financeira do momento era leite A, B ou C. Conforme o preço aumentava, a mãe mandava ser B ou C. Repentinamente voltava-se para o anterior.
Lembro do dia em que uma vizinha bateu palma e eu fui com a mãe atender. A vizinha pediu pra mãe lavar e guardar os saquinhos de leite que ela recolheria para levar para o hospital do fogo selvagem. E enfatizou que os lençóis eram feitos com o saquinho, porque a doença não permitia lençol de tecido.
Durante anos a mãe contribuiu com nossos saquinhos e eu segui com uma curiosidade sem fim sobre o que seria a tal doença. Um dia pesquisei na Barsa da vizinha.
Dia de domingo, quando vinha visita, a mãe mandava buscar dois litros e o jeito era levar a sacola de lona verde. E depois o leite fervia, a conversa na cozinha esquentava e era uma alegria!
E aí, quem já segurou a orelha do leite?!
Ah que saudade!

* A próxima, 01 de agosto, vamos pendurar uma receita no varal! Vale de óculos, de crochê, tricô, ou aquela receita especial que você sabe fazer e vai deixar todo mundo com água na boca! Em agosto, uma receita a gosto!

Pendurou no varal as suas saudades:












quarta-feira, 1 de julho de 2015

Infância no olhar

Se você tiver 10 min disponíveis, continue lendo.
Se não tiver, vá fazer suas outras visitas e volte depois trazendo consigo esses 10 min!

Julho chega. A gente se espanta: metade do ano! Metade o quê? Já é mês 07 e os panetones já devem estar empacotados.
Não entre nessa sintonia. Julho bem começou e está inteirinho aí.
Ainda há muita poesia para fazer e ler e enxergar!

José Eduardo Agualusa, escritor angolano escreveu: "Infelizmente, o que a generalidade dos sistemas de ensino faz é tirar a poesia de dentro das crianças. Crescer é assim, perder a poesia. Talvez por isso temos a tendência a adoecer à medida que nos afastamos da infância - e da poesia".

Um vídeo inspirador: a infância não está lá, somente nos sete anos. Ele pode estar no teu olhar aos trinta, aos setenta.



Clique aqui para assistir Lila.