domingo, 30 de setembro de 2012

Marido e mulher - diálogos

Marido, apressado para sair para o trabalho, espicha o olhar pela grama e encontra um corpo vegetal estranho.


- Querida, por favor arranque aquilo que está brotando na grama.

Ao retornar, embora com o céu já escuro, marido enxerga que aquilo ainda está lá na grama.
- Querida, você que tanto aprecia "O Pequeno Príncipe", ao acaso não se lembra que o principezinho arranca todo e qualquer baobá que nasce em seu planeta? Então...
Então ele está querendo me seduzir com literatura e um dos meus livros favoritos?
- Pois este é um ponto de discórdia que tenho com o principezinho. Gostaria imensamente de ter um baobá imenso no meu quintal.


- Um baobá tão imenso - prossegui - que com seus troncos-braços ergueria nossa casa lá para o alto e então eu poderia dizer que tenho uma casa na árvore!


- Tão alto, tão alto estaríamos, que a fumaça fumegante de nossas xícaras de café iriam se misturar com as nuvens que ali adentrariam para dar um bom dia. E as notícias matinais chegariam no idioma dos pássaros, então teríamos somente boas notícias toda manhã...
- Não seja boaba que isso não é um baobá - diz marido me vendo passarinhar em devaneios - isso aqui é bambu.
- Pois agora sim que não arranco. Quero um bambuzal no meu quintal. Quem sabe ali, faça morada o saci.


Ai que medo!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Divulgação

Esta é uma campanha muito bem elaborada a qual já participei em anos anteriores; a campanha de leitura promovida pelo banco Itaú: Leia para uma criança.
Estes são os livros para este ano:


Vamos participar? Clica aqui para fazer o seu pedido. É gratuito.
Estou em falta com vocês, assim que conseguir, volto a visitá-los!
Beijo

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Frestas da janela


Hoje limpei as frestas da minha janela
para que o cantar da passarinhada
adentre meu quarto e se acomode
em meu travesseiro
assim deixarei meus sonhos
embalada em melodias
e quando chegar à realidade
as frestas da minha janela
estarão quase explodindo em alaranjados

Havia muita poeira negra
nas frestas da minha janela
mas não são pedacinhos de poluição
dos milhões de carros dessa metrópole
são pedacinhos da noite de amor
do sol e uma estrela

Havia também muita umidade
nas frestas da minha janela
Não, não tem chovido por aqui
a umidade vem dos meus olhos
choro muito, a noite toda
Ruas sangrentas
onde crianças empunham armas
e carros-bomba
deixam rastros de destruição
e marcas de sangue
e mães sem filhos
onde se misturam
religião política
e dor

Ah tudo não passou de um sonho ruim
as frestas estão limpas
e deixam entrar
o perfume da estrela apaixonada
no alaranjado do sol
a cantata dos pássaros
a alegria
de um novo amanhecer


Escrevi estas linhas no calor de uma leitura, artigo de jornal escrito por Elif Shafak, sobre os questionamentos, os dilemas do escritor,
Um trecho:
"Quando as pessoas estão morrendo nas ruas ou os regimes estão se desintegrando, ou a possibilidade de um colapso econômico ou político parece perturbadoramente  próxima, como os romancistas e poetas podem continuar ancorados no mundo imaginário? Escrever é um ato solitário, mas às vezes os sons das ruas interferem".
Esta frase ainda está me martelando na cabeça. 
Saber o que se passa em nosso país, política, na cabeça dos governantes é necessário. E eu penso que temos talentosos jornalistas, e também escritores para esse fim. Sonhar, amenizar o sofrimento, também é necessário, e isto cabe aos romancistas, aos poetas.
Não sei se a rudeza da "Primavera Árabe" aniquilou a doçura dos poetas.
Não temos carros-bomba aqui em nosso país, mas temos um trânsito que mata absurdamente, temos cracolândias e balas perdidas.
E temos poetas, como este que assim escreve:

"Quem vai cuidar das pequenas coisas do mundo
E derramar sua lente de aumento profundo
Em microinvisibilidades desabrotadas desse susto que demora?
Ora, o poeta".

