Resolvi antecipar o almoço do dia dos pais para hoje, 10 de agosto, sábado ( evitar aquelas filas imensas nos restaurantes no domingo ).
Fato este que não agradou minha filha.
Resolvi então comemorar o aniversário de Jorge Amado, que faria 101 anos. Seguimos para a comida chinesa/japonesa.
Fato este que não agradou minha filha: "Se é para comemorar Jorge Amado deveríamos comer acarajé e não sashimi".
Pedi a ela que deixasse de pormenores e fomos para a nossa pequena viagem Guarulhos - São Paulo ( havia trânsito ).
Chegando ao restaurante ( sistema por quilo ), fui auxiliar uma das crianças que já foi mostrando sua independência dizendo que agora não precisava mais de ajuda porque já alcançava e conseguia se servir. E entre pegar a minha comida, espichar o olho para ver como as crianças estavam se saindo, olhar o marido ainda no começo da fila para se servir, fui me atrapalhando com os talheres, bandeja e quando vi, um funcionário gentilmente estava ajudando e conduzindo as crianças para a mesa.
Quando consegui chegar à mesa, retangular, três cadeiras para cada lado, o funcionário já tinha acomodado as crianças numa mesa onde havia uma moça sentada.
Numa rápida olhadela, vi que o pequeno salão estava lotado. Teríamos mesmo que nos sentar com a moça ou ela conosco.
Ela estava no canto da parede. Eu me sentei ao lado dela e depois minha filha Júlia. A nossa frente, marido, mais próximo à moça e Bernardo na ponta.
A primeira coisa que minha filha falou assim que nos sentamos, foi um cochicho: que eu não puxasse conversa com a moça.
Que situação chata. Compartilhamos a mesma mesa e nem nos falamos?
A moça comia com o celular na mão conectada a alguma rede social ( incrível o poder de visão de rabo do olho ). Na verdade, é um mistério - será que ela tem por hábito comer com o celular na mão, ou ela ficou tão desconcertada com a situação que resolveu se conectar - nunca saberei, afinal estava impedida de falar com a moça.
O silêncio era tanto que dava até para ouvir as crianças em silêncio - fato este que eu não estou acostumada.
Então resolvi iniciar um diálogo de elevador com marido.
Boa a comida, não?
Será que esse vento já é a frente fria chegando?
Foi então que percebi uma outra atitude da moça ao nosso lado: ela abriu uma garrafa de água aromatizada e colocava o conteúdo de apenas um gole no copo e fechava a garrafa. Bebia. Tornava a abrir a garrafa e colocava mais um dedo de líquido. Fechava. Bebia. Abria.
Não foi possível saber se o fazia por hábito ou por irritação mediante nossa conversa de elevador.
Nós não temos o hábito de ingerir líquidos com as refeições. Nunca pedimos em restaurantes nenhuma bebida.
Júlia pediu mais um sashimi, Bernardo dois e eu fui pegar mais um pouco de yakissoba.
Assim que voltei, a moça se levantou e deve ter feito algum gesto com a cabeça ou falado algo baixinho em direção ao meu marido que lhe devolveu esta frase de elevador : "Até logo".
Tão logo a moça virou as costas, marido pegou a garrafa de água aromatizada dela, abriu e encheu um dos copos que estavam emborcados ali na mesa. E lançou-nos um sorriso de pura travessura antes de bebericar um gole.
Não acredito - foi o que disse a Júlia.
Enquanto eu pensava se beberia também a tal água que já experimentei e não gostei, Bernardo empalidecido diz: "Ela foi pegar mais comida".
Marido, entendendo o significado funesto da frase, sabendo que a moça voltaria a sentar-se quase à sua frente, não teve dúvidas, virou o copo goela abaixo mais rápido do que se faz com cachaça. E imediatamente soltou um sussurro gritado - vamos gente, anda logo.
