terça-feira, 4 de agosto de 2015

Educação

Mantive um blog onde eu escrevia sobre Educação a partir dos problemas que havíamos enfrentado. Comunico que deixei de escrever por lá e vou trazer para cá as reflexões sobre o tema.
Tenho leitores em comum a ambos blogs que, caso acessem por lá, aparecerá a mensagem de blog aberto somente a convidados. Não há convidados, eu fechei o blog sem excluí-lo e caso volte a escrever por lá, comunico aqui.

Vou falar de Educação a partir da reunião de escola que tive ontem à noite.
Soará estranho o que vou escrever: foi uma reunião magnífica ao descrever o cenário sombrio que paira sobre e entre as crianças, adolescentes e jovens.
O coordenador-geral mostrou-nos o panorama, uma visão ampla e vista de cima sobre as escolas, sobre a educação.
Reflexões lidas em vários blogs, na rede de uma maneira geral, mas que quando mostrada sobre a ótica da educação, torna realmente o cenário assustador e preocupante e um desafio constante que necessita de mudanças tanto da parte da escola quanto dos pais.
Essas mudanças tanto no sentido de inovar, de aprender a conviver com uma nova realidade e também de resgatar e retornar a valores antigos que são de suma importância e estamos deixando que se percam.
Eu senti que, de maneira sutil, o recado foi muito mais forte para os responsáveis pelas crianças.

Colocarei alguns tópicos e quero abordá-los em outros posts também:


educar para valores antigos está fora de moda

desvalorização do tradicional

ordem narrativa racional e cartesiana mudou para a narrativa do caos e circularidade

nova erótica: papel feminino e masculino

crise da subjetividade: coisificação do humano - não permite o diferente

o fim da infância e do brincar

valorização do fugaz e vulgarização cultural

crianças e adolescentes depressivos, desinteressados, neuróticos

muitos casos de bulimia e anorexia

não reconhecem a autoridade do professor/educador

pouca tolerância à frustação

imperativo de um padrão de beleza

saturados de estímulos visuais e sensoriais com pouco ou nenhum valor simbólico significativo ( são vítimas do meio)

comportamento agressivo praticando violência moral e/ou física

O cardápio é extenso. Mas é a partir da identificação de toda essa problemática que será possível se houver desejo e empenho de mudar.
Gostaria da sua participação como responsável, pai, mãe, avô, tia; como educador; como estudante; como quem está de fora e consegue ver e opinar.
Por hoje é isso e aproveito para deixar o link do blog da Tina, que sem saber de nada fez uma reflexão bem semelhante!


8 comentários:

  1. Mudanças demais
    Modernidade demais
    Mimimis demais
    Individualidade em detrimento do coletivo
    Nas mãos dos novos as "sabedorias" quanto nas dos mais velhos era e deveria
    Os novos e o novo como ponte e acessório e não lastro
    Há descontração demais
    Palco demais
    Liberdade demais
    Essência de menos
    Minorias que se agrupam e maiorias que destoam
    Falta de limites
    De ordem
    De hierarquia
    Falta de respeito ao outro com a bandeira de vale tudo em punho
    Violência demais
    Desumanidade demais
    Doçura e afeto de menos
    Falta que faz falta de vivências e convivências além do digital e da fantasia que aliena
    Porque na minha opinião de educadora, filha, neta, irmã esposa, mãe, tia o real e o imaginário tem que andar de mãos dadas com o velho e o novo
    Imaginar demais
    Ser realista demais
    Tudo demais é sobra
    Tudo se completa de algum jeito e há que se ter jeito, se ter podas, aceitar e cultivar coisas sem nome, sem explicação, como fé, diferenças de gestos e personalidades que não carecem de nomenclaturas patológicas
    Comida feita demorado e paladar que experimenta, não conta calorias e agradece ter o que comer
    Olhos menos pra dentro de si e para polêmicas e mais para as mazelas do mundo
    Menos opiniões e mais atitudes e quietudes
    Cada coisa a seu tempo, em seu lugar
    Fazer em casa todo dia
    Falar, ser
    Cobrar
    Na escola dos filhos, faculdade, no trabalho, nos grupos sociais que fazemos parte
    Não se acostumar, não aceitar
    Fazer quanto ninguém tiver vendo
    Enquanto todo mundo faz diferente
    Fazer como der que seja ser feito, mudado
    Que esse trem desgovernado da tecnologia e da individualidade, da deseducação, desamor entre nos trilhos e psra isso cada passageiro fazer o seu e a união são a solução

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Quandos viraram e foram como quantos na digitação via celular, tipo cata milho :(

      Mais tarde eu na reunião do meu filho, voltarei amanhã pra ler os comentários e colaborações
      Bom seria se me deparasse com uns 50 como vejo em posts por ai
      Quem sabe!
      Que se abram clareiras sob esse assunto tão necessitado de luz \o/

      Excluir
  2. Cedinho vi o post da Tina e adorei!

