terça-feira, 22 de julho de 2014

Política para pequenos

As festas juninas acabaram e eu quase me esqueço de deixar registrado aqui no blog uma conquista importante para minha filha Júlia.
Ela não participou este ano. Disse não sentir vontade. Apenas passamos pela escola para apreciar algumas comidinhas típicas.
porém, houve um fato importante na festa junina da escola este ano, pelo qual ela também foi responsável.

No ano anterior, na mesma festa, uma das barrraquinhas de brincadeiras, distribuía como prêmio peixinhos (de verdade) em saquinhos plásticos com água. Num dado momento, ela e outras amigas vieram até mim indignadas com o que estavam fazendo com os peixinhos: estouravam os sacos plásticos batendo-os com força contra a parede e depois passaram a estourá-los com os pés. Estávamos a uma certa distância, mas mesmo assim foi possível ver. 
E o que fazer vendo aquela poça enorme e os peixes se contorcendo ali no concreto do chão?
Sugeri que falassem com algum professor, mas parece não ter adiantado.

Em casa, o assunto se estendeu e foi então que eu lhe dei uma sugestão: para o próximo ano, chame suas amigas que também não acharam adequada a situação e façam um abaixo-assinado; peçam orientação à professora, divulguem a ideia e depois levem até a direção.
Primeiros vieram os obstáculos: eu não vou fazer isso, tenho vergonha, acho que a professora não irá gostar e ...

E aí iniciamos um novo ano letivo, ela conversou com as amigas que chamaram outros que também não aprovavam a atitude e elaboraram uma proposta para novas brincadeiras na festa junina - acabou entrando até o coelho que alegaram ficar muito estressado diante do barulho.

As meninas ganharam um elogio da diretora que acolheu os argumentou e fez as mudanças na festa. Nada de peixes e coelhos! Há outras formas de premiar e executar as brincadeiras!
Aprenderam sobre a união, a reivindicação pacífica, uma forma também de política.

E já que não usou seu vestido, fiz umas fotos julhinas porque talvez no próximo ano não sirva mais!








9 comentários:

  1. Linda Julinha e mais lindo ainda seu coração que não admite maus tratos com bichinhos! Valeu a reclamação e as consequentes mudanças!! ADOREI! Neno também não quer mais usar roupas de S.João!, faz tempo!bjs praianos,chica

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  2. Chica, acho que nossos pequenos estão crescendo!
    Beijo.

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  3. Mas ficou uma graça! Linda essa Júlia, minha sobrinha brasileira emprestada! Cada dia mais lindinha e crescida! Beijinhos à mãe e à filha!

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  4. QUE LINDA E QUE BOM ESTE ESPÍRITO DE JUSTÇA, DE AMOR AOS ANIMAIS, DE CONSCIENTIZAR PARA O BEM .

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  5. Amei o vestido e achei muito válida para Julia, para as colegas, para o colégio a condução dessa mudança.
    De pequenos se faz os grandes, isso vale para a política, para a sociedade, para as relações pessoais...

    Te confesso que sou do tipo imediatista, ainda que apoie e faça por vezes intervenções e planos de atuação a longo prazo.
    Eu abordaria algumas dessas crianças e conversaria com elas, na hora, com ou sem receptividade das mesmas, chamaria atenção mais do que o absurdo que fariam vê se mais gente se contagiava com minha indignação, encheria um ou objeto qualquer de água e cataria os peixinhos que se debatiam no chão.

    É famosa e recorrente nos papos com colegas dos tempos de escola em encontros coletivos ou casuais a contação da história de que eu observava encantada formigas das grandinhas carregando pedaços de folhas e alimentos grandões em fila e do nada uma criatura saiu pisando nas formigas e falando um monte de bobagens, com risos e aprovação coletiva.
    Eu?
    Olhei para a cena, deixei ela terminar o espetáculo e com um papel recolhi os destroços, abria com o a mão um buraquinho na terra de um canteiro ao lado com imagem de Nossa Senhora acima, coloquei dentro, tampei, fiz uma cruz de galinhos e encenei um enterro em tom de lição, com um que de pirraça e ela não achou graça, geral ficou sem graça e até hoje esse história é lembrada.