Júlia enfiou o sashimi inteiro na boca. Eu já não sabia se terminava o restinho de yakissoba ou partia para a banana caramelizada que eu adoro. Na pior das hipóteses, eu a embrulharia no guardanapo e apesar de papel grudado acho que daria para comer.
Fomos salvos pelo pânico do Bernardo, que quando viu a moça indo pegar novamente mais comida, já foi se levantando e então avistou-a de posse de uma marmita.
Ufa! Foi pegar comida para levar para casa. Não vai voltar à mesa.
Então, voltando a si e recobrando sua habitual tranquilidade, marido nos disse:
"Gente, qual o problema? Se ela voltasse, eu pediria desculpas e compraria outra água para ela."
Tive um acesso de riso que acho que vai durar mesmo durante o sono!
Aos pais, durões, engraçados, um abraço!
rsssssssssss... Noooooooossa, cada uma@! Se não são os pequenos, os GRANDES aprontam,rs... Parabéns ao papai sedento,rs
ResponderExcluirbeijos,chica
rsrs... me delicio com suas histórias... rs
ResponderExcluirBeijocas
oi Ana Paula
ResponderExcluirUauuu! Que história encantadora. Amei!!!!
Que neste glorioso “Dia dos Pais”
Você seja acordada pelo sol
Visitada pelos anjos
Acompanhada pelo amor
E abençoada por DEUS.
Um dia maravilhoso pra você e sua família.
Beijos e carinhos no coração
Gracita
Ri de montão!!! Estes maridos atrapalhados (aqui o modelo é exatamente assim) sempre nos deixam em situações complicadas. Vocês - e nós também - nunca mais esqueceremos esta cena.
ResponderExcluirTravessuras e gostosuras destes pais- meninos maluquinhos queridos.
ResponderExcluirUm lindo domingo para todos os pais da família.
Bjkas, Ana.
Calu
Histórias de família mesmo!! Quem nunca teve vontade de beber a água, refri que deixam na mesa, né?!!! O legal que o travesso da vez não foi criança e sim o paizão!!! Bjcas!!!
ResponderExcluirSenti até um frio na barriga achando que a tal moça estava voltando. kkkk
ResponderExcluirCoitado do Bernardo, ficou aflito.
Ótimo história para o dia dos pais, que com certeza será lembrada por muitos e muitos anos!
Bjs
Essa história me fez lembrar certa vez saímos da escola eu e mais umas 5 professoras e fomos comer camarão no Vivenda , ai um casal tinha acabado de sentar brigaram e deixaram o prato todo,as amigas doidas pra pegar os camarões enormes, mas quem disse que tivemos coragem? kkkkkk Feliz dia dos pais
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkk gente qual o problema se ela voltasse eu compraria outra água p ela kkkkkkkk depois que o susto passou né rsrs adorei Ana, comemorar o niver de Jorge Amado em um restaurante japonês e passar por isso só podia ser com vc mesmo kkkk Bjoooosss
ResponderExcluirPassou em branco por lá o niver de meu conterrâneo amado, mas foi bem comemorado na capital cultural con comida oriental e seu humor natural.
ResponderExcluirAmo yakissoba!
Para o papai juizo e obrigada por essa fsmilia que adoro :)
começo dando parabéns ao papai com espirito de pôrco! Muito engraçado imaginar ele enchendo o copo com cara de safado!
ResponderExcluirque saia justa em Ana? sempre pensei que não é nada agradável comer com pessoas que nunca vimos. Outro dia li que na Europa é super normal, as pessoas sentam-se, comem e vão embora na boa! Lá eles t~em um problema enorme da falta de espaço, portanto...
Muito bom ler voce, beijos e até...
Rssss... São todos iguais... Adorei a história. Que situação!!!
ResponderExcluirBjs
Vania
Como nenhum outro pai se manifestou, agradeço a homenagem em nome dos meus pares.
ResponderExcluirUm abraço,
Arnon
Fala séééério, muito divertida essa história... kkkkkkkk que confusão danada. Obrigada por compartilhar conosco.
ResponderExcluirBeijos!!!