quinta-feira, 31 de julho de 2014

Pausa


O Lado de Fora do Coração entra em pausa para inspirar e se inspirar!
Até breve. Beijos!

sexta-feira, 25 de julho de 2014

A delicada força bruta

Para o bem ou para o mal, a gente se acostuma...

O relógio, que é um modo de dizer antigo, despertou no horário habitual, na verdade, o celular.
A agitação da manhã para que as crianças não se atrasem para a escola se deu rotineira.
Faltou algo naquela cotidiana manhã.
Junto ao vapor esbranquiçado expelido pelo bico da chaleira chegava o primeiro caminhão betoneira expelindo sua fumaça ruidosa. Os martelos ecoavam já enquanto o aroma de café volteava pelos cômodos. Não havia como perder-se no horário seja do relógio, de celular. Sabia-se a cadência de cada máquina, dos homens e mulheres que as operavam.
Mas naquela manhã havia um silêncio e também contradição: a gente quer tanto o findar das máquinas, das marteladas, porém assim, de supetão, o silêncio incomodou.
Parei por um instante e apurei a audição que, ao longe, encontrou uma voz saída de um megafone.
Greve. Era uma greve. O silêncio advinha da paralisação.

Não pude deixar de pensar, o que fará o operário ganhando inesperadamente um dia no meio da semana inteiro para ele?
Levei esta interrogação comigo para o mercado e foi lá mesmo que encontrei a resposta.
Eram muitos, eram vários, e assim como o silêncio era estranho naquela manhã, também estranho era vê-los escolhendo caquis e tangerinas e dizendo que aproveitariam aquela folga que lhes surgiu para levar caqui para a mãe que gostava muito; o outro pegaria peras portuguesas que a avó tanto gostava.
Aquelas mãos que com força manuseiam martelos, máquinas, carregam feixes de ferro, fazem cimento, de repente eram suaves ao manusear a hortaliça, a fruta. Aqueles homens de força bruta vestiram luvas de delicadezas para com suas esposas, mães, avós, num dia incomum de greve.
Outros deles estavam sentados nas mesinhas do café conversando entre sorrisos e despreocupação.

Durou um dia a ordenação saída de um megafone. Um dia inteiro entre café, tangerinas, família e um descanso para o corpo.
Algum tão comum, tão corriqueiro que o barulho não me deixava enxergar.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Os que nos acrescentam

Ontem à noite assistia a um noticiário quando fui surpreendida por uma morte que aconteceu no mês passado.
A notícia era sobre um vigia que morreu na frente a um hospital por falta de atendimento e foi quando falaram que o mesmo tinha acontecido no Rio de Janeiro, em junho, com o fotógrafo Luiz Claudio Marigo.
Lembrei-me de imediato dele, mesmo sem tê-lo conhecido.

Meus filhos eram bem pequenos quando nos deparamos com livros e revistas com fotografias de onças e a curiosidade deles em saber como se fotografa uma onça.
Foi numa revista que li uma bonita reportagem, ricamente ilustrada do fotógrafo Marigo justamente sobre onças. Escrevi-lhe pedindo autorização para citá-lo no meu blog. Veio a resposta:


Recebi até as imagens. O blog estava bem no início, eu não sabia nem colocar cedilha na onça e também não consegui colocar as imagens!
Não vou editar aquela postagem.
Trago o link para cá; fica como uma boa lembrança dessas pessoas que talvez a gente nunca troque um aperto de mão, mas que nos acrescentam, nos constroem.

Há pouco, Ariano Suassuna nos deixa sua obra para nos acrescentar e vou compartilhar a homenagem que a Tina lhe fez ainda em vida.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Política para pequenos

As festas juninas acabaram e eu quase me esqueço de deixar registrado aqui no blog uma conquista importante para minha filha Júlia.
Ela não participou este ano. Disse não sentir vontade. Apenas passamos pela escola para apreciar algumas comidinhas típicas.
porém, houve um fato importante na festa junina da escola este ano, pelo qual ela também foi responsável.

No ano anterior, na mesma festa, uma das barrraquinhas de brincadeiras, distribuía como prêmio peixinhos (de verdade) em saquinhos plásticos com água. Num dado momento, ela e outras amigas vieram até mim indignadas com o que estavam fazendo com os peixinhos: estouravam os sacos plásticos batendo-os com força contra a parede e depois passaram a estourá-los com os pés. Estávamos a uma certa distância, mas mesmo assim foi possível ver. 
E o que fazer vendo aquela poça enorme e os peixes se contorcendo ali no concreto do chão?
Sugeri que falassem com algum professor, mas parece não ter adiantado.

