Tenho tido boas e espontâneas conversas com meu filho adolescente. Às vezes sou surpreendida com sua maturidade para os poucos 12 anos e, outras vezes, sinto que a falta de vivência, de experiência dele não o fará entender por mais que eu argumente.
Estávamos dia desses, diante do amor romântico que ele vê se manifestando na vida dos primos mais velhos, no colégio, onde se começam alguns namoricos e compara tudo isso com o que ele tem de mais próximo, ou seja, os pais, a família com os tios mais velhos.
E junto a tudo isso tem as idealizações e sonhos dele: "eu farei assim; nunca farei como vocês, etc"
Os primos estão iniciando, descobrindo e o lado social que se mostra é intenso e lindo. Baladas, festas, amigos, restaurantes. Todo um lado que pode fazer parte.
Mas há o outro lado.
O lado morno, ou como eu prefiro chamar, sereno. Onde já fez tudo isso e agora as coisas são diferentes, principalmente a depender do estilo de vida de cada um.
Não que um jeito seja certo ou errado. Mas acaba até existindo um padrão.
É comum no início de relacionamentos uma vida mais agitada e com o passar dos anos o agito se acalma, ou toma outros caminhos.
Brinco com ele e digo que dificilmente casais há um bom tempo juntos queiram ficar em filas de quarenta, cinquenta minutos na porta de um restaurante ou pizzaria. A gente compra e leva pra casa e fica tudo bem!
São coisas que precisam de tempo e a maturidade que ele que ainda não viveu e por isso não tem.
O bonito texto traz essa reflexão.
Um
famoso professor se encontrou com um grupo de jovens que falava
contra o casamento. Argumentavam que o que mantém um casal é o
romantismo e que é preferível acabar com a relação quando este se
apaga, em vez de se submeter à triste monotonia do matrimônio.
O
mestre disse que respeitava sua opinião, mas lhes contou a seguinte
história:
“Meus
pais viveram 55 anos casados. Numa manhã minha mãe descia as
escadas para preparar o café e sofreu um enfarto. Meu pai correu até
ela, levantou-a como pôde e quase se arrastando a levou até à
caminhonete.
Dirigiu
a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou, infelizmente
ela já estava morta. Durante o velório, meu pai não falou. Ficava
o tempo todo olhando para o nada. Quase não chorou. Eu e Seus irmãos
tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos
engraçados.
Na
hora do sepultamento, papai, já mais calmo, passou a mão sobre o
caixão e falou com sentida emoção: “- Meus filhos, foram 55 bons
anos… Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem ideia do
que é compartilhar a vida com alguém por tanto tempo.” Fez uma
pausa, enxugou as lágrimas e continuou:
“-
Ela e eu estivemos juntos em muitas crises. Mudei de emprego,
renovamos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade.
Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a
faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos
partiam. Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos
apoiamos na hora da dor, trocamos abraços em cada Natal, e perdoamos
nossos erros…
Filhos,
agora ela se foi e estou contente. E vocês sabem por que? Porque ela
se foi antes de mim e não teve que viver a agonia e a dor de me
enterrar, de ficar só depois da minha partida. Sou eu que vou passar
por essa situação, e agradeço a Deus por isso. Eu a amo tanto que
não gostaria que sofresse assim… ”
Quando
meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos
cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos e ele nos consolava,
dizendo: “Está tudo bem, meus filhos, podemos ir para casa.” E,
por fim, o professor concluiu: Naquele dia entendi o que é o
verdadeiro amor. Está muito além do romantismo,e não tem muito a
ver com o erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se
professam duas pessoas realmente comprometidas.
Quando
o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam
argumentar. Pois esse tipo de amor era algo que não conheciam. O
verdadeiro amor se revela nos pequenos gestos, no dia-a-dia e por
todos os dias. O verdadeiro amor não é egoísta, não é
presunçoso, nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada.
