sábado, 14 de junho de 2025

O perrengue do biticoin

No capítulo anterior...

Eu disse que contaria sobre um perrengue que passei lá nos meus dias em Belo Horizonte.

São muitas "coisinhas", vários detalhes durante uma mudança em que se tem que organizar uma casa, ainda que pequenina.

Minha filha Júlia alugava um quarto em um apartamento, lá tinha de tudo o que era necessário, então ela levou apenas suas roupas, comprou uma cama e colocou dois ou três livros na mala com um porta-retrato da família e a mudança estava feita.

Não era preciso se preocupar com pratos ou prendedor de roupas. Colher para tomar sopa, tinha. Até para sorvete tinha pegador.

Então na mudança, que fui ajudá-la a fazer, ela trouxe a cama, as roupas, o porta-retrato e alguns livros a mais que se somaram aos já existentes.

Quando o apartamento se mostrou pronto para dormirmos, iniciou-se a labuta de ir preenchendo as necessidades. Vamos começar pelo café - disse eu resoluta a tomar um café da manhã feito em casa. Hoje eu compro um filtro, leiteira, já temos colher e assim foi.

De supermercado a lojinhas populares de utilidades domésticas, eu ia umas cinco vezes por dia.

Pegava meu dinheiro eletrônico, conhecido como cartão, e falava - "débito por favor".

Passei conta de R$ 2,86. Um pouco envergonhada de ser tão pouco, mas acreditando que seria pior exigir troco. Paguei contas de 60, 90. E assim o lar foi ganhando aroma de café nas manhãs, iogurte na cumbuca de plástico que estava na promoção, lixeira pro banheiro. Pratos, copos, um sanduíche, banana prata a 3,99 que eu quase enchi uma mala para trazer para São Paulo onde custa uma dúzia de reais.

Até que, certa noite, exausta das idas e vindas, olho no celular uma notificação:

Compra de Biticoin aprovada no débito.

Estava sozinha. Naquela noite a filha tinha decidido dormir na casa de uma amiga, pois não tínhamos ainda cortinas e a luz de iluminação da rua acendia era dentro do quarto! ( as janelas lá são somente vidro ).

Sozinha, engoli em seco, senti o chão tremer, o coração descompassou. Clonaram meu cartão, tanto que passo aqui e ali, devia mesmo ter tirado dinheiro vivo e agora? Os pensamentos rodopiavam.

Pior de tudo que é um cartão de banco virtual também, como falar com alguém?

Entrava no aplicativo do banco pelo celular, lia as instruções pré fabricadas para esses casos. Sugeria-se bloquear o cartão.

E a frigideira que eu tinha pensado em comprar no dia seguinte para fazermos pão na chapa com o nosso cafézin?

Bloqueando o cartão nada feito. A menina só voltaria a noite. Eu precisaria comer, sem um tostão no bolso, ah esse mundo virtual...

Bloqueei. Olhava novamente sem acreditar. Alguém comprou 5 biticoins com meu cartão.

A cabeça parecia um trem. Uma maria-fumaça. Teria sido uma facção criminosa? Que tipo de golpe era aquele que nunca tinha ouvido falar?

Entrei no aplicativo novamente. A instrução era procurar uma delegacia nesses casos tão graves e fazer um boletim de ocorrência.

Não quis incomodar o marido, deixá-lo com a cabeça esfumaçada também, afinal ele teria que trabalhar no dia seguinte, merecia uma noite serena de sono.

Cheguei a pesquisar a delegacia mais próxima. Já passava das onze da noite.

Então decidi que, uma vez que já tinha bloqueado o cartão, não seria possível o golpista, o gatuno, comprar mais biticoins na minha conta. Era melhor eu relaxar, dormir e na manhã seguinte eu pensaria no que fazer.

Mas foi inevitável, já na cama, estiquei o braço peguei o celular e olhei novamente a compra aprovada no débito em biticoins.

Aí quase tive um treco.


Eu ria, mas eu ria...

Olhou bem no que está escrito?!
Ah esse idioma mineirês, esse cafézin, esse jeitim, essa língua tão peculiar dos mineiros.

