sábado, 31 de outubro de 2015

Maneiras de lembrar


A convite da Francine, do blog nomundodafrancine, participo da blogagem coletiva organizada por ela trazendo o tema das lembranças, da memória.

1. Uma música que marcou uma época

Sítio do Pica-Pau Amarelo do Gilberto Gil, que me trazia alegria só de ouvir! E depois então, viria mais um episódio, em preto e branco e eu nem me importava, o medo da Cuca cinza era o mesmo de quando a descobri verde! Até hoje quando ouço essa música ( na minha rádio predileta - radioradinho ) a alegria me invade!

2. Um livro que te fez pensar

Tistu, o menino do dedo verde, lido no final da infância ( se é que isso existe! ).
Como mexeu comigo esse livro. Como eu desejo que num sopro de pó de pirlimpimpim, de cada arma saia uma flor. Será que uma guerra prossegue com mísseis explodindo em flores, com uma arma apontada e expelindo dente de leão?

3. Uma foto que faz você ficar nostálgico

Fotos da Avenida Paulista de antigamente. Cavalos, ruas de terra, casarões, árvores e hoje um mundo de concreto.

A blogagem pede para indicar blogs para participar.
Deixo livre aos que quiserem.

Beijos!

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Sexta suave


Desejando uma sexta-feira de suavidade e pormenores que nos preencham de alegria!

Lembrando que no primeiro sábado de novembro, dia 07, teremos nosso varal coletivo, organizado pela Tina e eu, e o tema escolhido é simplicidade.
Já preparou tua participação? Vem que dá tempo e é simples: um texto, um poema, poesia, prosa, fotografia, mais de um, curtinho, extenso, tudo tá valendo!
Pensa na palavra "simplicidade" e deixe-se inspirar. No sábado, 07, você publica e deixa o link aqui ou. Vamos deixar nosso varal bem bonito com coisas simples.

Beijo

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Atualizando


Fotografia da biblioteca da escola onde estudam meus filhos.
Que eu tenho certeza, provoca encantamentos e nostalgias nos avós e pais e indiferença nos alunos que ali estudam!
Perguntei outro dia se eles sabiam o que era a Barsa.
"Ah, um professor falou e mostrou. Mas mãe como é que atualizava as informações?"

Pois é, refleti um bocado para dar-lhes a resposta e concluí que naqueles tempos o verbo atualizar não fazia parte do vocabulário do tempo.
Ninguém ficava conjugando o atualizar. Até existia, mas era tão desnecessário.
A Barsa era coisa de gente rica, ou gente como a dona Rosa, trabalhadora que achava necessário para estudar os filhos ter uma enciclopédia em casa. Ela fez um carnê de muitas prestações com o vendedor que batia de porta em porta carregando uma pesada maleta preta com algum exemplar e um bom discurso sobre a sua importância.
Dona Rosa mandou inclusive comprar uma estante nova para acomodar todo o conhecimento do mundo.
Aos sábados eu ia para a casa dela ajudar a filha Mônica a tirar o pó dos volumes.
Lembro também que o vendedor apareceu por lá tempos depois entregando um exemplar com atualizações, que à época ele chamou de "incluíram" algumas coisas.
Não sei dizer quantos anos sobreviveu aquela coleção de livros vermelhos. Sei que me acompanhou, por empréstimo e muito cuidado, durante muitos anos do colégio.
Quem aí pesquisou na Barsa?!
A turma do odd, diria meu marido! Eu e ele inclusive!
Aproveita e conhece ou relembra o odd em 30 segundos aqui.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Blog

