Resido
próximo a uma estação de metrô, porém, apesar desta facilidade,
todas as vezes que preciso de utilizar deste meio de transporte,
estou sempre apressada.
Em
São Paulo é bom pensar que pode haver uma pane no metrô, a
fila para comprar o bilhete pode ser imensa ou o sistema que carrega
o bilhete-único pode estar fora do ar.
Essa
combinação de fatores faz com meus passos estejam sempre
apressados.
Mas
existem obstáculos para toda essa pressa. Faltando uns trinta passos
para adentrar a estação é preciso driblar três entregadores de
papeizinhos. Eles lhe cercam, interrompem seus passos até que por
fim você acabe levando a publicidade para casa.
O
que fazer? Pegar, desejar um bom dia e guardar na bolsa para depois
reciclar.
A
sequencia é a seguinte: primeiro, o papelzinho da corretora de
planos de saúde; segundo, o papel anunciando a copiadora ( xerox
a R$ 0,05 acima de cem cópias) e por último a taróloga que
faz amarração para o amor ( não consta o preço).
Reciclo
todos eles, afinal, para quê plano de saúde se temos o SUS, o quase
perfeito no mundo inteiro; estas coisas de amarração, melhor ficar
longe delas e, acima de cem cópias, é muito para mim; o máximo que
precisei até hoje foram cinco.
Semana
passada fui surpreendida com um pedido de cento e nove cópias.
Imediatamente lembrei-me do papelzinho da copiadora, que eu tinha
reciclado a apenas alguns dias atrás.
Em
nome da economia que faria ( R$30,00!) fui ao caminho da estação
para me encontrar com o entregador e dar-lhe um bom dia feliz e pegar
meu papelzinho...
Só
que ele não estava lá e nenhum outro entregador estava. Talvez
fosse exatamente o dia da greve de entregadores de papeizinhos.
Inconformada
com a minha falta de sorte, parei numa banca de jornal próxima e
perguntei se alguém ali sabia o endereço da copiadora de cinco
centavos. O senhor mandou-me procurar o entregador, eu disse que ele
não estava, ele me mandou procurar no chão dizendo: por aqui eles
jogam lixo no chão a todo momento, é só procurar que você vai
achar.
Foi
o que eu fiz.
Antes
que eu me esqueça: eu estava acompanhada de meu cachorro.
Agachei-me
e entre segurar o cachorro e procurar o tal papelzinho, atrapalhei
bastante os passos apressados de quem queria chegar logo à estação,
mas, depois de lavar bem as mãos, consegui o meu desconto de trinta
reais.
Contando
a façanha a uma amiga, ela me disse: sorte sua que você não estava
no Japão; lá com certeza não teria papeizinhos jogado no chão!
Ana Paula, rs...rs! Muito interessante o seu modo irônico de contar a sua luta de sobrevivência por um (desprezado) papelzinho de propaganda. Muito legal a sua criatividade na escrita. Valeu!
ResponderExcluirManoel.
Oi Ana!
ResponderExcluirAdoro ler seus textos, falam de coisas do dia a dia de uma maneira leve e versátil.
Pois é, a nossa cultura de falta de educação...pelo menos te serviu.
Bjo e uma semana iluminada!
Pois... no Japão seria muito mais difícil!
ResponderExcluirSabe... mas não gosto daquele comportamento demasiado asséptico dos japoneses!
Gosto mais do nosso estilo de vida... mas podíamos ser mais limpinhos em termos urbanos e mais amigos do ambiente.
Beijinhos.
Oi Ana que delicia de relato, adorei, é bem assim que acontece mesmo, eu não moro em SP, moro em uma cidade do litoral, mas aqui no centro tem um monte de entregadores de papeizinhos, e não importa a tua pressa eles vão te parar, e eu paro, penso é o ganha pão deles, uma linda semana beijos Luconi
ResponderExcluirrss,,,tive que rir ao final, imaginando a cena...Mas valeu!! beijos,tudo de bom,chica
ResponderExcluirEu também fiquei imaginando a cena, como a Chica.
ResponderExcluirVocê curvada, segurando o cachorro, procurando um papelzinho no cão...mas valeu né?
Trinta reais não podem ser jogados no ralo.
Também me irrita o número de papéis que distribuem. Aqui são as imobiliárias anunciando novos empreendimentos, compra de ouro, e a mágica que faz seu amor voltar em 3 dias, sua sogra ficar muda, seu numero ser sorteado na loteria, e por aí vai...
Ah! tem também aquela ótica que faz seus óculos na hora...bem baratinhos!
Beijos querida, adorei o assunto, como vê, se deixar vai longe!
Ana, esqueceu de dizer que 100 cópias se for da mesma página, pois se for por exemplo de um livro eles dizem que o trabalho é maior e não dá pra fazer desconto.
ResponderExcluirOdeeeeeeio esses planfetistas, nos semáforos eles fazem filas pra entregar tanto papel que a gente volta pra casa com o carro cheio de porcaria. E quando me recuso a aceitar os planfetos eles tem mania de levantar o limpador traseiro e enfiar lá, aí vem a chuva e claro é um desastre.
Ainda bem que de vez em quando alguém precisa deles né? Foi muita coragem sua procurar o papelzinho, mas um desconto é sempre bem vindo.
E teve sorte de não ser pisoteada, o povo brasileiro é sem educação para a limpeza urbana, mas até que são educados quanto ao trato.
Beijokas doces e uma semana de muita paz!
hahaha ki otimo geeente!
ResponderExcluireu tb n gosto de papeizinhos, mas as vezes preciso deles e ja joguei!
indiquei vc na brincadeira de socialização!
http://casadefifia.blogspot.com/2011/11/vamos-socializar.html
otima semana!
bjao
é mais caro mesmo? vc deve comprar o chamecão quando minha impressora ainda tinha cartucho (comprei uma panasonic mas pra encontrar novo cartucho tá dificil) eu comprava folha reciclada nas lojas americanas e o preço era o mesmo da folha comum, mas era o chamequinho.
ResponderExcluirkkk!
ResponderExcluirAninha, que delícia!!
Adoro essas tuas narrativas, prendem a atenção do começo ao final, e sempre surpreendem pelos desfechos!
Coisa bem boa ler você!
(E perdoe minhas ausências, amiga... to numa correria aqui que dá gosto! Mas é bom demais! rs)
Um beijo!
Adoro ler seus textos sempre dou risada!
ResponderExcluirQuanto aos entregadores de papaizinhos .... é uma profissão que tem de norte a sul no nosso país, impossível driblá-los.
Teve um tempo em que trabalha bem distante da minha casa, passava por vários faróis, toda vez que estava vermelho viam uns 4 rapazes entregar seus panfletos
e eu não tinha coragem de recusar, daí eu tive uma idéia, comecei a colocar esses panfletos em uma sacola que em dois ou três dias ficava cheia, quando os catadores de papel passavam por mim eu os entregava, era uma forma de contribuir com o meio ambiente e com o catador de papel.
Otima semana!
Beijos!