quarta-feira, 27 de setembro de 2023

O mar

 Banhei meus olhos no mar! Imensa beleza que se mostra e também a que se oculta nas profundezas. Um mundo marinho gigantesco, que só conheço pela televisão.

Já escrevi aqui que não tenho intimidade com o mar. Dessas coisas que não se explica. Acho lindo, me alegra imensamente ver as crianças a brincar, os adultos, as ondas. Eu só consigo caminhar na areia. Mas tenha certeza, tudo ali, as ondas, o azul, a alegria na voz das crianças, a brisa... tudo me encanta e dali saio nutrida!

Alguns momentos em fotos:

Da janela do nosso quarto no hotel.


Pé na areia!










Voltando, visitando lenta e alegremente os blogs amigos!









quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Dia da árvore

 


Dia da árvore? A minha interrogação é minha indignação.

Vocês humanos precisaram criar um dia dedicado a nós, as árvores?

Não conseguem sentir, não podem ver, que estamos entrelaçados, interligados, conectados dia e noite, em todos os momentos?

O picolé de frutas que te refresca nestes dias tão quentes.

A água de côco geladinha na praia.

Balanços. Vocês deixaram de fazer balanços em nossos galhos?

Refrescar-se à sombra que ofertamos.

Teus móveis de madeira. Teus livros de papel.

Ah, eu poderia ficar horas falando de tudo que eu e minhas irmãs oferecemos.

Gentilmente, sem distinção. Os bons e os maus desfrutam de nossa sombra, de nossos frutos.

Restos de entulho são descartados em nossas raízes. Balões, vejam só que vergonha, vocês ainda soltam balões que são capazes de destruir uma floresta inteira.

A ganância de destrói impiedosamente sem querer olhar o enorme impacto, o desequilíbrio  que estão causando na natureza.

Que você humano se encante com nossas flores transbordando a primavera.

Que esse encanto seja tanto, seja tão imenso que você, humano sinta o desejo de nos cuidar, de nos preservar, de perseverar conosco.

Somos gratas por esse dia de consciência, de espalhar sementes, plantar mudas. Queremos ainda mais: semear, plantar, cuidar, preservar, fazer crescer.

Um feliz dia da árvore não é para nós. É para vocês queridos humanos que precisam tanto de nós, as árvores.


* queridos amigos do blog, estarei uns dias ausente daqui para estar presente com o mar! Volto logo!

domingo, 17 de setembro de 2023

A primavera do ano 2023

 


Não é uma fotografia atual. Está datada na galeria de fotos: 22 de setembro de 2022.
Ano passado. Primavera do ano passado.
É da primavera deste ano, deste 2023, é sobre essa primavera que estará oficialmente nos próximos dias chegando que vou escrever.

A primavera vem chegando em meio à dolorosa destruição pelo ciclone que passou região sul do nosso país e outro evento climático catastrófico ocorrido na Líbia, onde já é incalculável o número de mortos. Terremotos, incêndios.

A primavera, no hemisfério daqui ou no lá de cima, talvez para uma grande maioria, seja um tempo com um sopro de alegria.
As flores e seus rastros de beleza, perfumes, cores. A temperatura se tornando mais amena. As forças parecem se renovar no externo e no nosso lado de dentro. Uma disposição com o dia clareando, o canto mais presente dos pássaros.

A Sabedoria da Natureza, dos ciclos a se renovar. O verde fresco, que acabou de nascer nas folhas das árvores, de maneira misteriosa nos convida a seguir fortalecidos.

Nesses dias difíceis de setembro, sentindo meu coração estreito, fechado, precisava de um curativo e foi num podcast infantil que esse cuidado se fez em mim.

Havia uma poesia lá, palavras-remédios que tão bem me fez que quero que mais pessoas possam contemplar aquela beleza.

" O mês de agosto tem muito a ensinar. Porque aogosto é mês jardineiro, é dentro dele, berço do inverno, que as sementes dormem. Aguardam seu tempo de brotar.

Distribua mais afetos, que inverno é acolhimento, é tempo de preparar setembro. E, de setembro, todos sabemos o que esperar. Esperamos a arrebentação das cores, que com seus mais variados nomes vêm em forma de flores"

Miryan Lucy Rezende

Anseio que a beleza, a arrebentação da primavera nos faça honrar a nossa terra, a nossa Terra.











terça-feira, 12 de setembro de 2023

Um texto da inteligência artificial

Nosso filho Bernardo está passando uns dias aqui conosco, e entre ovos mexidos, café e conversas, ele me disse que estava com a ferramenta de inteligência artificial no computador.

Eu quero! , já fui logo pedindo com euforia.