Quando ter um blog era ainda e apenas uma ideia permeada principalmente de medo, por não saber exatamente o que era um blog, eu comprei um livro para me ajudar a decidir se concretizaria a ideia.  
Já tinha lido muita coisa na internet sobre blogs. Mas, esse "muita coisa" se resumia a dicas como nunca peça para te seguir de volta, é deselegante; não chame para visitar seu blog, deixe um comentário bom, inteligente, de quem realmente leu a postagem e certamente seu comentário chamará a atenção e você receberá visitas e seguidores.
Era isso o que mais tinha, além de dicas de como inserir uma imagem, etc.
E não era exatamente isso o que eu procurava.
Queria algo mais aprofundado que me desse segurança para ter um blog.
Remexendo prateleiras e gavetas, encontrei o livro que comprei e li nesse processo de decisão.
Não me serviu para nada naquele momento.
O livro tratava dos blogs como diários genuínos que apenas saíram do papel, dos cadernos chaveados e ganharam a tela do computador. Fiz uma leitura "passar de olhos" porque realmente não era aquilo que procurava.
Até hoje eu não encontrei um blog que seja verdadeiramente um diário.
No meu caso seria entediante se fosse assim. Muito de meus dias são simplesmente tarefas cotidianas, outros têm discussões com filhos, marido, uma boca amarga por algo que se comeu no dia anterior, o cocô do cachorro que se modificou depois que passou a comer cereais ancestrais e por aí vai.
"Acordei com o toque do celular. O dia ainda não havia clareado, estamos no começo do horário de verão; é difícil sair da cama, mas as crianças não podem perder a hora da escola"- então decidi que arriscaria a ter um blog mesmo na incerteza do que escrever e sabendo que não queria escrever a minha rotina nua e crua.
Então a gente vai pegando jeito, um jeito que faça sentido para nós mesmos, e vai de foto, de poesia, de uma polêmica, de um livro, do seu olhar para aquele dia a dia tão comum, mas que a gente passa a encontrar um algo a mais para poder escrever.
Porém, o que mais me agrada nos blogs é o aguçar da memória. E isso se dá tanto pelo ato de escrever quanto pela leitura de outros blogs. 
Inúmeras vezes despertou-me sentimentos, me fez lembras de algo que talvez passasse despercebido, ou nem voltasse à luz da consciência. Lendo outras pessoas, encontro situações semelhantes em mim.
O livro, que à época não me serviu a meu propósito, tem agora seu lugar na minha cabeceira.
Voltei à leitura e tenho me surpreendido com o que encontro ali. Desde as reflexões se o estilo diário, confessional, é um estilo literário até a minha constatação de que nós hoje, merecemos aplausos!
Há no final do livro uma lista com vários endereços de blogs que a autora se valeu em sua pesquisa e eu fui buscando a maioria deles. 

A página que você procura não foi encontrada.
Ops, aconteceu um erro.
Foi muito bom escrever por aqui, agradeço a todos os que me leram.
Esse blog está na UTI respirando por aparelhos, acho que não vai resistir.

Pois é. A maioria dos blogs citados deixaram de existir.
O livro é de 2004.
Então se você tem um blog, não desanime! Uma frase, um pensamento, uma inspiração vinda de outro blog.
Além de tudo que já sabemos que é bom, o blog estimula as conexões em nossos neurônios, exercitando nossa memória.
Vamos lá, sem desânimo. "Bora escrever"!

terça-feira, 27 de outubro de 2015

De alegria e tristeza

Dois choros me chegaram ontem.
Por um deles eu já esperava, confesso que, até com certa ansiedade.
E pude ouví-lo no início da noite. Encheu-me de alegria.
Aquele choro significava que estava tudo bem.
Era o choro de um recém-nascido. Uma menininha que ainda não sei o nome.
Minha vizinha de porta, de sorriso simpático, que vez por outra encontrava no elevador e sobe estar grávida e a cada espaçado e novo encontro a proximidade do parto. Na semana anterior tomei coragem e bati na porta dela para oferecer alguma ajuda caso precisasse. E então ela me disse que o bebê chegaria no final de semana e ainda não haviam decidido o nome. Ontem ouvi aquele choro que a gente diz "nossa, pulmões fortes hein?!", o choro da nova vida que se inicia ali ao lado. Embora exaustivo esses primeiros tempos, até que tudo se encaixe numa rotina possível com um bebê, é um choro que traz alegria. Nasceu bem, está tudo bem com mãe e filha e uma nova família vai sendo construída.
O outro choro veio ainda pela manhã e esse, de uma tristeza profunda.

Em prédios de apartamentos fazer amizades é um tanto difícil.
Cachorros facilitam puxar uma conversa.
E assim ao compartilhar o elevador com um "dono e seu cachorro"o papo deixa de ser o tempo para se referir aos peludos e seus hábitos e personalidades.
Até que um dia encontrei o conhecido cachorro com outra pessoa. Disse já conhecê-lo e ela, expansiva, foi falando-me que na maioria das vezes que leva o cãozinho para passear era o marido pois ela, fica a maior parte do tempo com a filha. "Ela é especial, sabe".
Ontem encontrei a jovem mãe no caminho da garagem e perguntei sobre a filhinha que conheci recentemente.
Foi então que a jovem mãe começou a chorar ali diante de mim, uma estranha. Disse-me que após meses de exames e investigações, os médicos fecharam o diagnóstico da garotinha de três anos: ela tem uma síndrome rara e degenerativa.
"Eles nos disseram que ela não viverá por muito tempo e agora eu e meu marido estamos nos tratando para aceitar isso. É muito difícil, se eu penso em daqui um mês, eu enlouqueço".
O choro veio forte.

