sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Blogs e leituras

Amigos blogueiros, obrigada pela tua presença aqui em meu blog!
É carnaval, e embora eu tenha pendurado as sandálias prateadas há quatro décadas... vide abaixo:



Estarei com dificuldades para usar o computador. Filho terá aulas neste carnaval, é isso mesmo o que você leu, e precisará do mesmo.
Fiz então uma prática que não é usual por aqui e sei que muitos blogueiros não gostam. Deixo três postagens para leitura e interação. Nesta daqui não haverá comentários.
Meu convite é que você vá e volte!
Tem postagens sobre:

meu encontro com uma amiga blogueria - aqui em conexão abraço

Um certo passarinho que me visitou - aqui em eu vi o passarinho verde

Memórias sobre material escolar - aqui em sobre etiquetas e plásticos para encapar

Aproveitarei esses dias para visitar e me atualizar nos blogues. Relevem os erros nos comentários pois estarei usando teclado de celular que são completamente inadequados aos  meus polegares.

Aproveitem a folia ou o descanso!

Sobre etiquetas e plásticos para encapar

Ou memórias afetivas dos tempos de escola.

A arrumação de armários, gavetas, escrivaninhas, deveria ter sido feita no final do ano.
Quando os novos livros escolares de 2017 chegaram, não houve jeito; houve corre-corre para abrir espaço e acomodar tudo aquilo.
Tarefa cumprida, livros, objetos acomodados, outros doados, reciclados, pude então olhar uns poucos itens que eu separei rapidamente e voltar a eles com ternura.

Um rolo de plástico transparente para encapar
Três etiquetas sem uso - bordas e linhas vermelhas
Uma etiqueta artesanal

Segurei firme diante dos olhos a etiqueta artesanal. Esta aqui:


A primeira escola, o primeiro caderno de meu filho. Ele tinha três anos de idade.
A memória, que muitas vezes tem vida própria, conduziu-me direto para a minha escola, minha lista de material, a professora Sônia da primeira série, a cartilha de alfabetização.
Os cadernos de brochura que a mãe cuidadosamente encapava com plástico xadrez e depois colocada a etiqueta de bordas e linhas vermelhas já com meu nome e o da professora escritos.  Para cada ano escolar, uma cor era designada. Xadrez amarelo era o nosso. Mas claro, o vermelho, do segundo ano, parecia-nos muito melhor.
Foi quando passei para o importante ginásio, quinta série, é que soube de um tal papel contact.
Nossa, o livro da amiga era uma perfeição envolto rigorosamente naquela novidade.
O pai achou caro mas mesmo assim comprou.
Pedimos explicação para a vendedora que resumidamente mostrou-nos a parte a ser puxada.
Papai puxou tudo de uma vez e mergulhou o livro ali com tudo. Bah... uma porção de bolhas de ar que foram resolvidas na ponta da agulha e meu livro não ficou como o da amiga. Parecia mais um ralador de queijo.
Aperfeiçoamos a técnica e a melhor delas se valia de uma régua que pressionava e deslizava, mas tudo, claro, feito a quatro mãos.

Já moça e saída dos bancos escolares, conheci certa vez uma pequena papelaria que oferecia um serviço exclusivo: toda a lista de material devidamente encapada e etiquetada com letra bonita. Para os cadernos, tecido seguido de plástico transparente.
Sucesso absoluto.
Desejei fazer aquilo para meus filhos, se um dia os tivesse.

Então quando eu estava com a lista escolar de meu filho em mãos, eu não tinha tempo, talento, habilidade. Entre uma criança pequena e um bebê sendo amamentado, tudo o que consegui foi fazer essa pequena etiqueta, que parece ter compensado todo o resto que eu não fiz no material dele!

As coisas foram acontecendo assim, meio que sem a gente perceber. Num ano encapávamos tudo, no seguinte só alguns e agora me dou conta que há etiquetas sobrando por aqui, ainda há um rolo de plástico transparente e a pequena etiqueta feita com tanto esmero, resiste.

"Mãe, ninguém mais encapa livro...
"Imagina colocar etiqueta, haha que mico"


Às vezes, a maneira da gente se dar conta de que eles crescem, nem é pelo tamanho do pé, calças que encurtam, mas esses pequenos detalhes que transbordam recordações.




Eu vi o passarinho verde!

Um passarinho me contou que, há um passarinho verde voando por aí e, repentinamente ele pousa fazendo surpresa!

Ah! Que eu fiquei a desejar que ele pousasse aqui na minha varanda.
E sabe o que eu fiz?
Ninhos, ninhos fofinhos a esperá-lo! Quem sabe ele vendo assim um ninho bem ajeitadinho, ele não pousaria por cá?!






