segunda-feira, 30 de julho de 2012

Novamente meias






Certa vez, um veterinário me elogiou por causa da limpeza dos dentes do nosso cachorro.
Perguntou-me se eu escovava os dentes dele diariamente.
Apenas sorri... um sorriso amarelo.
"É difícil ver cachorro com dentes tão limpos".
Agora eu sei porque os dentes são tão limpos: de tanto morder as meias, os pés da Júlia.
As meias ficam furadas, mas o cachorro com sorriso branquinho!

Um dia bom


Encontre o seu melhor
e faça-o flutuar por este bom planeta
Um sorriso. um olhar
um gesto, uma grande descoberta
um chão varrido
um bom atendimento...
Aqui é um lugar bom
porque aqui você existe.

domingo, 29 de julho de 2012

Anoitecer em Passos - MG

Quero oferecer esta foto, do céu de Passos em Minas Gerais para a Imaculada, que lá nasceu, e para todos os meus amigos que passam por aqui, deixam palavras carinhosas, engraçadas, incentivadoras, reflexivas.


Esse momento espetacular
dia entregando-se
nos braços da noite
momento em que as cores
 presenteiam nossas retinas
para adentrarmos na noite
que trará renovado
um outro amanhecer


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Pequeno ninho


Querido amigo blogueiro, querida amiga blogueira, neste momento em que você está me lendo, você está sentado confortavelmente?
É bem provável que além deste blog, você já leu outros e ainda lerá outros tantos. É assim que se move a blogosfera.
Poesias, fotos, textos, informações... Você já pensou que todo este entrosamento com seus blogs favoritos pode ser emocionalmente muito mais satisfatório?
Você pode ampliar a sua sensação de bem estar simplesmente estando numa cadeira Hosu.
Não conhece?
Então olhe com atenção:

A cadeira Hosu desenhada por Patricia Urquiola para a Coalesse é amarelo-vivo e fica perto do chão.
Ela foi criada a partir de uma pesquisa que descobriu que quando as pessoas entram em comunhão com seus dispositivos digitais portáteis, elas gostam de se reclinar perto do chão.
Esse “um pequeno ninho”como descreve sua criadora custa a partir de 2 mil dólares. Mas nada paga a experiência neste pequeno ninho.




Amigos leitores, obrigada por leram até aqui, mas lamento decepcioná-los: não haverá sorteio de uma cadeira Hosu aqui no blog, nem cupom de desconto para as dez primeiras pessoas que acessarem o link e informarem o nome do blog. Nem adianta perguntar do por quê do amarelo-vivo ( seria por causa da cor de algum passarinho? ) e nem de onde tiraram que as pessoas gostam de ficar próxima ao chão ( já sei: fizeram a pesquisa no Japão ).
Isso foi apenas um exercício. É que eu queria exercitar esse tipo de escrita promocional. Realmente peço desculpas.
Ah! Mas se você se animou e deseja adquirir a tal cadeira, lembre-se que é preciso ter um dispositivo portátil para seu momento de comunhão ( adorei isso! ).

Já ia me esquecendo - modelo para acompanhante.



quarta-feira, 25 de julho de 2012

Dia do escritor


 Desejo a vc minha amiga escritora:

 Muita inspiração
Muitas viagens imaginarias
Amor
Poesia
Felicidades
E muita "tinta e papel" para nos presentear com seus contos, textos, poemas histórias!

Beijos!



Eu não sabia que hoje é o Dia Nacional do Escritor! E olha que carinho gostoso recebi da querida amiga Alê.
E logo depois, recebi também por e-mail, este recadinho lindo da amiga Ivani:


Centenas de pessoas atravessam a nossa vida diariamente.
Umas, passam bem devagar e atravessam o trajeto ao nosso lado, outras estão sempre correndo e não têm interesse em observar o caminho conosco.
E tem aquelas que decidem fazer o mesmo percurso que a gente pelo simples prazer de nossa companhia.
As pessoas que fazem parte da ultima categoria sabem que nem sempre será prazeroso.
Elas também reconhecem que muitas vezes o caminho será complicado.
Em algumas situações irão questionar qual a razão de agirmos de determinada forma enquanto caminhamos.
Mas nunca, em hipótese alguma, vão achar que o passeio foi em vão...
Amigo de verdade te leva a sério, te leva no riso, te leva no bico...mas te leva!
Te carrega pela vida toda!
Um abraço.