Naquela tarde eu tinha passado lá na esquina e comprado dois pães de queijo para comer a noite.

Dia seguinte liguei para meu filho que nem se deu ao trabalho de ouvir toda a história.

"Mãe, nem começa. A senhora não tem dinheiro nem para passar do lado de um biticoin, que dirá de cinco. Sabe quanto custa um biticoin?"

Claro que eu não sabia. Então meu filho consultou e disse 599 mil, oitocentos, arredondando mãe, são 600 mil reais um biticoin.

É, realmente nem poeira de biticoin posso comprar.

Desbloqueei o cartão, me senti um cachorrinho com o rabinho entre as pernas e fui na loja de nome Biscoitim comprar dois pães de queijo por cinco reais para tomar café da manhã.

Aproveitei para fotografar o perrengue!
Ah, e bitcoin se escreve com o "t" mudo!





terça-feira, 10 de junho de 2025

Mês de maio em BH

 Durante o mês de maio, e um pedacinho de junho, estive em Belo Horizonte fazendo a mudança da minha filha que estuda lá na capital mineira.

Entre agruras e muito riso, muito quiabo, jiló, pão de queijo, voltei sem ter deixado tudo ajeitado, mas ficou encaminhado.

Carreguei meu computador para lá, esse mesmo no qual estou escrevendo, no intuito de blogar naquela atmosfera meia turista e eis que a internet demorou um mês para conseguir ser instalada - prédio antigo, cabos que não passavam, e a pouca internet do celular foi usada para a menina estudar para as provas.

Vou deixá-los com algumas fotografias de nossos bons momentos, tenho também fotos de perrengue, mas isso vai virar história em breve!

Já estou com cabelo crescidinho o que ajuda muito nesse frio!

Cortei as unhas duas vezes, recebi visita do meu marido e meu filho, ou seja, fiquei foi muito tempo por lá!

Chega de palavras e vamos para as imagens!

Foi preciso morar num hotel por uma semana e ficamos lá no alto tendo o Santuário de São José numa vista privilegiada!

Vi até um casamento da "minha janela" , além de ter os sinos logo ao amanhecer. Um encanto sonoro!



Passeio no parque municipal com seus gatinhos, vacina, muito verde e decoração festiva.







Eu não conhecia a feirinha de domingo e uau! Que energia, quanta alegria, encontros, adorei!


Aqui já tínhamos nos mudado! Faltando quase tudo mas tínhamos onde dormir!!!


A próxima imagem é um registro do tanto que eu andava por conta da mudança. Cada hora uma coisa surgia a ser resolvida.
Chegou um momento em que achei que tivesse pego dengue porque meu corpo inteiro doía, ainda bem que eram só os quilômetros andados a pé!



Visita de marido e filho e fui carregada para o Mineirão no clássico jogo de futebol entre Atlético e Cruzeiro.

Antes da partida, marido no tropeiro! Eu também comi, sejamos sinceros, e estava uma delícia!



Num dos sábados, fui com a filha para a Pampulha para almoçar na faculdade! No bandejão!



E eu adorei esse outono/inverno lá do Beagá. Pouco frio e céu azulzinho!




Assim me despeço e já deixo o convite para voltarem para ler o sobre o perrengue maior! Até o final da semana escrevo.

Um beijo e eu estava com saudades daqui!









sexta-feira, 9 de maio de 2025

Muita gratidão!

 Eu estava na estrada, longas dez horas de viagem e foi logo no início que eu vi a notificação de um e-mail da Chica.

Não tenho costume de olhar o celular porque o movimento de carro, ônibus me causa tontura, mas aproveitei um momento de lentidão no trânsito e abri aquela mensagem que chegava inesperada, afinal eu não havia feito nenhuma  publicação.

Assim que li aquelas palavras, minha reação imediata foi olhar para o céu, os olhos querendo conter o marejar para não ser lágrima.



Chica me ensinou a olhar para o céu, em sua maioria assim azul, aberto, bonito! Mas também aprendi com ela a olhar para o céu assustador, fechado, porque em algum momento a luz surge.