E funcionou!!! O passarinho verde por cá pousou!
Chegou já no anoitecer. Veio, todo faceiro, dentro desta caixinha





Passarinho verde ou "Por onde voas, Passarinho?" é uma iniciativa da Calu do blog fractais de calu, com a nobre intenção de voltarmos a ter interação entre os blogs que andam tão paradinhos...
E eu quero dizer que assim que o passarinho chegou e comecei a pensar no que poderia escrever nesse diário do voo dele, lembrei-me da expressão - viu passarinho verde hoje?!
Acho que todos nós ou já ouvimos ou já falamos esta frase que sai com sonoridade marota, um leve toque de segundas intenções relacionado ao estar apaixonado.
Precisamos ver o passarinho verde em nossos blogs. Precisamos nos apaixonar novamente pelos nossos blogs, pela arte de blogar. Ainda que o tempo esteja reduzido, ou dividido com outras redes. Ainda que recebamos somente um ou dois comentários, temos que trazer a sensação do passarinho verde!

Então, apaixone-se pelo seu blog, não desista dele.
Isso é o que registro no diário de viagem desse querido passarinho.

Passarinho verde pede para avisar que devido à cansativa viagem que fez, vai ficar por aqui uns dias e alça voo depois do carnaval. Para onde será que voará?!










Conexão abraço


No lugar desta foto deveria haver uma selfie nossa. Até fizemos, mas vou confessar, acho que não somos suficientemente boas em selfies!
Boa mesmo foi a nossa conversa, o nosso encontro. Duas blogueiras, duas amigas virtuais que tanto desejaram, e um dia o abraço se concretizou!
Marcamos um café e simplesmente perdemos a noção do tempo. Foi uma tarde inteira maravilhosa!
A Grazi veio lá do Paraná; eu, do interior de São Paulo e nos encontramos na capital paulistana.
O blog dela tem mais de dez anos. Rimos ao lembrar que é do tempo da internet discada! Eu conheci seu blog bem depois, mas gostei tanto que fui lendo feito um livro. E ela me conhecia, conhecia meus filhos pelo que eu escrevia deles no blog e assim a conversa fluiu com tanta naturalidade, com tanta intimidade, com aquele desejo de "queremos mais".
Rimos, choramos, nos emocionamos.
Falamos de assuntos, de emoções, dos nossos filhos, de nós mesmas e até de escritos nas entrelinhas.
Falamos dos blogs. Foi inevitável a pergunta: e os blogs, andam tão parados, parece que muitos estão deixando de blogar, e agora?
E foi nessa conversa franca que a Grazi me fez ver a importância, a leveza que os blogs podem trazer.

Há redes sociais ( leia-se facebook ) onde impera o ódio, explícito ou mascarado, por tudo, pela política especialmente. 
O instagram é prático, rápido, mas textos por lá são raros os que leem. Afinal foi feito para fotos e legendas curtas.
O noticiário é e sempre será pesado, taciturno. Tragédias vendem mais.
Então os blogs podem ser a leveza, delicadeza, o ouvir que procuramos.
Percebi tudo isso na nossa conversa. Mesmo que por vezes eu fique distante, não poste com a frequência que gostaria, esse é um cantinho especial.
Gratidão Grazi, pela sua companhia, pelo seu abraço, por me fazer ver que podemos usar a internet, os blogs como uma ferramenta de união, de transbordar coisas boas!
E vamos treinar nas selfies porque quem sabe, dia desses qualquer, a gente marca um café, uma pizza, um outro abraço!


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Comi a gentileza

Gentileza é daquelas palavras boas que deveriam ser escritas como se fosse uma boquinha sorrindo :)
O que muita gente fazia antes quietinho, no anonimato, em tempos de web ficou ainda melhor porque é um fazendo e incentivando e vamos sendo contagiados em espalhar gentilezas.
Isso é maravilhoso!
A gente vai de bom dia sorridente ao porteiro, ao professor ao desconhecido na rua.
A gente carrega sacola pesada para a senhorinha.
Ajuda a mãe a acudir um esfolado no joelho de criança.
E, de repente, é a gente mesmo que está recebendo as gentilezas espalhadas de volta!

Foi assim que o interfone tocou por aqui. Desliguei o fogo da panela e atendi.
"Oi, aqui é a Sabrina mãe do Caio eu queria falar com a Ana Paula mãe do Bernardo.
Oi, sou eu.
Então... sabe, o Caio...
Ah claro, aceito sim. Nossa que coisa boa! Muito obrigada mesmo!"

Sabrina perguntou se eu aceitaria uniforme escolar que não servia mais no filho dela para os meus. Claro que aceitei e também disse que viriam uns livros de leitura dos anos anteriores do filho e poderiam ser usados pela Júlia. Melhor impossível!
Eu sinto falta dessa rede de passa e repassa entre primos, irmãos mais velhos para os mais novos, vizinhos, enfim, a Sabrina trouxe a alegria dessa rede!

Não demorou muito e duas sacolas imensas estavam aqui no meio da sala.
Tinha muito mais do que ela havia dito. Muitos livros infantis, juvenis, os uniformes. Quanta gentileza que ela nos fez feliz!