Logo que começou a possibilidade desse uso, eu fiz uma tentativa, mas a reposta foi que estava "lotado" eu que pegasse a fila e aguardasse um e-mail.

Nunca chegou esse e-mail e eu deixei de lado essa curiosidade.

Então a possibilidade se abria ali bem diante de mim e eu já sabia o que iria pedir.

Bênção. Pedi a meu filho que desse os comandos para um texto sobre bênçãos.

Leia abaixo o resultado e depois voltamos a conversar.


A Benção: Uma Força Transformadora


Ao longo das eras, em diferentes culturas e tradições, a benção tem sido um gesto poderoso de amor, proteção e boa vontade. Trata-se de um ato simples, mas que carrega em si uma energia profunda e uma intenção pura. No mundo agitado de hoje, parar por um momento para abençoar alguém ou algo pode parecer um pequeno gesto, mas tem o poder de criar ondas de positividade.

A Origem da Benção

A palavra "benção" vem do latim "benedictio", que significa "falar bem" ou "louvar". Historicamente, as bênçãos eram vistas como um meio de invocar a proteção divina sobre uma pessoa, lugar ou objeto. Em muitas tradições, acredita-se que a benção tem o poder de purificar, curar e proteger.

O Poder da Intenção

Quando abençoamos alguém, estamos enviando energias positivas, amor e luz para essa pessoa. Essa intenção pura e amorosa tem o poder de transformar, curar e inspirar. Mesmo que não estejamos cientes dos efeitos imediatos de nossa benção, a energia que emanamos tem um impacto profundo no universo e nas vidas daqueles que tocamos.

A Benção no Dia a Dia

Não é apenas nas grandes ocasiões que uma benção pode ser oferecida. Cada momento é uma oportunidade para abençoar e ser abençoado. Seja ao sair de casa pela manhã, ao encontrar um amigo ou até mesmo ao preparar uma refeição, cada gesto pode ser impregnado com a intenção de benção.

Como Abençoar?

A benção não requer rituais complexos ou palavras específicas. O mais importante é a sinceridade do coração. Pode-se simplesmente colocar a mão sobre o coração, fechar os olhos e enviar amor, luz e energia positiva. Algumas pessoas optam por usar palavras específicas que ressoam com elas, enquanto outras preferem o silêncio e a intenção pura.

Conclusão

Em um mundo que, por vezes, pode parecer desafiador e tumultuado, a benção emerge como uma ferramenta poderosa para trazer luz, amor e harmonia. Seja abençoando nossos entes queridos, estranhos ou até mesmo a nós mesmos, cada benção é um passo em direção a um mundo mais amoroso e pacífico. Que possamos reconhecer o poder da benção e usá-lo sabiamente para tocar e transformar as vidas ao nosso redor.

Escrito por ChatGPT


Eu estou encantada com esse texto! Simplesmente adorei.

Tenho acompanho muitas conversas sobre o uso dessa ferramenta na escrita e é claro que não é nada ético alguém colocar seu nome num texto que não escreveu. Só que vamos ver muito disso ainda...

Para muitos estudiosos do tema de inteligências artificiais, o próprio nome "inteligência" é um equívoco. 


Segundo o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, não há nada que se compare a um cérebro humano em termos de processamento e é impossível reproduzi-lo através da lógica digital. Ele pontua que a inteligência artificial é a aplicação de métodos estatísticos, análise multivariada, redes neurais, para basicamente minerar grandes bancos de dados e extrair correlações, projeções e estimativas de futuro. Assim, nenhum sistema digital é capaz de inovar e de criar, limitando-se a compilar tudo o que é produzido pela mente humana e gerar um relatório bem convincente.


O texto sobre bênção só foi possível porque a Inteligência Artificial foi alimentada por seres humanos que já pensaram a respeito de bênçãos, que já abençoaram pessoas, lugares, animais.


Esse texto me surpreendeu porque ele acena para um lado bom e positivo dessas ferramentas. Temos seres humanos bons e éticos que vão alimentar esses sistemas digitais e claro, o outro lado, o sombrio também estará lá.


Agora me conte: você achou o texto escrito pela inteligência artificial coerente, que consegue transmitir a mensagem esperada? 

Estou curiosa para saber a sua opinião!


domingo, 3 de setembro de 2023

Companheiros

Uma das primeiras definições que aparece no dicionário para a palavra companheiro é "aquele que acompanha". E mesmo seguindo na linha das definições, a palavra acompanhar como definida, não alcança a real vastidão, o tanto de beleza e o amplo significado do conceito de estar junto até chegar ao amor.