E foi assim, olhando para aquela nuvem tão diferente que se assemelhava a uma pluma, leve, pairando no azul, que a alegria, a gratidão e a tristeza se puseram juntas.

Claro que eu desejei muito mais um post, só mais um mês, só mais um pouco dos blogs da Chica.

Esse caldo de gratidão, alegria e tristeza me fizeram compreender. Chica sempre foi um exemplo de blogueira, intensa, comprometida.
Escrevia seus textos, interagia em muitos blogs, criava brincadeiras que nos agregavam, cada comentário seu era um incentivo a continuar. Seu ritmo é incrível e claro que toda essa dedicação exige tempo, muito tempo.
Foi, não sem tristeza, que aceitei... Li homenagens tão lindas de despedida para Chica e queria muito escrever a minha que, não saía. É, eu estou longe da disciplina e organização da nossa querida joaninha.

E quer saber?! Foi bom não ter conseguido escrever antes porque agora, o céu que estava totalmente em trevas com sua despedida, se abre, se ilumina com mais essa entrega da Chica!

Foi uma semana importante, tivemos o novo Papa e foi contagiante a alegria de ver todas aquelas pessoas lá na Praça de São Pedro!


E depois dessa onda de alegria vinda lá do país da bota, chega voando feito as gaivotas, outra notícia que nos imunda de felicidade!

Chica repensou e está de volta!

Gratidão a você Chica que ultrapassou as telas, esse mundo virtual, e se tornou uma amiga que está sempre presente em nossos corações!

Esses bichinhos foram alvissareiros! Vou celebrar com fotografias deles e habemus papam e habemus chica!









sexta-feira, 28 de março de 2025

A melhor cocada do mundo

Há uma rua nos arredores de onde eu moro, na verdade uma pequena rua, ruazinha, ruela, que, toda vez que saímos de carro, precisamos passar por ela para acessar avenidas largas e as várias possibilidades de trajeto.

Seu comprimento pode ser medido em alguns passos. Mão única, tendo à sua esquerda uma também pequena praça e à sua frente um semáforo, que raras vezes se mostra verde para nossa passagem.

Inevitável pararmos ali. Parece mesmo que sempre está fechado o sinal na nossa vez.

E ali, sempre que aguardávamos a abertura do sinal, um homem se aproximava da janela do carro oferecendo algo dentro de um recipiente retangular de plástico que ele segurava com um dos braços.

O gesto era automático por dentro do vidro fechado - um não com um pouco de agradecimento, misturado também com um desejo de boa sorte ao vendedor, afastando porém o que quer que fosse aquilo.

Certo dia, o vidro do carro estava aberto pela metade e a voz do moço pode nos alcançar - "Cocada moço? Cremosa hein?!

O obrigado saindo pela boca e pelo gestual da mão era a maneira educada de dizer não.

O semáforo sempre fechado quando por ali passávamos. O homem sempre ali com sua caixa plástica. 

Deixamos de ver o homem ali, enquanto o semáforo mudava a cor para nos sinalizar a passagem, e nem percebemos. Ele havia se tornado como que invisível a nós.

Até que...

Ano passado, durante meu tratamento, muitas vezes precisei usar o serviço de carro por aplicativo para ir ao hospital.

O caminho, obrigatório passar pela ruazinha.

Então numa dessas tardes, o motorista que me conduzia começou a falar-me ainda quando esperava o semáforo esverdear.

"Nossa dona, sabe que sempre que eu passo por aqui eu fico procurando o vendedor de cocada e nunca mais o encontrei?

Um dia, faz tempo já, eu passei por aqui e tinha acabado de almoçar. Tava com aquela vontade de um docinho sabe e quando parei aqui no semáforo, ele veio e me ofereceu uma cocada. Eu olhei bem, porque dona, eu sou conhecedor de cocada, olhei, olhei e achei que aquilo era puro pelote de açúcar com uns fiapos de côco perdido. Mas a vontade de comer doce tava grande e eu comprei.

Dona...