Voltei à minha panela, que eu havia desligado o fogo quando o interfone tocou e por sorte já estava pronto meu arroz-doce. Remexi e ao desprender aquele gostoso aroma, ocorreu-me a ideia: vou retribuir a gentileza levando arroz-doce para a Sabrina!



Não se iludam, vamos à realidade: eu não sou essa pessoa linda cheia de potinhos fofos.
Por acaso eu tinha guardado um potinho que comprei com cogumelos. Por acaso eu tinha comprado um potão de doce de nata suíça que custa tão caro que eles puseram um chapeuzinho xadrez para amenizar a coisa.
Então o que eu fiz foi somente ferver o potinho, arrancar a touca do potão, pegar um papelzinho recortado pela filha e escrever, porque adoro escrever cardamomo: Arroz-doce perfumado com cardamomo!

Chamei a minha filha e descemos para o apartamento da Sabrina. Ninguém atendeu.
Achei melhor assim, pois o arroz-doce ainda estava quente e eu, não sei ela, mas eu prefiro geladinho.
Pus na geladeira.
Dia seguinte, pela desci, bati novamente na porta dela. Em vão.
Tirei a touca e o papel e pus na geladeira de volta.
Tentei de tarde. Nada.
Perguntei para a filha que estava apressada já na porta do elevador como eu fazia para interfonar para lá, cada torre tem um número na frente, uma confusão, enfim.

Ao cair da tarde, já quase noitinha, interfonei.
Foi uma mulher que atendeu e ficou com voz estranha. Ela me disse que a Sabrina não estava ( ou foi isso que eu ouvi ) e eu pedi-lhe um favor - deixaria o pote com ela e ela entregaria para a Sabrina. Com uma voz enfraquecida ela concordou.

Desci lá com o pote de touca, toquei e nada.
Subi e contei para a filha a minha estranheza.

"Poxa, tá estranho isso, eu interfonei quem atendeu foi uma tal de Adriana e eu pedi o favor de...

Mãe do céu que número você ligou?
Que mico mãe. Você ligou pro apartamento errado. Você falou com a mãe da Marianinha. E agora, elas me conhecem, elas vão achar estranho toda essa história de potinho...

Calma, calma, eu não disse meu nome, muito menos o seu. Quer que eu arrume essa situação? A gente vai lá no apartamento da Marianinha pede desculpa pra mãe dela, diz que eu me confundi e damos o arroz-doce pra ela; a mãe dela me pareceu fraquinha...

Nem pensar, que vergonha, que mico."

Fiquei triste segurando minha gentileza na mão.
Gentileza na geladeira por mais de três dias não é bom.
Tirei a touca, abri o pote e comi a gentileza.

Nossa gente, como faz bem comer uma gentileza!
Fiquei tão feliz!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Uma história boa pra cachorro

Era uma vez, um pai, seus filhos, o cachorro deles e uma personagem secreta que fotografava tudo e por isso não quer sua identidade revelada.
Eles adoravam morar na cidade e também adoravam estar com uma doce avó que morava bem, bem longe.



A doce avó os esperava cheia de mimos, quitandas e comida saborosa feita no fogão à lenha.


Lá o menino que subia em árvore


Era uma casinha muito aconchegante, cheia de janelas e cor de bochecha de boneca ( né Angela?! )


Num dia belo, cheio de sol, o pai, que um dia já foi menino ( e dos mais arteiros ) saiu a passear com o cachorro e os filhos. Ele não disse nada, mas iriam para um lugar misterioso...


O cachorrinho urbano estava adorando a liberdade!
Andava solto, livre.
Havia trocado o concreto por um mundão cheio de verde!


Já nem sabia mais, o cão, o que era asfalto.
Tudo para ele era terra, grama, liberdade.

Andava feliz pelas ruas de café sob um céu esplendoroso





Até que se embrenhando por estradinhas, passagens secretas eles chegaram ao lugar misterioso que só o pai, por ter sido menino arteiro, conhecia


Subiram, desceram, arranharam os braços e chegaram. Uma linda represa escondida!

E então aconteceu: o cãozinho que já havia se esquecido do asfalto, vendo a represa verdinha, verdinha, pensou ser o seu tapete de grama e tchbummmm.

A personagem secreta que tudo fotografava, ficou paralisada e quase entrou na represa com máquina fotográfica e tudo. Ainda bem que ela lembrou a tempo que os cães nascem com um acessório muito útil em caso de confusão de grama com água: eles nadam cachorrinho!

E então o cãozinho voltou nadando para a terra firme.
Já não era o mesmo, parecia um cachorrinho marciano - todo verde coitadinho.

Foi direto para o petshop, ops, direto para o tanque com água da bica.
E depois foi se secar em seu local favorito - a janela.




Apreciou as vacas que chegavam para beber água


E apreciou também o céu se tingir de laranja antes de anoitecer.


E depois de toda essa aventura, nosso cãozinho recebeu uma demorada massagem para tirar o susto de um dia cheio de novidades.
Mas isso você poderá ver lá no instagram!

@retrateria