A fotografia manchada pelos vinte anos que atravessou, mostrava uma semente de companheiro.
Certezas, garantias, não havia nenhuma. Cultivo nenhum, por mais cuidadoso que seja nos assegura de êxito. Mas, cultivar uma semente com afinco, dedicação, ao menos nos acena com possibilidades.

O dicionário não mostra que a palavra companheiro ganha sentido pleno quando acontece no plural. Ambos, os dois, ou até mesmo mais de dois, são companheiros. Essa junção de corações que acompanham, que trazem um dentro do outro revelam a plenitude, o completo, a partilha que também pode ser chamada de amor.

O tempo numérico trouxe manchas para o papel fotográfico e revelou um amor companheiro no plural no avançar das datas comemorativas, nos dias tão corriqueiros e cotidianos.

Brotou, enraizou, prosperou a semente cultivada.
Como os sinônimos de um dicionário não são capazes de enxergar e definir tão bonita palavra - companheiros -
a fotografia, para os que olham com os olhos do coração, desvelam a poesia desse acompanhar.





Sigam atravessando o tempo assim, companheiros. Apoio, admirações, broncas, poesia e amor.












sexta-feira, 1 de setembro de 2023

É chegado setembro

 Setembro me parece ser o mês do alento e esperanças - isso para nós aqui lo lado de baixo - porque acena-se para uma despedida do tempo frio e a chegada alegre da primavera.


Hoje, dia 1˚ de setembro é o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. Inicia-se hoje e segue até o dia 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis.

Fica claro que é uma celebração católica, sob a batuta do Papa Francisco. Porém com uma adição preciosa: é o início de uma celebração ecumênica do Tempo da Criação.

Ecumênica - que congrega pessoas de diferentes credos e ideologias.

É um início bonito, para setembro, para o Tempo da Criação, mas para além disso, é necessário olharmos de maneira atenta para nossa casa comum, o planeta que habitamos.

Podemos ter nossas preferências políticas, religiosas, mas penso que devemos ter em comum o ar que respiramos.

Sim, oxigênio mesmo, nossa respiração que nos mantém vivos, o ar que entra pelas nossas narinas, nossa inspiração, nariz, pulmões. Isso nos é comum. Precisamos respirar para viver. Então para além de nossas diferenças, que seja essa consciência de vida o que nos una para esse olhar mais amplo pela natureza, pelo planeta, pela criação.

Quem é de oração, dobre os joelhos e una as mãos, quem vai pelo caminho da ação, direto, mão na massa, ou indireto apoiando quem faça. Os caminhos são vários e diversos. Precisamos de oração, de força espiritual, precisamos de ação, de coragem, de políticas também que tenham foco no cuidar, que se encontre a equação adequada entre produção-consumo-cuidado com o planeta.

O impacto entre saúde e natureza é notável, é de importância relevante.

Gostamos de estar em meio à natureza, nos faz bem, nos faz revigorados.

Que o nosso setembro nos traga além das flores primaveris, o florescimento de um olhar ecológico, de um olhar para a Natureza.

Que não tenhamos medo do ar que respiramos.



"Nosso senso de encantamento não é apenas por grandes coisas; o sublime não está escondido em paisagens distantes. O inspirador, o numinoso, está ao nosso redor, o tempo todo. É transformado pela nossa atenção deliberada"

Katherine May





sábado, 26 de agosto de 2023

Três colheres


 

Fiz sopa.

Ao abrir a gaveta  para apanhar as colheres, pude ouvir a voz ( na minha imaginação ) da minha filha Júlia naquele exato instante.

_ Mãe, a minha colher, minha colher de estimação eu vou levar comigo.

Minha filha Júlia mudou-se recentemente para Beagá, o jeito carinhoso de falar "para a capital mineira". E ela se esqueceu de levar sua colher mais querida.

Olhe para a foto: é a colher menor em comprimento e possui uma corujinha na ponta do cabo.

Eu me lembro com nitidez. Ela foi presenteada quando ainda era um bebê. Um conjunto de garfo e colher infantis.

Se a menina hoje tem 18 anos, a colher da corujinha tem dezessete vivendo em nossas gavetas.

O garfo? Não faço ideia de qual foi o seu destino.

Mas, então eu fiz sopa e a tomei com a colher da corujinha, como minha filha fazia sem se importar com os códigos de etiqueta.

Marido achou aquilo engraçado. Perguntou se era saudade. Há de ser, eu respondi.

Ele levantou-se da mesa e voltou com uma colher diferente da que estava posta.

- A colher do papai. Disse enquanto a mergulhava no caldo fumegante.

A colher do papai dele, meu sogro, que já nos deixou, é a maior de todas ali na fotografia.