Em casa, o assunto se estendeu e foi então que eu lhe dei uma sugestão: para o próximo ano, chame suas amigas que também não acharam adequada a situação e façam um abaixo-assinado; peçam orientação à professora, divulguem a ideia e depois levem até a direção.
Primeiros vieram os obstáculos: eu não vou fazer isso, tenho vergonha, acho que a professora não irá gostar e ...

E aí iniciamos um novo ano letivo, ela conversou com as amigas que chamaram outros que também não aprovavam a atitude e elaboraram uma proposta para novas brincadeiras na festa junina - acabou entrando até o coelho que alegaram ficar muito estressado diante do barulho.

As meninas ganharam um elogio da diretora que acolheu os argumentou e fez as mudanças na festa. Nada de peixes e coelhos! Há outras formas de premiar e executar as brincadeiras!
Aprenderam sobre a união, a reivindicação pacífica, uma forma também de política.

E já que não usou seu vestido, fiz umas fotos julhinas porque talvez no próximo ano não sirva mais!








quarta-feira, 16 de julho de 2014

A saga da escrivaninha

Nossa filha não queria mais uma escrivaninha compartilhada. Queria sua própria e exclusiva escrivaninha. E era simples a que ela almejava - apenas o local para escrever e uma portinha.
Ela mesma já tinha pesquisado o modelo e o valor pela web.
E então começou a saga da escrivaninha.
O pai, achou o modelo simples demais para o preço cobrado.
Ofereceu uma ida às casas Bahia. Voltaram de lá sem encontrar o desejado.
A menina insistiu na loja que ela pesquisou. O pai cedeu. Eu sugeri resolver tudo pela internet. Entramos no carro e rumamos para a capital.
A menina ia faceira.
Lá chegando, o pai examinou o modelo ao vivo e sentenciou: é muito caro e isso aí parece ser feito de papelão. Tenho uma ideia muito melhor.
Voltamos para nossa própria cidade e marido, enquanto dirigia falava as maravilhas da loja que em poucos minutos nos receberia.
"Lá sim tem móvel de qualidade; madeira mesmo; coisa que dura pra vida inteira e alguns blás blás.
Alguns minutos foi força de expressão. Depois de uma hora chegamos.
Marido com passos firmes nos conduziu para o interior da loja. A vendedora mostrou um primeiro modelo que não agradou e o segundo que era exatamente o que marido queria ( a filha, mais ou menos ).
E então aconteceu ( de novo):
"Quanto custa?"
"Mil e oitocentos reais".

Foi um 7x1 para marido ( de novo ).
Ele não esperava por aquilo. Negou-se a pagar 350 e agora aquele golpe.

Não fiz nenhuma pergunta para marido após essa derrota.
Voltamos em silêncio para casa.
Porém, ele resoluto, respirou fundo, bebeu um copo d'água e ligou o computador para novas pesquisas.
Encontrou o produto e pediu-me para efetuar o cadastro e a compra.

Trinta e seis dias úteis para entrega, eu disse. E o frete era mais de cem reais.
Desse jeito acaba a escola, acaba o ano e eles ainda não entregaram. Esquece.

Põe aí xxx.com.br. Tem! Olha que bonitinha!
Não entregam no nosso cep.
E se a gente for no mercado ( pertinho de casa ) e falar que vimos no site do mercado, se a gente pode comprar e retirar no próprio mercado.
Nada feito, uma coisa é o mercado virtual, outra é aquele sempre com filas enormes.

Voltamos para casa e então marido se lembrou da loja de móveis planejados na rua de baixo.
Fomos. Explicamos, desenhamos e ouvimos:

"Dois mil e oitocentos e você podem escolher o acabamento em"
Nem ouvimos mais o que a vendedora dizia.

No caminho de volta marido disse que aquilo parecia o jogo Brasil x Alemanha, depois dos cinco gols, nada mais abalava. Então depois dos mil e oitocentos, custar mil a mais, já era insignificante.

A menina estava entristecida. Eu exausta.
Atirei-me no sofá finalmente.
Janta, louça, passeio noturno com o cachorro e sofá com livro.
Confortavelmente acomodada, ouvi:
Vamos.
"Vamos, aonde a essa hora da noite?"
"Não fecha às 22h aquela loja que a Júlia gostou da escrivaninha? Vamos lá."
Devido ao meu cansaço, sugeri mais uma vez, que tudo fosse feito via web.com.
Passava das 21h quando saímos.

Dessa vez compramos e retiramos o produto na hora para montar em casa!
Marido estranhou o peso da caixa. "Nossa, como pode essa coisinha ser tão pesada?"

Manhã do dia seguinte, marido coloca sua roupa de montador de móveis, posiciona suas ferramentas como se aquilo fosse uma cirurgia e então começa a abrir a caixa.