Ao meu lado, o choro da vida que se inicia.
Lá nos andares mais altos, o choro da vida que está de partida.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Pequena menina


Oi.
Clara, Cecília, Isabela, Beatriz, Marina... não sei o seu nome; não sei o nome que você terá, então vou chamá-la de pequena menina.
Fiz para você, pequena menina, essa manta. 
Para te aquecer, te acolher, tornar um pouco mais macio o mundo em que você chega.
Espero que você goste da cor! Sabe, eu a escolhi porque a Angela, lá de Portugal me disse certa vez que essa cor é cor de bochecha de boneca. E eu vi tanta poesia nisso! E então eu desejo que você tenha bochechas assim, bem rosadas, de saúde, de saltitos de criança, de sorrisos que surgem fácil e de poesia em teu caminho.
Não vou mentir para você: foi-me muito difícil executar tua manta. Primeiro eu tive que aprender a tricotar. Eu tinha uma vaga percepção de como era.
Eu era uma criança quando conheci a palavra orfandade. O abraço de minha mãe havia se transformado em recordação e então, assim que o sol se punha, eu ia para a casa da vizinha, a dona Rosa, esperar o barulho do portão, que dava para escutar de lá, e era o sinal de que meu pai havia chegado do trabalho.
Dona Rosa achava de um perigo extremo uma criança ficar à noite transbordando de saudade e me levava para a casa dela.
Ela tricotava em agulhas de metal que faziam um barulhinho rápido e gostoso. Nunca me ensinou, mas enquanto eu ficava ali sentada e de suas mãos iam surgindo casaquinhos, coletes, xales, eu ia me enchendo de amor silenciosamente.
Passados tantos anos, eu comprei minhas agulhas e assisti a vídeos no youtube para aprender.
Foi difícil. Por algumas vezes eu tive que desmanchar tudo e recomeçar. E não escondo: há falhas.
Um ou outro ponto trocado, esquecido. Não está perfeito.
Mas eu tomei coragem para lhe presentear, pequena menina, mesmo assim.
Quero dizer que mesmo sem te conhecer, eu coloquei amor no que fiz; as falhas irão junto para te mostrar que é possível aprender, conseguir, cair, levantar, ter que fazer novamente.
A vida, apesar de todas as felicitações que recebemos no nosso aniversário, não será sempre cor de rosa. Haverá as dificuldades, as tristezas, as ausências.
Nós teremos falhas, mas podemos sempre nos empenhar para melhorar.
O mundo terá falhas, mas podemos sempre encontrar a maciez de um abraço.
Siga com olhos de encanto e não desista.
A vida é um lindo presente!

* xale feito para um projeto de doação para bebês que iniciam a vida na mais profunda carência material. Que não lhes falte amor.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

A corujinha

Recebi um e-mail de uma amiga blogueira que  ficou um bom tempo longe daqui e resolveu retomar sua rotina com os blogs.
Mas, tão logo ela retornou, tão logo ela percebeu "algo estranho"no ar.
E me perguntou:
"Céus, o que está acontecendo por aqui, cadê os blogueiros, aspostagens, as interações, os comentários? Tá todo mundo no facebook?"
Minha resposta, que não enviei por e-mail e vou pedir que ela leia aqui.

Amiga, você ficou muito tempo longe e está completamente desatualizada.
Não podemos ser injustas.
O facebook nada tem a ver com isso.
Vamos inocentar o coitado do face. Tem, inclusive muitas blogueiras que anunciaram em seus próprios blogs que estão desativando suas contas.
O problema agora é a coruja.
E para responder a pergunta que já está se formando em seus neurônios, aí vai um retrato da simpática corujinha:


Ela atende pelo nome de BLAB e se você procurar melhor, há uma foto dela com uma espécie de capa de super-herói. Não tenho certeza, mas acho que ela voa.
E tem sobrevoado os blogs e levado muita gente para um passeio lá pra suas bandas.
Como eu não fui, não posso dizer com certeza, me parece que é um site onde você escreve por vídeo, ou melhor, fala em vídeo; ou seja um vídeo onde quem assiste pode interagir com você ao vivo mandando perguntas através de um chat e você vai respondendo e quem perdeu o "ao vivo" pode assistir depois porque o vídeo ficará lá para sempre.

Ah, não gostou do para sempre?
Não se preocupe, porque agora tem muitas blogueiras fazendo um Periscope.
Como não fiz nenhum, também não sei. Só sei que esse Periscope fica no ar só 24h, então você tem que correr para assistir porque depois ó... escafedeu-se o vídeo. Ele evapora.
Tem foto dele também. Olha só, se é que você já não o viu por aí:


E tem uma coisa muito legal amiga: enquanto você assiste pode mandar coraçõeszinhos para expressar o quanto gostou.
Ah amiga, vai me dizer que você ainda está no tempo do youtube?!

Agora eu preciso te confessar uma coisa: tenho me sentido a verdadeira blogueira das cavernas, pré-histórica. Sei lá se algum dia vou conseguir fazer um blab, ou chamar os amigos para um periscope.
Sei lá... 


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Mentirinha

- Mãe, o sono é uma mentira.
- Não, claro que não Jú. A gente precisa dormir. Enquanto dormimos, os hormônios do crescim...
- Isso eu sei mãe. Não é disso que eu estou falando. O sono é uma mentira porque quando eu peço bênção e vou para o meu quarto, eu deito e fecho os olhos, fingindo que estou dormindo e só depois o sono chega. Então eu minto para mim mesma até pegar no sono. Só não é uma mentira quando eu quero ver um filme e durmo no sofá e nem como vou parar na minha cama.
- É,  e num é que faz sentido?!!!