“Quem
caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai
acompanhado com certeza chegará mais longe…”
Que texto lindo, emocionante e de uma mensagem muito bonita sobre o que se pode chamar de um amor com"a " maiúsculo. Amor é difícil de definir, basta um terreno fértil para que ele possa ser construído e foi o que aconteceu com o casal da história. Lindo!
ResponderExcluirBeijos!
www.brasildobem.net
Eu conhecia esse texto e o acho lindo demais! E quanto aos relacionamentos, a sabedoria está em passar todas as fases.
ResponderExcluirHá as quentes, mornas ou não, mas não podemos deixar esfriar. E concordo que ver quem todos os fds saem pra namorar em restaurantes, baladas, etc, não dá pra comparar com a vida de um casal normal, com filhos, netos em casa.
Assim os programas mudam, há muito feito em família.Mas aqui em casa, sempre que possível preservamos saídas nossa, só do casal.Isso ajuda e faz bem...
Adorei o tema! bjs lindo domingo e lá vamos nós pra um novo encontro de família pra festejar o Santiago,agora em casa, de volta de sua semana festiva!
Até agorinha estávamos, desde 6 feira com a Marina por aqui dormindo e agitando a casa...Agora seguimos nós com Neno...E vamos em frente! bjs, chica
Pois é
ResponderExcluirO amor pode ter todas as cores
Pode ser de vários jeitos
Os de muitos anos se transformam
Como diz a canção toda forma de amor vale a pena, qualquer forma de amor vale amar
Qto aos adolescentes de sempre e em especial os de hj em dia
Seres extraterrestres em tempos de internet que nem Freud explicaria
Amar é um caminho, é essa a impressão que tenho. Mas é só impressão porque faz tanto tempo que não vivo uma relação que nem sei.
ResponderExcluirA parte isso, conviver com adolescentes é complicado, ensinar a eles também porque certas coisas só são compreendidas com o tempo e experiencia mesmooo...
Agora mesmo estava escrevendo o texto sobre saudades para o dia 4 e de repente me ocorreu que são infinitas a quantidade de coisas que Mãe, Pai, Painho, Mainha, Voinho e Voinha diziam para mim quando eu era adolescente que eu simplesmente só compreendo agora no limiar dos 30.
De repente me ocorreu [2] que ser pai e mãe é um trabalho de fé, os pais e mães tem que ter fé que as coisas que ensinam aos filhos serão compreendidas no futuro e o futuro é um terreno tão incerto.
Lindo...
ResponderExcluirComo dizia a avó do meu marido: é preciso o tempo de comer um saco de sal ao lado de alguém para saber o que é o amor.
Estava pensando nisso hoje. Faz 28 anos que eu e meu marido compartilhamos a vida, já vivemos mais tempo juntos do que separados, nem me lembro mais como era. Somos muito parceiros.
Me emocionei com a história, pois recentemente minha irmã ficou viúva e percebi o quanto é duro perder alguém com quem se andou tanto tempo nessa jornada. Passei a dar mais atenção e carinho para meu querido e fazer alguns mimos, ele merece.
Ótima semana!
Bjs
Muito lindo!
ResponderExcluirBeijos Ana Paula!
Lindo texto! Realmente há coisas que só o tempo nos faz entender. Confesso que sobre o amor ainda sei pouco pois ainda caio em armadilhas que causam briguinhas desnecessárias. Mas já vejo uma grande evolução. Acho que é assim, a gente vai aprendendo aos poucos, tentando não cometer os mesmos erros.
ResponderExcluirBeijo!
Lindo texto, Ana Paula.
ResponderExcluirAntes de tudo, temos que ter sabedoria para viver uma vida a dois, senão nem o amor suporta.
Seu filho aprenderá sozinho, "na pele", mas é bom que conversem muito e sempre. Sem desanimá-lo. rs Porque fácil, fácil, nunca é.
Com o tempo aprendi que o amor é que une dois corações, mas onde não houver respeito, carinho, admiração, compreensão, o amor não permanece.
Beijo.
Estou casado com a mesma pessoa há 44 anos e essa comovente história me tocou muito!
ResponderExcluirAcho que esse é o amor verdadeiro!
Abraços.
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