Eu posso lhe garantir - a melhor cocada do mundo era daquele moço. Nunca comi cocada tão boa, e olha que sou conhecedor, já comi cocada na Bahia, no Ceará, aqui em São Paulo e falo mesmo que não tem melhor que a desse moço. Mas faz tempo que eu não vejo mais ele".

Eu engoli em seco enquanto o semáforo abria e o carro arrancava.

A melhor cocada do mundo sempre ali acenando a cada vez que parávamos na dita ruazinha e nós nunca demos uma chance para ela. Senti uma pequena tristeza.

E agora que sei que não existe iguaria melhor em todo o mundo das cocadas, não posso comprá-la porque não existe mais o vendedor.

Naquele dia, quando meu marido foi me buscar no hospital contei-lhe a história da melhor cocada do mundo. 

Apenas me respondeu - "é verdade, nunca mais eu vi aquele homem e olha que sempre que eu passo o farol está vermelho e eu fico olhando ali para a praça e é mesmo, o homem não está mais lá".

Havia também uma pequena tristeza na voz de meu marido.

"Talvez ele tenha arrumado um emprego, ou passou a oferecer suas cocadas para algum lugar. Tomara esteja bem né?"

Na ausência do doce, tentei essas boas palavras.

Pois bem, dias desses indo a pé para algum lugar, na volta paramos ali, naquela praça da ruazinha, aguardando a luz vermelha do sinal paralisar os carros para podermos passar.

Foi então que vimos o homem.

Não foi preciso nenhum diálogo entre meu marido e eu. Fomos ao encontro do homem instantaneamente e minha alegria era tanta que enquanto marido escolhia, eu ia falando:

Nunca mais te vimos aqui...

Fui interrompida de imediato - "dona, eu venho todos os dias, mas acontece que a cocada acaba antes mesmo das 9 da manhã. Trago a caixa cheinha. No começo eu ficava aqui o dia inteiro... agora tá assim.

Aceita pix? - sim, mas leva o papelzinho com o número para casa, não é bom ficar de celular na mão né?

Enquanto marido fazia a escolha, dois carros abaixaram o vidro, estenderam a mão e levaram a melhor cocada do mundo.


Foi uma espécie de redenção comprar essas cocadas! Só que tenho de admitir, é mesmo a melhor cocada do mundo.

Você aí que entende de cocada, já encontrou a melhor cocada do mundo?!



sábado, 1 de março de 2025

A garrafinha

 Foi numa conversa com meu marido, enquanto tomávamos uma xícara de café, porque para um mineiro, o calor que tem feito, não é impeditivo para um bom café. E deixemos de lado a questão do preço para não amargar inclusive a escrita!

"Você se lembra da primeira vez que viu o mar, o que você sentiu? " - assim iniciou a prosa.

Puxei pela memória e me transportei para aquele dia. A chegada ao litoral foi com chuva, o mar estava cinza, a impaciência de criança por ter que esperar o outro dia para poder colocar os pés na areia, na água, nas ondas.

Teve até simpatia naquela noite para parar de chover! E depois foi muita alegria, aquele desejo de ficar ali o tempo todo!

Eu já " conhecia" o mar pela televisão e talvez alguma figura em livro, fotografia em revista. Comprovei o que conhecia de maneira distante.

Marido foi só com o imaginário. Carregava apenas o que tinha ouvido de quem já tinha colocado os pés na areia da praia.

O transporte foi feito numa kombi.

"Você lembra das kombis? Naquele tempo podia estacionar na praia mesmo, na areia, e meu coração estava maior que toda aquele kombi cheia da parentada!"

Café, lembranças, risos e assim ele recordou a ida de seu pai, Antônio, bem moço vivendo lá na roça rodeada pelas montanhas mineiras, na sua ida ao litoral.

Um acontecimento para aquele homem nascido em 1925 viajar tão distante para ver o mar. Acontecimento da grandeza de uma festa.

E assim foi Antônio encontrar o oceano ali nos tornozelos de calças dobradas um pouco abaixo dos joelhos, os pés ressabiados diante da imensidão azul.

Já quase em tempo de retornar, pegou uma garrafa e a encheu com a onda mansa que se desmanchava.