    Agora vejo aqui esse tema que é de fazer refletir muito e sempre!

    Adorei o comentário da Tina e há tanto a fazer. Precisamos mudar as coisas! Ao invés de tantos papos furados e preocupações com s encontros fora dos colégio, reuniões de confraternizações de pais, alunos, festinhas sem noção, bobagens, poderiam por exemplo, convidar pais , mães, avôs e avós para dar depoimentos, auxiliar...

    Mudanças que devem vir de casa. Não podemos sobrecarregar as escolas. Educar é tarefa dos pais e os filhos no colégio, devem chegar sabendo que ali ,NADA É DE GRAÇA, devem valorizar materiais, salas de aula, oportunidades que estão tendo, saber que tantos gostariam de estar ali e por "ene" motivos, não o podem...

    Devem ter limites..Precisam e pedem por eles e muitos pais fingem não ver , parecendo ser bonzinhos, mas essa bondade faz mal... Na hora de falar sério ,é Sério que deve ser falado!!!

    Há hora de brincar e de falar sério, ser gente!!!

    Devem saber RESPEITAR professores, diretores, o homem da cantina, o funcionário da recepção. Devem ser amigos, ter um sorriso ao dar um Bom-Dia! Tantas coisinhas...
    E deveriam também ser recebidos, após as férias, com a empolgação de uma saudade e não como novamente uma obrigação de aturar as pestes que chegam...

    Se bronzeados, fazer contar como assim ficaram.

    Saber das férias, ter interesse! Não, de cara, como ontem,no primeiro dia de aulas, aplicar provas pra TESTAR!!!

    Assim, todos os assuntos que eles querem falar, ficam guardados pra quando os professores estão virados para a lousa...

    Há tanto a falar e gostei de ver a bandeira levantada por aqui!


    bjs, chica

    ResponderExcluir
  3. A pior coisa que puderam fazer às crianças, foi tirar seu tempo livre de brincar e rir. Hoje, é escola em tempo integral, pilhas de deveres de casa, aula de balé, judô, Kumô, Inglês, espanhol, Frances, psicólogo, remédios para ansiedade e TDA.
    Crianças hoje são como adultos que tem empregos: saem de casa ás sete da manhã e voltam às oito da noite.

    ResponderExcluir
  4. Manter um blog já é complicado. Dois então...

    ResponderExcluir
  5. Concordo com tudo que li aqui e no da Tina, e como educadora me preocupo com o sistema, com a adultização, com o decorar, ainda em ver crianças chegarem ao 3º ano sem saber letras, ler nem de eprto, me sinto culpada, me sinto incapaz, luto, perco o sono planejo aulas com mais novidades, muita leitura, mas ainda vejo as crianças sem muito interesse e a falta de ajuda dos pais que nem nas reuniões vão. A escola pública com crianças carentes e com problemas sociais que se negam a faltarem na escola , mas querem memso é a merenda escolar, e acabei d eler que averba que o governo repassou pra isso é de apenas 30 centavos por aluno. Pode?
    e como fica ensinar conteudos conceituais, virar o livro d ecapa a capa quandoa criança ainda nem conhece ou diferencia vogais?
    cada dia que vejo um pequeno avanço sorrio e depois me descabelo, na aula de hoje por exemplo ao ouvir uma criança perguntar se carne era legume ao estudarmos a pirãmide alimentar. Haja brincadeira, lúdico, vídeos, músicas estratégias totais e variadas para tentar construir o saber.
    Além de tantos problemas que ja existem, a desvalorização profissional, o analfabetismo funcional, a falta de acompanhemento escoalr da família, o desrespeito, a volência, a falta de material...
    Que não falte no entanto o amor e a boa voontade pra tentar mudar essa realidade. Todo dia reflito e tento dar o meu melhor ainda que sinta que só uma porcentagem eu atinjo.