Então aos amigos blogueiros, escritores que encontramos aqui nas páginas virtuais, uns desinibidos, outros mais quietos, muitas inspirações!

terça-feira, 24 de julho de 2012

Para meu bem querer


Hoje não é nenhum dia especial
Nenhuma data a ser comemorada
rememorada, celebrada
Hoje é um dia qualquer
um número perdido no calendário
Um dia qualquer em que o sentir pulsa
um momento exuberante
exultante
Nossa vidas se encontraram
e é maravilhoso estar e
seguir ao teu lado.



sábado, 21 de julho de 2012

Corpo de mulher


Participação na blogagem coletiva Corpo de mulher.

O dia havia chegado.
Estava lá seu corpo de mulher. Tão frio quanto a bancada de inox perante os olhos dos alunos de medicina. Olhos que externizavam sentimentos os mais variados.
Três anos atrás, tomou a decisão de doar seu corpo para as aulas de anatomia da turma de medicina. Decisão esta que causava um certo desconforto em quem ficava sabendo.
Era preciso falar. Era um desejo seu doar seu corpo ainda em vida para que fosse objeto de estudo. E assim o fez.
Burocracias, papeladas, assinaturas.
Estava saudável quando o fez, bem distante de imaginar a morte súbita que teve.
Mulher firme, de iniciativas, de atitudes.
Qualidades que não a impediram de pensar, imaginar seu corpo de mulher ali exposto.
Tinha cinquenta anos quando fez a doação. Independente de qual idade teria frente aos alunos, seu corpo não tinha mais a juventude que tanto exibiu nas praias, nas noites, nas saias curtas.
Será que as jovens alunas a olhariam com desprezo, vendo a flacidez da barriga, celulites?
Será que ao dissecarem seu abdome, seu estômago, ouviriam as risadas dos almoços em família, ou veriam as inúmeras dietas que prometiam um corpo perfeito e que ela tantas vezes se submeteu sem encontrar no espelho semelhança com a capa da revista?
Quando chegassem no seu útero encontrariam ali a vida, a morte que a própria vida lhe conduziu a cometer. Três filhos adoráveis, um que não permitiu viver e tanta dor ali naquele ventre, tanto vazio, tantas lágrimas...
E seu coração? Tantos homens amou, outros desiludiu-se. Alegrias, angústias, tristezas.
As pernas que rodopiaram nos salões de baile, que caminharam à beira mar com o sol tingindo o céu no entardecer.
Será que os alunos veriam que aquele corpo de mulher, deu prazer, fingiu tantos outros, enfim viveu intensamente acertando, errando, sofrendo os ditames da época, dos modismos. Ou veriam apenas um corpo que após a maternidade não voltou a ser como o da celebridade, mas seguiu sendo mulher.
Não importa. Esses pensamentos eram apenas seus. Lá sobre a bancada de inox importa apenas existir um corpo. E dessa vez era de mulher.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Sacola metrô mordomo jornal

Com o advento das sacolinhas plásticas – proíbe, cobra-se por elas, oferecem caixas de papelão, sacolas retornáveis ( e aqui na minha cidade elas, as sacolinhas, voltaram como se nada tivesse acontecido, uma espécie de "acabou em pizza") eu voltei a um velho hábito: ler jornais.
E o que a ver sacolas plásticas com ler jornais? Além de você ficar decepcionado por saber que a questão é muito mais política e econômica a favor dos grandes supermercados, você pode usar o jornal no cestinho do banheiro ao invés de usar as sacolinhas. ( Leia-se bem: é usar o jornal para forrar o cesto e não outra finalidade).
Tenho tantas dúvidas ecológicas... mas não custa nada fazer a nossa parte. Na verdade, custa sim, e tenho achado o jornal caro, caro pra chuchu.
Sabe onde adquiri o hábito de ler jornal? No metrô.
Numa época em que o metrô ainda era vazio e a gente conseguia sentar ou ir tranquila e espaçosamente em pé. Faz tempo isso, hein? Contando que o metrô já foi assim, ninguém acredita.
E era ali sentada na maioria das vezes que eu lia jornal. Não que eu comprasse. Nunca comprei. Era jornal filado.