Antônio tinha por hábito comer leite com farinha, mas... tinha que ser com sua colher preferida. Vários adjetivos para a colher do leite com farinha: maior que as outras, mais côncava, pesada. grossa.

Perguntei a marido como aquela colher veio parar nas mãos de seu pai.

Essa resposta ele não tem. Tem apenas "a colher do papai "que, assim que voltou do enterro de seu querido pai, esgueirou-se para as gavetas e antes que um dos onze irmãos se lembrasse do velho Antônio comendo leite com farinha com "aquela" colher, ele a trouxe para casa.

É fato que se vende colher avulsa; essas, porém, são mais simples, mais genéricas.

Os talheres mais elaborados, com algo que traga um embelezamento, são vendidos no coletivo.

Os jogos de garfos, facas. Ou o coletivo mais conhecido deles, o faqueiro.

Fico mesmo intrigada: onde andam os parentes da colher pesada, grossa e côncava de meu sogro? Como ela se desgarrou de seu coletivo, de seu faqueiro original?

Será que todas as pessoas têm um talher, um hashi especial, diferenciado dos demais ali da gaveta?

Por favor me responda a essa pergunta. Há em seu porta-talheres um membro exótico, vindo de outro país, de outra cultura, de uma casa alheia?

Antes porém de você ir lá nos comentários me contar uma boa história de um talher de estimação, veja que na fotografia ainda tem uma outra colher, a do meio, que traz consigo uma história.

Cheguei em casa com um jogo delas. Meia-dúzia para ser exata.

Fui duramente recriminada. Acharam-nas desconforme.

 -Olha pra isso, esse cabo enorme, pra que serve, onde se usa essa colher?

Intimidada, recorri a um vocabulário gourmet e respondi que poderíamos usar num frappê gelado com café e chantily.

- Mãe, não viaja. A gente nunca faz frappê em casa. 

Foi um brinde do mercado ( às favas os mercados com seus brindes; nós pagamos nos preços caros embutidos nos produtos e eles nos vêm com essa, olha, você ganhou, escolha seu prêmio ), enfim, eu tinha direito a escolher um brinde depois de muitos selinhos colados numa cartela a cada compra no mercado.

Meus olhos pousaram na colher de cabo longo e a escolha estava feita.

Nas férias da minha infância não havia viagens para a Disneilândia, não havia casa na praia, nem fazenda dos avós.

Era quintal, gatos, comprar geladinho com moedas e em algum momento daqueles dias preguiçosos, minha mãe anunciava que iríamos ao trabalho do meu pai!

Aquilo era incrível! Eu pulava de felicidade!

Era um acontecimento ir visitar meu pai na barbearia.

Dois ônibus, no intervalo entre um e outro havia o centro da cidade, havia as lojas Mappin e o elevador com ascensorista de elevador ( procurei no dicionário para não escrever errado, acho que tem uns quarenta anos que não escrevo essa palavra ), tinha as lojas Brasileiras, as Americanas e só depois chegávamos à barbearia.

Papai ali na cadeira número um, o guarda-pó branca vestindo-o e um silêncio que era entrecortado apenas pelo tic tic da tesoura. Ele me ensinou que um barbeiro nunca deveria conversar com o cliente, isso era coisa dos cabeleireiros. Um barbeiro não. Apenas respondia caso o cliente lhe perguntasse algo.  Papai era nascido em 1915.

Entre cinco e seis da tarde, entre um cliente e outro, papai nos levava para um lanche na padaria.

Um bauru e suco de laranja.

O suco de laranja da padaria...

Em casa nunca havia suco de laranja. Havia laranjada: duas laranjas espremidas e acrescidas em água.

A cor laranja-intenso do copo trabalhado e alto lá da padaria , contrastava com o laranja-desmaiado da nossa laranjada caseira.

E era isso que deixou uma marca profunda em minha memória: o suco de laranja de cor exuberante e a colher.

Ah a colher da padaria que vinha ao lado do copo, comprida, exatamente como a minha atual da fotografia.

Eu a mergulhava com meus dedos pequeninos, mexia os gelinhos, eu adorava aquela colher e falava sempre dela para o meu pai.

Até o dia em que ele trouxe a colher para casa. Espero que ele tenha comprado lá do moço da padaria ( ele disse que sim ).

Essa colher longa da padaria que esteve nas gavetas da minha infância já está em destino desconhecido e sequer me lembro quando ela partiu.

Encontrar no prêmio do mercado colher semelhante foi encontrar essa boas memórias.

Para finalizar, fica a pergunta: você sabe me dizer para onde vão os garfos, as colheres que se desgarram do rebanho dos seus semelhantes?

E não esquece de contar se você tem um talher de estimação e a história dele!

Bom final de semana! Beijo

ana paula