    Tem ainda outra história tudo a ver com a sua e a de Ju, pera que volto para contar...

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    1. Para os errinhos de digitação: perdão e como dá pra entender ñ vou enumerar as correções :)

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  6. Essas histórias de escola me fez usar no final uma palavra que eu falava muito: Pera e tinha uma professora, que respondia: Tô perando!

    Evale pontuar, que eu não passei por essa fase de não querer usar roupas juninas, queria usar as das quadrinhas das séries que se seguiam até o terceiro ano colegial como chamava e sai da escola e ainda usei (e uso se tiver um arraiá a caráter) mas sou nordestina, isso deve fazer diferença, os sintomas devem ser outros...rsrs
    Meu filho só usou enquanto não conseguia argumentar, dois anos escolares para ser mais exata
    Um dos sintomas de crescimento meu que lembro foi querer levar os livros nos braços ao invés de na mochila e usar bolsa para ir para escola...Ai! Ai!
    Li certa vez e lembrei a medida que escrevia algo que dizia que percebemos que nossos filhos já estão crescendo quando suas perguntas já tem respostas.

    Voltando ao episódio que vc narrou, tem uma história de quando meu filho era do Jardim I, eu e as histórias nas escolas...rsrsrs...que era a semana dos bichinhos e foi montado um aquário na sala e dois peixinhos levados para esse aquário por um dos alunos. Histórias contadas sobre eles e sobre a experiência, tarefinhas e ia tudo bem até que meu filho chegou em casa meio esquisito e eu perguntei o que havia acontecido e ele disse que a professora abriu um dos peixinhos com uma faca para mostrar o que tinha dentro dele. Eu fiz cara de espanto, falei com ele o que falaria na escola no dia seguinte e lá fui eu.
    Professora na sala, todos os alunos na sala eu perguntei em alto e bom tom, com um que de boba como os professores e coordenadores falam conosco nessa fase muitas vezes, mãezinha, nhem nhem nhem e tom de que as crianças somos nós e não nossos filhos: - Prózinha! Paulinho me contou que a senhora ontem pegou uma faca para abrir o peixinho e eu vim brigar com a senhora, só que pode abrir seres vivos são médicos, bichinhos tem um tipo de médico chamado veterinário e eles não usam faca. Faca é perigoso!
    Ela já me olhava feio a essa altura e fazia menção de me fazer parar, mas eu prossegui.
    - Vim aqui pedir para senhora pedir desculpas aos alunos e ao peixinho e prometer que nunca mais vai fazer isso.
    Ela o fez e saindo da sala comigo me repreendeu, eu argumentei em tom ameno e sem sucesso e achando um assunte ela não reconhecer o erro, a levei até a coordenação que também achou imprópria e desprezível tal explicação para os alunos e tal sentimentalismo.
    Hein? Oi?
    Falei a ela que desprezível é uma prática daquela com crianças daquela idade, do perigo do ensino do mau uso de um objeto tão caseiro como uma faca, do lhe dar com a vida de um bichinho, do lhe dar com a explicação que é religiosa e pessoal sobre morte, céu e falei até elas não dizerem mais nada.
    Depois desse dia não fui mais bem tratada, meu filho não foi mais bem tratado, sai da escola no ano seguinte e a mãe do menino que levou os peixes falou para mim dos transtornos que foi para ele lhe dar com aquela situação.

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  7. Ah! que lindo post AnaPaula
    Voce sempre carinhosa registrando coisinhas dos filhotes que tanto nos enternecem.
    Parabéns _ a filhotinha vestida a caráter está uma beleza como também seu exemplo de grandiosidade explícita.
    meu abraço
    _ estou voltando as postagens depois de um descanso.

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  8. Que linda a Julinha que está aprendendo a reivindicar, a fazer uso dos seus direitos e lutar pelo que considera certo e adequado. Um alento em tempos de tantos problemas e a esperança de que dias melhores virão.

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