Tá puxado

Já passou por esta situação? Você quer ir embora, quer fazer outra coisa e te puxam pelo braço implorando, ameaçando para ficar mais um pouco, para fazer outra coisa?
Pois tem acontecido de forma frequente.


Acesso um site, leio e quando vou me dirigindo para fechar, mudar, colocar outro endereço de site, surge um braço, uma mão firme que me pede ( ou seria ordena? ): antes de ir, conecte-se; antes de ir curta nossa página...
Que insistência chata.
Já te aconteceu?


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Histórias amareladas


Cultivo hábitos antigos; alguns diriam ultrapassados.
Para mim, do passado que ainda se faz presente.
Ir a uma agência dos correios, por exemplo. 
Evitável, alguém poderia sugerir.
Fato, evitável em muitas situações.
A que me levou até lá, também seria evitável.
Fotografias. Eu poderia transferir as fotos diretamente para um site, que, após a confirmação do pagamento, enviaria diretamente para a pessoa em questão. Economizaria tempo.
Mas não é sempre que quero economias de tempo.
Saí cedo, com o sol ainda ameno. Caminhada, ponto de ônibus, ônibus, descer na praça, caminhada, senha, espera, atendimento, alegria.
Entre a senha e o atendimento encaixava-se um livro que lembrei de pegar antes de sair de casa.
Pequeno para que não pesasse e coubesse na bolsa.
E foi entre a senha e o aviso sonoro e luminoso no painel que eu encontrei uma história nesse livro.
Especificamente nas bordas dele.
Eu era uma menina e junto a meu pai, via o progresso do metrô chegando cada vez mais próximo de onde morávamos.
Eu tinha quatorze anos quando era possível pegar um ônibus e em meia hora estar na estação mais próxima, que traduzida do tupi, significa "caminho do tatu". E veio a permissão ( e acredito, apreensão ) de meu pai para que eu fosse sozinha ao centro de São Paulo.
Quase indescritível a sensação!
A confiança dele em mim, a minha responsabilidade, a liberdade contida no trajeto. Claro, que precisei disfarçar o frio na barriga.
Fui e voltei em segurança e fui tantas outras vezes, já sem o frio na barriga, entrando e saindo de lojas e ruas estreitas.
Na loja de nome Paulinas, onde havia artigos religiosos, de papelaria e uma boa livraria eu entrei muitas vezes. Comprava marcadores de páginas com belas imagens e frases com os quais eu presenteava as amigas da escola. E lá me deparei com uma coleção de pequenos livros de um mesmo autor que soube ser poeta.
Capas de cores intensas para cada título. Haviam muitos exemplares. Custava pouco.
Trouxe um para casa e de uma outra feita, mais um.
Poderia ter comprados todos de uma só vez, devido ao preço tão miúdo. Era o prazer de ir até lá.
Era a eternidade que me pulsava, a duração de para sempre da adolescência, da loja, dos mesmos livros, no mesmo lugar.
Mas a vida também escreve enredos para nós.
E quando lá eu voltei, o nome da loja antes no feminino, tinha mudado para um equivalente masculino.
Não questionei o porquê; queria apenas comprar os livrinhos e até me lembrava do lugar onde estavam.
Mas eles não mais existiam.
O efêmero começou a se mostrar ali.
Saiu do catálogo, não era mais editado, não existia na loja que apesar de existir, mudara o nome e talvez tantas outras coisas.
Pudera, eu também não era a menina que desbravava o centro da cidade.
Restou-me o meu exemplar, na verdade, os dois somente.
Poesias no lado de dentro, histórias nas bordas amareladas.
Entre a senha e o atendimento, não abri o livro.
Ele mesmo fechado me contou toda essa história.

A1106

Minha vez. As fotos. O atendimento. A alegria.

A brisa do mal


Não se engane porque  muitas pessoas não amanheceram assim: deslumbrantes, ensolaradas, cheias de vontade de vier, como este céu que fotografei hoje bem cedinho.
Aos menos aqui onde moro, muitas pessoas amanheceram trovejando e soltando raios que o partam pela boca.
A noite mais quente de toda a primavera que ainda engatinha trás uma maldição: a brisa fresca bufada pelo ar condicionado.
Pois são eles, os aparelhos de ar condicionado que estão fazendo as pessoas fecharem o tempo por aqui.
Três torres de apartamentos. Um de frente para o outro. Caixa de ar condicionado para fora fazendo adentrar o som do funcionamento para dentro do quarto em frente. Pronto, tempestade formada.
Há os que chamam técnicos para regularem seus aparelhos; há quem não os faça pois, nem sei o pois.
Em outras primaveras, eram os sabiás o motivo do incômodo. Cantavam cedo demais.
Agora, a brisa do ar condicionado é a maldição da vez.
E eu amanhaci tão feliz ao som de uma cigarra.
Boa sexta antes do horário de verão.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Professor


"Poxa que azar. Essa aula sempre cai no inverno!"

