sexta-feira, 13 de março de 2015

Sério isso?

Escrevi no post passado, sobre um filme ao qual assisti e tratava-se das relações entre adolescentes, jovens, pais e internet.
A crítica a uma mãe que vigiava integralmente tudo o que a filha acessava na web; pais completamente alheios, conflitos surgidos a partir da rede.

Hoje quero deixar a pergunta: será que nós entendemos realmente o que fazem os jovens na rede?

Uma avó, lê no mural do facebook de seu neto uma mensagem. Passa mal, sente dores no peito e morre.
Calma! Não leve isso tão a sério. A velhinha passou mal, mas passou a mão no celular e ligou para o filho e para o neto a fim de tirar a história a limpo.
A mensagem que ela lera é a seguinte:

"Aprendi muito sobre a maneira como as pessoas se relacionam com o dinheiro. Discordando de algumas coisas, resolvi que vou doar meu celular e excluir meu Facebook. Me apaixonei por Shirnram, um incrível monge budista que me ensinou muito e com ele vou deixar a cidade. A partir de agora, provavelmente, morarei nos Andes".

Tudo foi esclarecido. Era uma brincadeira de uma pessoa que havia invadido o perfil do neto e publicado tal frase.
Ocorre que todos os que leram, imediatamente entenderam o seu significado de que se tratava de uma brincadeira, de uma zoeira. A vovó não.
E aí abriu-se a discussão a partir dessa reflexão:

"... O público nascido antes da Internet aprendeu a brincar de postar fotos e mandar inboxs. Mas o contexto e o significado das redes sociais virtuais, nas suas cabeças, difere daquele que os mais jovens têm para si..."      Felipe Gaúcho   ( leia o texto na íntegra aqui ).

Cogitou-se até impedir o acesso dos idosos aos perfis de jovens ( sério isso ?!).

E então. Não é que aconteceu comigo? Afinal, sou nascida antes da internet!
Quase morri. E isso é sério.
Vi num perfil do meu filho um desenhinho de um anel de compromisso e um coração.
Céus! O menino casou, noivou, compromissou, sem eu saber? Ele só tem uma dúzia de anos. Vão fugir juntos?

Com a voz em tom surtado, indaguei-o sobre o tal anel virtual e ele gargalhou e disse: nada disso mãe. É que "ela" é a minha best, a minha melhor.

E o que é uma melhor, uma best. Não sei. Não consegui entender o significado. Só sei que não é uma namorada.
O autor do texto que sugeri acima, diz haver um abismo entre as gerações.
Estou caída nesse abismo. E se alguém aí puder me ajudar, agradeço!

Fazemos o que então? Um intensivo para aprender a ler entrelinhas? Ficamos na nossa vila pré-internet? Ou vamos de mural em mural deixando mensagens fofas, o equivalente a um aperto na bochecha, que eles odeiam?!
Quem mais encontrou um anel de compromisso reluzente no mural do filho ou da filha?!


10 comentários:

  1. Ana Paula, teu bom humor ajuda... Não vi esses anéis em figurinhas, mas vou controlar lá no insta do neno,rs... Mas já vi anel de compromisso, no meu outro neto e não era no virtual.

    Adorei te ler, faz pensar e vamos ver se descobrimos o significado da "The best, da minha melhor!" esperamos seja a melhor parceira, amiga...


    beijos e boa sorte pra todas nós chica

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  2. Ana ás vezes morro de rir aqui sozinha te imaginando. Olha nesses tempos que estamos precisamos sempre seguir as regras impostas pela central de segurança da internet e os profissionais, smepre ver o que as crianças veem , que sites entram,a final hoje é tudo tão fácil né? agra e quando são adolescentes, a coisa ainda fica mais agravada, por aqui ainda são joguinhos, e em pouco tempo, usa mais o celular, escuta músicas, tenho tentado deixar a Alice o tempo maior aocupada, escola pela manhã, almoça , brinca de boneca a tarde com a vizinha, vai ao balé 2 a 3 vezes na semana quando tem( as coisas aqui nunca funcionam regularmente) e agora vai começar natação, depois igreja à noite. Ufaaaa

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  3. Ah acho que todo responsável tem que ficar de olho sim. Porque qdo vc está em uma rede vc está vulnerável tanto a exposição, qto a estranhos.
    Eu sempre to de olho as coisas do meu filho rs...

    bjokas =)

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  4. Olá, querida Ana Paula
    Netinhos fora do face ainda... rs...
    Vou tentando acompanhar mas tem coisas que nem quero mais...
    Dou-me o direito de fazer o que gosto agora... rs...
    Bjm quaresmmal

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  5. "My best" não seria "my best friend"? Se for é só melhor amiga mesmo kkkk. Enfim, acho que certas coisas a gente só entende quando cresce vivendo-as. A juventude dos anos 90 invadiu a rede e criou uma cultura própria na virtualidade. Mas vou te falar uma coisa, também estou começando a me sentir de fora kkk minha prima me disse que agora não se faz mais pose para foto com o famoso V de paz e amor com os dedos. Agora é um 3 ou quem sabe um W? kkk que significa "paz, amor e quero te beijar" ou algo desse tipo que não consegui lembrar. Ah obrigada pelo elogio ao meu conto Ana! Tem outros lá legais também. Beijos!