[Filar – gíria – pedir aos outros, para não comprar; fazer com que os outros paguem]

Mas eu não pedia para ler; apenas mantinha a cabeça imóvel e mexia os olhos para a direita ou esquerda, conforme o lugar em que o dono do jornal estava sentado e filava a leitura. Também acontecia do sujeito estar em pé bem à sua frente, daí era só inclinar um pouco a cabeça. Claro que tinha o inconveniente da pessoa terminar antes que você a leitura e virar a página e você ficar sem saber o desfecho do enredo e com uma vontade enorme de falar "Ei, volta lá que ainda não terminei de ler". Nunca fiz isso. Filar educadamente era meu estilo.
Nos dia atuais seria impossível fazer isto dada a superlotação do metrô de São Paulista. Você mal consegue mexer os olhos.
Li esses dias, no jornal que eu comprei, que em muitos países, o jornal está com os dias contados. Por aqui não. Ainda vende razoavelmente bem, mesmo com toda a circulação de notícias na internet.
E você lê jornal? Compra? Fila?
Ah! E se alguém puder sanar a minha curiosidade: "dizem que os mordomos, que já estão de pé antes mesmo do jornal se entregue bem cedinho, pegam o jornal e o passam a ferro elétrico para que a tinta não saia nos dedos do patrão.
Alguém tem mordomo para me confirmar? Não, não se acanhe em contar. Prometo que não não vou pedir para filar nem o mordomo nem o jornal! 

terça-feira, 17 de julho de 2012

Chega de curiosidade

Quer ver comigo?
A primeira folha foi arrancada. Eu teria feito o mesmo, já que iria colocar para reciclar. Deveria ter o nome do dono, telefones, e-mail, essas coisas de identificação.
Na original, existe nesta primeira folha um local para você estipular um valor de recompensa caso alguém a encontre perdida. Então, mesmo sendo genérica, nunca saberei se tinha valor estipulado.
Vamos continuar olhando:
Quando cheguei aos primeiros escritos, já fui preconceituosamente achando se tratar de uma pessoa do sexo feminino.
Por que?
Letra bonita e redonda. E por que homem não pode ter a letra redonda e bonita? Esteriótipos... Quanto preconceito uma caligrafia carrega.
Prossegui a exploração.
O dono ou dona da tal genérica fez uso da mesma listando compromissos. O que não deixou de ser interessante:
19 de janeiro – começo da dieta dos 10kg – 10 dias
( Fiquei tentada a achar que se trata de mulher. Mas hoje em dia os homens estão assumidamente vaidosos. )

22 de janeiro – Niver Ivan/Bia/ Igor
( Será que são trigêmeos? Ou seriam três amigos? De qualquer forma, o dono ou a dona estava em situação desfavorável; teria que comprar três presentes. No caso dos trigêmeos um tanto melhor porque seria tudo no mesmo lugar. No caso de três amigos distintos, seria mais complicado a logística para tanta festa )

27 de janeiro
17:30 Aliança Francesa teste de nível perdi
( Como assim perdi? Você deixou de ir num teste na Aliança Francesa? Meu sonho... Ah! Se eu fosse você, não perderia não ).