Imagine dois caras que não encontram barreiras na hora de dar exemplos!

Eles são professores da minha filha.
E ainda bem que são irmãos! Acho que no próximo inverno será a vez do outro ficar lá dentro!
Parabéns a todos os professores!

Guardanapos, passarinhos e avós

Ganhamos um presente. Já faz tempo que o Seu Dutra, o carteiro daquele antigo CEP, nos entregou.
Dois guardanapos.
Assim era o presente. E causou espanto.
Nossa! Que coisa mais linda! - exclamou a voz de encanto.
Nunca eu conseguira limpar a boca, amassá-lo e jogar no lixo - sentenciou a voz determinada.
Ah se eu soubesse fazer aquela arte de nome francês... - disse a voz suspirante.


Um presente assim exige que seja poeta para presentear.
Não necessariamente poeta de versos e métricas e rimas.
Pode ser poeta apenas no olhar.
Na alma.
Ou no sorriso.
Muito difícil de encontrar.
Não é para qualquer um assim presentear.

Estava guardado feito tesouro, com todo aquele cuidado.
Era tão aconchegante onde estava, que adormeceu.

Dias atrás, minha filha me entregou um convite que trazia da escola e ao contrário de trazer-lhe alegria o convite, a tristeza escorreu-lhe pelos olhos: tratava-se de um encontro entre avós e netos.
Numa manhã, na verdade, amanhã, um encontro de gerações.
Assim estava escrito no convite:
"O que nos une é muito mais forte do que o que nos separa".

Minha filha tem apenas a avó paterna que mora lá nas Minas Gerais e pouco tem deixado seu ninho.
Vendo a tristeza da menina, sugeri que falasse com a professora e lhe dissesse que devido a essa ausência, não faria sentido participar; que ela faltaria nesse dia.

"De jeito nenhum, de forma alguma. Você vem e vai me ajudar a acolher, acomodar e circular por entre as mesas e os avós e netos!"

Essa foi a resposta da professora que animou a menina.

"Levar um prato de salgado".

Na ausência dos avós, a presença sensível do olhar da professora.
Não se ausentando desse fato que é presente em sua vida, minha filha vai nutrir-se de todas as presenças amorosas que estarão ali; vai lembrar-se dos seus avós; vai acariciar seu olhar e quem sabe um dia, poderá presentear alguém com guardanapos.
Guardanapos como estes que um dia ela ganhou de presente e que amanhã, no seu encontro de gerações, estará vestindo os sanduichinhos que ela levará.
Assim, com o carinho de um presente, ela enfrentará ausências mas ganhará sorrisos feito as pessoas que tem cheiro de sol e delicadeza de passarinho.

Deixo também minha homenagem aos professores. Que além de ensinar, possam sempre ter esse olha atento e além.
Uma homenagem linda feita por Alexandre Reis, aqui.
Beijo!

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Um fiapinho

Estava sentada no sofá quando me peguei em pensamentos distantes: se tivesse um bebê aqui com soluço, seria fácil achar um fiapo para por em sua testa?
Olhei para as roupas que vestia. Nada que pudesse ser facilmente puxado, que se mostrasse a vista.
Cobertor.
Nem eles. Absolutamente acrílicos.
Lembrei-me da colcha de chenile de uma das tias. Essa sim era a a salvação dos primos bebês ensoluçados!
O que será que aconteceu com os fiapos? Estão em extinção? Bem, não vale cortar um pedacinho da linha de costura direto do carretel e embolar entre os dedos.
Ou será que foram os bebês que estão a soluçar menos?
Numa consulta altamente supercial e apressada à web, encontrei duas coisas que me chamaram a atenção.
Primeira: lá na Índia, acredita-se que no centro da testa exista um ponto relacionado à região do estômago e diafragma e portanto colocando-se ali um fiapo molhado de saliva, produz-se um estímulo que faz cessar o soluço.
A outra coisa é relacionado à simpatia: simpatia quer dizer com sentimento; então se você acredita no sentimento, no desejo, no pensamento de que passe o soluço, coloca o fiapo com todo o seu sentir!
Tem fiapo por aí?!

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Precisamos falar sobre

"Eu comi a tua mãe".
No sentido mais chulo, baixo, pejorativo, desrespeitoso, depreciativo que esta frase tem.

Meu filho entrou em casa, chegando da escola, com o rosto transparente de quem havia chorado e muito.
Carreguei na entonação do meu "tudo bem?"na intenção de que ele me falasse o que havia ocorrido. Estava nítido que algo havia ocorrido.
"Vou procurar outras pessoas para tomar lanche, mesmo que eu fique com a Júlia e com os amigos dela".
Respirei fundo para encontrar calma. Não seria fácil conduzir aquela situação; mas seria extremamente necessário.