Foi um susto! Quando ele viu o tanto de peças e detalhes, começou a falar sem parar, lembrou que uma vez atendeu um sujeito que tinha levado 7 tiros na barriga e 7 dias depois estava indo embora sorridente e certamente era mais fácil do que montar aquele labirinto.
Céus - essa coisa de sete afetou mesmo o marido.

Fechou metodicamente a caixa e me chamou para dar uma volta.

Ao ouvir a palavra "volta" nosso cachorro que bem conhece o significado, abocanhou sua coleira e foi conosco.
Marido sorriu ao parar defronte a um poste.


O cachorro também ficou bastante feliz.

Ligamos para o Seu Maciel. Ele disse que morava muito longe e que não compensava o preço que cobraria, porque teria que cobrar muito caro.
Quanto?
Cinquenta.
Marido disse que não faria nem por cem. Manda ele vir.
Pedi, dei endereço, dei telefone.
Então ele perguntou se era "Oi". Não, não é oi.
Mas eu não posso ligar se eu me perder porque o meu é oi.
Oi? Liga a cobrar.

Em quarenta minutos estou aí.
Passou quatro horas e nada do seu Maciel.
Então ele ligou, confirmou e chegou de carro.
Todo esfolado, coitado.

Estava vindo de moto. Caíram, ele e a esposa. Nada grave, ainda bem. Só joelho e cotovelo ralado. Tiveram que voltar para casa e pegar o carro.
A esposa o ajudava e entre um manuseio na furadeira e outro parafuso, ela parava e tentava convencê-lo a colocar água oxigenada no braço. Ele dizia ter medo.


Em quinze minutos, a escrivaninha estava montada. E o seu Maciel nem olhou o manual!
Bem, agora falta a cadeira.
Mas vamos dar um tempo, ainda estamos cansados só com a escrivaninha!






domingo, 13 de julho de 2014

Aplaudir ou rir

Ainda não consegui definir se esta é mais uma para aplaudir ou para rolar de rir.
A partir de agora, pais que levarem seus filhos ao pediatra, especialmente crianças com até 03 anos de idade, deixarão o consultório com uma receita a mais em mãos. O doutor (a) pediatra prescreverá livros infantis para leitura.
Isso mesmo: os pais serão orientados a lerem em voz alta para os bebês como forma de estimular a linguagem e também fortalecer as relações afetivas entre eles.
Esta será uma recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria seguindo o que está fazendo a Academia Americana de Pediatria.
Aplausos? É, sim. Acho que incentivos à leitura são bem vindos.
Rolar de rir. Já estou quase, só de imaginar a situação prática.

Nos consultórios particulares, desses que não aceitam nenhum convênio, que paga-se alto por uma consulta, será viável, bonito e já imagino a cena.
Um renomado pediatra, em entrevista disse que cada vez mais nas classes economicamente altas, quem leva as crianças para a consulta é a dupla babá/motorista. Aliás, segundo este pediatra, esses profissionais sabem mais dos filhos do que os atarefados pais. Para eles será simples sair do consultório, ligar para o patrão dizendo que será necessário comprar livros para o bebê e após autorização sair em direção a algum shopping e entrar em uma livraria para as compras.

Nem precisaria descrever o lado oposto a este... Desde aquele consultório que atende o convênio da firma, superlotado, onde as consultas precisam ser em menos de 10 minutos; o serviço público de saúde, onde marcar uma consulta leva meses, onde não tem pediatra e é preciso pagar mais um ônibus para ir em busca de outro serviço e aí não vai sobrar dinheiro para comprar livrinho.

Bem, só não vou rolar de rir porque eu acredito, que a partir do momento que a Sociedade Brasileira de Pediatria fizer essa recomendação, imediatamente criar-se-ão bibliotecas nos postos de saúde, AMAS e afins. Então será bonito vir os pais saindo da consulta ali no postinho e já passando no espaço da leitura para retirar um livro e devolver no retorno da consulta médica #euacredito!

Essa receita médica vai curar os 56,5% de alunos com idade de oito anos que chega à terceira série do ensino fundamental com dificuldade em leitura e 70% que não sabem escrever corretamente?
Ah! Por favor se você tiver um filho, sobrinho, trabalhar numa creche, avise a mim e a outros leitores se esta pequena criança teve receitado um livro e horários para leitura, estou muito curiosa.

Só mais uma perguntinha antes de eu me decidir sobre aplaudir ou rir. Já avisaram os médicos cubanos sobre isto? E eles vão receitar leitura cubana ou...?

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Passa-anel ameaçado


Lembra? Brincou de passa-anel?
Eu me lembro da sensação de sentir o anel escorregando para as minhas mãos e não poder ter qualquer expressão facial... isso era o mais difícil! A alegria era tanta, que era quase impossível não deixar o sorriso mexer os lábios!
Mas, esta brincadeira está ameaçada.
Computadores? Tablets? Smartphones?
Não, não.
Está ameaçada pelo próprio anel. É que agora o anel pode apitar, tremer, piscar, acender, sei lá...
E aí fica ainda mais difícil controlar as emoções!