29 de janeiro – marcar depilação
( Mas tem homem que faz depilação, vamos com calma nas investigações )

31 de janeiro – começo das aulas

5 de fevereiro – aula de chinês/Liberdade
( Essa pessoa trocou aulas de francês por chinês. Interessante )

15 de fevereiro – ginecologista 16h
( É mulher )

16 de fevereiro – início das aulas de natação

19 de fevereiro – exame de sangue 12hs de jejum

3 de março – vigilantes do peso – perto do metrô trianon
( Essa garota quer emagrecer )

5 de março – exame de sangue 12h sem comer
Ir nadar com papai na acm se der ou ir patinar no Ibira
( Acho que o papai foi nadar sozinho)

27 de abril – NÃO ENTRAR NO TWITTER
( A julgar pelo tamanho da letra, ela não pode mesmo)

7 de maio – exame de sangue 12hs de jejum
( Gente, essa garota vai ficar sem sangue, ou vai emagrecer de tanto fazer jejum para o exame! )

13 de maio – pedir "help"para Lu e Bella Matemática e Física

E esta foi sua última anotação.
Como saber se emagreceu, se foi nadar com o pai, se já fala chinês ou se reprovou em Física? Será que parou de fazer exame de sangue?

Foi bom. Rendeu um post e várias páginas em branco para eu rabiscar à vontade!
Viu só Alê Biet, o que pode acontecer?!


Aqui está ela, com seu famoso "bolso".
Gostaram?


segunda-feira, 16 de julho de 2012

A genérica

Numa poluída noite de verão, ausência total de estrelas no céu e plenitude de carros na terra, minha filha e eu fomos levar o lixo para a estação de reciclagem, que ficava no subterrâneo de um supermercado, para ser exata, na garagem do mesmo.
Durante o dia, quase sempre, simpáticos funcionários vão separando tudo o que chega.
À noite, o pequeno, porém eficiente espaço de reciclagem, ficava abarrotado de material para ser separado na manhã seguinte. Sozinho e silencioso.
Chegamos com as nossas sacolinhas e quando fui encostá-las próximo a uma caixa cheia de livros, vi uma espécie de agenda vermelha ali por cima dos livros.
Tomei-as nas mãos e comecei a folheá-la.
Minha filha corou de vergonha ( ficou com o rostinho da cor do caderninho! ).
Ninguém está vendo, eu disse sorrindo e avaliando o produto.
Deve ter sido descartada nalguma faxina de fim de ano. Menos de uma semana e ela perderia seu valor. Carregava uma marca – 2011.
Esta vai ser reciclada de outra maneira: na minha bolsa!
Júlia avermelhou-se de vez.

Muito espaço, muitas páginas em branco. Caberiam várias ideias ali e caberia de maneira ideal numa pequena bolsa como a minha.
E foi somente depois da mudança de endereço que eu reencontrei a genérica da moleskine, agora já sabendo o que era a tal cadernetinha, e fui olhar com calma cada uma de suas páginas.
Íntimo e anônimo ao mesmo tempo.
Foi uma aventura virar cada uma de suas folhas.
Quer ver comigo o que tem?
No próximo post...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

A propaganda da caderneta




A primeira vez que eu ouvi esta palavra "molesquine", estava em uma livraria e achei que se referisse a algum tipo de sapato.
O natal se aproximava; as moças que falavam do tal ou da tal molesquine, decidiram que seria melhor presente de amigo secreto do que um livro. "Ficam ali embaixo. Vamos lá escolher".
E eu também fui. Não para escolher, mas para saber do que se tratava. Afinal que, sapatos não eram.
Uma caderneta. Ah!
Oh! E bem demasiadamente custosa. Caríssima eu diria.
Já em casa e com a sensação de que faltava algo a saber, eu fui perguntar para o Google porque eram tão caras as tais cadernetas.
E descobri a fama delas. Grandes nomes, especialmente da literatura, faziem seus esboços, rascunhos na molesquine que os acompanham por cafés, bares, rochas e montanhas.
O que é a fama, o status de celebridade de um caderninho...
A gente quase acha que possuir um artefato desses e sentar-se num café, far-nos-á produzir uma literatura da luminescência de uma constelação.
Aí, a gente se lembra de um comentário da amiga Tina: "para escrever serve pedaço de papel, guardanapo". Serve também a caderneta e o caderno de receitas ganhos nos sorteios de blogs amigos. Escrever é só começar!
Vou contar um segredo ( eu tenho uma molesquine – genérica – e nem sabia! )
Mas isto é uma outra história.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Fotos de quinta - inverno





Minha participação dentro do tema inverno:


Gramado - RS

Sonhos



Espera a chuva parar
e correndo sai
para outra chuva
Para diante das árvores
e deixa os ouvidos se aconchegarem
com a chuva que agora é só das árvores
Som incerto sem ritmo 
Percuciente na terra molhada
folha morta grama escassa
Incerta, abre os braços
e se move para debaixo da árvores
fica imóvel, pacientemente
esperando a folha-nuvem
chover
Chuva trapezista das folhas
salta escorre
Chega o vento
ventando
assusta a folha-nuvem
goteja de uma só vez seu corpo
regador de sonhos.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Rua e vizinhos


Esta festa julhina, foi para mim, muito diferente de todas as que já participei.
Os ingredientes, é fato que são os mesmos: fogueira, chapéu de palha, quentão.

Vizinhos. Esta era uma festa de vizinhos de rua. Muitos vizinhos, daqueles de muito tempo, que criaram os filhos juntos, viram crescer, viram casar, e trazem para a festa agora uma nova geração.
Eu nunca tive vizinhos no plural. No máximo, o do lado.
Morei por pouco tempo em um apartamento, mas ainda as mães desciam com as crianças para brincarem na rua, que não tinha carro.
Logo em seguida, mudamos para uma avenida. O que é muito diferente de morar em uma rua.
Na avenida, ninguém sentado em frente de casa, não tem amarelinha desenhada na calçada. Depois mais apartamentos e assim cresci órfã de vizinhança.
Foi numa tarde dessas que chamaram no portão e a apresentação foi esta: sou sua vizinha lá da parte de cima da rua e vim convidá-los para a festa na rua.
Temos pouco tempo de "rua". Fomos acolhidos com carinho por uma vizinhança animada.
A gente se sente meio esquisiito – entra lá em casa pra dar água pro menino!
Vai aos poucos se soltando.
Acha graça do fogão na rua. Admira o cuidado com a decoração. Toma um quentão.
Entre eles, se faltar uma xícara de açúcar pra receita, não tem problema. Corre ali na vizinha da frente e depois leva um pedacinho do bolo, entra pro café e um dedinho de prosa que logo é hora da janta.
O mesmo calor da fogueira, eu senti no coração das pessoas. Tão diferente do frio do elevador...






A chuva é que poderia ter esperado um pouquinho mais para cair e apagar a fogueira e adiar a quadrilha!





segunda-feira, 9 de julho de 2012

(des)ilusão

Que boa ilusão esta:



Não por me fazer imaginar um mar, um oceano aqui neste pedaço de terra e grama, que é outra ilusão para o concreto real de uma cidade que não é litorânea; não por me fazer quase sentir aquele vento que veleja as embarcações, sonhos, (des)alentos...







A boa ilusão é esta: acreditar que o governo do Estado do Ceará, lá para cima no mapa da geografia, parou, lembrou-se de nós aqui da geografia de baixo, em outro estado tão longínquo e pensou como poderia tornar melhor nossos dias aqui longe do cheiro do mar, dos ventos que estufam a vela e mandou para o prefeito da nossa distante cidade este símbolo de suas águas.
Tantos problemas esse governador deve ter para resolver, mas ainda assim ele se lembra de nós.
Que bonito gesto.
Que boa (des)ilusão.


domingo, 8 de julho de 2012

Mentir não é fácil

Diálogo entre mãe e filho dentro de um shopping:

  • Mãe, a gente pode comer no Mc Donald's, porque faz 1ano e 11 meses que eu não como sanduíche de lá. Pode?
  • Tudo bem Bernardo, mas não conta pra tua irmã que eu te trouxe aqui senão ela vai ficar com vontade.
  • Tudo bem mãe, eu não vou falar nada.
  • Mãe, você tira uma foto minha, eu comendo o hambúrguer.
  • Pra quê isso?
  • Porque meus amigos não acreditam que eu como hambúrguer.
  • Tá bom. Mas a tua boca está toda lambuzada.
  • Deixa assim pra eles acreditarem mesmo que eu estou comendo.
  • Não esquece hein Bernardo: não fale pra tua irmã.

