sexta-feira, 9 de junho de 2017

Inauguração

hoje, lua cheia de junho, houve uma grande inauguração
obra monumental
compareci
procurei palanque com primeira-dama chique
homens atrás do grande feitor-governador/prefeito/presidente
aqueles homens sorridentes e cheios de aplausos
procurei nos noticiários
jornais, revistas, tv
nota alguma
notaram coisa nenhuma
nenhuma "influencer digital"
escreveu no seu blog sobre a grande inauguração

uma ponte foi inaugurada


olhem bem, ponham bastante reparo:
afastem os fios da tv a cabo, da telefonia, da eletricidade, da inutilidade
e está lá a grande ponte!
ligação direta com o alto pinheiro

joaninhas, formigas, vespas, passarinhos compareceram 
à grande inauguração
borboleta teve um atraso por conta de um difícil néctar 
vem mais tarde

hoje, lua cheia de junho
dois caminhões de mudança chegaram aos edifícios do entorno
trazendo novos moradores
poxa! eles estão se mudando para perto da grande ponte!
será que eles sabem disso?!

os shoppings da cidade estão e ficarão ainda mais lotados
para as compras do dia dos namorados
ah! certamente eles entregarão os presentes e farão juras de amor
aqui na ponte recém-inaugurada...
aqui não se coloca cadeados de amor
porque cadeados que prendem não combinam com amor

foi obra de difícil execução
muita noite de luar
frio intenso
chuva forte com vento
dias de brisa fresca
sol quente demais 

a grande ponte foi inaugurada!




segunda-feira, 5 de junho de 2017

A oração funciona?

Há uma história, a qual eu gosto muito, que se propõem a responder essa indagação: a oração funciona?
Quero partilhar com vocês. Está no livro "A energia da oração"


Era uma vez um garoto de seis anos de idade que tinha como animal de estimação um ratinho branco. O ratinho não era bem um animal de estimação, era o melhor amigo do garoto. Um dia, o garoto e o ratinho foram brincar no jardim. O ratinho entrou num buraco do chão e não voltou mais. O garoto ficou muito triste. Achou por um instante que não valia mais a pena viver sem o ratinho. Ajoelhou-se, juntou as mãos e orou fervorosamente para que o ratinho voltasse. Rezou de todo o seu coração. Rezou da maneira como via sua mãe fazê-lo, e murmurou para Deus a seguinte oração: "Eu creio em vós, ó Deus. Sei que, se quiserdes, podereis trazer de volta o ratinho".

A criança ficou de joelhos e orou com toda sinceridade por mais de duas horas. Mas o ratinho não voltou. Finalmente muito triste, entrou em casa sem o ratinho.

Durante sua infância, rezava sempre que alguma coisa ruim acontecia. E o que pedia nunca se realizava. Nos anos da escola secundária, não acreditou mais na oração.

O garoto, agora um adolescente, matriculou-se nas aulas de música no colégio católico que frequentava. Um senhor idoso, de voz trêmula e bastante doente, dava as aulas. A primeira coisa que o professor fazia de manhã, antes de começar a aula, era uma oração. Rezava durante uns quinze minutos, o que não agradava muito a nenhum dos alunos. Sua maneira de rezar não era muito interessante nem cativante. Antes de começar, sempre perguntava: "Alguém de vocês tem alguma coisa que quer que eu peça?"Tomava nota daquilo que porventura alguém dissesse e então começava a orar na intenção de cada um.

Muitas vezes pedia coisas muito simples como: "Amanhã vamos a um piquenique, portanto dê-nos bom tempo e não chuva". Para o nosso rapaz, esses quinze minutos de oração antes da aula eram puro aborrecimento. Ele não acreditava em nada. Apesar disso, o professor continuava rezando sinceramente todo dia.

Certa vez, entrou na sala uma garota chorando inconsolavelmente. Disse que fora informada por seus pais que sua mãe estava com um tumor no cérebro. Tinha muito medo de que sua mãe morresse. O professor escutou-a com atenção, levantou-se, olhou pela classe toda e disse:

"Se houver alguém na sala que não queira rezar conosco, pode sair e ficar no corredor. Os demais, vamos rezar pela mãe desta moça. Depois de terminada a nossa oração, pedirei a alguém que vá até o corredor e avise a quem saiu para que volte".

O rapaz pensou em sair da sala, porque não acreditava na oração. Mas alguma coisa o fez ficar em sua carteira e ver o que ia acontecer. O professor pediu que todos inclinassem a cabeça, e começou a orar. Sua oração foi muito curta, mas sua voz era forte. Com a cabeça inclinada, de mãos postas e olhos fechados, disse: "Muito obrigado, Senhor, por curares a mãe desta moça". Foi só o que disse.

Duas semanas depois, a garota contou à turma que sua mãe estava recuperada. Uma tomografia do cérebro revelara que não havia mais vestígio do tumor.

Este milagre restaurou a confiança do rapaz na capacidade de cura da oração, confiança esta que havia abandonado há bastante tempo. Começou, então, a rezar por seu professor de música, que estava outra vez muito mal. Rezou com sinceridade. Rezou de todo o coração pela saúde do professor de música, mas um ano depois, o professor morreu.

Há muitas reflexões que essa historinha pode nos trazer...

A oração é uma ponte!