sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Recreio, recreativo

"... Compotas de pêssego e tangerina, drops de melancia, trufas de chocolate, barras de menta, biscoitos amanteigados, bolos, pirulitos e outros doces, todos enriquecidos em sua preparação com uma calda de maconha."

Não se trata de brincadeira, imaginação. Sugiro a leitura do texto na íntegra aqui.

Recreio, palavra que traz para mim e, creio que para muitos, uma lembrança, uma sensação, um tempo gostoso. Hora do recreio! Era um momento muito esperado nos tempos de escola!
Mudou. São agora chamados de "intervalo".
Jogaram fora a palavra recreio. Desprezaram-na.
Mas aí, resgataram a palavra, deram um polimento e ela tornou-se "recreativo/recreativa" e está sendo usada agora para um dos usos da maconha: uso recreativo da maconha ou maconha recreativa.
E se já está sendo colocada em pirulitos, trufas de chocolate, tenho receio de pensar que a tal recreativa possa ir parar nos intervalos... melhor nem pensar.

Gosto da maneira como de deu a trajetória da conscientização do cigarro. Fomos das propagandas belíssimas na tv com os cowboys ( dia desses foi anunciada a morte de um desses famosos que fizeram publicidade para campanhas de cigarros ) até a proibição das mesmas, o aumento dos preços, a exposição dos problemas de saúde, embalagens genéricas, campanhas de saúde pública para esclarecimentos, tratamentos disponíveis para quem quer deixar o vício, leis proibindo o fumo em locais fechados e novas frentes de combate e restrições estão em andamento, por exemplo, a questão da entrada ilegal do cigarro, a substituição do plantio de fumo por outras culturas, para que as famílias envolvidas com este trabalho continuem a ter seu sustento e o maior embate agora é em relação aos aditivos de sabor.

A pessoa que escolhe hoje fumar, está ciente (ou tem como estar) sobre o que pode lhe ocasionar este hábito.
A impressão que tenho é que estão fazendo nossos ouvidos se acostumarem com a ideia do uso recreativo, que soa bonito, inofensivo.
No artigo de Ruy Castro para o jornal Folha de S.Paulo de hoje, pais relataram o que aconteceu com as crianças que usaram a maconha comestível. Ela não é inofensiva como querem nos fazer acreditar.

14 comentários:

  1. Ana, cada vez me choco mais com a humanidade tão desumana a ponto de tentar drogar nossas crianças para um dependência tão capitalista.
    Simplesmente sem muito o que dizer... Somente esperar que esse repúdio tenha voz ativa no meio das autoridades e que se promova uma campanha à altura do que foi a do tabagismo.
    bjkas doces

    ResponderExcluir
  2. Há alguns meses, comecei a assistir a série Mad Men. Se passa nos anos 60 e os personagens fumam sem pensar nos problemas. Até aí, similar. Mas naquela época, os problemas começavam a ser estudados e lançados a público. Mas ninguém se preocupava. E o núcleo principal da série é uma agência publicitária. O desafio dos publicitários, no enredo, é driblar as inúmeras e bombásticas matérias dos efeitos nocivos do cigarro e criar algo que, no final, convença o fumante a usar aquela marca (que não tem nada de especial perto das outras e ainda comercializa um produto que mata!. Quando li seu texto, lembrei disso. Os mais conscientes sabem como a publicidade é poderosíssima. E talvez não esteja sendo veiculado na TV, mas o 'marketing indireto' que estão fazendo da tal inofensiva maconha comestível está cumprindo seu papel. Lamentavelmente.

    ResponderExcluir
  3. Nossa Ana Paula, li o texto do Ruy e fiquei chocada…onde isso vai parar? De onde tiraram a idéia de que maconha não faz mal?
    Bjs

    ResponderExcluir
  4. O que mais hão de inventar?

    Pra que isso? Qual a necessidade? Espero, de coração, que elas não cheguem nos intervalos das aulas. Mesmo!!! Credo!!1 bjs e tu sempre bem informada!! chica

    ResponderExcluir
  5. É triste ver que em nome da liberdade de escolha o mundo não percebe que toda a estrutura que forma pessoas conscientes na sociedade está sendo deteriorada pelo uso indiscriminado das drogas. Ela está na raiz da violência das grandes cidades, dos roubos e mortes.

