sexta-feira, 17 de junho de 2016

A paciência na espera

Há um ano exatamente, minha filha fazia uma apresentação de um projeto escolar num parque aqui da nossa cidade.
Eu tinha acabado de ser presenteada com uma máquina fotográfica e todos aqueles botões pareciam um novelo de lã emaranhado!
Entre fotos ruins da apresentação da menina, aproveitamos para andar pelo parque e encontramos uma jabuticabeira em flor.
Tive um alumbramento!
Já havia visto a árvore salpicada dos frutos negros.
Ah, mas em flor...
E o perfume?
Com a dificuldade oferecida pelo novo equipamento, fotografei.
E não ficou lá aquelas coisas.
Pus pensamento firme que aprenderia um pouco mais da máquina e voltaria lá para tirar fotos melhores.
Bem, um ano se passou.
Quando eu tinha melhorado um pouquinho nos controles manuais, havia um silêncio pelos troncos das árvores. Um ou outra formiga a subir ou descer.
Essa semana lembrei do meu desejo das flores de jabuticaba. Aproveitei uma ocasião e adentrei numa segunda-feira no parque.
Tranquilidade, poucas pessoas, uma luz solar só para fazer bonito no dia que amanheceu com apenas um grau.
Estavam lá. Belíssimas.
Mesmo sem ainda desembaraçar todos aqueles botões, arrisquei.

Aproveito para pedir um pouquinho de paciência ( não precisará ser de um ano! ) que logo farei visitas aos blogs amigos. Ando ausente, eu sei.

Deixo então as flores perfumadas para desejar um excelente final de semana!



















segunda-feira, 13 de junho de 2016

O vestido esvoaçante


Coloquei essa foto no meu instagram e me surpreendi com um certo olhar que achou a flor parecer com um vestido rodado esvoaçando num varal!
E não é que parece mesmo?!
Ah... mas por falar em varal.
Pendurei umas coisinhas no varal!
Passa lá para ver, vem por aqui.
Beijo!

Lívio Lavanda

Acho que foi o meu amor por varais que me levou a esse livro.

"Lívio Lavanda tem um varal. Nele, pendura coisas para se lembrar dos pequenos e grandes acontecimentos. Todos os dias, ele põe alguma coisa nova ali...".

Li no jornal a despedida de uma colunista que escrevia para crianças onde ela falava desse livro, falava de recordações.


Já pendurei muita roupa em varal ao sol, vento. Esqueci de recolher e molhou com a chuva.
Já penduramos poesia, fotos, frases um varal coletivo estendido aqui na blogosfera!
E esse varal do Lívio Lavanda, pendura-se todos os dias algo para se lembrar, recordar.
Lívio se maravilha com o mar. E pendura essa recordação no seu varal.

Temos muitos motivos para deixar de nos maravilhar...
Mas, há tantos outros, pequeninos ou grandiosos, que nessa correria, nessa avalanche de informações, no tumulto das redes sociais deixamos de perceber, de lembrar.

O cheiro de bolo assando, um por do sol, uma carta que chega.

" - Onde você começa? - pergunta Lívio Lavanda.
 - Dentro de você - responde a felicidade".


Dizem que os varais estão em desuso; desvalorizam uma casa.
Lençóis ao vento nem pensar...
Que não fique em desuso o nosso deslumbramento com o que de especial nos acontece diariamente!


quinta-feira, 2 de junho de 2016

A poda da árvore


" [...] eu ia te ensinar a podar os ramos mais altos das árvores, porque se é preciso aprender a plantá-las é igualmente vital que se saiba apará-las, "
João Anzanello Carrascoza

Esse trecho foi extraído do belíssimo livro Caderno de um ausente.
Um pai tem nos braços a filha recém-nascida e o sentimento de que ele não viverá para ensinar-lhe tudo o que poderia. Assim começa essa bela obra.

Podar árvores...

A necessidade de plantá-las é veemente. Projetos, distribuição de mudas, incentivos.

E o cuidar?

Não é só podar árvores.

Queremos um animalzinho de estimação, mas depois reclamamos dos cuidados que exigem.

Queremos filhos e eles são um "projeto" a longo prazo. Exigem e por mais modernistas que sejam as teorias, temos sim que abrir mão de muitas coisas.

Queremos um amor, mas será que sabemos cultivá-lo, ou deixamos nosso egoísmo ir corroendo aos poucos?

Há tanto o que se aprender... inclusive podar árvores.