domingo, 16 de setembro de 2018

Filhos e o criar asas


Projeto: Na casa da vizinha, uma blogagem coletiva mensal organizada pelas meninas Tê Nolasco do blog Bolhinhas de Sabão para Maria e Cris Philene do Prosa de Mãe.

Esta será minha primeira participação e quero agradecer à Tê e Maria, que eu já conheço e também à Cris, que estou tendo a oportunidade de conhecer através dessa interação que as blogagens proporcionam! E claro será muito agradável conhecer outras mamães que estão participando. Sem contar que tem mamãe que também é avó e corta as asas se for preciso!!!

Filhos e o criar asas tão cedo

A vida me colocou uma experiência, que claro, a princípio foi de extrema dor - eu tinha doze anos quando minha mãe morreu e que depois a dor se tornou uma doce lembrança e me possibilitou ressignificar muitas coisas.
Essa experiência jogou luz na maneira como eu crio os meus filhos.

O "criar asas" sempre esteve à voltas nesse meu processo de maternidade, mas sem peso, sem tristeza, sem medo, foi algo simples e que acontece aos poucos.

Como sou filha única e não tenho família próxima, cada oportunidade que surgia, dos filhos dormirem fora, era algo muito positivo. Mas, como disse anteriormente, nós, os pais, respeitamos as individualidades: minha filha com dois anos já aceitava o convite, o filho, na época com quatro, simplesmente não queria.

Então passamos por todo o processo em que a escola tem um espaço grande, seja nos passeios, excursões, noite de pijama em casa de amigos, muito bem.

Sei que pode soar estranho, mas eu sempre fiquei muito tranquila, nada de coração na mão! Checada as condições de segurança e afins... eu me alegrava com a situação.

Quero nessa interação abordar a fase bem adolescente dos meus filhos e sei que a Chica passa pelo mesmo agora com o neto.
Meu filho tem 15 anos e a menina, 13.

E acho essa a idade mais difícil e perigosa e já falo disso logo mais.

Com 15 anos meu filho se locomove sozinho para a escola, pela cidade de ônibus e uber, porém isso só é possível porque aqui a cidade é segura. Esse é um dilema: como soltar numa cidade, num bairro inseguro, violento?

Esse soltar do meu filho foi acontecendo: um dia eu não pude ir buscá-lo no kumon e ele voltou sozinho para casa ( anteriormente eu o levava e comecei a ficar na esquina para que ele entrasse sozinho; depois combinei que esperá-lo em uma rua próxima e assim se deu até que ele veio sozinho para casa, disse ser tranquilo e passou então a ir e voltar só ).

Moramos próximo à escola da menina, no primeiro mês eu a levava, depois vendo várias crianças indo sozinhas também a deixei ir só.

Vez por outra eu peço uma passada na quitanda para que me tragam uma alface ( e chega em casa uma escarola! ), tem mocinho comprando seus próprios itens de higiene e assim vamos seguindo.

Junto a tudo isso, acho importante que essas asas que vão ganhando mundo encarem as limitações, as frustrações, as dificuldades. O crescimento e aprimoramento emocional é grandioso nesse processo.

O perigo das asas:

Como disse acima, acho essa a fase mais perigosa. Por quê?
Porque educar, criar, ensinar, cuidar é maravilhoso e é cansativo. Por mais que exultemos a maternidade, o cuidar, existe um cansaço que talvez nem seja físico. Então essa fase "adolescente grande" é maravilhosa para se ter um pouco de sossego - dê dinheiro ao seu adolescente e liberdade a ele e você terá momentos de paz...

Estou presenciando isso: muitos pais soltam completamente nessa fase e temos visto muitos adolescentes bebendo e usando drogas. Amigos de minha filha de 13 anos fazem "festinhas"em casa à base de vodca ( cadê os responsáveis ? ).

Não senti aperto no peito quando eram pequenos e sinto agora com o filho moldando seus sonhos, falando inclusive em ir morar fora do país.

Bem, aos menos não se precisa mais usar ficha DDI para ligações internacionais ( sou dessa época! )

Vou finalizar apresentando meus filhos!

Bernardo, quer ser engenheiro aeronáutico.