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Árvores da minha vida

Todos os lápis que eu usei
o berço que me embalou
as portas em tantos endereços
que se abriram
que abrigaram
que protegeram da ventania

Tanta fruta
tanta flor
sombra repousante
Tanto ar que se respira
que já foi respirado
por tantas árvores
em tantos continentes
Cada árvore
um palco
sinfonia da passarinhada


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Abraçar o sol

Fazendo uma limpeza nas gavetas, ou melhor, nas gavetas virtuais do computador, encontrei uma foto que hoje pareceu-me mais bonita, mais cheia de significado.
Era uma época difícil de ter o sol dentro de casa. Era preciso que fosse uma determinada estação, num exato horário.
E quando ele estava ali, como o valorizamos.
Era literalmente abraçar, deitar e rolar com o sol que vinha para uma visita rápida!



quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Minha realidade

Já ERA  Objetos de uso pessoal desconectados da internet

JÁ É  Óculos do Google na semana de moda de NY

JÁ VEM Lentes de contato para realidade aumentada
(bit.ly.HOmufE)


Essa é uma "notinha"publicada no caderno Ilustrada do Jornal Folha de S.Paulo que eu gosto de ler e fazer minhas observações pessoais.
Já era objetos pessoais desconectados da internet? Como assim?
Já era a minha escova de dentes? Era deveria publicar em alguma rede social algo assim "6h 40 está escovando os dentes, acabou de acordar". Nossa ainda nem comprei a geladeira que fala e escreve e devo pensar nos meus objetos pessoais...

Óculos do Google na semana de moda. Ah, na semana de moda pode tudo, já teve vestido de chocolate, de bife, um óculos, do Google, não causa espanto.

Lentes de contato para realidade aumentada. Seria algo assim, você enxega o mundo real e a ele se mistura uma projeção do mundo virtual.
Eu quero.
Não a lente, mais quero alcançar, quero ver com o coração, uma realidade aumentada que me deixe, que me torne melhor. Sei que não é possível viver num mundo só feliz o tempo todo, mas que eu o veja em suas variações assim:


Urgente

Uma
gota
de 
orvalho
caiu hoje, às 8h, do dedo anular
direito, do Cristo Redentor, no
Rio de Janeiro
Seus restos
não foram
encontrados
A Polícia
não acre-
dita em
acidente
Suspei-
to: o
vento

Os meteoro-
logistas, os poetas e
os passarinhos choram in-
consoláveis. Testemunha
presenciou a queda: "Horrível!
Ela se evaporou na metade do caminho!"

Sergio Capparelli. Tigres no quintal
Porto Alegre: Kuarup, 1997.


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Diálogos de filha e mãe

- Filha, coloque na sua lancheira - dou-lhe um suco em caixinha.
- Ai, mãe, pede pro pai comprar esta fruta ( foto do abacaxi ilustrando a caixinha do suco).
- É que eu estou com uma saudade do gostinho desta fruta...

Tem maneira mais fofa de dizer que está com vontade de comer uma fruta?
Saudade do gostinho!


- Júlia, arrumou tudo para levar para a natação?
- Mãe, não tem sabonete.
- Pega aquele que está no banheiro para lavar as mãos.
- Aquele?
- Sim, o sabonete líquido.
- De jeito nenhum. Aquele eu não vou levar.
- Leva aquele mesmo e depois eu compro do outro.
- Mãe, sabe o que as pessoas vão dizer se eu levar aquele sabonete quando eu tiver tomando banho no vestiário?
"Nossa coitada daquela menina, a mãe dela obriga ela tomar banho com amaciante."


Será que ela ficaria ainda mais fofa se eu lhe desse banho com amaciante?!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Bibliotecas