Diálogo entre mãe e filha com a mãe sentada ao computador:

  • Mãe, quando você foi levar o Bernardo na médica, o que vocês comeram?
  • Um arroz, feijão e salada.
  • Mas e essa foto aí do Bernardo comendo hambúrguer?





quarta-feira, 4 de julho de 2012

Refazendo sonhos

Hoje, refizemos caminhos de uns sete ou oito anos atrás.
A paisagem urbana mostrou-se pela janela, ora a mesma, ora subtraída, destruída e seus olhos atentos recordavam sem necessidade de tantas palavras, de tantas perguntas, como foi naquele passado.
Tantas coisas mudam. Outras tantas permanecem iguais.
Em algum momento do caminho, eu pensei: como você mudou neste tempo, meu filho. O sono chegava na cadência de sons e movimentos do ônibus e seu corpo pequenino deixava-se embalar. Em meu colo sua cabecinha adormecida era apoiada pela minha mão para que não balançasse tanto. Ainda cabiam suas pernas no banco ao lado.
Tanta coisa mudou, mas refazendo caminhos, percebi que você não mudou. Percebi que você nunca mudará. Será sempre meu menino, com a minha mão apoiando teu sonhos, mesmo que tuas pernas já não caibam no banco ao lado.


terça-feira, 3 de julho de 2012

Carro de bois e smartphone



"Era o carro de bois do carreiro Anselmo que costurava os sertões, trazendo notícias e suprimentos ( ... ) " *
O sinal sonoro do carro de bois chegando à fazenda Paraíso, era para Cora Coralina uma janela que se abria para o mundo através das cartas, jornais que vinham de longe. Aquela sonoridade devia lhe trazer uma enxurrada de sentimentos.
Assim ela expressou:
"Uma festa, apurar o ouvido ao longínquo cantar do carro/ avistado na distância/ esperar as novidades que vinham: cartas, livros e jornais" ( Cora Coralina Vintém de cobre - meias confissões de Aninha ).
Seriam as mesmas sensações avivadas pelo cantar do carro e pelo sinal sonoro dos nossos smartphones?
Cora e tantas outras moças e moços e velhos e velhas,  viviam suas emoções até a volta lenta e demorada do carro de boi, do giro vagaroso e rangido de suas rodas de madeira.
E nós? Com a velocidade quase instantânea das nossas mensagens, e-mails, estamos conseguindo saborear as sensações? Ou será que essa enxurrada de sinais sonoros, luminosos nos nossos smartphones está nos afundando, distanciando de nossas próprias emoções?

Uma notícia, em tom de brincadeira, relata uma moda nos Estados Unidos chamada de Phone Stacking, ou Empilhamento de Telefone.
As pessoas reunidas à mesa de um restaurante, colocam seus celulares no centro da mesa com a tela voltada para baixo e aquele que sucumbir aos apelos sonoros do seu aparelho, perde a brincadeira e paga a conta.
Esta maneira "divertida" de encarar um almoço em família ou entre amigos, revela o resultado de uma pesquisa que aponta que 47% dos americanos entre 17 e 34 anos de idade, usam o facebook, twitter ou mensagens na hora de comer.
A brincadeira é uma boa maneira de medir quão viciados em redes sociais estamos, nós e nossos amigos.

Aumentamos surpreendentemente a velocidade do carro de boi para a chegada de nossas cartas, notícias e agora nos aprisionamos nas janelas luminosas dos nossos aparelhos de comunicação.
E você, vai pagar a conta?

* trecho do livro - Cora Coralina Raízes de Aninha.


Este texto eu havia enviado e foi publicado em um blog coletivo que infelizmente foi fechado. Agradeço à Aleska pela oportunidade.

domingo, 1 de julho de 2012

O arraiá na escola

E ontem, sábado, estivemos na festa junina da escola das crianças.
E tinha muita gente!




A Júlia de caipirinha sustentável: o vestido é o mesmo do outro ano!



Detalhe do vestido da Júlia:


Os irmãos



Os doces da festa!


A bochecha da Júlia toda colorida!


A diretora estava de Maria Bonita. Olha só a munição dela:




Danças


Uma apresentação que misturou quadrilha e ginástica olímpica!



E já estamos em julho e em férias!