Deveria ser um atendimento mecanizado: o funcionário diz boa tarde porque assim manda o protocolo, pergunta o filme e pede que você escolha os assentos, teclando na tela a sua frente. Cartão ou dinheiro, débito ou crédito, teria dois reais ( que é para facilitar o troco ), tenha um bom filme ou apenas bom filme. Próximo.
Porém, no sábado, quando fui ao cinema, foi diferente.
A jovem mocinha que nos atendia, preocupou-se e tentou realmente me auxiliar diante da escolha que eu fazia junto aos meus filhos: "Para sempre Alice".
Senhora - ela disse em tom calmo - esse filme não é um conto de fadas, não é algo como Alice no país das maravilhas.
Eu sei, eu sei, respondi também suave com um leve sorriso.
Mas a senhora vai levar as crianças? Normalmente não tem crianças para esse filme e muitas pessoas saem da sala chorando. É um filme triste - ela concluiu.
Eu sei que é um filme triste e as crianças também sabem e elas querem assistir. Sabe, a vida é um conto de fadas com boas doses de realidade, realidade que é feia, dói e que inevitavelmente existe. Obrigada pela sua preocupação! Será um bom filme, eles vão gostar!
Não foi em função do Oscar que escolhi esse filme, foi pelo tema - uma mulher jovem para os padrões da doença de Alzheimer.
Minhas crianças que já não são crianças pequenas, começam a galgar degraus da adolescência desejaram assistir mesmo sabendo o que encontrariam. E claro, encontraram muito mais do que imaginavam.
Em tempos de selfies felizes e sorridentes, imagens lindas, curtidas, gente jovem e descolada aos 80 anos, corpos malhados e moldados com alimentos específicos, uma dose de realidade faz bem.
Conquistamos um aumento na qualidade de vida, na expectativa de vida, mas nem tudo é cor de rosa, como mostra o filme de forma delicada e brilhante.
Meus filhos sabiam o que era a doença na teoria. Não imaginavam que não é "só esquecer".
Para quem conhece a doença de perto, a abordagem no cinema foi fiel.
E há muitos detalhes que vão do romantismo à razão e que nos rendeu bons diálogos.
Alice, a protagonista, pede ao marido uma no sabático, para que eles saiam pelo mundo, ou apenas fiquem juntos antes do avanço da doença, antes dela perder-se dela mesma e de todos.
Ele não o faz. Parece cruel, insensível. Só que há aspectos práticos como por exemplo e o dinheiro para comprar fraldas adultas descartáveis?
Como já li em um livro, as crianças de hoje nascem achando que têm direito à wi-fi, não imaginam que isso tem um custo.
O sentido de família, do cuidar, do amar e o desejo de que os avanços em pesquisas para esse doença tão cruel prossiga até chegar à cura.
Maravilhosas tuas palavras e as crianças precisam ver certas coisas pra dar-se conta que nem tudo á como pensam e que até o tão banal para elas wifi, é pago por alguém que, se parar de trabalhar, ou estando aposentado, com os miseráveis tostões do INSS, há de se apertar o cinto!
ResponderExcluirAqui estamos programados pra assistir! Deve ser triste, forte, mas é a vida! bjs, chica
Gostaria uito de assistir o filme e de ter o livro, ah! deve ser lindo, triste , mas real, e é como vc diz Ana, em tempos de hoje onde tudo é só selfies sorrindo o povo esquece de como existem pessoas passando fome, com problemas absurdos, doenças que o SUS não as ajudam em tratamentos etc... tem novidades no blog
ResponderExcluirSuspiro, desejo de ir ver o filme, histórias dessa realidade perto e a concordância com o lindo, poético, adolescente e sofrido A culpa é das estrelas
ResponderExcluirA dor precisa ser sentida
ah
ResponderExcluiresqueci
sou sua fã
em maiúsculo
Oi Ana Paula, ainda não vi o filme, mas as críticas são excelentes, parece que só há um aspecto que não foi abordado é o das crises de agressividade que esses pacientes têm e são muito difíceis de lidar. Eles agridem fisicamente as pessoas e podem causar lesões graves.
ResponderExcluirMas estou bem curiosa para vê-lo, e fico admirada por seus filhos se interessarem por esse tema.
Bjs
Oi Ana,
ResponderExcluiraplaudo incessantemente tua atitude em desvendar para os dois os meandros da vida.É deveras importante que as crianças tenham, a seu devido tempo, contato com realidades próximas e distantes que contribuirão para a moldura de suas opiniões e sentimentos frente a tudo que há.
Estou em cócegas pra assisti-lo. Também ainda não li o livro, mas a pilha em espera por aqui está grandinha.Vou dar preferência ao filme.
Vi que há post que ainda não li, volto com mais vagar( espero) para fazer isto. Ando feito dona Baratinha, correndo dum lado pra outro.
Mil bjkas,
Calu
Ainda não vi o filme (ando em tempos de pensar bem raso e não sei se consigo ficar 2 horas na plateia), mas convivi com pessoas que sofriam deste mal e realmente é muito difícil de acompanhar. Mas é a vida, nem sempre colorida e feliz.
ResponderExcluirOi, Ana Paula!
ResponderExcluirTomei conhecimento do filme através do Oscar... É fia, não dá para atualizar em tudo, ainda mais quando a vida tem uma alta dose de realidade (rs*). Me interesso bastante pelo tema e andei assistindo alguns documentários - até pq não sabemos o dia de amanhã e a doença está se tornando bem comum. Ou sou eu que tenho prestado mais atenção? Percebo também que os cientistas estão correndo contra o tempo e, por obra do destino, o pesquisador mor, está com a doença... Quero assistir ao filme, mas li uma crítica dizendo que ele não é real. Será?
Acho bacana seus filhos serem curiosas e terem vontade de saber sobre um tema "adulto" ou que acomete adultos, mas que no final, toda a família é acometida.
Não sei muito da doença, além dos relatos de dois amigos que as mães estão doentes. Será que ataca mais mulheres? Também assisti um documentário muito bacana, feito no Brasil baseado em fatos reais. "Clarita" com Laura Cardoso - Sou fã e é de uma sensibilidade... já assisti duas vezes - https://www.youtube.com/watch?v=gBMPZdUNxRM
O entendimento sobre a doença minimiza algumas dores, quando sabemos que muitos sintomas são comuns e não causados por qualquer coisa da vida vivida, mas que um gene defeituoso - olha a força da natureza - dita normas de como viver.
Bom fim de semana!
Beijus,
Se existe uma doença que me assusta é essa! Se perder de si e dos outros, perder a memória... me parece uma morte em vida! Só de pensar doí e crianças suportam mais dor do que a gente imagina, a infância, especialmente o fim da infância é um período que também suporta bem as dores da realidade. Acho que foi louvável você levar as crianças para assistir um filme adulto, eu mesma estou juntando forças espirituais para enfrentar essa história.
ResponderExcluirOi Ana!
ResponderExcluirNão sabia desse filme. Faz tempo que não passo o olho no cartaz de cinema... Mas amei a dica e vou ver por aqui se tá passando em alguma sala.
Beijos!