Eu
já fui indagada por mais de uma vez pelas crianças sobre o nome das
cores. Algo como porque amarelo chama amarelo?
Não
sei, mas vou me esforçar para descobrir!
Lembrei
da promessa feita e fui em busca das respostas. Encontrei
explicações, para mim, desconhecidas, e bem interessantes. (
descobri que saber latim responde muitas indagações!).
Amarelo:
Na antiguidade, pensava-se que a icterícia, uma doença que deixa as
crianças amareladas, vinha da bílis, secreção produzida pelo
fígado que era chamada “humor amargo”. No latim, amargo era
amargus, que no diminutivo virava amarellus, que acabou virando
amarelo.
Laranja:
quando os árabes resolveram fazer uma visitinha à Europa, trouxeram
na bagagem a fruta laranja – nárandja, em árabe. De lambuja,
acabaram batizando a cor.
Branco:
em geral, dizemos que algo bem liso e brilhante é “branquinho”.
Os latinos também achavam isso e pegaram o germânico blank, que
significa polido, para falar da cor. Aliás, o termo “armas
brancas”, usado para facas e punhais, vem daí: branco de polido,
reluzente.
Preto:
o nome da cor preta vem do latim appectoráre, que queria dizer
“comprimir contra o peito”. Como assim? É que, com o tempo, o
appectorár, virou apretar. E por uma analogia muito criativa, deu no
preto, querendo dizer algo denso, espesso, “apertado”.
Azul:
foi uma pedra preciosa chamada lápis-lazúli que batizou a cor azul.
Lápis não conta, porque já queria dizer pedra em latim, mas o
lazúli veio do árabe lázúrd, nome da rocha azulada. Em latim, o
que era pedra continuou pedra, e a cor ficou simplesmente azul.
Marrom:
a castanha portuguesa, aquela do Natal, chama-se marrom, em francês.
E foi da cor desse fruto que veio o nosso marrom. Aliás marrom-glacê
é isso: um doce escuro feito de castanha portuguesa.
Cinza:
o cinza nasceu daquela massa de pó misturado com brasas que sobra no
fim das fogueiras. Por associação, a palavra latina cinisia, que
queria dizer cinzas, transformou-se também no nome do tom
preto-claro.
Vermelho:
antigamente, como ninguém conhecia urucum nem pau-brasil na Europa,
o único jeito de fazer tinta vermelha era usar um inseto – hoje
chamado de cochonilha – que esmagado, virava um vermelhão. O nome
dessa cor vem do latim vermiculum, vermezinho.
Verde:
aqui chegamos a uma das poucas cores que já nasceu cor. O verbo
latino vivere significava estar verde, verdejar. Dele é que nasceu a
associação do verde com algo que está nascendo, que ainda não
está pronto.
Magenta:
teve origem em um poema em que a última estrofe dizia: “...e todos
os campos ficaram cobertos de magenta”. Em 4 de junho de 1859,
houve uma batalha sangrenta entre franceses e austríacos, da qual
praticamente não houve vitoriosos; os corpos ensanguentados dos
soldados mortos misturados à neve e sob o reflexo do sol,
apresentavam a cor retratada do poema.
Semana
colorida a todos!