No retorno da viagem, a casa se enchia de visitantes ávidos por informações detalhadas. Afinal, naquela porção do século passado, rodeado pelas montanhas mineiras em seu pedaço de terra que dava abóbora, couve, milho, a dificuldade, a distância de uma viagem dessas para chegar ao mar, era imensa.

E igualmente distante as fotografias, as imagens de uma praia. Uma boa conversa, um causo bem contado, era o que se tinha.

Gente chegava, um bolo de milho era servido e a prosa girava em torno de: "é mesmo grande assim como falam Antônio? E é azul como dizem?"

A inquietação maior se dava mesmo com a grande dúvida: "é mesmo verdade que aquele mundão de água é tudo salgado?"


Ah... a garrafinha!

Arrancou suspiros, exclamações e reflexões aquela tal garrafinha.

Diante das perguntas cheias de curiosidade, Antônio pegava a garrafa, despejava, melhor dizendo, gotejava cuidadosamente o líquido esclarecedor das dúvidas na mão do incrédulo e dizia - prova, põe assim a língua.

Não bastava que um membro da família provasse e atestasse a qualidade salgada da água do mar. Todos queriam viver em suas línguas aquela experiência.

Passados muitos dias, deu-se as condições de Antônio ir visitar sua irmã querida, Tunica, assim chamada em bom mineirês!

Sua irmã não pudera ir para a grande viagem com eles, o irmão compadecido, fez-lhe uma promessa:

" Olha Tunica eu vou trazer um pouquinho de água do mar para você ver mesmo se é salgada".

Mas, o pior já tinha acontecido... Era visita atrás de visita, parente próximo e distante, conhecido e conhecido que nem se sabia quem era - todos ganhando uma lambida na mão com a água do mar. E num é que a água acabou? E bem na vez da Tunica saber do mar, a garrafinha estava vazia.

Antônio não teve dúvida:

Pegou um copo na cozinha, encheu-o de água, colocou sal, mexeu e mandou tudo para dentro da garrafinha.

Rumou para a casa da irmã e foi recebido com a pergunta:

" É mesmo salgado o mar, Antônio? ".

"Tunica faz assim com a mão, agora põe a língua".

Rimos um bocado dessa garrafinha!

E você, tem lembrança da primeira vez que viu o mar?!




segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Toquei o sino

 

Minha filha Júlia e eu


Semana passada fiz a minha última sessão de radioterapia!

Bem mais leve que o tratamento anterior, a quimioterapia, ainda assim com desconfortos, mas com a alegria de finalizar mais uma etapa importante.

Meu horário para esse tratamento era sempre no final da tarde, 17h20 , e foi inevitável o stress, a ansiedade - hora de cair a chuva aqui em São Paulo, trânsito que trava, ruas alagadas e o pior, na maioria das vezes, durante os temporais de verão, a energia elétrica oscila, cai e por consequência, a máquina de radioterapia parava.

Era necessário que o técnico especialista fosse acionado. Isso demorava... Mas, enfim, concluí essa fase!

Agora é seguir com acompanhamento.

Muitas vezes, enquanto eu recebia a infusão da quimioterapia, ou agora mais recente, enquanto esperava minha vez de entrar na sala da radioterapia, eu ouvia o som do sino e o som das palmas, dos aplausos.

Muitos "anônimos" ali na sala de espera participavam desse momento celebrativo - alguém em sua última químio ou rádio. Foi assim comigo!

Soube pela internet de pessoas que odiavam o sino na ala da oncologia pois, ou elas mesmas, ou algum parente não iria tocá-lo devido à gravidade do caso.

Sinceramente eu acho bonito participar, daqueles pequenos instantes de alegria.

Acho até mesmo importante celebrar uma pequena vitória - hoje eu consegui. Se é a cura definitiva ou não, acho que é uma etapa, como está nos "dizeres do sino ".




Quero celebrar com vocês que torceram por mim, que me enviaram mensagens, um bom pensamento, orações.

Vou começar minhas visitas aos blogs e ir buscando inspiração para escrever aqui. Sinto que tanto tempo parada, perdi o jeito!

Só sei que quero continuar!

Um abraço carinhoso 💚