Biblioteca. Você utiliza? Você frequenta?
A Tina fez uma postagem excelente há alguns dias, entitulada "Em defesa das bibliotecas" e nessas coincidências do viver, tenho me deparado por várias vezes com este assunto: as bibliotecas.
O primeiro contato que eu tive com uma, foi dentro do colégio onde eu estudava.
Era uma grande sala de móveis escuros, tapetes e dona Jovina, a bibliotecária que não admitia um ruído sequer, fosse mesmo da respiração. Não me sentia à vontade ali. Era uma biblioteca austera demais.
Conseguia não fazer uso dela, graças à minha vizinha que comprou do vendedor que passou em sua porta a "Barça". Comprou estante nova para a sala e era lindo de ver aquela coleção vermelha que até brilhava. Ali eu me socorria para os trabalhos escolares e também me diria a uma pequeníssima lojinha "bazar e papelaria"para comprar os decalques que enfeitavam as páginas de papel pautado ou mesmo cartolinas. Adorava passar o decalque para o papel: mergulhava-o em água até a figura soltar-se. Às vezes não dava certo...
Por este mesmo tempo, onde eu já podia dar uns passos sozinha, ensinaram-me uma biblioteca que ficava na rua do colégio, duas quadras distantes. 
Fui conhecer e me encantei. Não havia a rigidez de dona Jovina. O ambiente parecia respirar; amplo, claro. Ainda assim para se pegar um livro era preciso recorrer ao enorme fichário metálico com suas fichas verdes que continham o número do livro. Nada fora do lugar, nada de fuçar prateleiras.
Tive a sorte de morar, assim que meu filho nasceu, ao lado de um centro cultural, que fora inaugurado uma semana após minha mudança. Fui conhecer o que era, o que tinha neste espaço e me surpreendi com a biblioteca imensa, entre poltronas confortáveis, espaço infantil, colorido e a liberdade de fuçar qualquer estante, pegar o livro e deixa-lo sobre um carrinho. O silêncio é um elemento que faz parte deste contexto.
Assim que meu filho completou um ano, comecei a retirar livros infantis, ensinei-o a cuidar, o devolver e lemos muitas histórias, vimos muitas figuras durante um ano inteiro.
Hoje eu frequento a biblioteca da escola das crianças. Entro, pego o livro escolhido, marca-se numa carteirinha. Não é um local para os pais ficarem, sentarem. Infelizmente.
Acho que seria importante, crianças vendo pais ali lendo.
E também por estes dias, assisti a um programa na tv, onde se falava na necessidade de modernizar as bibliotecas no sentido desta liberdade.
Observou-se o "sucesso"que estão fazendo as grandes livrarias. Enormes "pufs", almofadas espalhadas por espaços destinados à leitura, café, muita gente circulando, barulhos e muita gente lendo em meio a todo esse burburinho.
Então levantou-se esta questão: as bibliotecas convencionais são espaços chatos.
O silêncio é imposto, o que afasta as pessoas. Muitos discordaram, dizendo ser essencial o silêncio. Outros aderiram à versão mais descontraída. Deixaram de fora a utilização, por exemplo, para pesquisas, atendo ao uso recreativo.
E as bibliotecas virtuais? Alguém está usando?
Eu li que as principais operadoras de telefonia móvel estão oferecendo o serviço. Eu ainda não li nenhum livro por meio virtual. Ainda sou apegada ao papel!
Como você acha que deveriam ser as bibliotecas? Devem manter-se silenciosas? Um café ao lado de um livro, funciona, numa biblioteca?
Ideias é o que não falta. Olha a criatividade do pessoal!


Esta, ou melhor, este telefone público foi transformado por um desenhista arquitetônico, John Locke, que instala as prateleiras e as supre com livro doados em Nova York.
Bom, no final da reportagem, dizem que por lá também param uns "caras"que enchem sacos plásticos com livros e vão embora...



Essas ao ar livre, são realmente inusitadas. não se preocupem porque lonas gigantes protegem da chuva!
Tem mais imagens neste blog aqui.


Essa é um sonho de consumo. Só não sei se aos oitenta vou subir estas escadas com tanta destreza!
Também há outra imagens aqui.
E temos a nossa bibliotecária-guerreira-blogueira. Conhece a biblioteca que ela está formando? Ou melhor, os sonhos que ela ajuda a construir?
Passa aqui e se tiver um livro para doar, será mais um na prateleira na biblioteca Ler é bom!
Ah! E não esqueçam de dar a opinião: com silêncio, barulho, café, companhia, digital...
Beijo



domingo, 16 de setembro de 2012

E o sorteado foi

E quase que o Raul Taburin aprendeu andar de bicicleta!
Mas conforme o prometido aqui está o sorteio feito pelo sorteador pipoca/alegria:




E neste momento o sorteio precisou ser interrompido porque o Manoel foi parar debaixo do sofá e ele é pesado ( o Manoel eu não sei, mas o sofá é! ). Depois de resgatado e de volta ao pote de pipoca, achei melhor chamar um supervisor. O cachorro ficou de olho.


Mas também não deu certo porque ele abocanhou a Chica e a Patrícia. É que ele gosta de pipoca, pode ter confundido. Elas foram resgatadas, mas ficaram muito babadas, foi preciso fazer novas pipoquinhas, ou melhor novos papeizinhos.
Agora deu certo!




Parabéns Marcilane! Viu só como seguir as regrinhas deu certo? Você que nos confessou não saber andar de bicicleta, quando receber o livro vai se inspirar a fotografar ou andar de bicicleta...
Depois você conta aqui pra gente!
Obrigada a todos vocês que acreditaram no sorteio alegria, pipoca, bagunça.
Teremos mais, com certeza.
Olha a alegria neste sorriso!