    ResponderExcluir
  6. Nessa primeira semana de volta as aulas me peguei pensando muito nesse post e acho que o comentário vai ficar grandinho!

    Eu sinto na pele o desprezo pelo antigo e essa preguiça de pensar dessa geração. Ensinando história me pego contemplando olhos desinteressados tantas vezes. Vivo dizendo aos meus alunos que é preciso dar dois passos para trás para dar um grande e definitivo passo a frente e conhecer a História é esse passo para trás. Vivo de procurar opções de aulas praticas, recursos concretos para ver se eles conseguem se envolver, porém meu índice de fracassos faz o de sucessos parecer irrisório.

    Esse conflito moda/valores antigos também é comum. A moda é uma coisa produzida para não ser duradoura, já alguns valores antigos foram provados pelo tempo, resistiram as diversas modas viraram tradição por algum motivo, as vezes bons motivos. A gente sabe disso, do valor da tradição, de materiais mais sólidos que não precisam de película de vidro! Mas vai explicar isso a uma adolescente que ainda não viveu o processo de ver uma moda morrer e ser substituída por outra? Nasceram e vivem em uma sociedade de ebulição constante de modas tão grandes e bem divulgadas que é difícil para essa geração imaginar que exista outra forma de viver senão essa que caminha de moda em moda.

    Nós vivemos na era da propaganda em massa, os adolescentes não tem muita defesa contra isso, alguns adultos também parecem não ter. E isso dialoga também com essa valorização do fugaz, da vulgarização do conhecimento e da cultura, parece que em um mundo de aplicativos cada vez mais instintivos não vale a pena se esforça para aprender nada, não precisa nem apertar botões é só tocar na tela néh?!?!

    Mas, a vida não é bem assim... Na vida as coisas não se resolvem com um toque na tela e as propagam com quais somos bombardeados diariamente são ilusões para vender. Eu sempre penso que as crianças não são bobas, elas percebem isso, percebem que há pontos cegos no discurso midiático ao qual estão expostas, mas perceber não é saber como lidar ou ter maturidade para fazer uma escolha não destrutiva. E ai ocorre a fragilidade diante da frustração, a busca pelo padrão de beleza, bulimia, anorexia, a busca por viver dentro de um padrão para ver se fica feliz como a modelo/atriz parece está nas várias imagens estampadas.

    ResponderExcluir
  7. Parte 2: Excedi o número de caracteres!

    Acho que a sociedade deveria ser comprometer mais com a educação das novas gerações, não só pais e escola, mas todas as instituições deveriam assumir um compromisso pedagógico consciente. Mas eu escrevo isso e lembro que as vezes nem os pais tem consciência de seu papel pedagógico. Trabalho em uma escola particular e em uma creche publica e vejo em ambos os lugares essa atitude de jogar a criatura na escola e bay. Uns acreditam que basta ir a escola "para ter um futuro melhor" outros que "estão dando o bom e o melhor"/"estão pagando o nosso salário" e se dão ao luxo de não se comprometer com minúcias do dia-a-dia. A instituição familiar e a instituição escolar só conseguem um índice de sucesso quando trabalham juntas.

    Ana eu me DESESPERO com alguns pais e mães. As crianças sofrem com uma ausência de pai terrível e algumas com a da mãe também. É impressionante o número de mulheres que educam sozinhas seus filhos/filhas e o de filhos/filhas com pais e mães ausentes ou sem folego ou que desistiram de participar da vida dos filhos.

    Estou na beira dos 30 e as vezes não sei lidar com as coisas, faço más escolhas, me embanano, volto para casa chorando, fico confusa... Não sei quando tenho que me armar contra a experiência ou desfrutar dela... E vejo que isso não é privilégio meu e nem exclusividade dessa minha faze de vida, imagina esses filhotes de gente em processo de formação básica? Boa parte está crescendo no abandono, recebendo menos atenção do que precisam. Eu tento da atenção aos meus alunos, mas o máximo que posso fazer é o minimo que eles precisam. Crescendo assim como não ter transtornos alimentares e de comportamento, crises de agressividade, falha de compreensão, atitudes fúteis ou egoístas?

    ResponderExcluir