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  6. Oi Ana Paula!
    Que coincidência, recomendei esse filme para a minha mãe, por que será? hahahaha!
    Brincadeiras à parte, acho "normal" algumas mães terem suas curiosidades, minha mãe mesmo sempre leu o que eu escrevo, meus blogs (sim, estou em nova casa agora), mas é tipo, algo que tem seu limite, é algo que eu mostro a todos. Tenho minhas particularidades como creio que todos tenham.
    Penso que isso de vigiar (tá que no filme exageraram né? Que mãe rastreia o smart da filha? Caso de internação se existir!) não é legal, além de ser uma terrível invasão de privacidade.
    A não ser que seja criança. Aos 13 já força a barra, na minha opinião.
    Não gostaria nem um pouco que qualquer um, não precisa nem ser pai e mãe, olhassem meu histórico. Tem coisas lá que são muito íntimas.
    Acho que nem você, nem ninguém na real gostaria.
    O problema que os mais velhos acham que têm esse direito sobre os jovens.
    Existem coisas que sim, todos fazemos em privado (o que fica bem evidente no filme) e que os pais NUNCA ficarão sabendo a não ser que sejam como aquela personagem maluca.
    Nem os pais e nem outras pessoas que nos são próximas.
    É como remexer nas tuas coisas. Tu não gosta né?
    Virtualmente é o mesmo.
    Sobre a aliança, the best (algo que já nem se usa muito, está meio defasado isso aí) é uma aliança que tu divide com tua melhor amiga (ou amigo, em alguns casos). Mas é SÓ AMIZADe okay? Fica tranquila que ninguém vai fugir, huahuahuahau! #brinks.
    Falando sério, acredito que a conscientização é o importante. Sabemos que existem pedófilos na internet, sabemos que existem tragédias que acontecem em encontros mal feitos, violência quando não acontecem encontros em locais públicos, sabemos que há pessoas e até grupos que induzem ao suicídio, grupos que incentivam distúrbios alimentares (eu fiz parte de um por muito tempo e fui parar no hospital com desnutrição por ter seguido "dicas"), mas não adianta, é só conscientização que funciona.
    Se as pessoas ao meu redor fossem mais atentas, teriam percebido que meus ossos estavam à mostra antes de eu paralisar literalmente de fraqueza, ou seja, elas não precisavam ter entrado em um grupo daqueles que eu participava para ficarem sabendo.
    É certo que sempre fui considerada uma pessoa magra demais, mas aquilo estava extremo! Era perceptível.
    E o que estavam fazendo comigo? Eu estava recebendo elogios!
    O estar atento não é fuçar a vida do outro, é ver o outro como um igual e provar que essa pessoa pode confiar em ti em momentos difíceis.
    E não é invadindo que se conquista essa confiança, ever!
    Ninguém pode ter controle sobre o outro se não for consensual (como o caso de casais de namorados que dividem senhas e até perfis, nunca fui cafona ao ponto de fazer isso, mas tem), do contrário, é invasão de privacidade sim!
    Escrevi um comentário enorme, fui me empolgando. rs.
    Bem... faço o convite caso queira conhecer a minha nova casa. Convido blogueiras que gosto. De qualquer modo, vou estar te acompanhando aqui e também no Despassarado.
    Beijos e bom fim de semana.

    Rivotril com Coca-Cola

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  7. Agora eu que pergunto: Sério isso?
    Tu excluiu o Despassarado???? :/

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  8. Não considero invasão e assim me posiono

    Não fuço, dou olhadas com e sem a presença dele

    Quem ama cuida, orienta e se o mundo é virtual para ele, ele que aguente o meu ser ver e fazer ver real

    Admito o que ñ acho ofenvivo, nem bobo, nem exibido, nem perigoso
    E ñ admito ser questionada
    E se tds podem, fazem e tal, ñ me interessa, ñ sou a mãe de todos e ainda assim dou dicás e opiniões aos todos

    Pessoas idosas e ñ idosas que não circulam ne,o ambiente virtual: Felicidade

    Para as que espiam ou estão por lá e ouvem na real as gírias, veem meninas com meninas e meninos com meninos, piercing, tatoos, tecnologias e falta de beijos, abraços, tradições, respeito, rituais...meu pesar e quem é da modernidade tem no mínimo que compreender e muito podem podar

    Que o mundo acorde para essas diferenças, sobras, embates ao invés de discutir cores óbvias de um vestido ou encher filas e estantes com romance pornô, se dizendo leitor e achando que tá na moda

    E tenho dito

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  9. Em termos de internet eu já joguei a toalha, procuro ouvir meus alunos, mas metade do que escuto não entendo e o que entendo não vejo o porque ou o pra que! É como se em um mesmo mundo houvesse várias esferas, ai a gente passa a próxima e a esfera que anteriormente ocupávamos deixa de ter uma cara familiar... e nós estranhamos profundamente... Eu sinto um estranhamento em relação aos adolescentes de hoje, mas as vezes acho que minha mãe também sentia em relação a mim!

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  10. Esse parte final do comentário da Pandora tb tenho como reflexão
    Deviámos ser incompreendidos e modernos demais para nossos pais

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