Júlia, começa o ensino médio ano que vem e nunca termina de assistir a série Grey's Anatomy ( e eu fico sem o computador )


Dar asas, podar um pouco as asinhas é viver!
E é maravilhoso viver com esses seres que nos inspiram dia a dia!


12 comentários:

  1. Que ternura ao te ler,. mesmo falando dos perrengues e dos medos ... Também sou da época do DDI! CREDO!! Um horror...Mas sobrevivemos! Até acho que seria bem bom se retroagisse um pouco toda essa tecnologia de celulares principalmente... Mas, utopia! Adorei ver os dois que estão lindos e cheios das próprias ideias. Aliás a Julia sempre foi bem decidida e desde pequeninha escrevia poemas maravilhosos!

    Aqui, infelizmente não temos a tranquilidade pra soltar para andar de ônibus, táxi lotação,etc.E temos que estar sempre de olho vivo e faro fino!

    Foi muito bom te encontrar nessa BC das gurias e que tem tudo a ver conosco. Claro ,acho sou a única coroca na trupe,rs... beijos, tudo de bom,chica

    ResponderExcluir
  2. Esqueci de te dizer: Neno ,mesmo estando dentro do mesmo shopping que nós, se vai comprar algo no super, por vezes faz foto com celular pra que eu veja se REALMENTE o produto é o certo,rs.. Mas agorinha, nessa manhã. Kiko e eu caminhamos e entrei na feirinha só pra buscar rúculas para salada. Fui lavar ao chegar: eram radiches... E fui EUZINHA,rs... Acontece! bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Aliás, acontece de tuuuuuuuuudo. ¨feira no shopping, entro numa loja cm guris. Kkjo esperando na frente... Na saída estico a mão para um senhor, crente que fosse Kiko,que atônito me olhava! Nem preciso dizer que fui urgente pro banheiro pra não fazer feio de tanto rir...Imagina a cena?

      Excluir
  3. Boa tarde, querida amiga Ana Paula!
    Estou a me esborrachar de rir com a Chica dando a mão a outro senhor... kkk...
    Ela e demais!
    Quando ao seu post, devo lhe dizer que, como mãe, muitos dia meus medos foram fantasmas cerebrais, não mais...
    Vai firme na fé que tudo estará nos conformes, amiga.
    e, quando eles estiverem aos sem sua Proteção maternal, aproveite para orar em seu quarto. Era o que fazia enquanto a filha estudava noutra cidade e ia e voltava diariamente pra faculdade.
    Tenha dias felizes e abençoados!
    Bjm fraterno e carinhoso de paz e bem

    ResponderExcluir
  4. Oi querida que delícia conhecer você sua histórias e seus filhos... como aprendi vindo aqui e lendo sobre sou ponto de vista...
    A gente cria os filhos agarrados e esquece que eles irão voar pelo mundo, pela vida.
    Também fico muito pensativa sobre dar asas numa cidade grande e violente, que no caso a que moramos, no Rio de Janeiro, por enquanto é pequeno pra isso, mas, logo crescem né... e como vc bem falou os sentimentos e preocupações são outras e maiores.
    Obrigada por participar! Um prazer conhecer, bjs, Cris

    ResponderExcluir
  5. Ana, primeiramente que alegria ter você com a gente! Que boa surpresa, muito obrigada!
    História linda de maternidade, perder a mãe com 12 anos, no auge da adolescência não deve ter sido nada fácil. Penso isso por Maria estar quase com essa idade e vejo o quanto precisam da gente, hoje você tem os seus e sabe disso...
    Deu vontade de ter estado perto de você nessa situação...

    Mas tudo se supera não é mesmo? Embora a saudade apertada bata de vez em quando, a vida, o tempo se encarrega de acalentar o coração e a vida recomeça...

    Interessante ver uma história diferente das outras mamães, inclusive eu que vivo com o coração "do lado de fora do peito"...
    Talvez mesmo por sua história de vida, você se moldou a isso, a dar mais liberdade, a ficar mais leve com tudo...