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Meu pequeno ator

Na última quarta-feira, meu filho Bernardo fez sua primeira apresentação teatral!
Foi na escola, com direito a palco, iluminação, uma verdadeira pequena produção.




Ele interpretou a personagem Visconde de Sabugosa e vibrou com a experiência.
Olha só o meu pequeno ator:



Foram momentos encantadores, de uma emoção que misturava ver aquelas crianças, os pequenos atores e lembrar da infância, do sítio que eu assistia sempre com muito da Cuca!
Minhas fotos não ficaram boas. A professora que os ensaiou, ficou bem pertinho do palco e fotografou e filmou. Se eu conseguir outras fotos coloco depois.







Estamos exatamente num momento conturbado com as questões de Monteiro Lobato e o racismo.
Ali no palco essa polêmica não atrapalhou. Eles se empenharam, se ajudaram e apaludiram um o desempenho do outro.
Aproveitando a ocasião, o que vocês acham desta polêmica?
Beijo



quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Uma página do meu diário


Nunca antes senti vontade de trazer aqui para o blog esse dia, essa página do meu diário porque ela é feia, cheira mal. A vida não é feita somente de coisas boas, todos sabemos. Nenhuma vida é cor de rosa. Essa página é, para mim, desconfortável.
De alguma maneira inexplicável, participar desta blogagem coletiva me trouxe o desejo de transcrever esta página.

Estávamos pontualmente reunidos à frente do portão principal às sete da manhã conforme o professor havia solicitado.
Durante quinze minutos somente ele falou. Era enfático e repetiu por quatro vezes "não perguntem nada, não queiram saber o motivo". E também nos tranquilizou e tentou nos descontrair dizendo que estaria tudo bem.
Éramos estagiários do curso de enfermagem e às sete e quinze entramos no hospital penitenciário do Carandiru.
Primeiro veio o cheiro e depois o som das grades se fechando atrás de nós, num estalo horroroso.
Meus olhos já tinham visto pobreza, cortiço, favela. Nada porém se comparava com aquele lugar.
O hospital tinha o nome de hospital e vários medicamentos em falta.
Eram celas, não superlotadas. Ao contrário, dois ou três pacientes por cela.
Levamos o café da manhã, se é que aquilo podia ser chamado assim, trocamos algum curativo cortando o esparadrapo no dente porque não podia entrar com tesoura e preparamos a medicação, ou melhor não preparamos porque a maioria estava em falta.
Só concluiria o curso quem não tivesse uma única falta porque seria preciso fazer este estágio novamente.
Cinco dias era o tempo de duração. Intercalando em uma semana segunda, quarta e sexta e na outra, terça e quinta. Comparando a outros estágios de sessenta dias, não era nada.
Não sei. Perdi a noção do tempo dentro daquelas grades, sabendo apenas que minha liberdade seria ao meio-dia.
"Mas professor, esse medicamento aqui, não deveria ser administrado com leite?".
Um deles me mostrou os desenhos que fazia q que estavam grudados na parede ao lado de sua cama. Eram traços de uma criança: sol, nuvem, uma pipa no céu, sorvete.
Me avisaram para não chegar perto de um sujeito. Muito hostil e viva isolado.
Ele me chamou. Fiz curativo. Ouvi "obrigado".
Nos cinco dias em que estive ali não perguntei nada, não me falaram nada. Tudo o que eu tinha aprendido nos livros, nas aulas sobre nutrição, medicamentos rigorosamente nos horários, nada tinha ali.
Nunca soube, nunca entendi. Mas estive num lugar que não existe mais.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

E tem sorteio!

Sabem o que eu estou comemorando hoje?
365 postagens, ou seja um ano de postagens.
Bem, eu sei que as pessoas não costumam comemorar 365 posts e ainda me lembrei que este ano foi ( ou é? ) ano bissexto. Então eu deveria comemorar só na próxima postagem.
Então vamos deixar de lado o motivo numérico da comemoração.
Estou comemorando os amigos que aqui chegaram! É muito bom ter a amizade, o carinho de vocês!
Esse é o motivo: a telinha do computador não é um lugar frio.
E para comemorar os amigos, tem sorteio!
E sorteio tem regras.
E as minhas serão muito rígidas, portanto se você não cumprir todas, nem se arrisque a participar.
Vamos às regras:
Ter endereço fixo ou móvel no planeta Terra.
Adoraria saber como é um endereço móvel, tipo alguém que more num barco-casa, se este for o seu caso, explica direitinho como se faz para o correio te achar.
Precisa ser no planeta Terra porque eu sei que é possível enviar correspondências para Marte, mas vai dar muito trabalho. Olha só o que o robô espacial encontrou em Marte:



Continuando com as regras:
É preciso SEGUIR na vida com a cabeça erguida, com fé, mesmo se tropeçar, levanta e segue adiante.
Também é preciso CURTIR um luar, um nascer do sol, um dia de chuva com bolinho de chuva.
Quer ter CHANCES EXTRAS? É só pular ou saltitar feito criança? Aliás a quanto tempo você não dá uns pulinhos hein?
O sorteador que será usado, será o mais alegre e divertido da web: SORTEADOR PIPOCA, consiste em fazer tiras de papel branco, amassá-las em formato de pipoca e colocar na vasilha que se come pipoca em casa, chamar as crianças na sala e jogar tudo para o alto. Vai ter gritinhos, risadas, criança pulando no sofá, mas no enfim sempre haverá um sorteado.
Ah! Está faltando o prêmio...
O prêmio será um livro. Um livro daqueles que os vendedores nunca sabem onde ele fica, se na prateleira adulto ou infantil. É aquela nossa prateleira para os que sentem frio na barriga, comem algodão doce escondido, deixa a melancia escorrer pelo queixo e finge que é adulto!


Raul Taburin é o mecânico de bicicletas da pequena vila francesa de Saint-Céron. Especialista em magrelas, ele conserta e faz todo tipo de ajustes em pneus, pedais, rodas e selins. Seu nome é, literalmente, sinônimo de bicicleta, que no vilarejo é chamada de taburinha. Apesar disso, Taburin nunca soube se equilibrar sobre duas rodas, um segredo que ele jamais revelou, nem mesmo para sua mulher. Tal inabilidade ciclística quase se torna pública quando um fotógrafo que é seu amigo decide retratá-lo dando algumas voltas de bicicleta.

Se empolgou a seguir as regrinhas? Deixe seu e-mail nos comentários que antes de completar 500 postagens, eu prometo que faço o sorteio!
Segura o trevo de três folhas e boa sorte!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Projetos e desafios

Estou participando de vários projetos e desafios hoje!
Primeiro, o desafio que vem lá de Portugal. E esse foi difícil hein?


desafio nº 18


Será possível? É a pergunta que deixo a todos…
Há palavras que consideramos imprescindíveis. Vamos lá ver se é verdade…

Aceitam o desafio de escrever uma história em 77 palavras sem nunca escrever estas palavras e estes verbos?

não   que   mas  pois  como         verbos: estar + ser

Vamos experimentar?

Eu rabisquei, matutei e escrevi "O livreiro"


O cheiro daquele local lhe embriagava os sentidos.
Descobrira a pequena livraria encravada numa ruela do vilarejo quando da excursão com um grupo de jovens à velha Europa.
Negaram a atenção devida.
Ela, porém, prometeu a si mesma retornar.
Tempos depois o mesmo odor inebriava o local. Sensação inexplicável.
Ficou paralisada diante da figura alta e longeva postada à sua frente. O livreiro.
As mãos dele executavam um ballet ao alcançar o livro na prateleira. Sonho realizado.

O próximo é um convite que vem da Pandora e da Aleska para uma blogagem  coletiva.


Emfim, a data da blogagem é 13 de setembro de 2012 (quinta-feita) e todos estão convidados a participar!

"Se você tiver um diário na realidade, pode escolher um dia que você tenha gostado muito, ou que te marcou pro resto da vida, ou até mesmo epifanias e poemas, receita de bolo da vovó que você guarda com amor em um caderno antigo, música que inspira, um conto guardado que quer sair da gaveta, um desabafo.
Se seu blog for seu diário e você quiser pode aproveitar algum post que foi especial repostá-lo.
Se quiser escrever algo diferente ou mesmo colocar uma foto tudo bem." 

E o último é o projeto dez fotos no teu dia proposto pela Mirys.


Bem cedinho e eu comecei quebrando copo!


Rascunho cheio de garranchos para o projeto 77 palavras


Calor ou frio, eu adoro passar roupas!


Preparando o almoço


Ficaram saborosas!


Passeio da filhota com a escola


E olha o que chegou lá da terra da Tiana, Minas Gerais



Limão rosa para uma refrescante limonada neste calor...


Para finalizar, ele, o cãozinho não poderia ficar de fora!











