Conseguimos. E sendo transportados no carro do corretor de imóveis para o desenrolar burocrático, eu avistei um grande oásis verde encravado entre casas e prédios. Logo após contornarmos esse local, o carro estacionou em nosso destino, nosso futuro lar. Soube então, que estávamos bem próximos daquele enorme campo verde.
No final do dia da mudança, mesmo exausta entre caixas e arrumações, chamei as crianças para conhecermos aquele local que estaria bem perto de nós.
As crianças já sabiam até o nome:
_ Maconhão, é maconhão que se chama aquela praça mãe, a galera do prédio falou que sempre vai lá.
Praças e viadutos, creio eu, que são os mais apelidados dos logradouros. Parques também. Praças...
Recusei-me desde a primeira vez que ouvi de pronunciar o nome Maconhão.
E enquanto não descobri o nome de batismo, chamei a praça de Campão.
E fui descobrindo aos poucos que naquela praça tinha também "maconhão".
Mas tinha muito mais... expressões de amor, afeto, cuidado, paciência. Gerações que lá se encontram e caminham juntas.
Tem espaço para as brincadeiras caninas.
Tem espaço para os sonhos de amor dos enamorados.
Tem pelada de domingo, onde o goleiro, além das chuteiras e luvas, também precisar levar enxada e dar uma ajeitada bem ali na boca do gol!
E enquanto eu me empenhava em descobrir o nome do lugar ( nem lembrei de procurar no google! ); perguntei pro carteiro, pra morador, entregador e só ouvia a palavra Maconhão, vi florescer botões, demorei-me a comer pitangas...
Até que um dia, numa poda de árvore, descortinou-se a placa com o nome da praça.
Floripes.
Ah! Floripes, não vou me esquecer desse nome... tenho uma boa história, que conto de outra feita.
E de mansinho vem soprando na praça Floripes, um presságio de outono.