Há algum tempo ele vinha se esquivando de participar de enfrentamentos de rima com os colegas de sua sala. 
Até que o intimidaram e ele foi parar no centro de um grupo.

Até aí, eu para amenizar o clima de tensão, tentei uma brincadeira dizendo que ele que não ligasse ser ruim em rimas, eu também sou, rimar não é para mim, concluí sorrindo.
Ele então me explicou: tratava-se de rimas e jogo de palavras do mais baixo calão, onde os adolescentes desafiam o seu oponente dizendo que "comeu a mãe" e a partir daí, o nível despenca entre um falar o pior possível da mãe do outro.
Meu filho começou a chorar lá no centro da roda porque disse que não conseguia ouvir aquilo e nem retrucar no nível esperado.
Saiu sob risadas irônicas e gritos de neném, maricas, filhinho da mamãe e outros.

Ponderei muito em trazer para cá assunto que nauseia. Assunto que enfeia o blog. Mas achei importante.
Muitos de nós, eu diria até que a grande maioria, não tem ideia do que está se passando nas escolas. É um submundo, um mundo das trevas em relação ao que a gente acha que é , que deveria ser, o que a gente ensina.
E aqui não cabe a distinção pública/particular. É generalizado.
Nós nos espantamos quando vemos no noticiário que um jovem professor morreu após ser espancado; briga de faca entre duas garotas; vídeos, fotos e difamações que um colega faz sobre o outro.
E achamos que tudo isso está longe de nós, de nossas famílias.

Eu não sei onde estamos errando, mas está ocorrendo uma banalização de tudo, dos sentimentos das pessoas, do respeito que deveria haver e tudo isso ocorre antes ou depois das aulas de Filosofia, Ética e cidadania, só para citar as que mais têm facilidade de abordar esses assuntos.

Por algum momento, eu hesitei. Será que não falam isso sem maldade, sem pensar; será que eu estou dando muita importância a uma "travessura" de adolescentes?
Levei minha indagação até meu marido que assim me respondeu:
"Quando éramos moleques e fazíamos as travessuras, as nossas brigas, havia um código que nunca precisou ser lembrado ou falado - família e especialmente a mãe, a mãe era território sagrado.

Apreciei a confiança que meu filho tem na sua família ao nos trazer esse acontecido. Os valores que sempre procuramos transmitir ( que na adolescência a gente questiona se fez bem feito, ou acha mesmo que eles ouvem por um lado e já sai pelo outro ouvido ) mostrou-se que amor, diálogo e respeito ainda cabem. 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Infância e registros

Faz algumas semanas que eu me deparei com uma postagem doce, delicada, de uma mãe que falava de sua filha e ao final do texto, a ilustração era uma foto com os pezinhos da menina em um sapato da mãe.
Emocionou-me o relato; eu me nutri com aquela ternura.
E depois pus-me a pensar nos registros que eu não fiz da infância de meus filhos.
Não fotografei o positivo no teste de gravidez, não fotografei a barriga mês a mês, não houve foto na hora do parto, não fiz marcações na parede da altura que tinham em cada dia de seus aniversários, e tantos outros que deixei de fazer.
Se pudesse voltar atrás, não teria feito do mesmo jeito.
Não está em mim, não sou eu assim. E meus filhos já "me sabem" assim!
Acho que nossos registros têm um pouco de nós. Não é errado fazê-los ou não fazê-los como a maioria.
Penso que temos que ter o cuidado, de, com tantas facilidades virtuais, deixar de registrar com emoção e ser apenas mais um clic. Há de ter significado.

Revirando uma caixa em busca de um envelope de bolinhas que tinha certeza de encontrar, encontrei além.
Os pezinhos da menina estavam numa foto de papel. O encantamento do meu filho com um imenso arco-íris me fez pegar a máquina, fotografar e depois revelar.




Espero que eles encontrem a maneira deles, o seu peculiar modo de registrar momentos, seja em fotografias, palavras escritas, ou apenas no coração ou em várias plataformas juntas incluindo o coração.
Eu não me lembrava das fotos no sapato de mãe.
Eu não me lembrava que um dia havia mandado revelar uma foto caseira, tirada às pressas de um arco-íris.
Foi um espanto!
E ter um blog para descrever as emoções recordadas é muito bom!
Beijos com desejos de registros cheios de afetos e ternuras e que possam ser compartilhados nos blogs que andam tão acuados, encaramujados.


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Complete a frase

No clima de semana das crianças, vou brincar mais um pouco por aqui!
O Lukas do blog fotografandocadaideia me convidou para completar as frases, então vamos lá!