Visconde de Sabugosa

Tivemos visita neste final de semana!
Sabem quem apareceu?
O VisconBe de Sabugosa!
VisconBe? = Visconde + Bernardo.
A varanda virou palco para uma pequena apresentação do meu pequeno, já não tão pequeno.
O mundo da imaginação nos transporta, é viagem de descobertas, surpresas. Nunca deixe de sonhar filho.







domingo, 9 de setembro de 2012

Dona Izolina

Uma página na vida da Dona Izolina:


Hoje, domingo, foi dia de visita.
Já tem cinco dias que eu estou aqui. Como não tem vaga nas enfermarias, fico aqui mesmo na grande ala do pronto-socorro. Já acostumei. Quando a crise vem forte, não tem jeito, é preciso vir para cá.
Logo cedo as enfermeiras, e teve também um enfermeiro, passaram aqui sorridentes e depois do café começaram a nos dar banho. Eles são carinhosos, fazem o seu trabalho sorrindo. O mocinho, que eu até já conheço, brinca bastante comigo, acho que é pra eu não ficar constrangida por ser um homem a me dar banho. “Dona Izolina, hoje vou até passar creme cheiroso, é dia de visita, daqui a pouco tua filha tá aí!”.
A gente vai vendo a necessidade, sabe que precisa ser cuidada e vai se acostumando.
Um domingo desses, cheio de sol, e eles aqui trabalhando, dando banho na gente que não consegue levantar. Deixam de passear com os filhos, almoçar com a família. Sou muito agradecida a eles.
Minha filha chega. Eu sei que ela fica incomodada de me ver ali, mas eu vou logo falando de como sou bem cuidada pelos enfermeiros e pelos médicos também. Hospital público tem suas dificuldades, mas não é de todo ruim não.
Minha filha senta na cadeira ao lado da minha cama e como de costume traz a revista semanal que eu sempre gostei de ler. Ela lê pra mim depois da gente conversar dos meninos, do serviço dela, do meu genro.
A reportagem que está na capa, fala do direito de escolher sobre sua própria morte. É um assunto incômodo, mas peço a ela que continue.
Agora é permitido fazer um documento e registrar o tratamento que deseja receber quando a morte se aproxima, chama-se testamento vital. Se você deseja que sua vida seja prolongada ao máximo, deixa escrito. Se não quer que se prolongue um sofrimento que não será revertido, registra.
Olhei atentamente as fotos dos médicos que ilustram a matéria e  suas falas.
A visita encerrou. Já ouço os passarinhos se alvoroçando para o entardecer e fico aqui com meus pensamentos sobre aquela reportagem. Tem um médico lá que disse que “é vital ter um médico de confiança”. Bem, é claro que ele não usa o sistema público de saúde onde temos excelentes médicos, mas a cada dia é plantão de um e não do outro e a gente já fica feliz de ser atendido. E reza pra ele fazer o melhor pela gente. No dia seguinte já é outro, não importa. Ele vai me cuidar também.
A doutora escreve bonito, parece até poesia. “Quero um beijo de boa-noite e de bom-dia. Que as portas do quarto estejam fechadas”. Ela certamente nunca esteve numa ala coletiva onde se faz o possível, coloca-se um biombo na hora do banho, mas não há portas a fechar.
Venho pensando em tudo isso.
Venho lembrando da minha mãe que contava da morte da mãe dela. "Ela me chamou e disse: Izolina, pega aquela caixa em cima do guarda-roupa, ali tem a minha mortalha, o terço que vou levar nas mãos; a roupa você pode escolher. E naquela mesma noite ela se foi, ali na sua cama".
O primo Romualdo que foi picado por cobra peçonhenta e nem deu tempo de chegar ao hospital.
Fico pensando em todas essas pessoas aqui neste hospital público, os doentes, os médicos. Fico pensando que não quero dar trabalho à minha filha. É tão confuso para mim entender. Antes era Deus quem sabia a hora e agora?

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Rotina enlaçada


A brincadeira era pega-pega
E quem pego fosse
ficaria a espreguiçar
gostosamente na varanda
que combina com o ensolarado do céu
com o vento que de correr esquece

E assim começou:
corre de cá
se esgueira de lá
ligeiro flutuou
e a rotina pegou

Na varanda, rotina ficou
espreguiçou
admirou
sonhou
Hoje só delongas

O uniforme foi pro varal
não teve chamada oral
ninguém ficou de mal
e o regador veio brincar no quintal

Laço na cabeça
laço no vestido
laço na rotina
Que dia mais bonito!