Adoro novas tecnologias. Que cada vez mais mentes privilegiadas criem, inovem, surpreendam.
Só para citar a área da medicina, o quanto a tecnologia já faz e ainda quantas doenças ainda serão extintas, curadas.
Resta a nós, meros mortais, separar o que é realmente necessário e útil do que pode ser dispensável.

Vem conhecer o anel, pode ser que você queira passar-anel com ele!


Beijo.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Imaginando nuvens


Esquecer as horas, o relógio e ficar brincando com as nuvens no céu - "Olha! Não parece um jacaré?!"
Hoje, o céu arrumou-se para a chuva. A chuva que tanto desejamos!
Então com a lembrança da Tia Nastácia lá do Sítio Do Pica-Pau Amarelo, a gente transforma as nuvens em bolinhos de chuva e a cada um deles fica imaginando - "Olha! não parece um gatinho?!"

29/52


A chuva, enfim, chegou!

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Para minha menina

Para minha menina que assistiu pela segunda vez ao filme "A culpa é das estrelas" e saiu com os olhos brilhantes do cinema, trilha sonora do filme!




segunda-feira, 7 de julho de 2014

28/52


Em tempos de apartamentos de 38m, o jeito é se virar como pode!
#churrasconotanque

27/52


Ao lado, cinco gigantes de concreto que cospem poeira.
Acima, o céu que insiste em não chover na seca histórica na cidade de São Paulo.
Cientistas se dividem quanto ao aquecimento global. Uns defendem que o aquecimento global não existe. Outros se compadeceriam ao olhar para a planta.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Mandamentos da higiene conectiva

* Por Susan Maushart

OS DEZ ( OK, ONZE ) MANDAMENTOS DA HIGIENE CONECTIVA

Não temerás o tédio;

Não farás várias tarefas ao mesmo tempo ( não até que venha o vosso reino e seja feita vossa lição de casa );

Não vagarás pelo Google ao fazer suas pesquisas;

Não escreverás mensagens de texto enquanto diriges (ou conversas ou dormes);

Guardarás o sábado como um dia sem telas;

Manterás teu quarto uma zona livre de mídias;

Não cobiçarás a atualização de teu vizinho;

Configurarás tuas contas como "Privadas";

Não trarás qualquer mídia para a mesa do jantar;

Não trarás o jantar para a tua mídia;

Amarás a Vida Real, com todo o teu coração e toda tua alma.

*O Inverno da Nossa Desconexão - Susan Maushart

O fim anunciado

30 de setembro de 2014.
Essa é a data para o fim da rede social criada por Orkut Büyükkökten aqui no Brasil.
Lembro-me da primeira vez que ouvi "Você tem orkut?"
Eu não fazia ideia do que era. Não conseguia sequer imaginar. Achei o nome bonito, arredondado, mas na época eu estava comprando nosso primeiro computador de mesa e foi o moço que veio instalar todos os programas anti-vírus que fez para mim o tal orkut.
Só vim a saber hoje que a rede leva(va) o nome do seu criador. Jamais imaginaria que Orkut é nome próprio.
Em sabendo do fechamento, fui até lá e quanta surpresa!
Eu tinha 11 amigos no orkut e participava de 11 comunidades.
Aproveitei e resgatei um vídeo dos meus quatro publicados e trouxe também uma foto da época para combinar com o vídeo e disse adeus.
Foi um tempo bom. Eu era assídua a uma comunidade e a coisa funcionava assim: quando eu tinha alguma colocação ou pergunta, escrevia pela manhã e passava o dia tranquila, afinal a resposta só viria à noite, quando as pessoas voltariam para casa e ligariam seus PCs.
Poucos ousavam acessar do trabalho e celular naquela época era para fazer ligações. Era fácil acompanhar as atualizações. Claro que haviam os "noturnos" que ficavam até a madrugada, mas tudo bem; no dia seguinte rapidamente eu me atualizava.

Algumas curiosidades: a maior comunidade brasileira é "Eu amo minha mãe" com 4 milhões de orkuteiros. ( Confessa que você fez parte, vai! ). novos perfis não poderão ser criados e 6 milhões de pessoas usavam a rede mensalmente em 2013.

A foto que eu trouxe é de uma festa no bairro japonês aqui de São Paulo, a Liberdade.
E o vídeo, para não destoar é do maior aquário do Japão.

Se você tem mais do onze amigos e quatro vídeos e é muito apegado, não se preocupe: é possível transferir tudo para o google+.