SOU MUITO dura para dançar, nem me chame.
NÃO SUPORTO cara de pau de político tentando se justificar.
EU NUNCA voei de asa delta ( e nem vou! ).
EU JÁ BRIGUEI com o atendente do 0800.
NESTE MOMENTO eu já estou com sono ( durmo cedo ).
EU SEMPRE GOSTEI de comer chocolate tomando chá!
SE EU PUDESSE evitar sofrimentos...
FICO FELIZ em ver as pessoas realizando sonhos, adoro fazer parte dessas alegrias!
SE EU PUDESSE VOLTAR NO TEMPO eu não reclamaria das cebolas na minha comida da infância ( hoje eu amo cebola crua, assada, refogada... )
ADORO QUANDO chega algo pelo correio!
QUERO MUITO VIAJAR para o Laos - difícil está achar quem queira ir comigo! 
EU PRECISO comprar um travesseiro novo ( acordo percebendo que tenho pescoço )
NÃO GOSTO de cheiro de carro novo, fazer o quê, né? ( me dá enjoo ).

A brincadeira pede para indicar três blogs. Pulo está parte e deixo o convite a quem quiser.
Beijo!

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O armário da menina

Primeiro, minha filha perguntou se eu me lembrava de uma foto nossa, ela ainda pequenina, que fora usada num trabalho escolar.
Lembrar, eu lembrava. Lembrar onde estava guardado...
Procurei e encontrei.
Num outro dia, o pedido de algumas fotos soltas.
Agora estava mais fácil. Entreguei-lhe e ela escolheu uma.
O pedido para compra de ímãs veio num final de tarde.
Estava ficando difícil: eu não sabia exatamente onde comprar os tais ímãs.
Arriscamos uma loja de multicoisas. Tinha. Trouxemos.
"Você pode me dar o coração da Calu que está na nossa geladeira? "
O coração da Calu? O meu coração que a Calu me deu? Ai, ai... que difícil, extremamente difícil.
"Eu vou cuidar muito bem"- e havia afeto em seus olhos.
"Pra quê tudo isso? "
"Não posso dizer ainda"- foi tudo.
Imaginei algo acontecendo em seu quarto.
Negativo.
Mostrou-me a fotografia. 

Seu armário na escola!
Nunca tive um armário na escola. Via somente em filmes americanos. Agora são comuns.
"O coração de Calu no ambiente onde seu coração pulsa!
Escola, outubro, mestres a ensinar, orientar, fazer aflorar lá de dentro o melhor deles.
Pandora, Calu, Paula, Gracita, Nair, Estela... algumas das blogueiras que trazem no coração o ser professor.
Um beijo a vocês!

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Balançar

Uma blogueira fez uma postagem tão apaixonante sobre um escritor ( além de tantos outros atributos ) que eu pedi-lhe ali no retângulo dos comentários que me indicasse alguns títulos desse autor.
Dois me foram sugeridos, sendo que um deles imediatamente me embalou, acho que pela poesia já contida no próprio título: O velho que acordou menino.
Coloquei na minha lista de possíveis leituras.
Há títulos lá na minha lista que estão há anos; outros se tornam objeto palpável rapidamente.
A vontade de ler nem sempre encontra sintonia com nossas economias, com nosso tempo.
Estava lá - o velho que acordou menino. Nem precisava olhar para a lista, eu já tinha decorado, já estava no coração.
Foi numa entrada descompromissada em uma livraria que me deparei com uma luz belíssima vinda da capa de um livro. O primeiro de uma pequena pilha.
Era o livro sugerido!



A sintonia não poderia ter sido melhor entre a beleza da capa e a possibilidade financeira de trazê-lo para casa.
A cada texto lido, assim que fechava o livro, apreciava novamente a capa.
Entre leituras demoradas e outras mais rápidas, cheguei ao final, mas antes, já quase no fim, um texto que é a tradução da capa do livro.

"O meu balanço estava amarrado num galho de uma ameixeira. Quando não se sabe ainda, é preciso a colaboração de um amigo que nos empurre. Depois a gente aprende o segredo. Com sucessivos deslocamentos do centro da gravidade do corpo, o balanço voa. Ah! A alegria de tocar com a ponta do pé uma folha num galho alto! Eu fazia um monte de folhas secas à frente do balanço. A aventura que exigia coragem era pular do balanço quando ele estivesse no alto para cair no monte de folhas secas.
Depois de velho, psicanalista, dei-me conta de que um balanço é um excelente remédio para depressão. Por experiência própria. Bastava que eu balançasse para que a tristeza sumisse. Balanço e tristeza são incompatíveis. No balanço não há passado, não há futuro. É só o presente.
[...] Um adulto que se assenta num balanço é porque perdeu a vergonha. E perder a vergonha é o início da felicidade."