    ResponderExcluir
  6. Oi Ana Paula, adorei o seu texto e me lembrei de como o recreio era esperado por mim na minha época de escola. Na escola das minhas filhas ainda é chamado de recreio.

    Também não gosto da forma de tratar a maconha como algo inofensivo e algumas vezes ao exagero de ser do bem.
    Acho que pode ser sim uma escolha, mas consciente e responsável.
    beijos
    Chris
    Inventando com a Mamãe

    ResponderExcluir
  7. Não é inofensiva mesmooooooooo!!! Cigarro, maconha, álcool não são nada, nadica de nada mesmo inofensivos. Eu não engulo mas nem pagando essa apologia que vejo em uns ambientes mais cults dessa coisa, estou suficientemente próxima a ela para saber o que ela pode fazer de mal as pessoas, tanto a quem usa quanto a quem está próximo.

    ResponderExcluir
  8. Coisas chocantes......

    O ser humano é triste nessa hora
    da medo muito medo affff

    Bom final de semana

    Bjusssss____________Rita!!

    ResponderExcluir
  9. Ana Paula, essa é a força da grana que o Caetano falava nos anos 60/70. Eu nem comento sobre isso porque me desinstalo e acabo falando bobagem. Tenho pensado como os meus amigos, voluntários na assistência social, que o nosso papel está sendo tirar do fundo do poço e conscientizar as pessoas. Se a gente vê uma situação como essa e muitas outras em relação ao consumo de álcool nós nos olhamos e dizemos. Estão conscientizados e ninguém mais é tão "bobinho" nos dias de hoje (vide a idade dos assaltantes), então se querem consumir, que consumam e depois arquem com as consequências que já conhecem. Da mesma forma os discursos irritadiços sobre o aborto. Quem quiser matar o filho que mate e torça para que essa morte seja legalizada. Vamos fazer nossa parte e o resto tem que ficar nas mãos de Deus.
    Beijo,
    Manoel

    ResponderExcluir
  10. Ana, ler seu texto me fez penar que estamos vivendo um retrocesso... tanto esforço para conscientizar sobre os malefícios do cigarro e agora estão querendo implementar os benefícios da maconha?
    Olha, eu acho que cada um faz suas escolhas, não sou contra quem usa, mas querer misturar a doces é um pouco demais.
    Na minha escola de Ensino Fundamental falamos recreio mesmo... não parece mais divertido? Beijo!

    ResponderExcluir
  11. Sou totalmente contra drogas, como trabalho na área de saúde, sei o efeito que pode causar.
    Quanto o tabagismo devemos continuar com estratégias e ações para combate e prevenção.
    Abraços.Sandra

    ResponderExcluir
  12. Um absurdo para dizer o mínimo!

    Usa de nomes, de cores, formas, meios subliminares para o mal


    Sigamos ensinando nossas crianças e adolescentes a não aceitarem doces de estranhos, não comerem nada que achem suspeito, a terem senso crítico, serem poéticos e safos, a não acharem legal e descolado usar drogaras, serem diferentes não usando e vivos

    Recreio é um nome lindo, em desuso, mal usado
    Nome do intervalo que sigo chamado como apreendi, nome de Revista infantil, nome de biscoito

    Sininho, nome lindo, usado por uma manifestante, rebelde, sem traços, nem laços, nem ações de fadinha

    Máscaras, disfarces, tenhamos olhos de ver o bom e rejeitar o ruim

    ResponderExcluir
  13. Olá, querida Ana Paula
    Tem gente tão mercenária que só vê o seu mundo e o seu lucro...
    Dos filhos, me livrei total mas preciso pedir ao Criador pelos netinhos... estão mais ainda à mercê deles... dos inconvenientes da sociedade saudável...
    Muito bom alertar a todos... vc o faz muito bem!!!
    Bjm fraterno

    ResponderExcluir