Hoje pela manhã eu ouvia um podcast e, a certa altura da conversa, a moça disse que num momento de muita dor emocional, alguém lhe sugeriu que criasse um blog e passasse a colocar ali sua dor espalhada em palavras, para que não se perdesse os tantos caderninhos, papeizinhos onde ela fazia as anotações pois já tinha o hábito da escrita.
Assim fez a tal moça no intuito de organizar suas coisas, sua dor. Só que, os comentários e leitores começaram a chegar. De início ela se assustou um pouco, se incomodou outro tanto. Afinal era a dor dela e naquele momento, além de não entender o que exatamente era um blog, achou estranho outros acessarem suas fragilidades.
Os comentários porém eram tão afetuosos, ela começou a receber tanto amor de pessoas desconhecidas, de outros países, o que a fez entender sobre a profundidade e o manancial de ternura que pode ser um blog.
Isso me fez refletir sobre muitos blogs, que hoje são pessoas amigas, que surgiram pela dor. Dor que trouxe o processo de escrita, as trocas com leitores, a possibilidade de receber afeto que chega em forma de um comentário e a cura, a transformação de emoções difíceis.
Os outros tantos blogs que tiveram nascimentos por outros motivos, em algum momento no atravessar do tempo, pode ter sentido vontade de expor alguma dor. Se não temos a cura completa, de alguma forma abrir-se para os outros, expor nossas fragilidades, pode mesmo nos ajudar.
O velho clichê " a vida não é feita só de alegrias"... tão verdadeiro, por vezes assustador, pode encontrar na escrita essa possibilidade de ser suavizado e até mesmo curado.
Quero finalizar com uma frase colhida num livro e flores colhidas num pequeno bosque com as quais presenteio a Chica pelo seu aniversário ( desculpe-me o atraso ) para festejar sua vida tão preciosa entre nós aqui dos blogs e toda sua família e amigos! Felicidades Chica!
"[...] Experimentou a compaixão em diferentes cores, culturas, religiões e profissões, e o que surpreendeu Harry foi que cada pessoa compassiva falava a mesma linguagem do amor".