    Ana, além das saídas, você tocou num ponto diferente, que acho que dará outro post, "alias ja esta na nossa lista" a autonomia... que pode ser dentro de casa e fora dela..
    Confesso a você que minha dificuldade maior nem é tanto deixar Maria sair, viajar, passear, mas andar sozinha aqui onde moro.. Você bem ressaltou, liberdade sim, mas em um lugar que traga segurança e acho que quando temos uma segurança maior, talvez seja hora de deixa-los andar mais sozinhos.

    Aqui não é tão tranquilo. Temos uma praça com a presença de algumas pessoas que bebem, se drogam e vez ou outra discutem. Morro de medo.. O transito não é respeitoso... mas vez ou outra peço Maria pra "me guiar" pra ver se ela tem maldade.. e vou dando minhas sugestões e dicas.. Mas não é fácil... não me sinto seguro, a acho imatura pra isso.. Talvez precise de uma oportunidade como a de seu filho..

    Algumas coleguinhas dela já andam sozinha desde os 9, 10 anos... se tratando daqui não acho tranquilo... Outras os pais levam até hoje e já vi uma mãe que conversou comigo que a filha tem 13 e ela busca. Vejo todo dia lá..
    Dia desses tinha um rapaz na praça onde todos transitam, com os "documentos" de fora rs
    Essa mãe que leva a filha de 13 me falou: como deixá-la andar sozinha... vai que ele cisma com ela..

    É complicada essa liberdade, uma coisa é saber que perto da gente as crianças se esquivariam de situações dessas, mas e de longe..

    Enfim, o tempo chegará e a maturidade vem junto... tudo na hora certa..

    Obrigada obrigada por ter participado.. Fiquei muito feliz... Caso tenha sugestão de temas pode deixar com a gente

    Um beijo doce... levando seu link..

    Ah... só vim agora pq fui à missa de manhã e cheguei agora em casa.. mas li seu texto na rua, junto com Maria :)

    Beijos

    Tê e Maria ♥

    ResponderExcluir
  6. Lindos os seus filhos Ana! Amei ler sua experiência com filhos adolescentes. Realmente a preocupação é outra e maior né? É tanta coisa que surge nessa fase pra nos amedrontar! Acho que você está fazendo um ótimo trabalho na forma como tem criado os seus filhos:)

    Beijinho!

    ResponderExcluir
  7. Oi Ana, que prazer vir aqui e conhecer um pouquinho do seu cantinho, das suas riquezas.
    Que lindos, uma mocinha e um mocinho que florescem a cada dia.
    Com certeza a adolescência é uma fase que precisamos ficar mais alertas ainda, justamente por não serem mais crianças e buscarem aos poucos seu espaço.
    Que bacana e importante esse processo de crescer, dar os passos sozinhos, ainda mais em um ambiente que é seguro.
    Eu moro no ABC de São Paulo, e por aqui precisa de cuidados e atenção... Mas um dia eles simplesmente crescem né.
    Um beijo enorme, espero e desejo voltar mais vezes por aqui.
    Ju

    ResponderExcluir
  8. Lindos seus filhos, adorei seu cantinho, meus filhos ainda são pequenos, vamos ver como será a adolescência deles, que Deus nos ajude que sejam assim como os seus meninos de bem ! Bjs bom final de semana!https://patriciacharleaux.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  9. Nossa, Ana, como os meninos estão crescidos! Faz tempo que passei por aqui. E vejam só, hoje pude ler esta postagem tão bela. Fico feliz por vê-los bem, cheios de planos e de asas. Às vezes me bate uma vontade enorme de conhecer vocês! Embora eu não seja mãe, tenho um irmã que hoje está com 11 anos de idade, cheia de sonhos, quer ser designer de games. :) Também estou acompanhando esta trajetória dela, a abertura de asas, e muito feliz em vê-la bem. bom, deixo aqui um abraço gigante para todos vocês. Beijos paraibanos! :* :* :*

    ResponderExcluir
  10. Que legal Ana, eu que já conheço estes meninos de alguma data, vejo quanto crescem e as asinhas logo surgem e bom que elas surjam neste clima de confiança dos pais. Tenho acompanhado estas meninas do projeto em blog e Instagram. Os tempos mudam e com eles uma geração, que clama por espaço e liberdade.
    Gostei de seu depoimento nesta colaboração de mães.
    Carinhoso abraço

    ResponderExcluir