quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Qual o meu lugar mágico?


Hoje tem festa! Ou melhor, hoje começa a festa que promete durar por nove dias!
Estamos festejando o aniversário de blogue da querida Rosélia. São nove anos de blogosfera, de postagens e principalmente de interação.
Ainda não tive a oportunidade de abraçar a Rosélia pessoalmente, já vi e me alegrei pelos encontros que ela promoveu, participou.
Então meu desejo de que essa festa seja alegre, cheia de interações e que venham muitos mais anos de blog!

O tema proposto para essa festa com blogagem coletiva é: Qual o meu lugar mágico?

O silêncio é meu lugar mágico.
E eu fui ao longo de muitos anos aprimorando esse silêncio.
Primeiro era o som chiado que saía da boca da minha mãe com o dedo indicador em riste a frente dos lábios. O silêncio me chegava como reprimenda.
Lembro-me também dos quadros que haviam nos hospitais; uma enfermeira solicitando silêncio. Era um silêncio triste, sussurrado.
O silêncio como uma diminuição dos ruídos, trazia-me alento. Eram tantos os sons da grande metrópole, que um pouco de pausa, de menor volume, trazia alívio.
Hoje entendo o silêncio como um grande espaço no qual posso me recompor, descansar, ouvir, estar presente.
A ausência de ruído é quase impossível. Seja nas grandes cidades, seja num lugar isolado - lá sempre haverá um grilo, um pássaro... isso é som afinal!
Eu preciso estar em silêncio, silêncio interno para poder ouvir com amor os que estão a minha volta. 

E aqui eu quero contar algo que para mim foi um presente.

Certa vez, eu li em um outro blog, um comentário que a Rosélia deixou por lá e eu recolhi e guardei em meu coração.

Ela escreveu que era possível encontrar esse silêncio, fazendo às vezes, um pequeno retiro em nosso próprio quarto.

( Será que você se lembrará disso, Rosélia?! )

Foi um presente que ela me deu sem saber.

Muitas vezes, os blogs, as nossas palavras podem ser um presente, um alento, um sopro de ânimo para alguém.

Eu bem sei que estou mais ausente nesses últimos tempos, mas também tenho a certeza de que é nesse espaço dos blogues que as melhores coisas acontecem!

Parabéns Rosélia!


Se você quiser participar ou desejar os parabéns para essa grande amiga, passa lá!

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Crianças

Cresceram. São adolescentes, serão sempre crianças!
Uma das coisas agradáveis dos blogues, é que muitos, como esse meu, têm um pouquinho, ou muito, de fatos pessoais. E ao longo dos anos a gente vai acompanhando a vida, o cotidiano, o crescimento dos bebês, das crianças ( e deixa nosso envelhecer pra outra hora! ).
Perguntaram-me carinhosamente " E as crianças? "
Resposta fotográfica!













segunda-feira, 6 de agosto de 2018

A minúscula revolução

Mais alguns anos e eu terei meio século de vida. Tempo suficiente para poder olhar para as muitas mudanças, transformações pelas quais passam o mundo e nós também.
Durante muito tempo, eu achava que a grande mudança, por mim vivenciada, estava na era digital.
Do orelhão de ficha aos smartphones.
Da máquina fotográfica analógica e seus filmes a revelar para a instantaneidade das fotos digitais.
Não me esqueço também do escândalo das minissaias que moças de família não deveriam nunca usar, para a era dos "shorts". Fosse vivo meu pai, ele teria saudades das minissaias comparando-as com os shorts da atualidade!

Eu gosto de pedir para meu marido relatar a chegada do fogão à gás lá na infância dele.

"Ficamos todos os irmãos, doze, lado a lado ali na cozinha, dava para ouvir o coração disparado um do outro. Ah! E quando vimos a chama azul acesa..."

Grandes transformações políticas, sociais.
Silenciosas mudanças pessoais.

E eu tenho me deparado com uma minúscula revolução: a escrita com ausência de letras maiúsculas.

A primeira vez que soube de tal acontecido, foi em algum jornal impresso que falava de um autor português que lançara seu livro todo escrito em letras minúsculas.
Foi o suficiente para eu desgostar, sem mesmo conhecer o tal escritor.

Tenho motivos afetivos nascidos lá na minha infância.

Tia Sônia, a professora da primeira série, de letra absolutamente redonda, ensinou-nos com enorme paciência e creio, com enorme amor também.
"Três dedinhos"... ela repetia e demonstrava com sua mão. "Coloca junto à margem, essa linha vermelha aqui ( caderno encapado de xadrez vermelho em punho ) e faz uma bolinha com o lápis".

Assim se deu nossa iniciação no parágrafo sempre começado com letra maiúscula.

Era demorado o processo de posicionar os três dedinhos, depois fazer a bolinha. Eu fui advertida várias vezes: "Não precisa uma bola de futebol, faça um olhinho de formiga" ela me dizia com doçura na voz.

Passamos depois a usar apenas dois dedos e adiante, de maneira mágica, ou melhor, depois de muitas repetições, bastava o olhar e o lápis ficava na posições exata, sem necessidade de marcações.
Foi um longo processo.

Depois do escritor português que me neguei a ler ( depois li e me apaixonei e será um outro post! ) deparei-me nas telas do computador e do celular com várias pessoas escrevendo em minúsculas apenas.

O escritor português explicou que queria dar igualdade às letras quando concebeu seu livro.
Num site, o moço justificou-se utilizando seu conhecimento em design e estética - ele acha muito feio esteticamente a variação de tamanho das fontes. Passou ele mesmo a escrever apenas em letras minúsculas.

E agora, especialmente na plataforma instagram, tenho encontrado muita gente escrevendo sem fazer uso de letras maiúsculas. Modismo? Facilidade? Rapidez?

Essa minúscula revolução tem mexido comigo.
Sigo aberta a olhar, compreender, reproduzir, questionar.

Além da saudade desse cantinho que é formado por vocês amigos que me lêem, também quero saber: já aderiu à essa minúscula revolução? Gosta, desgosta, nunca, talvez? Me conta e também me desculpa por tanta ausência!

Beijo

*beijo especial para a menina Aleska que foi um sopro de inspiração!