Agradeço à Ana que me indicou o livro. Agradeço à uma amiga que me presenteou com a visão de vê-la balançando no parque ao lado de minha filha.






sábado, 3 de outubro de 2015

Das fotografias

Trago para pendurar no nosso varal coletivo, aqui e lá na Tina,  com o tema um objeto do passado e um atual e alguma relação entre eles, esses aqui:


Ambos são fotos!
O vermelho, que eu não sei o nome, e espero que me elucidem, era chamado lá em casa de "binoclinho".
"Pega lá a caixa com os binoclinhos pra gente olhar! " - alguém exclamava.
E era um tal de inclinar a cabeça para cima, procurar um pouco de claridade, fechar bem apertado um dos olhos, tinha quem o tapasse com a mão, tudo isso para poder enxergar ali dentro a foto!
Também não sei se eram brindes que se ganhava ao revelar um filme ou se era um produto que pediam para fazer. Alguém sabe?
O da atualidade, bem conhecido, o cartão de memória.
Dois objetos que de maneiras diferentes mostram o mesmo resultado, claro com a diferença da qualidade: as fotos!
Quem já teve, quem ainda tem o "binoclinho"?!

* Simplicidade é o próximo tema.

Tiraram do baú e penduraram no varal:








quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Outubro, ainda bem

Outubro, ainda bem.
Queria mesmo que o ano passasse rápido por conta de uma trapalhada que fiz lá no comecinho para todo o mundo esquecer.
Aliás, eu cheguei a acreditar que tudo era águas passadas.
Até que hoje, aconteceu o que eu temia.

Lá no começo do ano, deu-se este ocorrido:
Reunião da escola. Escola nova. Não podia de jeito nenhum faltar.
Ajeitei-me e fui.
"Tão cedo assim mãe?"
Gosto e prefiro chegar cedo. Assim pego lugar bom e chego com tranquilidade.
Cumprimentei o porteiro e pedi informações sobre a reunião.
"Terceira sala aqui em frente".
Segui e quando fui entrar, um gelo percorreu todo o meu sangue.
A sala estava abarrotada de pais.
Como assim? A sala já lotada se eu me adiantei?
Não havia tempo a perder tentando elucidar o inevitável.
Fui entrando.
Era difícil.
As pessoas estavam amontoadas numa espécie de círculo e eu só visualizei uma cadeira vaga lá paro os fundos.
Mas eu não conseguia passar. Ia me espremendo, trazendo a bolsa à altura da garganta, pedindo licença e desculpa.
As pessoas me olhavam feio. A pessoa que palestrava não parava de falar e eu ali passando à frente dos outros que desviam a cabeça ora para a direita, ora para esquerda e dentro dos seus neurônios eu lia: saia logo daí, não tá vendo que está atrapalhando.
Antes de chegar ao último lugar, consegui um tropeção que arrastou uma carteira perdida por lá e alastrou um som indevido justo na fala importante da pessoa à frente.
Sentei-me.
Só podia mesmo ser meu sangue gelado que não fazia meu cérebro funcionar. Eu escutava mas nào compreendia uma só palavra. Foquei os olhos na boca que se articulava diante do microfone. Era incompreensível. Eu não entendia absolutamente nada do que se falava.
Piorou quando todos ali começaram uma espécie de discussão, falando ao mesmo tempo e no auge da minha angústia consegui perguntar:
"Aqui é a reunião do sexto ano?"
"Não, aqui é a reunião de formatura".
Mordi a parte inferior do lábio no canto direito e esquerdo para tentar não deixar a risada escapar.
Levantei e fui saindo enquanto eles bradavam, qualquer coisa que já não me interessava.
O barulho e as mãos que falavam juntas disfarçaram minha saída igualmente difícil como fora a entrada.
Era no espaço da cantina a minha reunião.
Apesar de tudo, eu ainda estava adiantada.

Evitei durante uma semana as cercanias da escola.
Achei que ninguém mais se lembraria do mico, como dizem os jovens.
Até que hoje eu fui parada na rua.
"Oi, eu sou a mãe de..."
E falava, falava, até que eu consegui uma brecha em sua respiração e disse que deveria estar havendo algum engano, porque eu não sabia nada daquilo que ela estava falando e perguntando.
"Mas você não é da comissão de formatura? Eu te vi na reunião do começo do ano. Se bem que achei estranho você ter chegado atrasada e saído de mansinho."

Nossa, que memória, hein?! Precisava lembrar de tudo isso?
Se não é uma câmera a te filmar, é uma memória fotográfica que não te esquece!

Então agora, que outubro tenha o seu ritmo e que saibamos saboreá-lo!
Que os panetones esperem ao menos o dia das crianças para se enfileirarem aos nossos olhos.
E como outubro está aí inteirinho para a gente, não se esqueça:

- já é possível pedir os livros da coleção Itaú, para ler, para doar   aqui

- sábado agora, dia 03 do outubro, tem blogagem coletiva aqui e lá na Tina. Não fez a lição de casa ainda? Corre que dá tempo! O tema será um objeto antigo e um moderno que tenham alguma relação entre si, ou algo bem diferente.
Posta e avisa!

Colher de selfie

Poucas palavras para que o tempo seja usado assistindo ao vídeo de 30 segundos.
Não se importe com o idioma, apenas veja, é rápido.